segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vapt-vupt - Zander em Aracaju


Segunda vez da banda Zander, do Rio de Janeiro, em Aracaju. Apareceram no programa de rock para uma entrevista ao vivo, ao lado de Victor Balde, da Snapic. Quis entrevistar o Balde também mas ele preferiu deixar para outra noite, quando seu "parceiro de crime" Arthur também estivesse presente (na verdade ele foi mas não pôde entrar porque estava de bermuda, a Aperipê tem essa coisa aí de não poder entrar de bermuda nem de camisa sem manga), então aguardem, em breve, um bate papo ao vivo com os caras que andam fazendo o melhor registro pictórico da cena sergipana.

A entrevista transcorreu tranquila porém meo corrida, sobrou até tempo, dava pra ter falado mais, mas os caras foram meio econômicos nas palavras. Mas tranquilo, deu pra passar o recado ...

E o principal recado era sobre o show de logo mais (sexta-feira) á noite. Felizmente, a antiga "Casa do rock" continua na ativa, agora sob nova direção e com outro nome, "Espaço Cultiva". É muito importante que exista um local onde se possa fazer shows de pequeno porte com baixo custo na cidade, e a Cultiva, apesar da distancia (fica na praia de Aruana, distante cerca de 25km do centro de Aracaju), vem cumprindo bem este papel - na véspera do feriado recebeu um público recorde no lançamento do EP da banda Cabedal, 450 pagantes, segundo os organizadores, cerca de 500 pessoas dentro do espaço. Na noite de sexta o público foi BEM mais reduzido, mas ok, era de se esperar, shows de "Hardcore" têm menos publico que de "samba-rock" e demais ritmos suingados e malemolentes que tanto agradam ao povo de nosso imenso Brasil varonil. Mas deu uma "galerinha". Com minha tradicional sinceridade que tanto parece agradar e desagradar na mesma medida, devo confessar que não prestei muita atenção nos shows das bandas locais - boas, claro, mas que eu já conheço muito bem. Visto de longe e distraido entre conversas com os amigos, deu pra notar que a Renegades teve muitos problemas com o som, que era o mesmo que quase estragou a passagem do Cidadão Instigado por aqui, na última sessão Notívagos. Horrível. Já a Rótulo fez uma apresentação improvisada, sem o vocalista, com direito a uma longa e desnecessária jam "tapa-buraco" com músicas do Tim Maia Racional. Por fim, madrugada avançada, a Zander sobe ao palco e fica um longo tempo tentando ajeitar a aparelhagem, sem muito sucesso. Começam assim mesmo, e foi um bom show, bem energético. Dá pra sentir que os caras acreditam no que dizem e tocam com sentimento, além de possuírem um bom senso melodico e costurar muito bem as passagens mais hardcore propriamente ditas com momentos de improvisação, produzindo um diferencial que os faz se destacar dentro do universo em que gravitam. O problema, para mim (gosto pessoal), é que eu não "viajo" muito nesse rock meio choroso e sentimental que eles fazem. Com o extremo cuidado de não ofendê-los, já que a palavra se tornou, compreensivelmente, um verdadeiro palavrão, é uma banda meio "emo"* - no sentido original do termo, de "emotional hardcore". Sim, eu sei, é um rótulo idiota, e já achava isso desde a primeira vez que ouvi falar do termo, muito antes da moda, do CPM22, NXZero (que por sinal já tocou em Aracaju antes da fama num esquema totalmente undergound) Fresno e demais lixos afins. Lembro que fui apresentado a este novo "rótulo" por Marcelo Viegas quando estive em São Paulo em 1998 para o show do U2, e lembro também de ter dito a ele que achava sem sentido, pois toda musica que se preze tem que ser "emotional". Mas enfim, ressalto mais uma vez que não quero com isso ofender os caras do Zander, é uma banda super competente no que faz, batalhadora (qualquer banda que se preste a percorrer o nordeste num carro alugado na esperança de pelo menos empatar os custos com a venda de merchandising em banquinhas de show merece todo o nosso respeito), mas que é meio emo, é. Vi um pouco do show, que animou bastante o pequeno público que ficou até o final (como disse, já era madrugada avançada), e fui embora pois a noite seguinte seria também passada em claro, na Virada cinematográfica. Mas não sem antes degustar um delicioso "Flash coração" com meu "guia gourmet hardcore" favorito, Roberto Nunes - que tinha visto naquela noite, pela primeira vez ao vivo (tem sempre alguém que está vendo pela primeira vez), a The Renegades of punk, e se impressionado positivamente com a energia que a banda passa no palco. Espero vê-los em breve no cinema em uma sessão notívagos, quem sabe com a exibição do documentário da "turnê da morte" do Leptorspirose e do Merda. Seria "punk".

por Adelvan k.

* (Da Wikipedia): Emo ou Emocore (abreviação do inglês emotional hardcore) é um gênero de música derivado do hardcore punk. O termo foi originalmente dado às bandas do cenário punk de Washington, DC que compunham num lirismo mais emotivo que o habitual.

Existem várias versões que tentam explicar a origem do termo "emo", como a que um fã teria gritado "You´re emo!" (Você é emo!) para uma banda (os mitos variam bastante quanto a banda em questão, sendo provavelmente o Embrace ou o Rites of Spring).

No entanto, a versão mais aceita como real é a de que o nome foi criado por publicações alternativas como o fanzine Maximum RocknRoll e a revista de Skate Thrasher para descrever a nova geração de bandas de "hardcore emocional" que aparecia no meio dos anos 80, encabeçada por bandas da gravadora Dischord de Washington DC, como as já citadas Embrace e Rites of Spring, além de Gray Matter, Dag Nasty e Fire Party.

Nesta época, outras bandas já estabelecidas de hardcore punk, como 7 Seconds, Government Issue e Scream também aderiram à esta onda inicial do chamado "emocore", diminuindo o andamento, escrevendo letras mais introspectivas e acrescentando influências do rock alternativo de então.

É importante lembrar que nenhuma destas bandas jamais aceitou ou se autodefiniu através deste rótulo. A palavra "Emo" é vista como uma piada ou algo pejorativo e artificial.

O gênero (ou pelo menos o clássico estilo de Washington, o DC sound) primeiramente explorado por bandas como Faith, Rites of Spring e Embrace tem suas raízes no punk rock.

O próximo passo na evolução do gênero veio em 1982 e durou até 1993 com as bandas Indian Summer, Moss Icon, Policy of Three, Still Life e Navio Forge. A dinâmica calmo/gritado ("quiet/loud") frequentemente ouvida em bandas recentes tais como Saetia e Thursday tiveram suas raízes nestas bandas. No que diz respeito a voz, essas bandas intensificaram o estilo emocore. Muitas delas sempre fizeram uso de berros e gritos durante a apresentação, e motivo para muitos fãs de hardcore punk depreciarem os fãs de emo como "molengas"¹ ("wimps", "weaklings").

Assim como foi infundida uma nova intensidade para o emocore, o emotional hardcore levou essa intensidade a um nível extremo. A cena teve início entre 1991 e 1992 com as bandas Heroin, Portraits of Past e Antioch Arrow que tocavam um estilo caótico, com vocais abrasivos e passionais².

Após a supervalorização inicial da intensidade e da sonoridade caótica, o emotional hardcore sofreu um processo de "desacelaração". As bandas Sunny Day Real Estate e Mineral basearam seu estilo no Rites of Spring, outra banda do gênero emo.

Nota-se uma nova tendência emo em abandonar o punk rock distorcido em favor de calmos violões. Na cultura alternativa diz-se que alguém é ou está emo quando demonstra muita sensibilidade.

No Brasil, o gênero se estabeleceu sob forte influência norte-americana em meados de 2003, na cidade de São Paulo, espalhando-se para outras capitais do Sul e do Sudeste, e influenciou também uma moda de adolescentes caracterizada não somente pela música, mas também pelo comportamento geralmente emotivo e tolerante, e também pelo visual, que consiste em geral em trajes pretos, trajes listrados, Mad Rats (sapatos parecidos com All-Stars), cabelos coloridos e franjas caídas sobre os olhos.

Existe também a categoria "Emo Fruits", que foi baseada numa moda do Japão, os conhecidos como J-Pops, de onde eles tiram referência de roupas e cabelos. São normalmente muito coloridos, usando várias estampas e cores fortes ao mesmo tempo.

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