terça-feira, 20 de março de 2012

# 218 - 17/03/2012

3 novos sons de 3 bandas consagradas abriram o programa de rock do último sábado, como de praxe: "Hordes of Zombies", faixa-título do primeiro disco do Terrorizer depois da morte de Jesse Pintado, "Double Tap", do Ministry, que anunciou que ia acabar mas continua por aí, fazendo barulho, e "Noctourniquet", do The Mars Volta. Sem pausa para respirar, seguimos em frente com os pioneiros do punk rock britânico Anti-Nowhere League, The Dwarves, the Chicago, Illinois, os irlandeses do Stiff Little Fingers e os californianos do Suicidal Tendencies.

Na volta do intervalo, uma nova versão inédita e exclusiva de "Stickbacked", que a banda sergipana Penny Mocks gentilmente nos enviou. Os caras são perfeccionistas, vivem gravando e regravando suas músicas, e fazem um som bastante híbrido e interessante, com influencias de funk, metal e rock progressivo. Vale uma conferida! Na sequencia, direto do Hellcife, um clássico do Mundo livre S/A, seguido de uma faixa do Câmbio Negro HC, banda pioneira do Hard Core Nordestino, que está voltando à atividade, Devotos, Eddie e Siba, ex-Mestre Ambrósio e A Fuloresta, que acaba de lançar um disco solo.

A segunda parte do programa foi aberta pelo indie rock minimalista do Head Without Head, projeto paralelo de nosso camarada Cabelo, ex-colaborador da Aperipê FM - ele produzia e apresentava o mais radical e extremo programa de rádio já ouvido neste cantinho do mundo, o "Vanguarda" - snooze e Pelvs, do Rio de Janeiro. Já o bloco seguinte trouxe Black Sabbath com "she´s gone", uma baladaça de "Technical Ecstasy", penúltimo (e injustiçado) disco com a formação original, Apocalyptica e Cathedral - ver entrevista abaixo.

Encerrando a noite, Hard rock setentista com o power trio alemão Jeronimo, o glam rock do Sweet - com uma faixa de seu clássico "sweet fanny adams" - Cactus e Free.

Sábado foi, também, aniversário de Aracaju. 157 anos. A prefeitura comemorou com um show de Zezé di Camargo e Luciano e Capital Inicial no Mercado Central. Eu não fui, claro. Você também não, imagino. Não fomos só nós os ausentes: nenhuma banda ou artista sergipano foi convidado(a) para a festa. Sobre isto, reproduzo abaixo uma materia de Rian Santos para seu blog Spleen e Charutos:

O couro de nosso tambor não carece de sopapo. Se o cacique da tribo desconhece o tum tum insistente que a constelação dos Serigys faz ecoar por obra e graça dos próprios calos, pior pra ele. Sem as palmas de nossas mãos, não tem parabéns certo.

A inteligência aboletada na Funcaju que me perdoe, mas convidar os filhos de Francisco para soprar as 157 velinhas de nosso bolo foi a gota d’água. Como Henrique Teles (leia-se Maria Scombona) faz questão de declarar sempre que a oportunidade se apresenta, “não foi com essa revolução que nós sonhamos”.

Bate, coração – A propaganda encomendada a peso de ouro pela Secretaria de Comunicação do Governo de Sergipe, parabenizando a capital do Estado pelo seu aniversário, poderia sugerir uma mudança de mentalidade no âmbito da administração pública. Na peça divulgada por meio das redes sociais, alguns dos principais nomes de nossa música declaram seu amor pela cidade. Já no palco montado para presentear a população, como afirma o hot site do evento, Aline Barros e Capital Inicial, além das lamúrias de Zezé de Camargo e Luciano. Artista local que é bom, nada!

“Fiz parte de um vídeo lindo em homenagem aos 157 anos de Aracaju. Fiz porque achei a ideia ótima e os músicos que participariam tinham (e tem) meu respeito. Mas saber que no show em que será comemorado o aniversário da cidade não tem sequer um artista local é um fato duro de aceitar”, lamenta Julio Andrade, frontman da banda The Baggios, citada em todas as listas de melhores discos lançados em 2011.

Para o baixista Fábio Oliveira, o descaso demonstrado com a produção cultural sergipana não é nenhuma novidade. Segundo ele, os artistas engolem esse sapo há muito tempo.

“Toquei no Projeto Freguesia, recentemente. Fiquei impressionado com o descaso da Funcaju, que mandou a sonorização para “voz e violão”, quando desde sempre havia se passado o formato banda, na contratação. Não há sequer um praticável, quiçá um palco, e isso não é porque eles não têm, eu imagino. Sem contar a falta de divulgação, ou seja, independente de quem toque o público é o espontâneo. Não se agrega valor ao projeto porque o artista para esse órgão não tem valor algum, ele é “só” um prestador de serviço. Se o artista quiser divulgar sua apresentação porconta própria – um evento do calendário oficial da prefeitura – o problema é dele. Junte-se essa constatação com o que tem se dito sobre o desaniversário da capital, adicione o atraso dos cachês da Arena Multicultural do governo e uma pitadinha do atraso dos cachês do Festival de Laranjeiras e a receita está pronta. Serve-se morto”.

A cantora Patrícia Polayne vai ainda mais longe, e acusa a desnaturação da Funcaju. “Vamos cobrar transparência nos gastos, apurar fatos. Uma fundação de cultura recebe fundos de apoio e incentivo para iniciativas como as nossas: a de produzir, divulgar, formar platéia e pensamento. Nós já funcionamos como agenciadores de nós mesmos há algum tempo. Agora, só precisamos ter acesso ao investimento, o que na Fundação não só é negado, como, na maioria das vezes, é arrancado de nós para outros fins”.

Eu, que adoro meter o bedelho onde não sou chamado, gostaria de perguntar ao prefeito de Aracaju quanto foi retirado dos cofres do município pra bancar essa gracinha. Afinal de contas, a transparência é um dos pilares fundamentais da administração pública. Ou não?

Chegou a hora de apagar a velinha

por Rian Santos

* * *

Lee Dorian é referência mundial em Metal. O músico atuou no Napalm Death até o EP “Mentally Murderer”e, depois, fundou a banda que seria uma das maiores no estilo Doom Metal: Cathedral! A trajetória do Cathedral iniciou com o EP “In Memorian”, de 1990, e seguiu por mais de 20 anos de atividade, com o grupo lançando pérolas como “The Ethereal Mirror”, “The Carnival Bizarre” e o atual “The Guessing Game”. Com 20 lançamentos, entre álbuns e EPs, no currículo, o grupo resolveu encerrar as atividades em 2011, mas antes eles passaram pelo Brasil e fizeram seu último grande show no festival Roça ‘n’ Roll. Bruno Maia, organizador do evento, conversou com Lee Dorian sobre a vinda ao Brasil e fatos importantes da carreira da banda em matéria publicada originalmente no site do festival. Confira:

Roça ‘n’ Roll - Lee, em primeiro lugar, é uma honra falar com você. O público brasileiro espera há décadas a vinda do Cathedral ao país. O que você conhece do Brasil? Musicalmente e em qualquer aspecto, e quais suas expectativas para essa primeira vinda da banda ao país?
Lee Dorian
- Bem, até onde minha memória alcança, o Brasil sempre esteve no topo de minha lista de locais para o Cathedral visitar e tocar. É de algum modo irônico que finalmente nossa ida ao Brasil está acontecendo justamente quando a banda vai encerrar suas atividades. Nossos dois shows no Brasil serão dois dos últimos de nossas carreiras, então estamos maravilhados por estarmos indo depois de tanto tempo. Eu tenho uma noção da interessante história política brasileira e sei também do alto nível da desigualdade social do país, o que é muito triste. Mas eu também tenho certeza que é um país muito bonito e nós não podemos mais esperar para chegar aí. Claro, em termos de Metal, o Brasil tinha uma cena thrash que estava muito a frente de seu tempo nos meados dos anos 80. Bandas como Sarcófago, o antigo Sepultura, Vulcano, Mutilator etc estavam lançando discos que escutávamos bastante, tanto como bandas hardcore como Olho Seco, Cólera, o antigo RDP etc...Recentemente eu descobri algumas fantásticas bandas underground brasileiras de prog e psych dos fins dos anos 60 e começo dos 70. Eu espero que possa encontrar uma cópia original em LP do Modulo 1000 enquanto estiver aí.

Roça ‘n’ Roll - Acho que podemos de dizer que você, Lee, é uma das figuras mais vanguardistas da cena Metal. Sendo que foi o frontman da banda pioneira do mais insano, extremo e barulhento que o mundo já viu, o Grindcore, no Napalm Death e logo após sair do grupo, formou o Cathedral, talvez a banda mais arrastada e lenta de sua época. Pode se dizer que você fez parte de uma das bandas mais rápidas do mundo e também de uma das mais lentas. Você também é creditado como um dos criadores dos vocais grunhidos, guturais e rasgados do Death Metal. Como você enxerga isso e o papel que atuou na história da música extrema?
Lee Dorian - Primeiramente, obrigado pelos comentários. Vejo este passado com muita afeição. Tenho sorte em ser apreciado por pessoas legais e inteligentes ao redor do mundo, e isso é algo que me deixa bem feliz. Isso prova que você não precisa tocar músicas comerciais sem sentido para ter “aliados” por aí. É fantástica, a inteligência de pessoas que escolhem a música e arte por elas mesmas, como negação ao lixo geral que a mídia tenta forçar a digerir por propagandas e outras bobagem do tipo. Eu não poderia dizer qual meu papel efetivo na história da música extrema. Isso é para outras pessoas dizerem. Eu só fiz o que fiz.

Roça ‘n’ Roll - Durante seu tempo no Napalm Death, vocês estavam no olho do furacão: o período de formação do Death Metal, do Grindcore, a aura de loucura que marca a juventude, visto que todos vocês eram muito jovens e tudo mais. Você, Bill Steer (Carcass), Shane Emburry e Mick Harris, hoje, todos ícones do Metal, com músicas ultra rápidas, blast beats, vocais vomitados, um peso descomunal, letras políticas e muita doidera mudaram a cena metal. Você deve estar cansado de responder isso, mas diga ao público brasileiro como foram àqueles dias e porque você decidiu deixar a banda?
Lee Dorian - Foram vários motivos que me levaram a deixar o Napalm Death, alguns pessoais e outros musicais. Acho que não preciso dizer os motivos pessoais, nós éramos todos moleques naquela época e hoje em dia, somos adultos, amigos e respeitamos uns aos outros. Musicalmente, Mick e Shane queriam seguir por um caminho mais Death Metal, o que não era o único caminho que eu queria trilhar. Eu queria adicionar à banda algumas partes extremas de Doom Metal para forjar um som que passava do ultra-rápido para o ultra-lento, algo totalmente diferente. Os outros caras não estavam nessa onda Doom como eu, então optei por sair e, finalmente, montei o Cathedral, o que era o que realmente queria fazer. Não me entenda a mal, eu adoro todas as formas de música extrema, rápidas ou lentas, mas após gravar o EP “Mentally Murdered” eu não via aonde mais poderia chegar com a banda. Era hora de fazer algo diferente.

Roça ‘n’ Roll - No começo dos anos 90, a cena metal inglesa era fervilhante em termos de Doom Metal. Os grandes medalhões da nova onda Doom que assolou o metal mundial são todos seus conterrâneos e contemporâneos: Anathema, Paradise Lost, My Dying Bride. Essas bandas forjaram sua música sobre a influência de bandas como Candlemass, Trouble e Black Sabbath. O que você pode nos dizer sobre essa época? Havia uma relação de amizade e cooperativismo entre as bandas?
Lee Dorian - Sim, nós todos nos conhecíamos e ainda nos vemos vez ou outra. Nós somos amigos de todas essas bandas e já tocamos juntos muitas vezes. Mas eu acho que o Cathedral era diferente em muitos aspectos, mas principalmente porque éramos grandes fãs do Hard Rock e Psycho Rock setentista enquanto essas bandas não. Nós éramos fãs massivos do Black Sabbath e não tínhamos vergonha de admitir isso. Eu acho que essas outras bandas eram e são mais góticas.

Roça ‘n’ Roll - Podemos ver uma clara evolução de “Forest of Equilibrium” para o EP “Soul Sacrifice”. Já deste para “The Ethereal Mirror”, parece que o Cathedral se tornou uma das bandas mais originais da cena. Vocês mantiveram a atmosfera Doom em canções como a assombrosa “Phantasmagoria” e “Enter the Worms”, mas também trouxeram muitas músicas diferentes como “Midnight Mountain” e “Fountain of Innocence”(ambas fantásticas), e creio que podemos dizer que com “Ride” vocês tipo criaram ou resignificaram o que hoje é chamado de Stoner Metal. Para o Cathedral não existem fronteiras musicais?
Lee Dorian - Bem, essencialmente somos uma banda de Metal, então, claro, já existem fronteiras, de algum modo. Acho que após termos nos sentido, de certa forma, restritos em nossas bandas anteriores, eu e Garry estávamos determinados em não ser uma banda unidimensional apenas nos repetindo a cada lançamento. E nós temos um gosto musical muito diverso e ainda descobrimos coisas novas a toda hora. Porque não fazer o que queremos com nossa música? Pessoas e bandas são muito sufocadas por leis e regulamentos. Antigamente tinha-se mais liberdade para fazer música, mas eu acho que a coisa começou a ficar chata e obsoleta recentemente.

Roça ‘n’ Roll - “The Ethereal Mirror” foi lançado por uma grande gravadora. Quanto pode se dizer que a Columbia Records influenciou na transição ou evolução de estilos e visual da banda? Posso ilustrar a pergunta assim: há um abismo entre o tenebroso clipe de “Ebony Tears” e o cômico vídeo de “Midnight Mountain” onde um membro da banda se veste de chef de cozinha, o lance do tapete mágico e você interpreta um tipo de John Travolta dos “Embalos de Sábado a noite”?
Lee Dorian - Sim, a situação na Columbia foi louca. Eles tentaram nos transformar em uma banda com visual hippie, então dissemos: “Ok, vamos fazer um vídeo setentão muito louco, se é isso que vocês querem”. Óbvio que forçamos total no clipe de “Midnight Mountain”, mas aquilo foi tipo a gente dizendo “foda-se vocês”. Claro que as pessoas que compram nossos discos não têm idéia do que rola pros trás das cenas, então, provavelmente, eles pensaram que nós endoidamos de vez ou algo do tipo, eles queriam nos transformar numa banda mainstream o que instantaneamente alienava a carga underground que tínhamos, e claro, nossa música continuava muito pesada para um público mainstream. Essa situação nos deixou meio deslocados.

Roça ‘n’ Roll - Com “The Carnival Bizarre” vocês finalmente definiram a linha que o Cathedral seguiria dali pra frente: uma banda muito pesada, com um monumental som de guitarra e riffs ‘capinadores’, e linhas vocais sui generis. Vocês meio que deixaram a aura Doom de lado e passaram a ser uma banda mais mid-tempo, né? Coincidentemente, este é o primeiro trabalho sem Adam Leham, que contribuiu muito nos álbuns anteriores como compositor com canções muito lentas e Doom como “Frozen Rapture”, “A Funeral Request” e “Enter the Worms”. Essa mudança foi planejada, ou talvez Lehan estava mais nessa onda Doom que o resto da banda na época?
Lee Dorian - Não, Adam estava muito ligado em bandas blues rock como Free & Bad COmpany, Zeppelin,etc. Se alguém queria manter o Cathedral mais Doom esse era eu, tanto que eu escolhi essas canções do Adam para os discos. Eu estava um pouco confuso com o caminho que estávamos tomando, mas quando as composições finalizaram e fomos gravar o “Carnival...” eu fiquei super empolgado com o que estávamos produzindo.

Roça ‘n’ Roll - Falando de guitarras, Garry Jennings é, em minha humilde opinião, o dono de um dos sons mais pesados e poderosos neste instrumento. Além disso ele é uma espécie de Tony Iommi moderno, que despeja riffs fantásticos e solos muito bonitos. Você acha que ele é um guitarrista subestimado na cena Metal?
Lee Dorian - Eu concordo absolutamente!!! Acho que o estilo de Garry reflete seu conhecimento musical, que é muito vasto. Tenho escutado várias bandas que vendem muitas cópias de seus disquinhos que não têm riffs e levadas de guitarra,o que me faz rir, se não eu choraria. É claro que há uma influência de Iommi no estilo de Garry, mas quem não tem essa influência? Mas de qualquer forma eu o acho que ele é muito original e deveria ser mais reconhecido por seu talento.Talvez com o passar do tempo, as pessoas olharão pra trás e verão realmente o quão importante e subestimado ele foi como guitarrista.

Roça ‘n’ Roll - Suas letras são das mais loucas, psicodélicas, fantasiosas e estranhas entre as bandas de Metal, e continuam fantásticas. Às vezes ainda podemos fisgar algumas metáforas políticas, criticas sociais e comportamentais nelas. Mas o que aconteceu? Você se enjoou e cansou de falar desses assuntos como o fazia na época do Napalm Death? E qual suas influencias literárias?
Lee Dorian - Eu não me cansei desse viés politizado que lançava mão no Napalm, eu ainda acredito e tenho a mesma posição ante a maioria daquelas coisas que atacava. O Cathedral é só uma banda diferente, cada banda segue seu caminho. Eu não sinto que preciso estar puto e ficar de cara feia, bicudo 24 horas por dia. E eu ainda diria que as letras do Napalm Death são mais estranhas ao mundo Metal do que as minhas no Cathedral. As letras do Napalm são geralmente anarquistas e de retratação social, o que não é um assunto comum ao Heavy Metal - que tende a ser mais escapista. Eu não tenho nenhuma influência literária direta, eu só uso minha mente e escolho o que é conveniente sobre o que me cerca para criar meus textos.

Roça ‘n’ Roll - Seu último trabalho, “The Guessing Game”, é o único disco duplo da banda e acredito ser o melhor e mais dinâmico álbum do Cathedral em mais de uma década. Além das levadas típicas da banda, o peso de sempre, neste disco temos mais teclados, atmosferas diferentes , e a sempre erguida bandeira da “arte pela arte” que o Cathedral sempre defendeu. Uma obra prima! O que pode nos dizer sobre a concepção desse álbum?
Lee Dorian - Eu acho que isso tem uma relação com a obsessão das pessoas em encontrar algo além, encontrar outra coisa ao invés de simplesmente viver a vida que elas têm. As pessoas parecem continuamente a se sentir no dever de justificar sua existência, seja através da religião, da riqueza ou do poder. Eu não preciso pensar em um deus. Eu não preciso desses idiotas fazendo do mundo um lugar mais difícil de viver para mim e meus amigos. Eu não sou um santo, mas acho que no geral sou uma boa pessoa. Se eu cometer um erro, eu só tenho que culpar a mim mesmo e tentar a aprender algo com isso. Não tenho de pedir perdão a algo ou alguém por isso. Eles não sabem de nada, apenas acreditam. Nada pra eles é baseado em fatos e sim, em coisas que lhes foram contadas. Isso tudo é um jogo de achismo!

Roça ‘n’ Roll - A arte do último álbum, sempre desenvolvida pelo gênio David Patchett, é maravilhosa. Eu assisti ao DVD contido na edição de aniversário do “The Ethereal Mirror” e vi que vocês são vizinhos de porta. Quão forte é sua influência nos trabalhos que Dave faz para o Cathedral? Como se dá o processo? Você passa leitmotivs para ele e ele se vira ou vocês criam juntos?
Lee Dorian - Eu e Dave temos uma boa compreensão um do outro. Ele sabe que tenho posturas anárquicas e iconoclastas em relação a muitas coisas. E mesmo que ele não compartilhe de todas as minhas opiniões, ele sabe de onde eu venho e como sou. As proto idéias para as capas são sempre minhas. Quando tenho uma idéia eu me encontro com Dave, tomamos umas cervejas para chacoalar as idéias e rascunhar o conceito. Então ele parte para o seu trabalho e começa a fazer os esboços. Quando tem um rascunho bem definido, ele me apresenta e eu aponto as mudanças que julgo necessárias, quando acontece de algo ter de ser mudado. Então, ele vai me mantendo informado do progresso da arte.

Roça ‘n’ Roll Neste ano, os fãs do Cathedral foram assaltados com o anúncio do fim das atividades da banda. Algo determinante aconteceu? Ou acreditam que a banda já fez o que tinha de ser feito e continuar seria forçar?
Lee Dorian - Na verdade, é só a hora de mudar e fazer coisas diferentes. Não queremos apenas fazer álbuns “por fazer”, pois eles significam muito para nós. Acho que teremos feito tudo o que devemos quando lançarmos o ultimo álbum ano que vem. Eu sempre disse que seria legal lançar 10 discos e este será nosso décimo.

Roça ‘n’ Roll - São mais de 20 anos na estrada. Como você se comporta, hoje, em turnês? E o slogan “Disco, Doom, Dope I Love”? Qual o segredo para se manter bem na estrada?
Lee Dorian - Eu me viro procurando CDs, DVDs e lançamentos pelas cidades. Eu faço isso em todo lugar que passamos. É claro que tem noites que eu continuo ficando absolutamente bêbado, mas não como no passado quando isso era regra.

Roça ‘n’ Roll - Algum projeto novo em mente?
Lee Dorian - Apenas vagamente.

Roça ‘n’ Roll - Poderia nos dizer o que foi mais legal nesses anos com o Cathedral?
Lee Dorian - Sobreviver de sua arte apesar de todas as modas, tendências e besteiras que sempre vêm e vão por 21 anos é um grande feito pra mim. Gravar o “Forest of Equilibrium” foi um dos grandes momentos, Tony Iommi gravando conosco “Utopian Blaster” em “The Carnival Bizzare” foi outro. São muitos...

Roça ‘n’ Roll - Lee, muito obrigado pela entrevista. Espero que curta sua vinda ao Brasil e deixe uma mensagem para seus fãs brasileiros.
Lee Dorian - Muito obrigado, não agüentamos mais esperar para estar aí e tocar para vocês. Estamos realmente empolgados. Valeu pelo apoio e nos veremos em breve. Stay Heavy!!!

Lee.

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Terrorizer - Hordes of zombies
Ministry - Double tap
The Mars Volta - Noctourniquet

Anti-Nowhere League - We are the league
The Dwarves - How it´s done
Stiff Little Fingers - At the edge
Suicidal Tendencies - Nobody hears

Penny Mocks - Stickbacked (2012)

Mundo Livre s/a - Édipo, o homem que virou veículo
Câmbio Negro HC - Marionetes
Devotos - Brincando do jeito que dá
Eddie - Casa de marimbondo
Siba - Avante!

HWH - Sadness, madness, I don´t know
Snooze - pathetic
Pelvs - Even if the sun goes down (I´ll surf)

Black Sabbath - She´s gone
Apocalyptica - Sacra
Cathedral - Death of an anarchist

Jeronimo - News
Sweet - Heartbreak today
Cactus - song for Aries
Free - Heartbreaker

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