Brendan Crabb, do PyroMusic.net
PyroMusic.net: O novo álbum do SOULFLY, "Omen", é o trabalho mais agressivo e “na sua cara” da banda em algum tempo. O que motivou você nesse álbum?
Max Cavalera: “Bem, eu sempre gostei de bandas que, quando envelheceram um pouco, ficaram mais pesadas. Existe apenas um punhado dessas, mas eu fui motivado por isso. Eu tive uma chance de fazer isso com a minha própria banda, então eu decidi que no 'Dark Ages' [2005] o SOUFLY ficaria mais pesado. 'Conquer' [2008] foi ainda mais pesado, e então 'Omen' é agora novamente ainda mais pesado e mais agressivo e também tem um pouquinho mais de influência hardcore, trazendo esse lado ao álbum também."
"Então foi apenas o que nós quisemos fazer e nós só meio que deixamos o álbum tomar a sua própria forma e as canções foram saindo assim. No fim, nós tínhamos um álbum realmente brutal. Nós podemos tocar tudo, porque tudo foi feito por nós, não há realmente computadores envolvidos ou sintetizadores nem nada dessa merda, são só pessoas tocando instrumentos, então nós poderíamos tocar aquela merda toda ao vivo. Então é muito bom, porque nós tocamos um monte dessas canções ao vivo e a resposta tem sido realmente boa para o novo álbum.”
Desde os primeiros dias do Sepultura em diante, você nunca escondeu suas influências punk e hardcore. Ainda é o mesmo grupo de bandas que te inspira nesse aspecto?
Max Cavalera
Max Cavalera
Eu sei que nos últimos anos você tem sido crítico sobre o seu trabalho com Fred Durst, do LIMP BIZKIT, em "Bleed", do primeiro álbum, auto-intitulado [de 1998] from your self-titled debut. Há alguma colaboração na qual você esteve envolvido da qual agora se arrepende?
Max Cavalera: “É, o Fred Durst, você sabe, se revelou um idiota mais tarde, mas na épica em que ele fez aquilo ele era legal. Ele não era superfamoso, e a idéia de usá-lo partiu do produtor Ross Robinson. Ele era amigo do LIMP BIZKIT. Eu não conhecia a banda, eu só tinha uma vaga na canção ‘Bleed’ e ele disse que algum cara aí podia dar uma ‘rapeada’ em cima dela. Então eu disse, ‘Tudo bem, legal’. Eu não sabia quem era o LIMP BIZKIT e então, tipo, um ano depois eles eram a maior banda do planeta. Ele também virou um idiota, você sabe, então eu fiquei meio 'Oh, bem, eu agora tenho esse cara no meu álbum. Naquela época eu não sabia... se fosse hoje, eu provavelmente não o usaria.”
Recentemente vimos relatos de que você estaria aberto à possibilidade de que a formação clássica se reunisse para uma turnê, mas supostamente as negociações estagnaram. Você pode lançar alguma luz sobre isso, talvez?
Max Cavalera: “Sim, o negócio foi que o Andreas [Kisser, guitarrista do SEPULTURA]... Eu achei que o momento era bom, teria sido uma boa época para uma reunião, todo mundo está vivo, todos estão aqui. Então eu apenas decidi ligar para ele, eu mesmo, para ver se conseguíamos que essa reunião acontecesse. Um monte de gente queria ver isso, incluindo meus filhos, minha família, um monte de amigos.Eu sei que muitos amigos no mundo inteiro queriam ver essa reunião, eu pensei que seria uma boa coisa. Então eu liguei para ele e a coisa não foi a lugar nenhum. Ele só tinha muitas demandas, algumas coisas irreais, não era... parte das coisas não era nem negociável. Então eu apenas meio que desliguei o telefone e disse ‘Vou tentar depois, alguma outra hora’. Então meio que... pelo menos eu tento, pelos fãs. Eu tentei o meu melhor para conseguir que a reunião fosse adiante, mas não pude fazê-lo porque o Andreas não quis, sabe? Então temos que esperar até a próxima vez.”
Então você vai tentar de novo daqui a alguns anos?
Max Cavalera: “É, vamos ver o que acontece dentro de alguns anos, talvez ele mude de idéia e seja mais tranquilo a respeito.”Traduzido por Gabriel Costa
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