O Selo Midsummer madness, em pareceria com a "gravadora discos", está lançando uma sensacional coletênea com músicas lançadas originalmente em fitas k7, as saudosas "fitas demo", nos anos 90. Tudo compilado por Gabriel Thomaz (Autoramas/Little quail). Baixe aqui.
No dia 15 de março de 1990, Fernando Collor de Mello assumiu a presidência do Brasil. Neste mesmo ano, entrava no ar por aqui a MTV. No rock nacional, havia uma entressafra dos medalhões enquanto milhares de bandas continuavam a ensaiar nas garagens. Alguns gatos escaldados de tentativas frustradas nos anos 80 montavam novas bandas sem se preocupar com o penteado apropriado ou em ser amigo do Paulo Ricardo. Estas bandas acabaram inventando um circuito próprio, com seus locais de shows, sua imprensa fanzineira e seu mercado de fitas demo.
No início dos anos 90, a moeda era o Cruzeiro. Ou melhor, o Cruzado… quer dizer, Cruzado novo… Ah, vai saber, o assustador era que existia em circulação notas de meio milhão de cruzados. E gravar um compact disc (ainda se lançava música nos 3 formatos: vinil, CD e K7) naqueles anos era coisa de mega popstar! Qualquer banda de garagem que quisesse fazer sua música circular precisava ter uma fita cassete demo. Além disso, “as gravadoras não queriam mais contratar bandas de Rock, relembra Gabriel Thomaz (ex Little Quail e atual Autoramas), “as demos foram a maneira do trabalho de cada banda circular e ser comercializado”.
Era a época do axé music, do sertanejo, do Brasil como 7º maior mercado fonográfico do mundo. E pasmem, isso se refletia nas demos, como lembra Gabriel: ”Algumas bandas venderam bastante, às vezes até milhares de cópias, reproduzidas uma a uma em casa. As demos d’Os Cabelo Duro, Little Quail, Raimundos… Eu mesmo acordava um pouco mais cedo antes de ir pro colégio pra gravar fitas. Enquanto tomava banho gravava uma, enquanto almoçava gravava mais outra…”
Internet ainda era assunto de geeks e o modem mais rápido mal alcançava 2.400 bps de velocidade. Se você gravasse uma demo, o melhor caminho era divulgá-la entre os fanzines. Fanzines eram publicações em xerox ou papel jornal, o equivalente aos blogs e e-zines de hoje. O fanzines escreviam matérias a respeito e ajudavam a distribuir milhões de papéiszinhos para divulgar sua demo. Qualquer carta que a banda enviasse ou recebesse, estava cheia de pequenos panfletos divulgando suas demos e shows. Era o equivalente ao spam de hoje.
Comprava-se fita demo em pouquíssimas lojas especializadas, nos shows e pelo correio, direto com a banda. Alguns fanzines começaram a incorporar a função de gravadoras pela óbvia posição de destaque que possuiam nesta cadeia. O midsummer madness lançou sua primeira fita em 1992: a coletânea ‘Raw’ que trazia músicas das demos de Second Come, Killing Chainsaw e Pin Ups. Outros zines fizeram a mesma coisa como o Kaspar de BH/MG, o Gnomo da Tasmânia do Rio, o Maximum Noise do Sul. As bandas gostavam de participar destas coletâneas; era o modo mais rápido de chegar ao seu público.
A fita cassete tornou-se “o” suporte daquela cena. Em K7 foram lançadas verdadeiras obras-primas que jamais veriam o brilho do CD. A grande maioria destas demos trazia ao menos 1 hit daquela banda, músicas que não poderiam ficar esquecidas. Por isso, Gabriel Thomaz, com a inestimável ajuda de seus amigos Bacalhau (baterista do Autoramas) e Rafael Gonzalez, resolveu montar uma coletânea com os hits em fita K7 da década de 90: FIM DE SÉCULO – volume 1.
Gabriel, Bacalhau e Gonzalez, no processo de digitalizar e preservar suas fitas-demo, lembraram de clássicos como “Carro forte” do Raimundos, lançado em fita cassete com uma bateria eletrônica; a primeiríssima versão de “Quando a Maré Encher” do Eddie, que ficaria famosa uma década depois com Nação Zumbi e Cássia Eller; da Oz, banda de Brasília que deixou vários sucessos dentro de uma discografia de apenas 1 demo e 1 CD; além de versões pioneiras de músicas do Pato Fu, Acabou La Tequila, Maskavo Roots, Graforréia Xilarmônica e tantas outras.
Alguns ilustres anônimos também merecem lembrança, como Neguinhos Nojentos com a desbocada “Sua puta”, a hilária Carnal Desire com “Profissão peão” além de gente que ainda está ai na correria, como Meldas do Claudão, baixista da mineira Estrumen’tal e sócio da ABRAFIN, Gangrena Gasosa, o Doiseumimdoisema de Diego Medina…
A FIM DE SÉCULO – volume 1 é uma coletânea com 30 músicas, 30 bandas, lançada dia 1º de maio de 2007 em formato K7de tiragem limitadíssima. A K7 traz apenas 22 músicas. Aqui ao lado estão as 30 músicas em formato MP3, com 128 kbps para download e streaming gratuito, além da arte da capa em formato K7.
Com a FIM DE SÉCULO o mm inicia uma série de relançamentos de bandas e demos que só sairam no formato cassete. Não importa para o midsummer madness se as bandas já acabaram. O que não é possível é deixar que estas músicas maravilhosas sejam esquecidas. Se não esqueceram do Collor…
FAIXA A FAIXA POR GABRIEL THOMAZ
Gabriel escreveu estes parágrafos sobre cada uma das músicas da coletânea volume 1:
01 – Pato Fu – Spoc
Ouvi esta música numa K7 que era uma coletânea de demos feita pelo Jefferson, do zine mineiro Kaspar. O nome da coletânea era “The Last Temptation of Noise”, uau. Tinha bandas como Little Quail, Primitive Painters, Náuplio e um tal de Pato Fu também…que na época achei sensacional. Eles só foram lançar esta música no 2º cd deles, se não me falha a memória (n. da r.: “Gol de Quem”). Era comum na época os zines fazerem compilações das demos que recebiam e trocar com as bandas que enviavam estas fitas.
02 – Graforréia Xilarmônica – Mixto Quente
Na época da gravadora Banguela (selo administrado pelo produtor Carlos Eduardo Miranda – Tramavirtual, Ídolos, etc – e por alguns integrantes da banda Titãs, distribuído pela major Warner Music) chegavam milhares de fitas no escritório e eu ficava com vontade de ouvir todas, conhecer todas as bandas. E quando chegavam coisas dos amigos dava mais vontade ainda de escutar. Um dia chegou uma fita do Graforréia só com os nomes das músicas escritas à mão, uma das músicas era essa versão clássica de “Mixto Quente” só com o Frank Jorge na voz e teclado. Na minha opinião muito melhor que a versão do disco “Chapinhas de Ouro” e com a vantagem que esta versão aqui nunca deve ter sido lançada em lugar nenhum…
03 – Raimundos – Carro Forte
Esta não é novidade pra quem viveu a época, mas esta versão gravada com Verônica, a bateria eletrônica, pouquíssima gente tem, eu guardei, “Ministry do Forró” ahahahaha
04 – Eddie – Quando a Maré Encher
Versão original de uma demo dos caras de Olinda-PE, eu sou um dos poucos que lembra que essa música é do Eddie. Clássico do som de Pernambuco.
05 – Oz – Shit Bomb
A Oz foi uma das grandes bandas de Brasília nos anos 90, quem não é de lá não tem idéia da popularidade dos caras no Distrito Federal. O show de lançamento do cd deles foi num ginásio, pra se ter uma idéia. Esta versão de “Shit Bomb” fez parte da clássica demo “Trés Bien Mon Ami” e tocou muito em rádios de Brasília. Por isso escolhi esta música entre todos os outros sucessos regionais desta demo. E esta letra conta uma história verídica do Andrezinho, baterista da banda. Andrezão, o guitarrista, hoje mora em Manaus e tem uma banda chamada Macaco Elétrica e Marcelo Bighead, baixo e vocal, hoje atende pela alcunha de Nego Moçambique.
06 – Devotos de Nossa Senhora Aparecida – Devotos a Quem?
Esta música foi gravada ao vivo no programa Boca Livre, da TV Cultura, acho que nem o Thunder tem essa gravação, feita algum tempo antes de existir MTV no Brasil e ele se tornar VJ… Eu não perdia um Boca Livre que sempre passava bandas novas de todos estilos. E gravava só o áudio em K7 num 3 em 1 doido que minha avó tinha que era além do K7, rádio e TV, era tipo gravar do rádio, mas com esse aparelho dava pra gravar da TV.
07 – Missionários – Música de brinquedo
Esta foi uma das primeiras demos que recebi, e depois disso até armamos (junto com uma produtora lendária chamada A Casa do Incesto) dos caras irem tocar em Brasília. Os Missionários foram uma das grandes bandas de psychobilly de Curitiba, dali saíram o Tintin, que tocou no Limbonautas e outras bandas, e o Gustavão, que fez história no Catalépticos.
08 – Acabou la Tequila – Rita Cadillac (versão tecno)
Fui apresentado pelo Jimmy (hoje no Matanza e na época um dos vocalistas do Acabou La Tequila) à própria Rita Cadillac num show deles em São Paulo no ano de 1995, muito prazer. Sempre fui fã da banda e cheguei a ser um dos integrantes depois do fim do Little Quail e antes do início do Autoramas, quando me mudei pro Rio. Esta versão é muito diferente da que saiu no 1º cd deles. E também da versão ao vivo. Assim como acontecia com todas as outras músicas. E “Biscoito” a música deles com clip na MTV, eles simplesmente não tocavam ao vivo. Hoje em dia são muito mais reconhecidos do que na época deles.
09 – Apocalixo – Gilberto Salomão
Esta fita eu comprei, achei a capa muito tosca e comprei. É a banda que o Bosco, ex-Detrito Federal da época do Rumores, teve nos anos 90. Acho a letra excelente. Gilberto Salomão é um centro comercial em Brasília onde a playboyzada se encontrava.
10 – Disk Putas – Vai comer ou quer que embrulhe
Sempre me amarrei no Disk Putas, principalmente os shows toscos e vivia atrás de alguma gravação delas, mas nunca tinha descolado essa fita, então não pensei duas vezes quando vi um exemplar no escritório do Pena Schmidt e peguei emprestado sem pedir a autorização dele e ainda não devolvi. Mas foi a primeira e última vez que fiz isso, juro. Nessa mesma fita também tem a clássica “Morte aos Titãs”, que o Banguela ia lançar num compacto, mas não sei porque não saiu, cheguei a ver a capa e tudo.
11 – Gangrena Gasosa – Protesto Concreto
Escolhi esta música do Gangrena porque acho que ela só saiu em K7, não está em nenhum cd, se não me engano…Conheci esses caras pessoalmente no Der Tempel, em SP, num show que eles iam fazer com o Mickey Junkies. Lembro que nessa noite o Cid, baterista deles, circulava pelo local semi-nu (só de camiseta) com um rabo feito de papel higiênico pendurado no próprio rabo e o Ronaldo Chorão arrumou uma confusão por pegar a mulher do cara que armou o show.
12 – Maskavo Roots – Blond Problem
Quem só conhece o Maskavo de hoje em dia não imagina o absurdo que era o show desses caras em Brasília, era um reggae em que a galera pogava. Esta música é da 1ª demo deles que não tinha nenhuma letra em português e tem uma parte que só ganhou letra na versão do disco, eram só umas “onomatopéias”…
13 – Neguinhos Nojentos – Sua Puta
Letra muito bonita dessa banda carioca, nunca vi um show deles e fui apresentado a um deles pelo Nervoso num boteco na Gávea, caindo de bêbado (ele, não eu, dessa vez não).
14 – No Class – Chevrolet’79
No Class foi uma banda muito legal de Campinas, aliás Campinas foi uma cidade onde fui muito nos anos 90, ali rolaram os dois (festivais) Juntatribos e o Little Quail sempre tinha shows marcados por lá. Ficamos amigos da galera de muitas bandas, não só o No Class, mas também os Muzzarelas, Linguachula…E as bandas de Campinas eram bem populares em Brasília e sempre rolava alguma delas por lá.
15 – Os Cervejas – B x T x N
Conheci Os Cervejas vendo o clip deles no programa DemoClipe na MTV, exatamente o clip dessa música. Os Cervejas eram também uma banda psychobilly de Curitiba (O Wlad que tocou no Catalépticos e faz o festival Psycho-Carnival era o guitarrista) mas essa música mistura tudo: ska, funk metal, rockabilly…
16 – Pinheads – Oh! Ja!
O Pinheads foi um dos grandes expoentes do que se chamava de Hardcore Melódico, apesar de nunca ter lançado um cd. Essa música era a primeira do Lado A da demo “Where’s the Silver Tape?” que continha vários outros “clássicos” da época. Fui num show deles em Curitiba (cidade-natal deles) onde aconteceu um dos pogos mais animalescos e violentos que já presenciei.
17 – Primeira Pedra – Ainda Estou Vivo
Ao contrário de hoje em dia, que Goiânia é uma das cidades com o público mais rock’n'roll do Brasil, no início dos anos 90, eram sempre as mesmas 20 pessoas que compareciam aos shows, na maioria das vezes organizados pelo saudoso Marcão Adrenalina. Dividimos o palco com o Primeira Pedra várias vezes lá e as coisas eram difíceis. Os cachês que descolávamos eram nas mais diversas substâncias e causavam os mais diversos efeitos. Uma coisa que não esqueço é que sempre que falávamos pra algum goiano que íamos tocar com o Primeira Pedra, eles respondiam: “Ah, é aquela banda que o baterista surrupiou o chimbal do cara do Motorhead”. Esta demo foi uma das que eu mais escutei na época.
18 – The Dead Billies – Psycho Grubs
A gente conhecia o Dead Billies de uns programas da Regina Casé que eles apareciam tipo uns ETs psychobillys que existiam em Salvador. Em 97 fomos chamados pra ir tocar pela primeira vez lá junto com eles, Devotos do Ódio e mais umas bandas locais. Na passagem de som conhecemos os caras, todos gente finíssima. Nos chamou a atenção que o vocalista, o Moskabilly, tava andando de mãos dadas com a mulher mais feia que nós já tínhamos visto em nossas vidas. Ouviam-se comentários do tipo “O cara tá levando muito a sério esse papo de psycho, tá até desfilando com o monstrão’. Como éramos ingênuos. Eu estava assistindo o show do Dead Billies ao lado do vocalista do Maria Bacana e sua namorada quando a mulher que desfilava com o Moskabilly invadiu o palco, em pouquíssimo tempo se livrou de todas as suas roupas e botou o pé no retorno ao melhor estilo Bruce Dickinson, permitindo assim à galera presente uma perfeita visão do seu útero. Ela estava muito feliz e exibida, sorria bastante enquanto dançava e abria as pernas e enfiava vários dedos, foi muito legal. Lembro do Paulo André invadindo o camarim logo que o show acabou dizendo que eles estavam confirmados pra próxima edição do Abril Pro Rock.
19 – Professor Antena – Boys Don´t Cry
Nunca fui muito fã dessa banda, mas reconheço que eles fizeram muita coisa, e gosto bastante dessa versão da música do Cure. Na época o vocal da banda odiava o Bacalhau, só porque quando estee bebia umas a mais ficava correndo atrás do cara da banda gritando “Antena!” Nessa época também tinha muita gente sem senso de humor, é incrível isso.
20 – Cabeça – Tutupa
O Cabeça era uma das bandas mais divertidas do Rio nos anos 90, além dessa tinha clássicos como “Mundo dos Sem-Noção”…Eles também tinham um público muito grande, principalmente na época que lançaram o 1ºcd deles. Nesta fita tem uma faixa de uns 15 minutos de duração onde eles agradecem a todo mundo que eles conhecem no mundo.
21 – Aristóteles de Ananias Jr – Bico de Pato
Era a banda do Marcelo Birck na época, lembro que essa fita circulou bastante em São Paulo e a gente estava sempre ouvindo essa música por vários lugares.
22 – Carnal Desire – Profissão Peão
Tinha uma história que uma vez um policial tocou a campainha da gravadora Banguela e ficou todo mundo assustado, tipo “o que fizemos de errado?” ou algo parecido…Mas não era nada… era só um PM que tinha ido entregar a demo da banda dele, que tinha o singelo nome de Carnal Desire. Ao analisar o material pudemos ver fotos do PM vestindo apenas uma sunga, um coturno, e umas pulseiras de spike estilo metal extremo e escondendo a cara com uma máscara. Esta música é bem legal, tem até um “sample” do Rush, tem que prestar atenção.
23 – Concreteness – Squinting Look (Zemba)
Na minha opinião o Concreteness foi uma das bandas mais legais dessa época, eles faziam um som eletrônico misturado com Rock, a banda era formada pelos 3 irmãos Maluf e o Véio, que tinha um visual também parecido com os outros três. O ET, do Muzzarelas, chamava-os de 3 iguais e um parecido. Eles moravam em cima de um bar que pertencia a eles, o Hitchcock, onde todo mundo tocou na época até que alguém foi até a cidade deles, Santa Bárbara d’Oeste, e botou fogo no lugar. Eles participaram de todos os festivais da época e eram uma das bandas que mais tocava e viajava, e lançaram várias demos, todas sensacionais e lançaram um cd pela gravadora Tinitus, do Pena Schimdt.
24 – Meldas – Cigarro (Rock do Saci)
Os Meldas eram de BH, alguns dos caras hoje tocam no Estrume’n'tal e são proprietários d’A Obra. Aliás, que fixação nesse assunto…Meldas, a Obra, Estrume…Era uma banda com um monte de gente: uns 3 guitarristas, uns 4 vocalistas. Essa música é uma versão do clássico do Baby Santiago e o clip passou bastante na MTV.
25 – Doiseu Mimdoisema – Epilético
Banda de um homem só, o Diego Medina. Quando esta demo chegou na gravadora Banguela, causou uma comoção geral e acabou sendo contratada, mas o cd não chegou a ser gravado porque o selo acabou. Chegou a informação que quem fazia os backing vocals era a avó do Diego e a empregada da casa dele. Isso me emocionou bastante na época.
26 – Pravda! – Filosofia de Boteco
O Pravda era uma banda de Brasília de uns caras que tocavam pra cacete, que fazia uma mistura de Living Colour com Jorge Ben ou algo parecido…Tinham um grande público por lá e várias músicas que a galera conhecia e tocavam no rádio em Brasília. Lançaram um cd pelo Banguela. Esta música não saiu no cd, mas era a primeira do lado A da demo deles.
27 – Sunburst – Speed Racer
Era muito louco esse lance de ter muitas bandas cantando em inglês, porque tinha muita gente que não sabia nada dessa língua e fazia uma banda cantando numa língua que não existia. O Sunburst era uma delas e eu achava sensacional. Eu adoro o verso “Speedy is a car driver, hero myself for you”, por exemplo. E eles tinham um puta vocalista, o Palu, que cantava assim o tempo inteiro. Excelente.
28 – Sodapop – Glad to go
Já o Sodapop, de São Paulo, era completamente diferente do Sunburst, o inglês era muito mais “Nota 10 Cultura Inglesa” e também era uma banda muito boa.
29 – Tiroteio – balança mais não cai
O Tiroteio era uma banda de uns vagabundos de São Paulo, umas figuras engraçadas que sempre apareciam nos lugares, um som podreira misturado com batucada. Os Titãs chegaram a gravar uma música deles “Eu Não Aguento”, mas essa “Balança Mas Não Cai” é muito mais legal.
30 – Squonks – Rio-São Paulo
A primeira vez que eu ouvi falar de Simone do Valle foi quando ouvi esta fita na casa do meu amigo Giuliano, futuro vocalista do Low Dream, hoje DJ em Brasília, que um tal Rodrigo Lariú tinha enviado pra ele, tipo em 1990…Fui informado que na cidade de Niterói existiam muitas “guitar bands”, umas bandas que faziam muito barulho e tal. Mas o que eu gostei mesmo foi da melodia e da letra. Depois li sobre eles na Bizz, vim a conhecer a Simone no Dash anos depois e mais um tempo depois formamos juntos o Autoramas. E regravamos essa música no nosso segundo disco.
ps.: os arquivos digitais foram tirados direto das fitas K7, sem nenhuma mixagem ou remasterização, por isso, o chiado e alguns pulos são absolutamente normais!
por gabriel thomaz
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