sábado, 31 de março de 2012

# 220 - 31/03/2012

THE ROUGHNECKS - O Roughnecks é uma banda alemã formada em Berlin no final de 1984. Lançaram imediatamente dois singles, “The Roughnecks” e “Hard Times”, de 85 e 86, respectivamente, e alguns dos sons acabaram saindo na clássica coletânea “Psycho Attack Over Europe”. Tiveram uma boa aceitação na cena e então resolveram ousar, lançado de cara o primeiro play “Stop, Look ‘n’ Listen” em 87. As letras passam por variados temas e o som é extremamente contagiante Depois de um incidente em um show, com tropa de choque e tudo que tem direito, os caras resolveram parar.

13 anos depois, em 2000, voltaram e lançaram o segundo disco, “Crash”, seguido de alguns shows, quando resolveram parar novamente.

Três anos depois foi lançada uma coletânea com os primeiros lancamentos pela Crazy Love Records, e a banda voltou novamente, fazendo shows esporadicamente, até os dias de hoje.

Psychobilly clássico, com bastante influencia country & western, principalmente nas letras.

Música: “Dope Riper” 1ª Faixa do álbum “Stop Look 'n' Listen” lançado em 1987.

DEMENTED ARE GO! - O embrião do Demented Are Go foi formado em 1982, na capital galesa Cardiff, que fica no sul do País de Gales. O nome da banda veio da frase “Demon Teds Are Go”, uma adaptação ao clássico chavão do desenho Thunderbirds, “Thunderbirds Are Go”. A banda era desorganizada e sua formação constava com com Mark Phillips, depois conhecido como Sparky, na bateria, Ant Thomas no vocal, e um baixista e guitarrista sem expressões. Dick, um veterano do punk e dos circuitos de bares da cidade, se juntou à banda no começo de 1983, reformulando a formação, fazendo com que Ant passasse para a bateria e Sparky para os vocais. Depois de seis semanas ensaiando exaustivamente, aconteceu o primeirom show da banda. Foi no Sea Lion, na cidade de Penarth e o DAG conseguiu de cara boa aceitação. Era uma banda diferenciada das demais que tocaram no mesmo dia, que eram anarquistas, mais ou menos na linha do Crass. Depois de anos tocando desde em clubes de bingo em Rhondda, à prostíbulos em Hamburgo, foram parar no templo do psychobilly na época, o lendário Klub Foot. Com isso, logo gravaram duas músicas para seu primeiro lançamento em uma compilação de 1984, “Hell Bent On Rockin’”, pela Nervous Records. Dois anos depois, lançaram seu primeiro álbum, o clássico “In Sickness & In Health”, pela ID Records, o qual foi gravado em menos de 24hrs com 90% das primeiras tomadas, com Ray Thompson no baixo. Esse é um dos meus discos prediletos de todos os tempos e com certeza figura entre qualquer top 10 do estilo. Clássico atrás de clássico, todas as faixas são fudidas e o Demented Are Go estava mostrando para a cena à que veio. Criaram uma nova faceta ao psychobilly, influênciando praticamente todas as bandas que vieram posteriormente. No mesmo ano, se mudaram para Londres, numa tentativa de se aproximar de algo como um trabalho fixo. Dick os deixou em 1987 depois de continua frustração com a direção que a banda estava tomando. Não desencorajado, Lex Luther foi recrutado para substituir Dick. Isso foi seguido pelo segundo disco da banda, “Kicked Out Of Hell”, de 1988. Prontamente iniciaram uma intensa turnê pela Europa, ganhando tanto fãs psychobilly quanto punks. A essa altura, Sparky havia começado a se viciar em drogas e álcool, resultando em diversas mudanças de formação da banda. Reza à lenda que quem itnroduziu Sparky ao mundo das drogas foi Rat, vocalista do Varukers, durante uns dos shows que as bandas fizeram juntos na época. Em 1989 a banda voltou ao estúdio e começaram a escrever e gravar um EP pela Link Records, “The Day The Earth Spat Blood”, tudo dentro do prazo de 3 dias. A banda viajou em turnê outra vez pela Europa em 1991, e ao mesmo tempo seguiram escrevendo e gravando seu próximo álbum pela Fury Records, “Orgasmic Nightmare”, na estrada. Continuaram tocando nos mais diversos locais e festivais da Europa. Um segundo álbum pela Fury Records, “Tangenital Madness”, foi gravado em 1993, seguido por duas turnês pelo Japão. A banda se tornou conhecida pelas aparições nuas de Sparky diante das platéias japonesas. Durante uma tour pela Alemanha na primavera de 1995, a banda se separou devido ao estado mental deteriorado de Sparky. Por nossa sorte durou apenas um ano, com o DAG voltando com uma mudança na formação para lançar o EP “I Wanna See You Bleed!”, pela Hell Razor Records. Tocaram no costa oeste dos EUA em 1997. Eles passaram, novamente, a se tornarem mais conhecidos pelas performances selvagens no palco, nas quais se incluía simulação de sexo com aspirador de pó. Em 99, veio mais um full lenght. “Hellucifernation” foi lançado pelo selo Crazy Love. Entretanto, uma turnê européia para o lançamento do álbum foi cancelado devido ao retorno dos problemas mentais de Sparky. Eles cogitaram em se separar, mas foi oferecido a eles o encerramento de um show em New Jersey. Então, decidiram dar uma segunda chance à Sparky. Mal chegando, Sparky já causou problemas no hotel, se transvertendo e usando drogas, e depois botando fogo numa mata cercada. Depois da checagem de som, a banda foi a um shopping, onde Sparky beliscou a bunda de uma garota, o que coincidiu com o fato de ela ter somente 16 anos. Então, ele foi preso sob a acusação de molestar uma menor de idade. Incapaz de pagar a fiança de 60 mil dólares, o resto da banda o abandonou e voltou para a Inglaterra. Depois de um mês na cadeia e uma multa de 100 dólares, Sparky retornou à Inglaterra, onde o Demented Are Go passou por inúmeras mudanças. A banda passou por um período de estabilidade, com Lex Luther se reencontrando com o grupo, junto com Criss Damage e Paul “Choppy” Lambourne no baixo acústico. Com essa formação fizeram duas turnês pelos EUA e gravaram um disco ao vivo (com Kelvin Klump substituindo Choppy no baixo), “Live At The Galaxy”, pela Crazy Love Records, junto também, com muitas participações em festivais europeus. Entretanto, no verão de 2003. Sparky foi preso diversas vezes na estrada, resultando em mais mudanças na formação. A banda continuou em turnê, incluindo uma tour japonesa bem sucedida, e outra pelos EUA liderada por Sparky e os queridinhos da cena psychobilly, Strangy (baixo acústico) e Doyle (guitarra), até setembro de 2005, e então, outra separação. Após um mês de hiato, um novo álbum, “Hellbilly Storm”, foi lançando sob um selo alemão, People Like You Records. A formação nessa gravação contava com Sparky, Strangy, Doyle, Criss Damage, Stan, Lex Luther e os convidados especiais Charlie Harper (UK Subs) e Country Woman. No começo da “2006 U.S. Tour”, Sparky foi detido novamente pelas autoridades de imigração dos EUA devido ao seu histórico criminal, e foi mandado de volta à Inglaterra, cancelando a turnê americana. Em maio do mesmo ano, um show histórico em terras brasileiras. O Demented Are Go foi o headliner do festival “Jungle Nightmare”, realizado no Hangar 110, em São Paulo. Além deles, vieram os franceses do Monster Klub, fazendo um show sensacional. Completaram o lineup as nacionais Kães Vadius, Brown Vampire Catz, Ovos Presley, Sick Sick Sinners, Voodoo Stompers, Henry Paul Trio, Scray Scums e Rising Scum. O DAG fez um show surpreendentemente insano e com certeza está na no topodos melhores shows já vistos por aqui. Sparky, pra variar, deu trabalho na cidade de São Paulo. Além de andar de skate sozinho pela cidade, interagiu com meninos de rua e deu brecha com traficantes, fazendo com que apanhasse e fosse internado. Assim como Chuck do Frantic Flintstones, adorou o país e até pretendia ficar por aqui. Sorte a nossa que voltou pro velho continente Desde então, mesmo com vários contratempos e pausas, o DAG segue com seus shows, sem previsão de um novo lançamento e a formação atual consta com Sparky nos vocais, Stan guitarra, Grischa baixo e Ant na bateria.

Recentemente Sparky gravou uma musica e um vídeo clip com a banda The Hillbilly Moon Explosion que ficou excelente.

Música: “Transvestite Blues”, 8ª faixa do álbum “In Sickness And In Heath”, lançado em 1985/86. A banda lançou até hoje cerca de 17 álbuns.

BATMOBILE - Foi ainda nos anos de colégio que os até então jovens colegas de sala Jeroen Haamers (guitarra e vocal) e Johnny Zuidhof (bateria) tiveram a idéia de montar a banda Batmobile, em 1983, completando sua formação com o baixista Eric Haamers, irmão de Jeroen, essa formação é mantida até os dias de hoje.

Na época eles eram os únicos rockers da cidade e adotaram este estilo musical, porém tocado de forma mais rápida e selvagem, configurando um estilo próprio.
No início, a banda só tocava covers das bandas que os influenciavam, Elvis, Johnny Burnette, Gene Vincent, com o tempo foram amadurecendo e escrevendo suas próprias canções. O primeiro álbum foi lançado em 1985, dando início a um reconhecimento por toda a Europa e, mais tarde, por outros continentes. O trio deu um tempo em 2001, mesmo ano em que foi lançado um tributo pela gravadora japonesa Downer Records, que contou com a participação de diversas bandas de psychobilly do mundo inteiro. Entre elas estavam Os Catalépticos, de Curitiba, que participam com a música “Gates of Heaven”. E se é para fazer mais conexões com o Brasil, é interessante citar que um de seus maiores clássicos, “Transylvanian Express” deu nome a um programa de rádio dedicado ao psychobilly. O Batmobile voltou à ativa em 2004, com shows pela Europa, Japão e Estados Unidos.

O Brasil teve sorte e graças aos esforços dos organizadores locais, a banda tocou em terras tupiniquins em fevereiro de 2006, no já mundialmente famoso Psycho Carnival.O último lançamento do grupo foi em 2008 chamado Cross Contamination, um split com o Peter Pan Speedrock, cada banda tocando 5 faixas, uma da outra.

Música: Rollin' Dynamite, 6ª faixa do álbum “Is Dynamite” lançado em 1990 (todas as 8 faixas desse álbum fazem referencia ao tema “dynamite”). Lançou até hoje cerca de 13 albuns.

GODLES WICKED CREEPS - Formado originalmente em 1991 em Aarhus (Dinamarca) por Tim Kristensen (baixo), Ian Dawn (guitarra/vocal); Martin Budde (bateria), na epoca ainda uma banda sem nome, Tim Kristensen (ou Grim Tim) era o rodie do Nekromantix e em uma conversa com Kim Nekroman começaram a brincar com a sigla GWC (a German Wrecking Crew, a crew alemã do The Meteors), no meio da brincadeira veio o nome Godless Wicked Creeps (e que nome!).

Nesse ponto a historia do Nekromantix e do GWC se cruza, Peter Sandorff e Peek saem da banda, Nekroman chama Ian Dawn e Grim Tim para se juntarem ao Nekromantix, que deixam o GWC.

A banda fica apenas com Martin, que chama Allan Grauenkær para assumir baixo e vocal, e Dax Dragster para a guitarra. O line-up não dura nem um ano, Allan sai da banda para montar um selo (O mesmo que lançou Demons Are Girls Best Friend do Nekromantix, me escapou o nome agora). Em seu lugar é chamado o talentoso Kim Kix (não confundir com o Kim do Nekromantix!) e quem assume o vocal é o guitarrista Dax Dragster.
Com essa formação consolidada gravam uma demo (On The Road Again) com 6 músicas em 1994 e enviam a algumas gravadoras. O selo alemão Crazy Love Records se interessou pela banda e propos lançar um vinil 7 polegadas split com outras 3 bandas. E em 1994 lançam o primeiro album, “Victim of Science”, que é perfeito! Musicas originais como China Chick (que virou o unico clipe da banda), a faixa titulo “Victim of Science”, o “talvez hit” do album “Wreckin at the country club”, a rapida e melodica “The Abyss” e sem esquecer a porrada “Vamps”.

As criticas ao “Victim Of Science” foram otimas, e o Godless começou a fazer tour pela europa, tocando em festivais como o Big Rumble (festival ingles de psychobilly, teve 11 edições antes de seu encerramento). Um ano após o primeiro album eles voltam para gravar seu segundo album, o lindo e perfeito “Hellcoholic”. Esse é um disco dificil de se avaliar, por ser muito bom, haha.
Vale o destaque especial “We Are Rockers”, “You Better Run” (de chorar!) e talvez o melhor instrumental que uma banda de psychobilly já fez (e duvido que farão algum melhor!) “Instrumental Disease”.

Mais tours pela europa, tocando em paises como Finlândia, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Inglaterra, Holanda, Áustria, frança e Espanha. Em 1997 lançam mais um bom album, Hystereo, bom, porem não chega aos pés do Hellcoholic. Com 3 discos nas costas e já considerados um dos maiores nomes do psychobilly vão para os EUA para uma tour, provavelmente nessa tour que começa a amizade da banda com a banda americana Barnyard Ballers (que viriam a gravar uma musica juntos no album dos Ballers “Nude Bar Blues” chamada “Terror in Tijuana”). Thomas (ou Drax Dragster) sai da banda após a tour, Kim e Martim resolvem chamar seus amigos de outros projetos para completar o time, para a guitarra é chamado Nikolaj, guitarrista da banda de garage rock de Martin, o Defectors, e o vocal fica por conta de Lars, irmão de Kim, e baterista da banda Lez Boomerang.

A banda é apresentada ao publico europeu e novamente vão para os EUA em outubro e novembro de 1998 para mais uma tour, chegando a tocar até no Canadá. O ano é 2001 e o GWC lança seu ultimo album, o punkabilly “Smile”, a mudança sonora é visivel, alguns pontos altos como “Coward With A Gun”, “Liar” e a divertida “Bad Brains” são dignas de menção! Pouco depois, talvez com a sensação de terem feito tudo que queriam com o Godless, a banda termina, seu ultimo show foi dia 20 de abril de 2002 num festival de rock belga, logo após o termino da banda seus membros começam a dar mais atenção a seus projetos paralelos e um retorno do GWC é praticamente impossivel.

Kim Kix chegou a tocar numa estranha banda chamada Siberian Mad Dogs que fundia psychobilly com musica do leste europeu, atualmente toca com o Powersolo junto com seus irmãos, e tocou no Brasil (!!!) recentemente com o Heavy Trash de Jon Spencer.
Martin, o baterista do GWC toca teclado na banda de garage rock Defectors, que estiverem no Brasil em 2004! Drax formou uma interessante banda chamada Bull’It, que teve vida curta e deixou apenas um disco gravado.

Música: “Crazy Hormones”, 3ª faixa do álbum “Victim Of Science” lançado em 1994.

NEKROMANTIX - Atualmente a banda de psychobilly mais popular nesse mundo afora. Após deixar a bateria do grupo de neo-rockabilly Taggy Tones o jovem Kim, que vinha de uma não muito boa vivência na marinha dinamarquesa como operador de rádio de um submarino, em 1989 formou, na cidade de Copenhague, o Nekromantix. Originalmente formado pelo guitarrista Paolo Molinari e o baterista Jens, que logo foram substituidos por Peter Sandorff (guitarra) e Peek (bateria). Depois de alguns shows e uma apresentação em um grande festival na Alemanha a banda assinou um contrato com o selo Tombstone Records para o lançamento do ótimo Hellbound. Besteira falar que é o melhor deles, mas mesmo assim, Brain Error, Hellstreet, Down in the Swamp, e Graveyard in Your Memory (que é cantada pelo guitarrista Peter) figuram facilmente nas melhores musicas do grupo. Tour euroupéia, e o Nekromantix começa a ganhar nome, em 1991 lançam o sensacional Curse Of The Coffin, agora pelo selo inglês Nervous Records, um dos maiores selos de “musica billy” dos anos 80, com a mesma formação e mais alguns petardos, Devil Smile, Alice in psycholand, Motorpsycho, Way Down to Hell, a baladinha Howlin At The Moon, a unica música cantada em dinamarques da história da banda Save My Grave, e Rockin Reptile marcam o play que muitos dizem ser o melhor da banda.

Em 1992 Peter e Peek deixam o Nekromantix para a entrada dos ex-Godless Wicked Creeps Iam Dawn e Grim Tim Handsome, com essa formação gravam o perfeito Brought Back To Life em 1994. Porra, esse play é demais e foi o primeiro que eu ouvi deles, acho que não tem musica que eu não goste, o vocal de Iam Dawn é quase tão legal quanto o de Peter Sandorff e junto do album veio algum reconhecimento, o album foi o primeiro de uma banda psychobilly a concorrer a um Grammy Awards, pela categoria “Melhor Disco de Heavy Metal”. Passado dois anos, Iam Dawn sai da guitarra para a entrada de Søren Munk, e mais um disco é gravado, Demons Are A Girls Best Friend… eu gosto bastante desse play, mas a influencia mais pop nas musicas é visivel, Sea Of Red, Alive, Last Night I Saved an Angel, Belzeboob, e a faixa titulo são bem legais, mas a mudança sonora é bem marcante. Um ano após o lançamento do Um ano após o lançamento album, Peter Sandorff volta para o Nekromantix, dessa vez com seu irmão na bateria, Kristian Sandorff. Alguns shows foram gravados pela Radio Nacional Dinamarquesa em comemoração aos 10 anos da banda e com essas gravações lançam o Undead’n'Live, primeiro e unico album ao vivo do grupo, já contando com Nice Day For a Ressurection, que só apareceria dois anos depois no album Return Of The Loving Dead, só que numa versão diferente, menção honrosa para Brain Dead e Howlin At The Moon que contam com saxofone nesse play, muito foda!

Em 2000 o Nekromantix faz seus primeiros shows nos EUA, tocando no NYC Psychobilly Rumble, e em mais alguns shows pela costa oeste. Depois desses shows Nekroman entrega a Tim Armstrong do Rancid, e dono da Hellcat Records, uma demo com novas musicas do Nekromantix, ai foi que foi! Nekromantix assina contrato com a Hellcat Records e lança o divisor de águas Return Of The Loving Dead em 2002, o sucesso foi tão grande que o album foi lançado até no Brasil pela Roadrunner. Mais tours pelos EUA e a gravação do clipe Gargoyles Of Copenhagen promovem o disco por todo os EUA, sucesso absoluto!

Em 2004 ainda tentando pegar o embalo do Return Of The Loving Dead, Nekroman muda para os EUA e lançam o fraquinho Dead Girls Dont Cry, já sem todo aquele impacto do disco antecessor, em abril de 2005 os irmãos Sandorff deixam a banda (Peter Sandorff mais tarde entraria para o Mad Sin), ai virou farofa, entra o guitarrista Tröy Deströy e o baterista Wasted James do Rezurex. E tambem nesse ano o Brought Back To Life é remasterizado e relançado.

Em maio de 2006 Meza sai da banda para a entrada de Andrew Martinez e em 2007 o Nekromantix lança seu ultimo album de estúdio até o presente momento, Life Is A Grave & I Dig It!, que eu não acho sensacional, mas é melhor que o Dead Girls Dont Cry, nada muito marcante, Rot In Hell é bem legal, Nekrohigh e Voodoo Shop Hop tambem são dignas de menção. Passado alguns meses Tröy Deströy deixa a banda para trabalhar em sua carreira solo, e em seu lugar entra Pete Belair do Firebird da Austrália e faz as tours de 2008 com a banda. Por motivo de distancia (Australia – EUA) Pete sai do grupo para a entrada de Franc, guitarrista do Nightbreed de Barcelona-Espanha e tambem do Ultimo Asalto, alem de ser sósia do Vlad do Sick Sick Sinners.

Andrew Martinez morre em um acidente de carro em janeiro de 2009 e em seu lugar entra a primeira mulher na história do Nekromantix, Lux. Mais algumas tours, inclusive uma com o cineasta e musico Rob Zombie marcam o ano de 2009 para o grupo.

Sem notícias mais recentes, e sem previsão de um novo album, e com a sensação de “falei demais” deixo o post por aqui, acho que todo mundo que entra aqui já conhece Nekromantix, então é só baixar rapeize.

Ah! E eu tava pensando em algumas curiosidades que eu queria inserir no meio do texto, mas não consegui, bom, vou deixar aqui pro final mesmo.

Atualizando o texto acima, em 2011 a banda lançou o álbumWhat Happens In Hell Stays In Hell”

Música: “Rot In Hell” 5ª faixa do álbum Life Is A Grave & I Dig It! Lançado em 2007

THE REVEREND HORTON HEAT - The Reverend Horton Heat é um trio de psychobilly/rockabilly formado em Dallas, Texas que usa o nome artístico de seu cantor/compositor, Jim Heath (nascido em 1959 em Corpus Christi, Texas). O grupo foi formado em 1985. Por suas turnês incessantes e um show maníaco de palco, eles se estabilizaram como uma das bandas mais populares do underground norte-americano.

Música: “FIVE-O FORD”, 4ª faixa do album “LIQUOR IN THE FRONT” lançado em 1994.

(minha banda preferida dos estados unidos (depois dos ramones))

ZOMBIE GHOST TRAIN - Zombie Ghost Train é uma banda de Psychobilly/Gothabilly, formada em Sydney, na Australia. A banda foi formada com Stu Arkoff (guitarra e vocais), T Azzy (bateria), e Captain Reckless (baixo e backing vocals). Em 2007, Azzy T saiu para perseguir outros empreendimentos musicais e foi substituído por JM. A banda lançou dois álbuns, Glad Rags & Body Bags e Dealing the Death Card, e o EP Monster Formal Wear.
A banda excursionou pela Austrália, Europa e Estados Unidos. Os membros da banda, no palco vestem-se como zumbis topetudos.

Música: “R.I.P” do album “Glad Rags & Body Bags” lançado em 2006.

CELTIX - Muito se fala do psychobilly dos anos 80, O que muita gente esquece é que existiram otimas bandas de psychobilly na decada de 90, mas o povo está tão interessado em curtir um som mais “raiz” e ser true no psychobilly que se esquece totalmente delas. Há quem diga até mesmo que o psychobilly só ganhou identidade apartir dessas bandas dos anos 90, antes muito vinculado ao rockabilly só começou a se desvincular mais de suas raizes com a chegada de bandas com influencias mais variadas (mais punk, metal, ska…). O que bandas como Klingonz, Quakes e Skitzo começaram a fazer acelerando ainda mais aquele rockabilly frenetico que era o psychobilly deu uma serie de bons (ou as vezes não tão bons) frutos.

Uma dessas bandas foi o Nekromantix, uma proposta totalmente nova de psychobilly, mais rapido, vocais alternados, riffs de guitarra criativos, e o baixo rapidissimo, praticamente uma avalanche sonora.

Fizeram sua escola, na cola deles vieram bandas como Godless Wicked Creeps, Flatliners, Tiger Army e a esquecida por 11 em cada 10 psychos, CELTIX. Vindos da França é mais uma das bandas psycho com apenas um play lançado, e pouquissimas informações.

O “So Nice To Be Wicked” é um play bem interessante, lançado no começo dos anos 90 (ou final dos 80?) pelo selo alemão Crazy Love Records, a gravação não é das melhores, mas se voce esta procurando curiosidades do estilo vale a pena dar uma escutada nos ditos Nekromantix franceses!! Recomendo musicas como “The Devil on My Back” que tem vocais alternados a lá Nekromantix, “Eternal Life”, “Listen to Me” que tem um riff bem metal melodico haha, e o hit com certeza é a “Ugly as his Hell”.

O que estraga um pouco o disco são as introduções das musicas, grandes demais, todo mundo que conheço acaba pulando elas. Ainda assim sugiro para o “viciados-em-slap”, o baixo é realmente muito rápido!

A unica informação atual é que a banda se separou no meio dos anos 90, e seu baixista (Matt) formou uma banda de “slap-punk” ou punkabilly chamada G-String (não confundir com a banda punk Gee Strings!) que teve vida curta e acabou em 2007.

Música: “Vade Retro” do único AlbumSo Nice To Be Wicked” lançado em 1989.

EVIL DEVIL - Evil Devil foi formada em março de 2001 na Itália. Depois de um tempo tocando, os caras decidiram produzir um CD com as músicas que eles escreveram, desde esse momento, e apenas por diversão, a banda mandou o CD para o selo alemão Crazy Love "Records", provavelmente o mais importante Selo na cena psycho. Apenas dois dias depois, o rótulo recebido o CD, e eles responderam que queriam voltar a produzir a banda! Isso aconteceu porque o CD teve uma interessante mistura de som antigo e novo Psychobilly e que era algo novo para a cena naquele momento. Entretanto, o novo membro Teo (ex-guitarrista com a Mad Bats Stompin ') se juntou à banda como guitarrista de ter um som mais poderoso em shows ao vivo, então a banda começou a organizar o "Scream Diabo Tour 2002" que levou estes louco italianos a tocar na Itália, Espanha (Calella Reunião Psicose) e também várias vezes na Alemanha (Markrevitz e satânico Stom).
Depois da turnê, que terminou no final de outubro, seguiu um longo período de prática para escrever as novas músicas, havia uma atmosfera muito emocionante entre os membros, e em um tempo muito curto, eles escreveram e gravaram seu segundo CD: "
Breakfast at the Psychohouse "

(traduzido com o tradutor da google heheheh e alguns retoques)

Música: “Back in the Far West”, 7ª Faixa do Album “Drink To Kill My Pain” lançado em 2006, a banda já produziu 4 álbuns.

Fonte: www.bastardsongs.blogspot.com.

por Wagner Billy

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Jello Biafra and the Guantánamo School of medicine - Dot com Monte Carlo

Elastica - Connection
The Smashing Pumpkins - Cherub rock
The Jesus and Mary Chain - The living end (demo)
Gallon Drunk - one more time

The Small Faces - If I Where a carpenter
The Who - Mike Post theme
Keith Moon - Solid gold
Secret Affair - Glory Boys
The Jam - A town called malice

The Killing Joke - Pole shift

The Roughnecks - Dope rider
Demented Are Go - Tranvestite blues
Batmobile - Rolling Dinamite
Godless Wicked Creeps - Craze Harmones
Nekromantix - Rot in Hell
Rev. Horton Heat - Five-O-Ford
Zombie Ghost Train - R.I.P.
Celtix - Vade Retro
Evil Devil - Back in the far west
>>> por
Wagner Billy

"paebiru", de Zé Ramalho e Lula Côrtes:

# Harpa dos ares
# Nas paredes da pedra encantada
# Trilha de Sumé
# Culto à terra
# Bailado das Muscarias

Bandas de rock: pequeno manual de integridade e decência

1) Conheça o seu guitarrista em uma loja de discos. Nada de salas de bate-papo da web ou programas de televisão;

2) Diga para esse guitarrista nunca tocar duas notas antes de saber tocar uma nota. E nunca tocar uma nota sem um bom motivo. Se ele identificar o que você disse como uma frase do Colin Newman, líder do Wire, forme a banda imediatamente;

3) Evite covers no primeiro ensaio. Você pode sofrer a maldição do Capital Inicial e os teus maiores hits serão dos outros;

4) Demore quase uma década para compor sua primeira canção de amor. Antes de começar, você pode acabar como o Aerosmith;

5) Todas as músicas serão assinadas com o nome da banda. Sentimento de gangue é importante;

6) Depois que o seu primeiro disco sair de forma independente, negue a proposta de uma grande gravadora;

7) Permaneça independente por mais quatro discos, os executivos vão se babar de raiva e, quando você finalmente ceder, terá o maior contrato que a indústria já viu, sem perder o controle artístico;

8) Nunca se influencie por modas. Quando o grunge estiver no auge, por exemplo, lance um disco com arranjos orquestrados;

9) Se o baterista deixar a banda, nada de contratar outro e fingir que o anterior nunca existiu. Dê uma entrevista ao lado dele para explicar a saída e não ponha ninguém no seu lugar. Mutação tem limite até para uma banda chamada Mutantes;

10) Quando lançar um disco ruim, acabe com a banda. Mas antes grave um disco, aliás, dois – e bons – só para terminar por cima. Aí , sem briga ou alarde, todos anunciarão juntos: acabou.

O manual acima, apesar de perfeito, não é um manual. É a história do R.E.M. cuspida e escarrada. Ou melhor, esculpida em carrara: Michael Stipe conheceu Peter Buck em uma loja de discos. Ao fim do segundo ensaio, já tinham três músicas próprias. A primeira balada romântica é “The One I Love”. A banda demorou cinco discos para assinar um contrato, literalmente inventando o hoje famigerado conceito de banda indie. Ironicamente, a banda mais íntegra do mundo se desintegrou durante o Rock in Rio. Foi o último exemplo da carreira exemplar do R.E.M.

Fonte: Rolling Stone Brasil

por Miguel Sokol

# 219 - 24/03/2012

Dei a partida para mais uma edição do programa de rock, sábado passado, com uma pequena homenagem a duas garotas bonitas e talentosas que nos deixaram prematuramente recentemente: a primeira, que dispensa apresentações, é Amy Winehouse, com uma música extraída de um EP de covers de ska que ela gravou há algum tempo. A segunda, Poly Styrene, com a faixa-título do primeiro disco de sua seminal banda punk X-Ray Spex. Na sequencia, thrash metal, com os canadenses alucinados do Voi Vod, numa faixa de seu segundo disco, Rrröööaaarrr; Violator, de Brasília, banda que lidera, no Brasil e na america do sul, o revival do thrash oitentista desencadeado em todo o mundo, principalmente, pelos norte-americanos do Municipal Wate, do qual extraímos uma faixa de seu último e excelente petardo, "The Fatal Feast". Completando a desgraça, Brujeria, do Mexico, e os ingleses do Bolt Thrower, legendária formação death metal egressa dos anos 80 no cast da igualmente legendária gravadora Earache.

Abrindo a segunda parte do programa, rock sergipano: Aldemir Tacer, ex-baterista do lacertae, com uma faixa de um disco-tributo a Silvio Romero que ele lançou, Casca Grossa e Tempestuous - esta última uma curiosa incursão de Silvio da Karne Krua pelas searas do Heavy Metal cantado em português. Tivemos também uma faixa extraída do Bootleg da Toddy´s Trouble Band lançado pelo nosso camarada Wagner Billy em seu blog. Trata-se de uma apresentação Ao Vivo nos estúdios da Aperipê FM durante o programa Encruzilhada, comandado pela nossa queridíssima Isabela Raposo (ver link na coluna ao lado).

Fechamos com um tributo aos Pixies, uma versão demo de "In the Flesh", música que abre o clássico álbum "The Wall", do Pink Foyd - e que Roger Waters está executando na íntegra no Brasil, este mês - e a faixa de abertura do disco do Som Invisível, banda sergipana de pop e rock progressivo que se apresenta hoje no recém reformado Teatro Atheneu.

See you later, alligators.

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Amy Winehouse - Hey little rich girl
X-Ray Spex - Germ Free Adolescent

Voi Vod - Fuck off and die
Violator - Artillery attack
Municipal Waste - Standards and practices
Brujeria - Sacrifício
Bolt Thrower - War Master

Aldemir Tacer - O jenipapo
Casca Grossa - Força punk
Tempestuous - Noite da ceifadora

Danzig - Mother
The Clash - Remote control
The Stooges - Down on the street
The Cramps - Garbageman

Toddys Trouble Band - Bicho de 7 cabêças/I will survive

Sick Sick Sinners - Hospital Hell
Brian Setzer - Red Hot
The Trashmen - king of the surf

Nada Surf - Where´s my mind
Reel Big Fish - Gigantic
Samiam - Here comes your man
Weezer - Velouria

The Flaming Lips - yeah yeah yeah song
Arnaldo Baptista - uma pessoa só

Pink Floyd - In the flesh (Band demo)
O Som Invisível - Mundo invisível

sexta-feira, 30 de março de 2012

Um lugar do caralho ...

“Cidadão do mundo” é um espaço “underground” pequeno e simples porém aconchegante, limpo e, ouso dizer, bem decorado! Não que eu seja nenhum expert no assunto, mas gostei muito das chapas de madeira que ornamentam o palco e a parede ao lado deste – chapas que, me falou meu camarada Marlio, que é músico, servem também para melhorar a acústica do recinto.

Por uma dessas coincidências cabalísticas do destino, o “Cidadão do Mundo” fica em São Caetano, cidade para a qual eu já iria me dirigir, de qualquer jeito, para visitar meu já citado amigo Marlio, ex-baixista da Karne Krua e da Câmbio Negro HC, que mora lá. Para deixar a mão ainda mais na roda, fica pertinho da casa dele – mas perto mesmo, tipo, desci da Estação de trem, andei uma quadra, bati um rango massa que incluiu o bom e velho cuscus com leite (valeu Tânia!) na casa de Marlio, voltei mais umas duas quadras e voilá – estávamos lá.

Fomos lá para ver, basicamente, duas bandas: No Sense e Lobotomia. A segunda dispensa apresentações, é uma daquelas lendas vivas do Hardcore/crossover nacional. Já o No Sense é menos conhecido, embora não menos importante: trata-se de uma das primeiras bandas de grindcore do Brasil. Foi formada em Santos em 1990 – tecnicamente, portanto, ainda na década de 80! Eu sou fã desde mais ou menos aquela época, quando ouvi a primeira fita demo, “Confused mind”, podríssima, e, posteriormente, o primeiro disco deles - e também o primeiro disco de grindcore lançado por uma banda brasileira - um compacto chamado “out of reality” que trazia na capa um desenho de HR Giger – este já com uma gravação bem melhor. Devo dizer que o que primeiro chamava 3a atenção na banda era o fato de contarem com uma garotinha de apenas 13 anos (!!!) no vocal, mas se fosse apenas isso, teria sido apenas isso. Além disso, a banda era supercriativa e, mesmo fugindo da mediocridade e dos clichês tão comuns ao gênero, conseguia fazer um barulho desgraçado! Se duvida, ouça o primeiro LP deles, “Cerebral Cacophony” (Baixe aqui), lançado em 1992 em vinil pela Cogumelo Records. Ou o mais novo EP, “obey”, que vem com o “out of reality” de bonus. Ouça aqui.

Apesar disso, e de ter mantido por muito tempo correspondência com Ângelo, então guitarrista, e Marly, a vocalista, além de tê-los conhecido pessoalmente e, inclusive, ter ido a um ensaio deles em Santos em janeiro de 1993 (no mesmo dia em que o Nirvana tocou em São Paulo), nunca havia visto um show do No Sense ao vivo. E pensei que nunca veria. Mas eis que me deparo por um acaso, na internet, com o anuncio de um “grito rock” no ABC em que eles iriam se apresentar e me dou conta de que estaria em São Paulo na época, para ver o show do Morrissey e para pegar minha mãe, que estava por lá fazendo um tratamento de saúde. Estava, portanto, fácil pra mim ir, e nas mais que perfeitas condições já especificadas acima. O mundo, realmente, dá voltas, e quem é vivo um dia aparece.

Apareci por lá com Marlio uma hora e meia depois do horário marcado com medo de ter perdido o show que mais queria ver, mas nos deparamos com o espaço praticamente vazio – nenhuma banda havia, ainda, se apresentado. E seriam várias. Ok, tranqüilo: nos sentamos e continuamos a colocar a conversa em dia. O tempo vai passando e as criaturas começam a aparecer, dentre elas, eles: os longos cabelos loiros de Marly e as barbas grisalhas de Morto e Paulão se destacavam na escuridão da noite. Muito bom revê-los depois de quase 20 anos, amigos queridos, e constatar que continuam as mesmas ótimas pessoas de sempre.

Não poderei relatar em detalhes o que aconteceu logo a seguir justamente porque estava aproveitando aquele raro momento para conversar com o pessoal, mas vi alguns trechos de alguns shows, dentre eles o primeiro, de uma banda de Hardcore de Santos que conta com membros do no Sense na formação, e o do Zefirina Bomba, da Paraíba, que tem as manhas de tirar uma distorção irada de um violão. De fora, ouvi também ecos de algo que parecia com planet Hemp (perdidos no tempo, os caras) e uma outra banda que, ao que parece, cantava em espanhol. Lá fora, conheci uma figura: Fralda, ex-Ratos de Porão e Forgotten Boys. O cara tá com um visual cabuloso, total stoner rock podrão, cabeludo e barbudo, e é muito gente fina. Ele toca no Lobotomia e nos falou que iríamos nos surpreender com o novo guitarrista deles, um moleque novinho, de 15, 16 anos, que precisava inclusive de autorização dos pais para viajar, mas que tocava pra caralho. Era esperar para ver.

Na espera tivemos, finalmente, o No Sense, que foi a penúltima banda a se apresentar, já com a madrugada avançada. Foi um show curto (pensei que fosse o normal deles, mas Marly me falou depois que tiveram que limar metade do set atendendo a pedidos da organização) porém avassalador, com musicas de no máximo, 2, 3 minutos, tocadas com precisão, peso e velocidade. Mesclaram sons novos com algumas já velhas conhecidas da galera “de meia idade” presente e contaram com a participação especial, numa delas, de Luiz Carlos Louzada, vocalista do Vulcano. Foi ótimo: a banda está muito bem entrosada, tocam pra cacete e Marly tem um vocal perfeito para o estilo, além de entregar uma perfomance animalesca. A galega, como falamos por aqui no nordeste, se vira numa besta-fera quando sobe ao palco! Antológico. Tou mentindo, Marlio Oliveira ? Comenta aí, porra!

Destaque também para os afiados, hilários e desbocados diálogos entre Marly Cardoso e Barbara Cristine Chiariello no meio do show – aí só estando lá mesmo pra ver e ouvir. Muito engraçado.

Depois da queda o coice, já diziam os Paralamas do Sucesso (quem?). O show do Lobotomia foi absolutamente matador e nos surpreendeu, já que, confesso, não estávamos botando muita fé numa banda tão descaracterizada – o baterista Paulo "Grego" era o único egresso da formação original (não por acaso era também o único que ostentava uma cabeleira grisalha). E que baterista! Batida vigorosa e precisa, especialmente nos ataques de pratos, muito bem usados. O vocalista, também novo, segurou bem a onda. Fralda tem uma presença de palco muito boa, é um rocker, totalmente old school, e o guitarrista, puta que pariu! Sensacional! Simplesmente detonou, mandando altos riffs e solos matadores, com um estilo, tanto visual quanto musical, totalmente metal. Muito bom. Um dos melhores shows de Hard Core que vi em muito tempo – e olha que até que tenho visto bons shows de Hard core ultimamente ...

Voltamos pra casa com o dia amanhecendo e aquela sensação de satisfação que só uma boa noite de rock e diversão pode proporcionar. Na manhã seguinte, segui meu rumo, já que precisava descansar para o que viria à noite – leia sobre aqui.

São Paulo é foda: vi Morrissey, No Sense e Lobotomia, mas perdi Sisters of Mercy, que estava na cidade e iria se apresentar naquela mesma noite no Via Funchal (não fui porque não tenho uma plantação de dinheiro no quintal de casa), e o Ugra Zine Fest, evento no qual foi lançada a segunda parte do documentário “Fanzineiros do século passado”, do meu camarada Márcio Sno, e no qual também esteve presente outro amigo de correspondencia de longa data, o cyberpunk gaúcho Law Tissot, além de várias outras figuras antológicas do meio alternativo nacional como Marcelo Viegas e Flavio Grão. Perdi também, e isso só é perdoável porque eu não poderia me dividir em vários como o Multi-homem, dos Impossíveis, um show da lendária banda brasiliense Death Slam, do meu camarada Fellipe CDC, que estava se apresentando em São Paulo na época. Tudo isso no mesmo dia, na mesma noite. Na noite seguinte eu poderia ter ido depois do show de Morrissey com outro amigo, Andye Iore, de Maringá, Paraná, a um show de monobandas que haveria na Augusta, onde eu estava hospedado, mas cadê a coragem? Preferi bater uma pizza com os camaradas Viegas e Grão e depois se jogar nos braços de Morfeus (ui, poético). São Paulo é realmente foda – possui um incrível efeito aglutinador (todo mundo, uma hora ou outra, passa por lá) e é quase sempre tudo ao mesmo tempo agora, e pra já. Eu sei, a vida é feita de escolhas, mas assim fica difícil ...

Fora este lado “alternativo” da empreitada, teve a viagem em si que, por si só, já é bem legal. Fui com a patroinha e ela não perdeu tempo: chegamos na sexta, dia 09 de março, por volta das 3 da tarde, deixamos a mala no hotel “5 cruzes” no qual costumo me hospedar (ela merecia algo melhor, mas teve que compreender, Morrissey nos quebrou – e o hotel era simples porém decente, no final das contas), batemos um rango e já estávamos no metrô, a caminho do Mercado Municipal, que ela queria conhecer e eu nunca havia visitado. No caminho, passamos pela 25 de março e foi uma loucura: a baixinha ficou louca com a quantidade de bijouterias à venda por preços pra lá de camaradas. Algumas bem bonitas, como um bracelete que ela comprou, mas ficar de “role” por lojas de bugingangas da 25 não é exatamente o MEU tipo de programa, então fomos ao mercado com a promessa de voltarmos lá depois com mais tempo (acabamos não voltando, porque o dinheiro tinha acabado e o cansaço tomado conta).

É muito bonito, o Mercado Municipal de São Paulo. Altas frutas exóticas, como os gigantescos morangos americanos que um feirante esperto convenceu minha senhorinha a comprar por absurdos 25 reais (depois, no hotel, quando fomos comê-los, ficamos um pouco menos arrependidos da compra, pois eram realmente enormes e deliciosos), e o famoso sanduíche de mortadela, supostamente o mais famoso da cidade. Comi. É bom, mas é grande demais! E enjoado. Muito gorduroso. Ficou a desejar ...

De lá seguimos para a galeria do rock, que continua basicamente a mesma: A Baratos Afins continua por lá, com Calanca atrás do balcão, o que significa que tudo está no seu lugar, graças a Deus. Aproveitamos para dar um pulo na galeria ao lado, que não sei hoje, mas antes chamavam de “galeria indie”, muito provavelmente por causa de lojas como a London Calling, e nela encontramos uma simpática lojinha gótica com seu proprietário igualmente simpático que nos deu várias dicas do que fazer – dicas que não seguimos por pura falta de tempo. E de dinheiro, evidentemente.

Visitei também, desta vez sozinho, a Galeria Nova Barão, que reúne, principalmente, lojas especializadas no bom e velho vinil. É de babar! Poderia ficar horas ali só olhando aqueles bolachões lindos e suas capas e encartes grandes e maravilhosos, mas como estava sem grana (oh! Céus! De novo?), era “olhar com os olhos e lamber com a testa”, portanto nem me demorei tanto ...

De lá, no caminho para a Estação Sé do metrô, passamos pelo Centro Cultural Banco do Brasil, onde estava havendo uma exposição bacana sobre a Índia. Mas bacana mesmo foi outra que vi, no MASP, sobre a Roma antiga: Belíssimos objetos, a maioria esculpido em mármore branco, vindos diretamente dos melhores museus da Itália. Era impressionante, dava vontade de tocar em tudo, tocar a história da humanidade em si, ou, pelo menos, uma parte muito importante dela. Destaque para alguns altares sacrificiais ricamente ornamentados, para um busto gigante de Julio Cesar, Uma estátua de Júpiter e outra de Calígula em tamanho real e alguns adereços usados pelos gladiadores, além de toda uma parede pintada em afresco retirada da cidade de Pompéia, aquela que foi destruída pela erupção do vulcão Vesúvio.

Também lá, no MASP, pude ver, Ao Vivo e a cores, um quadro de um de meus artistas plásticos favoritos: “As tentações de Santo Antão”, de Hieronymus Bosch. Sensacional. Haviam também vários outros de pintores igualmente famosos, como um esboço de Salvador Dali – mas nada de muito célebre, apenas “lados B”, como bem definiu Viegas, que me acompanhou na visita.

Que mais? A Livraria Cultura e sua impressionante seção de quadrinhos, que no entanto é menor que a seção de quadrinhos da Martins Fontes. Que, por sua vez, perde para a mesma seção da Fnac – todas na Paulista. É muita tentação consumista numa cidade só ...

A lamentar ainda, no quesito “poderia ter visto mas não deu”, uma Mostra de trabalhos de Angeli que estava em montagem no Instituto Itaú Cultural. Também na paulista. Como deu pra notar, praticamente nem saí daquela região, e mesmo assim não consegui dar conta do que havia por lá.

São Paulo é foda. Um lugar do caralho.

Por Adelvan

quinta-feira, 29 de março de 2012

Mick Wall, uma entrevista

Qualquer um que acompanhou heavy metal nos anos 80 sabe quem é Mick Wall. Suas matérias na revista “Kerrang!” ajudaram a popularizar bandas como Metallica, Guns, Maiden, Slayer, e muitas outras.

Wall também é autor de vários ótimos livros sobre os bastidores do rock, incluindo biografias barra-pesada de Ozzy Osbourne, Led Zeppelin e Guns’n’Roses. Este livro, aliás, irritou tanto Axl Rose que ele literalmente chamou Wall para a briga, na letra de “Get in the Ring”, do disco “Use Your Illusion 2”.

Wall acaba de lançar “Metallica – A Biografia”, sobre a história da banda californiana que saiu do gueto thrash metal para se tornar uma das potências do rock. Conversei* por telefone com Wall sobre sua carreira, suas brigas, e seu novo livro. Aí vai a íntegra do papo:

- Os integrantes do Metallica leram o livro?

-Antes de começar a escrever o livro, eu os procurei e perguntei se eles queriam estar envolvidos. Minha única condição é de que eu não daria a eles nenhum controle sobre o texto final. Como sempre, as reações foram muito diferentes. Lars concordou, mas James, não. Depois que o livro saiu, Lars me ligou e disse que tinha comprado o livro e gostado. Já James, com quem eu tinha uma entrevista marcada para uma revista, pediu para ser entrevistado por outro jornalista.

- Essas diferenças de personalidade entre Lars e James são muito marcantes, não?

- Sem dúvida. São pessoas completamente diferentes, preto e branco, yin e yang. Mas, de uma forma miraculosa, eles se encaixam. James é alto, um típico americano, sem uma escolaridade muito boa, e vem de uma família problemática. Já Lars é baixinho, vem de uma família européia, culta, filho de um homem jogador de tênis, jazzista e cineasta. James tem uma obsessão em controlar tudo. Lars é mais aberto.

- Foi Lars que sugeriu à banda dar uma guinada mais comercial em seu som, contratando um produtor acostumado a discos pop, como Bob Rock, para o “Black Album”?

- Foi. Mas James concordou com tudo. Sabe, James adora que achem que ele é rebelde e alternativo, mas ninguém o forçou a cortar o cabelo e mudar o visual da banda, e ninguém o forçou a gravar música mais comercial para fugir do gueto do heavy metal. Uma coisa que as pessoas precisam entender é que o Metallica sempre quis o sucesso, eles sempre sonharam em andar de limusine. Dá para perceber isso já no segundo disco, quando gravaram “Fade to Black”, uma balada acústica.

- É impressionante como o Metallica, uma banda que surgiu como uma força radical e alternativa, conseguiu atrair fãs que não eram fãs de metal.

- Também acho. Mas isso acontece com muitos artistas. Vá no Youtube e veja um clipe dos primórdios de Alice Cooper, por exemplo: era a coisa mais estranha e alucinada que existia. Dez anos depois, Alice estava nos “Muppets” e jantando com Groucho Marx. O Metallica sempre soube que não queria ser um Iron Maiden, tocando para um só tipo de público.

- Não é estranho para uma banda tão controladora ter permitido um filme revelador como “Some Kind of Monster”, que revela brigas e loucuras por trás da banda?

- Não, porque eles tiveram total controle sobre aquele filme. E você precisa lembrar que, na época, “The Osbornes” estava fazendo grande sucesso, então foi um passo lógico para o Metallica também entrar na onda da “reality TV”. Lars e James são muito espertos, não fazem nada sem pesar as conseqüências. O pior daquele filme foi dar a impressão de que todo mundo gostou do disco “St. Anger”, quando, na verdade, a única pessoa que falou bem dele fui eu. Todo mundo odiou.

- Você começou trabalhando em revistas de música alternativa, depois trabalhou em gravadoras, com bandas grandes, e posteriormente voltou ao jornalismo. Essa experiência de trabalhar “do outro lado”, com selos e bandas, mudou sua perspectiva sobre o mercado da música?

- Mudou completamente. Trabalhei com bandas grandes, como Thin Lizzy, Dire Straits e Black Sabbath, e isso me abriu os olhos para um fato que a maioria dos fãs não percebe: artistas são os maiores filhos da puta que existem. Eles cometem tantos – às vezes mais – erros que qualquer um de nós. São pessoas inseguras, que têm poucas chances de se dar bem na vida, e tentam agarrá-las de qualquer maneira.

- E isso mudou sua perspectiva sobre o jornalismo musical também?

- Sem dúvida. Descobri uma coisa: as pessoas que levam mais a sério o que os críticos escrevem são os próprios artistas. Cansei de ver astros do rock reclamando, como meninas adolescentes: “Mas você escreveu que era terça-feira, e ERA QUARTA! VOCÊ TEM DE CORRIGIR ISSO!” Nos anos 80, eu não podia escrever que artistas tomavam drogas ou que fodiam “groupies”, ou eles nunca mais falariam comigo. Lembre-se, era uma época em que gravadoras tinham dinheiro, repórteres viajavam semanas com bandas, havia um relacionamento muito próximo. Então, eu dava indiretas, escrevia sobre bebedeiras, e eles não pareciam se importar tanto.

- Mas depois você fez livros muito reveladores sobre Led Zeppelin, Axl Rose e Metallica…

- Sim. Chegou uma hora em que eu disse “foda-se”, já não me importava mais se os artistas iriam gostar ou não do que escrevi. Em meus livros eu conto tudo, porque não corro mais o risco de ser boicotado, como na época em que escrevia para revistas.

- E a reação dos artistas?

- Não gostam, claro. Mas não estou nem aí. Acho ridículo que esses caras queiram aparecem como pessoas perfeitas, sem defeito. Isso não existe no rock. Todo gênio do rock foi um filho da puta. John Lennon, Bob Dylan, Jagger, Richards: gênios absolutos, mas seres humanos cheios de problemas e conflitos. A vida é assim. Você já leu esse livro novo sobre o Dave Grohl? (“This is a Call”, de Paul Brannigan).

- Não. Por quê? É bom?

- É uma merda. O título tinha de ser: “Dave Grohl – Que Cara Bacana”. São páginas e páginas puxando o saco do cara, dizendo como ele é legal, como é simpático. Quem quer ler uma merda dessas?

- Você está trabalhando em uma biografia do AC/DC?

- Sim, vai se chamar “Hell Ain’t a Bad Place to Be”. Vou contar a vida desses três irmãos – Angus, Malcolm e George Young, três gênios em seus respectivos trabalhos, e também três dos seres mais durões, filhos da puta e obcecados que já existiram, e que tranhttp://www.blogger.com/img/blank.gifsformaram o AC/DC, com sangue e suor, nesse monstro que é hoje.

- Nâo posso terminar sem te perguntar como é ser xingado por Axl Rose numa letra?

- (Rindo) Não foi a primeira vez que isso me aconteceu. Em 1979, Gary Numan lançou uma faixa “Replicas”. Eu tinha feito uma crítica ruim de um show dele, e ele fez uma letra assim: “E eu me virei para o público, e perguntei: ‘Vocês conhecem o Sr. Wall?’ E todos eles viraram as costas”. Mas ser xingado por Axl foi um dos grandes momentos da minha vida. Eu estava conversando com Sharon Osborne (mulher de Ozzy) outro dia, e ela me disse: “Como é estúpido o Axl! Ele te xingou num álbum que vendeu 20 milhões de cópias! Ele te transformou num astro!”

por *André Barcinski

no Blog

sábado, 24 de março de 2012

Bob Gruen, uma entrevista

De Elvis a Radiohead, as seis décadas que englobam a história do rock são o tema abrangente da mostra Let’s Rock, a estrear, na Oca do Parque Ibirapuera, no dia 4 de abril. Trata-se de uma prolífica coleção de fotos, áudio, sessões interativas e memorabilia com foco nos deuses do gênero.

Entre os destaques, estão as fotos do mítico Bob Gruen, fotógrafo pessoal de John Lennon, New York Dolls e Tina Turner, entre outros. Bob vem ao Brasil para a abertura desta maior mostra do gênero na América Latina para falar sobre suas fotos. Ele atendeu o Estado de Nova York para uma conversa por telefone sobre carreira e algumas de suas fotos mais famosas.

O seu currículo, de Lennon a Zeppelin e Sex Pistols é lendário. Como começou a tirar fotos?

As pessoas me perguntam sobre qual era o meu plano de carreira e tal. Eu não tinha um plano de carreira. Aprendi a fotografar cedo, com a minha mãe. Ganhei a minha primeira câmera aos 8. Naturalmente, fotografei a minha família. Um bom tempo depois, quando já havia terminado o colegial, morei com uma banda de rock.

A expressão nos anos 60 era ‘turn on tune in, drop out (se ligue, se ‘antene’ e deixe rolar, em tradução livre da frase cunhada pelo guru psicodélico Timothy Leary). Eu fiz exatamente isso, mas sem saber que estava me ‘antenando’ na minha própria carreira, porque viver com uma banda de rock e tirar fotos era o meu hobby. A banda então conseguiu um contrato com uma gravadora, os empresários gostaram das minhas fotos e me contrataram para outros trabalhos. E toda vez que fazia fotos conhecia mais gente. É foi assim desde então.

E como foi a transição do seu hobby para o trabalho com as grandes bandas?

Minha primeira credencial foi no Newport Folk Festival, de 1963, aquele em que o Dylan começou a tocar guitarra e foi vaiado. Mas eu não estava lá para fotografar só o Dylan. A primeira banda grande com que eu trabalhei foi a de Ike e Tina Turner. No fim de um show deles, havia um momento em que Tina dançava sob uma luz estroboscópica. Eu pensei em prolongar a abertura da minha câmera para conseguir uns três ou quatro flashes de Tina em uma foto só.

Gostei do resultado, pois capturava a energia de Tina. Alguns dias depois, um amigo me levou a outro show da dupla e, quando Ike passou por nós, meu amigo me empurrou na frente dele e disse “mostre as fotos”. Ike gostou, me levou para o camarim, me apresentou a Tina e um ano depois eu fazia a minha primeira capa de disco, para um álbum deles. A partir daí as coisas engrenaram.

E quão diferente é a fotografia de rock da fotografia de celebridades?

Os paparazzi têm que ir atrás de alguém na rua, que geralmente não quer ser fotografado. No rock, em primeiro lugar, há um show, com todos os aspectos teatrais envolvidos nisso. E não é algo que qualquer pessoa possa fazer, porque você tem que saber lidar com os artistas que fotografa. Isso não é necessário em fotografia de celebridades. Mas eu sempre tive amizade com músicos e artistas em geral. Desde o colégio. E quando você trabalha com pessoas com quem você tem uma relação menos profissional, você tem mais tempo, tira mais fotos e elas saem melhores.

É mais difícil fotografar bandas hoje?

Conseguir acesso às bandas é muito mais difícil do que já era nos anos 60 e 70. As bandas hoje em dia tentam controlar mais a própria imagem. Também há muito mais competição. Antigamente, era preciso saber tudo sobre foco e luz, sobre como revelar e lavar uma foto. Era um processo extremamente complicado, e muita gente não queria fazer isso. Hoje, é tudo bem mais fácil. Eu não sei como faria se estivesse começando hoje. Acho que seria um taxista.

Com quem você trabalha hoje em dia?

Eu gosto do Green Day. Estava no South By Southwest e passei um tempo com o cantor Alejandro Escovedo. Tenho outros amigos ainda. Mas, tratando-se de nomes grandes, gosto de passar tempo com o Green Day. Eles são a melhor e mais engraçada banda de rock de hoje em dia.

E os New York Dolls? Como os conheceu?

Foi engraçado. Na época, estava trabalhando com o John Lennon, e a banda que abria para ele e a Yoko, a Elephant Memory, era gerenciada pelas mesmas pessoas que gerenciavam os Dolls. Eles estavam no começo ainda. Acabei indo a um show deles e gostei muito. Eles tinham uma atitude muito rock and roll. Era uma coisa viril, bem na sua cara. Eles eram os caras mais descolados possíveis. Gostei deles, eles gostaram de mim e acabei ficando por ali. Fiz várias capas de discos deles. Eu sempre fui atrás das bandas que gostava, sempre fui amigo das bandas. O pessoal do Dolls ou do Clash é como minha família.

Qual a história daquela icônica foto de Lennon com a camisa New York City?

Ele estava gravando. Pediu para que eu fosse até o apartamento dele porque não tinha tempo para ir ao estúdio. A ideia era que faríamos uma série de close-ups para a capa de um disco. Então fomos para a cobertura do prédio e tiramos fotos com expressões diferentes. Então me lembrei que tinha dado uma daquelas camisetas de New York City para ele um ano antes. Eu tinha umas seis e as usava todos os dias. Ele a vestiu e caiu bem com o horizonte de arranha-céus.

por Roberto Nascimento

Combate rock

"Em outras", o vídeo clip

Durante várias passagens da banda The Baggios por São Paulo (entre 2010 e 2011), Rafael Marcelino (ex-membro da Plástico Lunar, diretor dos clipes “Alcoholic Dreams” do Bicicletas de Atalaia e de “Pegando Punga” dos Baggios) colheu imagens do processo de gravação do disco, parte do show no lendário Centro Cultural de São Paulo, além de belas imagens durante alguns passeios pela Avenida Paulista, Parque Ibirapuera e Rua Augusta. Com esse material ele produziu uma espécie de “Road Movie” da música “Em Outras”, que em 2010 ganhou o Prêmio Aperipê de Música e em 2011 o Prêmio Nacional da ARPUB (Associação Nacional das Rádio Públicas). O clipe será lançado hoje, dia 24 de Março, em Aracaju, no Tio Maneco Botequices.

No lançamento a The Baggios convidará a cantora paulista Andréia Dias (que vem para Sergipe gravar com o duo uma música para seu disco), Melciades Filho ( Guitarrista da Máquina Blues), Fabio Snoozer (Baixista e Compositor da Snooze) e Igor Cortês ( que já tocou com importantes bandas do estado como Maria Scombona, Urublues e Casa do Zé). Será uma grande Jam de Rock, Blues e Folk.

Segunda-feria, Dia 26, o clipe estréia na MTV às 9h da manhã no programa “Faixa Na Brasa".

Os Baggios aproveitarão a noite de hoje, também, para homenagear o cara que deu nome à banda, José Sinval, conhecido como Baggio, falecido recentemente. Não o conheci pessoalmente, mas saúdo a sua memória sempre que ouço uma música da banda de Julico e Perninha.

Abaixo, mais um brilhante texto de Rian Santos:

O Baggio sedado dentro da gente

A voz de minha mãe numa prece. A ladainha derramada entre suspiros melados de açúcar sempre me deixou confuso. Ninguém jamais adivinharia onde a convicção, onde o desespero e a dúvida. De certo, o contraste pungente dos cabelos tingidos de dourado por uma vela faminta e o escuro das angústias. Uma centelha de amor, mainha dizia, abrasaria a Terra.

Na maioria das vezes, uma fagulha é mesmo suficiente. Há quem se agarre a ritos misteriosos, criados sabe deus quando; há quem se pendure nos cartões de crédito. De minha parte, sei que não seria nada sem a tábua da inspiração.

Inspiração vem de onde? – Para Julio Andrade, frontman da Baggios, a salvação foi o exemplo de uma figura de São Cristóvão que faleceu esta semana. Numa terra arrasada pela ingerência dos poderosos, um lugar que parece ter encontrado sua maior vocação no tédio e na fabricação de lunáticos, José Sinval (o Baggio que batiza a banda) ousou pendurar uma viola nas costas e seguir o rastro das próprias vontades. Acabou sedado, mas ainda assim realizou mais do que a maioria. Cada acorde pronunciado pela guitarra de Julico lhe presta tributo.

Chorar é pros fracos. Baggio pode ir tranquilo, pois no que depender dos meninos da dupla que usa seu nome a terra lhe será leve. Num tempo em a regra é dopar o maluco dentro do peito de cada um e tratar de ganhar a vida, seja lá o que isso signifique, não deixa de ser um alento saber que ainda tem gente com disposição para a existência.

Lançamento do clip ‘Em outras’

Local: Tio Maneco Botequices (Rua Manoel Espírito Santo, 593)
Data: 24 de março (sábado)
Hora: A partir das 20 horas



sexta-feira, 23 de março de 2012

“A Boy From Brazil”

Parece que aquela história de reunião com a formação clássica do Sepultura esfriou, mas Max Cavalera prossegue com uma saudade danada do passado. Talvez por causa das mil entrevistas que concedeu ao jornalista inglês Joel McIver, que revirou a história do músico para a biografia “A Boy From Brazil”, a ser lançada até o final do ano. Ou por conta de uma mini turnê que fez com o Soulfly em fevereiro, que passou por Goiânia, São Paulo e Rio (veja como foi), superando uma inesperada paralisia facial. O grupo não vinha ao Brasil desde 2000, quando fez um único show no Abril Pro Rock, no Recife. Ou ainda por ter voltado a trabalhar com o irmão Iggor no Cavalera Conspiracy. O projeto marcou a reaproximação depois do desentendimento na separação do Sepultura, em 1996.

Max sente saudades, mas não pára. Com o Soulfly, lança este mês o oitavo álbum, “Enslaved”, e sai numa turnê “carregada” mundo afora; ele acredita fazer uns 200 shows por ano. Inspirado na volta às raízes do Cavalera Conspiracy, o disco é pau puro, death metal de raiz como ele fazia no iniciozinho do Sepultura, só que bem produzido. Para matar o tempo livre, Max está desenrolando um projeto paralelo com o vocalista do Dillinger Escape Plan, Greg Pucciato, ainda sem nome, mas que já tem quatro músicas prontas. Um EP com o CC está nos planos, além de (viva!) uma turnê mais extensa pelo Brasil; o grupo tocou no País em 2010, no SWU (veja como foi), e abriu para o Iron Maiden, em São Paulo, no ano passado.

Mas o projeto que faz os olhos de Max brilhar com mais intensidade – mesmo que esta entrevista tenha sido feita por telefone – é a gravação de um disco no Brasil, quem sabe até no Estúdio Nas Nuvens, no Rio, de onde, com o Sepultura, ele saiu com o álbum “Beneath The Remains”. O disco, lançado em 1989, arrombou as portas do mercado internacional para o grupo. São essas e outras histórias que você lê logo abaixo, numa conversa exclusiva com o “garoto do Brasil” publicada originalmente pelo site Rock Em Geral, de Marcos Bragatto:

Rock em Geral: Como foi a turnê pelo Brasil, você curtiu? Matou a saudade do Circo Voador?

Max Cavalera: Muito, foi muito legal. Todos os shows da turnê foram legais, especialmente os do Rio e de São Paulo, que foram os melhores da turnê. Eu achei que o público estava muito legal, conectado com a gente. Era aquela coisa de saudade mesmo, de tocar com o público que você sente falta, onde não toca há muito tempo. Cantaram as músicas junto, foi uma coisa muito emocionante. No Circo foi muito legal mesmo. O Circo tá novo, tá mudado, tem camarim novo, mas é o mesmo Circo e isso continua. Vi amigos que eu não via há 20 anos, vi o Marcelo Vasco, que pintou a capa da gente, ele mora no Rio.

REG: E a biografia, Max? Conta como rolou:

Max: Estamos fazendo eu e o Joel McIver, que é inglês. Ele fez um livro para o Metallica que foi bem legal (“Justice For All: The Truth About Metallica”, 2004), os caras do Metallica adoraram. Fez do Cliff Burton (baixista do Metallica, falecido), do Randy Rhoads (guitarrista da banda de Ozzy, falecido), do Glenn Hughes. Ele é um cara que escreve para um monte de revista, é um nome legal. Ele me procurou e quis fazer esse livro. Eu achei bem legal, é um profissional, sabe fazer essa coisa bem. Aí comecei a fazer bastante entrevistas com ele, fiz umas mil entrevistas, falando sobre tudo, do passado, do que aconteceu, como eu cresci no Brasil, como foi a morte do meu pai, como foi começar o Sepultura. Como consegui o contrato com a Roadrunnner. Tive que viajar para os Estados Unidos de terno e gravata, com cabelo amarrado, como se fosse um executivo da Pan Am, que nem existe mais. Vai ter tudo isso no livro. A introdução vai ser feita pelo Dave Grohl, que é um músico que eu respeito e gosto muito. Ele é hoje um dos músicos mais famosos no mundo e ficou honrado de eu ter pedido a ele para fazer a introdução do livro. Ele é muito fã, de mim e do Sepultura, do Soulfly. Nós trabalhamos juntos no Probot (projeto heavy metal de Dave Grohl). Foi legal ele fazer a introdução e vai ter entrevistas com Sean Lennon, Tom Araya, Sharon Osbourne, essas pessoas fizeram entrevistas também e vai ficar um livro bem legal, é uma jornada nem legal.

REG: Ele ouviu o pessoal da época em que você estava no Sepultura ou preferiu fazer só com você?

Max: (pausa) Eu não tenho muito contato com os caras, então o Iggor vai estar no livro, um pouco com o Jairo também, que é o guitarrista das antigas. Mas como eu não tenho muito contato com o Paulo e com o Andreas (baixista e guitarrista do Sepultura, respectivamente), eu deixei meio de lado.

REG: Com relação ao disco novo, “Enslaved”, como estão as músicas? Parece algo bem do metal de raiz…

Max: Tá mais death metal (mesmo morando no exterior há muitos anos, Max continua pronunciando “détimetal”), tá mais estranho. É o espírito do som do Sepultura do inicio, só que bem gravado, porque a produção do “Morbid Visions” (disco do Sepultura de 1986) é muito tosca. Já o espírito das músicas é aquela coisa que eu adoro, que é o death metal bem tocado, com dois bumbos, e vem de muita coisa que eu escuto ainda, daquela época. Eu vi que tinha um lado meu me chamando para esse lado, para fazer o som mais animal, mais pesado, mais agressivo. E já que eu abandonei qualquer esperança de ter um hit single no rádio, já mandei tudo isso se fuder, então para mim é melhor ir para o lado mais extremo mesmo e botar pra fuder.

REG: Os discos do Cavalera Conspiracy já são um pouco assim…

Max: Eu acho que o Cavalera começou nessa coisa de metal mais extremo porque eu fiz com Iggor, e tem umas músicas de dois minutos, até meio hardcore, para o lado do metal hardcore, meio Minor Threat. Eu acho que o Cavalera influenciou o trabalho do Soulfly, mas esse lance de ir mais para o lado death metal foi uma ideia minha mesmo. Ouvindo essas coisas que eu ouvia no fim dos anos 80, no inicio dos 90, tipo Morbid Angel, Massacre, Death e Cannibal Corpse, essas bandas que eu gosto pra caramba, deu a ideia de fazer um disco desse tipo. E com as letras sobre a escravidão, a maioria delas fala sobre isso. É um tema meio que único no metal, não tem muitas bandas que põem a mão esse tema. Ficou uma coisa bem original, death metal com temas sobre a escravidão.

REG: Tem uma música sobre tráfico de drogas, que você canta em português…

Max: É sobre o Pablo Escobar. É a “Plata o Plomo”, que é uma gíria de drug dealer (traficante de drogas), que eles falam no México e na Colômbia. Ela foi feita por mim e pelo Tony (Campos, baixista). Ele toca numa banda de death metal chamada Asesino, com o Dino (Cazares, guitarrista), do Fear Factory, e ele tem um vocal bem animal, bem death metal, em espanhol. Eu tive a ideia de fazer uma música com ele cantando em português e ele em espanhol, misturando tudo, e fizemos sobre o Pablo Escobar, o rei da droga da Colômbia. Fala sobre a vida inteira dele, o cara quase virou presidente e matava todo mundo, era fora da lei desde moleque. Controlava o cartel de Medelín e muita gente o via como santo, mas tem gente que acha que ele era o diabo também. Eu li o livro que o irmão dele escreveu e tirei bastante ideia para fazer essa letra.

REG: Você já pensou em fazer um disco com mais letras em português?

Max: Já pensei, seria legal fazer um disco inteiro em português. Dá para cantar que fica legal, eu gosto das coisas em português, tipo Dorsal Atlântica, Ratos de Porão. Eu acho o português uma língua legal para o hardcore e para o metal, funciona bem a língua com a música, fica bem animal. Uma coisa que eu queria fazer no futuro é gravar um disco no Brasil. Eu até falei com o Iggor, que poderia ser um disco do Cavalera ou um do Soulfly, talvez uma volta ao som tribal, com muita percussão. Seria gravado no Brasil, com a percussão. É um dos planos que eu tenho para o futuro.

REG: O Soulfly tá no oitavo álbum, mas você sempre coloca músicas do Sepultura nos shows. Não dá para fazer um set só com músicas do Soulfly?

Max: Nós até já fizemos isso, na Europa. Teve alguns shows que eram um lance especial, para gravar, e era uma coisa só Soulfly, foi legal pra caramba. O lance de tocar coisas do Sepultura é um lance mais pessoal mesmo, uma coisa minha, porque eu sei que tem muita gente que quer ouvir clássicos tipo “Roots”, “Refuse/Resist”, “Troops of Doom”… o cara quer ouvir com a minha voz, é uma coisa entre eu e os fãs. Os mais velhos cresceram com essa música, eles querem ouvir com a voz original. Então eu faço isso para eles, para matar a saudade. É uma fase da minha carreira e isso me leva de volta a esse tempo que eu era do Sepultura, que eu gostava também. Eu curtia esse tempo que eu passei no Sepultura, acho que é por isso que continuo tocando essas músicas, uma mistura dessas coisas nos shows.

REG: O Zyon (filho de Max, que tocou bateria na turnê da América do Sul) vai continuar tocando com o Soulfly ou foi só essa turnê pela America do Sul?

Max: Ele tem a banda dele mesmo, que tá até no estúdio hoje, gravando uma demo, com o irmão dele, o Igor. O Zyon toca bateria e o Igor toca guitarra, e é bem legal, meio punk rock, parece um Nirvana mais pesado. Eles têm um som original, que é diferente, bem deles mesmos. Eles tão procurando o caminho deles. O Zyon é bom pra caramba, baterista fera, mostrou para mim, segurou a balada e levou a sério, tocou bem pra caramba na turnê da America do Sul. Mas agora é pegar o caminho dele, com a banda dele. Quero dar a força que eu puder dar para eles, mas eles têm que fazer a história deles, o caminho deles. Agora o Dave (Kinkade) volta para a banda, o baterista que gravou o disco, e vamos sair em turnê daqui a uma semana, para o México, e depois começa a turnê americana, é turnê até o fim do ano, Europa e o resto do mundo.

REG: Max, você toca pra cacete com o Soulfly. Quantos shows vocês fazem por ano?

Max: Bastante, acho que mais ou menos uns 200 shows, é turnê bastante carregada mesmo.

REG: Você viu que o Sepultura agora tá com um baterista bem mais novo?

Max: Eu ouvi dizer…

REG: Curioso que tanto o Sepultura quanto o Soulfly tenham um baterista mais novo no mesmo momento…

Max: O Dave nem é tão novo, tem quase 30 anos. (pausa) Mas o Zyon, que é novo, só tocou com a gente na América do Sul, não vai ficar na banda. O Dave vai ficar ao menos até o final do ciclo desse CD.

REG: O Soulfly já mudou muito de formação, mas o guitarrista Marc Rizzo vai completar dez anos de banda. Podemos chamá-lo de integrante fixo?

Max: O Marc é um cara que eu não queria mudar. Acho que ele é um cara muito fera, toca bem pra caramba, consegue tocar as coisas antigas, nota por nota e faz coisas novas comigo. Adoro os solos que ele faz com a banda, é bem criativo, é um guitarrista sólido e é um dos caras que é meio parceiro. Acho que o Soulfly é meio a banda minha e do Marc, e é uma coisa que eu não queria mudar. Os outros membros podem mudar, bateria e baixo pra mim é uma coisa que pode mudar de novo, mas o Mark é um cara que eu gostaria que continuasse.

REG: O projeto com o Greg Pucciato, do Dillinger Escape Plan, como anda?

Max: Tá saindo, já fizemos quatro musicas, ensaiamos lá em Los Angeles, com o baterista do Mars Volta, que é um baterista fudido, bom pra caramba. As quatro ficaram legais e agora a gente tá vendo quando vai ensaiar de novo para fazer outras músicas, até fazer o disco inteiro e entrar num estúdio no futuro para gravar, com alguns convidados. Tem que achar um baixista, outro guitarrista para fazer uns solos, juntar esse povo inteiro. É um projeto meio Nailbomb, que eu fiz com o Alex. Eu vou dividir o vocal com o Greg, cada um faz uma parte, misturando. Muita gente me pergunta se vou fazer alguma coisa tipo Nailbomb de novo e veio essa ideia de fazer o projeto com o Greg.

REG: O som é tipo Nailbomb?

Max: É meio baseado no Nailbomb, vai ter coisa industrial, coisa de bateria eletrônica com samplers. Umas coisas que não se ouve hoje em dia no metal. E o meu vocal com o do Greg tem um lance bem legal que é o contraste. Minha voz é de um jeito e a dele é totalmente diferente, é mais “high pit”, mais aguda, e combina com a minha voz. A música “Rise of the Falling”, que fizemos no “Omem” (disco de 2010), do Soulfly, somos eu e o Greg cantando juntos. Ficou muito legal, é uma das músicas mais legais que eu já fiz. Eu pensei num CD inteiro com a vibração dessa música, seria um lance bem forte. E eu gosto do Dillinger, do Greg, ele tem uma vibe legal, é bem agressivo ao vivo, pula no público. Os caras ao vivo são a maior destruição. Temos que achar um nome e deve rolar o CD, gravado esse ano ainda para sair no ano que vem.

REG: Algum outro projeto agulhado? Disco novo do Cavalera Conspiracy?

Max: Agora tenho que terminar essas turnês para poder achar um tempinho para fechar esse lance com o Greg. Para o Cavalera ainda tá meio cedo. O Igor teve uma ideia de fazer um EP só com quatro músicas, bem hardcore, bem animal, só eu e ele, tocando tudo, todos os baixos e guitarras. Estamos vendo se vamos elaborar mais, e, se for rolar, talvez vamos gravar no Brasil, no estúdio Nas Nuvens.

REG: Lá onde vocês gravaram o “Beneath The Remains”, com o Sepultura…

Max: Isso! O clima é muito legal. A gente gravou num horário ruim, que era de meia noite às sete da manhã. E o sol do verão do Rio matando a gente, num hotel sem ar condicionado. Ficávamos suando no hotel o dia inteiro e depois ia gravar de noite, metal a noite inteira. Muito legal as lembranças desse tempo.

REG: Pelo jeito vocês devem voltar ao Brasil mais vezes para tocar…

Max: Tem inclusive uma proposta para tocar com o Cavalera em agosto, vamos ver se rola com uns dez shows.

por Marcos Bragatto

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