terça-feira, 30 de março de 2010

3 Anos de programa de rock

O programa de rock foi ao ar pela primeira vez no dia 30 de março de 2007, e disse a que veio já em sua primeira edição, com uma programação eclética e sem preconceitos, indo de clássicos do rock (a primeira faixa executada foi “All right now”, do Free) à musica extrema e experimental do underground brasileiro (Discarga Violenta, de Natal-RN). Foi fruto de uma mudança de postura na direção da radio publica do estado de Sergipe, motivada pela posse de um novo governo. Fomos convidados, eu e Fabinho, da banda snooze, a fazer um “programa de rock”, e foi o que fizemos (como devem ter notado, não foi muito difícil escolher o nome). O objetivo era (e é) bem simples: colocar o rock no ar, fugindo ao máximo do óbvio e dando espaço para a música autoral e independente de Sergipe, do Brasil e do mundo, mesmo sem ignorar possíveis hits ou clássicos que considerássemos indispensáveis. Com isso, dar um respiro nesse mar de mediocridade em que se transformou o radio brasileiro, tomado pelo que de pior possa existir em termos de pastiche musical.

É certo que nem tudo é lixo no dial sergipano – há ainda, além da Aperipê FM, alguns lampejos de diversidade em meio à selva mercadológica emburrecedora. Recentemente entrou em operação a Radio Universitária, mantida pela Universidade Federal de Sergipe, e a Liberdade FM, mesmo tendo sido comprada pelo “gênio do mal(gosto)” Gilton Andrade, o dono da “Calcinha Preta”, manteve sua linha de programação (baseada na MPB) relativamente intacta. A radio mantêm, inclusive, um programa de cerca de 3 horas de duração, às sextas, dedicado ao rock, o “Rota 99”. Há também o “105 Puro rock”, na Anchieta FM, radio comunitária do Conjunto Augusto Franco. O programa de rock veio para se somar a eles, com um diferencial: é bem mais eclético e dialoga melhor com a cena, já que o primeiro vai ao ar por uma radio comercial e por isso não pode ousar tanto quanto o nosso, e o segundo está um tanto quanto preso a uma linha quase que totalmente voltada para o metal. A lamentar o fato de que a freqüência que já pertenceu à melhor (ou menos ruim) “radio jovem” da cidade, a Atalaia FM, esteja hoje ocupada pela horripilante e assumidamente jabazeira Jovem Pam. Pela Atalaia FM foram ao ar, em tempos bem diferentes, os dois únicos programas especializados em rock de que tenho notícia no rádio aracajuano, o “Playground”, comandado por Patrick Tor4, Rafael Jr. e Bruno Aragão no comecinho dos anos 2000, e o “Rock Revolution”, na longínqua década de 80. Através do “Rock Revolution”, que era produzido por Antonio Passos e Roberto Aquino, também proprietários da pioneira Distúrbios sonoros, única loja especializada da época, eu, que era um adolescente espinhento começando a ouvir rock em Itabaiana (as ondas da Atalaia chegavam lá em alto e bom som) via Iron Maiden, AC/DC, Metallica e afins, fiquei conhecendo muita coisa que tinha ouvido falar apenas de nome, através da Revista Bizz, como Mutantes (ainda não redescobertos), Fellini, Voluntários da Pátria, Akira S., Casa das Máquinas, e bandas daqui mesmo de Aracaju, coisa que eu nem sonhava que existia, como o Alice e o Crove Horrorshow. Me influenciou muito – por muito tempo eu guardei as fitas k7 em que gravava o programa para ouvir de novo. Uma pena que este material tenha se perdido ...

Eu mesmo já havia tido algumas experiências com radio antes do programa de rock. Nos anos 90 meu amigo (infelizmente já falecido) Ademir Pinto me convidou para ser um dos produtores de um programa que ele havia criado para a Itabaiana FM, da qual era operador. Chamava-se “Guilhotina” e era semanal, ia ao ar aos sábados por volta das 8:15 da noite e eu, que já morava em Aracaju, colaborava despencando de 15 em 15 dias de carro para a “capital do agreste” com o porta-malas do carro cheio de vinis, CDs e fitas k-7. Nos outros dias o próprio Ademir ou outros convidados de lá mesmo da cidade produziam. Foi divertido – não esqueço de uma edição em que tocamos só grindcore, em represália ao fato de que o programa poderia ser (e era) interrompido a qualquer momento para transmitir a inauguração de um poço artesiano num povoado qualquer com a presença do excelentíssimo Sr. Vice-governador de então, não por acaso também proprietário da rádio. Ou do dia em que tocamos o primeiro do Raimundos na íntegra, ainda antes da banda estourar, ou quando toquei a inacreditável “canção de amor” da também brasiliense “Os Cabeloduro”, provavelmente a música com a letra mais pornográfica já feita. Ademir queria mesmo ser demitido e nos dava carta branca, e a gente realmente “escaldou”, testou os limites, mas não adiantou nada, a única coisa que o dono da radio falou uma vez, segundo ele, foi que sentia falta de Raul Seixas, ou seja: mandou apenas um tradicional “toca Raul”.

Minha outra experiência foi com o “Frequencia Underground”, que ia ao ar pela Carcará FM, radio comunitária do Bairro América, já em Aracaju. Era produzido por mim e por Marcelo Gaspar, ex-guitarrista da Karne Krua. Durava 3 horas de relógio e nele nós também tínhamos liberdade total. Dessa época me vêm a memória nossas incursões ao “Drink no Inferno”, como foi batizada pelos caras do Jason a boate de streap tease que havia na coroa do meio e para a qual nos dirigíamos depois do programa (ambos solteiros e sem nada pra fazer num sábado á noite, dá nisso), e uma noite em que tivemos que trabalhar mascarados, com a camiseta amarrada ao rosto tapando o nariz, para tentar suportar o fedor causado pelo rastro de alguém que pisou em merda e entrou nos estúdios acarpetados.

Ao longo desses três anos de programa de rock, acompanhamos e ajudamos no crescimento da cena independente local, divulgando shows e eventos através da “Agenda rock” e de entrevistas (muitas delas seguidas de um pocket show executado ao vivo no estúdio) com bandas de fora do estado de passagem por aqui, como ENNE (MG), Silent Cry (MG), Velho de Câncer (RS), Uzômi (RJ), Gangrena Gasosa (RJ – na figura de seu fundador e vocalista Roanldo Chorão, que estava na cidade de férias), Lamashta (AL), Pelvs (RJ, representado pelo guitarrista Clínio Jr.) e Mahatma Gangue (RN). Também entrevistamos, sempre ao vivo, representantes de praticamente todos os setores envolvidos no cenário local, como produtores (os produtores do Rock Sertão, Estranho do “Eu sou do rock”, Dani e Ivo, Roberto Nunes do Cine Cult, Fabio Andrade da Terrozone, Edcarlos da Rock Vivo, Débora e Evandro do Game Anime Expo, Thiago Porto do Kaos Fest), artistas solo (Werden, Vicente “Coda”, Sabrina Porto), editores de fanzines (Adolfo Sá, Rafael Jr, Cícero “Mago”, Nininho, Fabio) e membros de bandas como Cessar Fogo, Plástico Lunar, The Baggios, Karne Krua, Máquina Blues, Urublues, Scarle Peace, Warlord, Sign of Hate, In The Shadows, Crove Horrorshow, Vá Pra Porra, Náutilus, Daysleepers, Elisa, Rockassetes, Perdeu a Língua, Inrisório, Glorybox, Mamutes, Os Trouxas, Tchandala, Rotten Horror, Baka Sentai, Oni, Aliquid, The Jezebels, One Last Sunset, Impact e The Renegades of punk, dentre outros. O programa tem também dois quadros fixos, o “Drop Loaded”, produzido pelo pessoal do Loaded E-Zine ( www.loaded-e-zine.net ), de São Paulo, que sempre traz o melhor do cenário independente nacional, e o “Bloco do ouvinte”, do qual qualquer um pode participar, bastando apenas nos enviar, via e-mail ( programaderock@hotmail.com ) ou programas de compartilhamento tipo rapidshare, megaupload, media fire ou 4loaded, um bloco que, caso aprovado, irá ao ar, com os devidos créditos (até agora nenhum foi recusado). Em 2008, fomos indicados ao Premio Dynamite na categoria “Melhor programa de radio”, e convidados pela direção da Fundação Aperipê para que fizéssemos uma versão para a TV. Um piloto foi produzido, mas nunca foi ao ar. Pode ser visto pelo Youtube. Fomos também os primeiros a fazer uma série de edições especiais totalmente dedicadas ao rock sergipano, hoje integradas ao projeto “Sergipanidade”, que vai ao ar uma vez por mês e no qual toda a rádio, por um dia inteiro, toca apenas música sergipana. Atualmente o programa é produzido e apresentado apenas por mim, Adelvan, e continuará indo ao ar toda sexta feira às 20:00, horário de Brasília, em Aracaju, pela freqüência 104,9 FM, podendo também ser ouvido ao vivo via internet através do site da Fundação Aperipê.

Obrigado pela audiência.

A.


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O que rolou na primeira edição do programa de rock:

# 01 - 30/03/2007

Free - "All right now"
Screamin' Jay Hawkins - "I put a spell on you"
Creedence Clearwater Revival - "I put a spell on you"
The Byrds - "Eight miles high"

Dinosaur Jr. - "Nothing's goin' on"
Elefant - "Brasil"
Interpol - "pda"
Bloc Party - "Banquet"

Graforréia Xilarmônica - "Eu gostaria de matar os dois"
Mundo Livre SA - "Saldo de aratu"
Mutantes - "Adeus Maria Fulô" (versão tecnicolor)
Cabine C - "Lágrimas"

The Raveonettes - "Love in a trashcan"
Hope Sandoval & The Warm Inventions - "Suzanne"
The Jesus & Mary Chain - "Sometimes, always"
The Jesus & Mary Chain - "Deep one perfect morning"

Iggy & The Stooges - "Search and destroy"
The Velvet Underground - "I'm waiting for the man"
The Doors - "Touch me"
Ben Kweller - "I need you back"

Morrissey - "You have killed me"
The Smiths - "How soon is now"
The Smiths - "This charming man"
Mercury Rev - "Opus 40"

The Breeders - "Happiness is a warm gun"
13th Floor Elevators - "(It's all over now) Baby Blue"
Camper van Beethoven - "Take the skinheads bowling"

Dead Kennedys - "Holiday in Cambodia"
Matanza - "Whisky para um condenado"
Discarga Violenta - "Raimundo"

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CLUB NOTÍVAGOS



No rastro da Sessão Notívagos , projeto que leva ao Hall do Cinemark do Shopping Jardins Músicos locais e desde o último dia 20, também atrações de outros estados, que se apresentam após a exibição de um filme Cult, a Cine Vídeo e Educação lança para os frequentadores assíduos dos projetos que realiza o Club Notívagos. Trata-se de uma associação que reunirá no máximo 300 pessoas que terão uma série de benefícios, tais como a possibilidade de reservar seus ingressos para a notívagos e virada cinematográfica, participação em sorteios, pré-estréias e festas especiais, descontos em casas noturnas parceiras da cine vídeo na cidades onde atua (Florianópolis, Curitiba, Campo Grande, Belo Horizonte, Brasilia, São José dos Campos, Ribeirão Preto, São Paulo, Guarulhos, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Aracaju e Natal) dentre outros.
A Primeira fase de associação vai até a próxima sexta-feira, dia 02/04, para aqueles que adquirirem o convite para a Sessão Notívagos que será realizada no dia 20/04 com a exibição do filme O Direito de Amar (A Single Man), dirigido pelo estilista Tom Ford, e com Shows das Bandas Vila Carmen , sergipana, e Retrofoguetes, de Salvador.
Os interessados devem enviar um e-mail para sessaonotivagos@gmail.com, com seu nome completo e um fone e receberá as instruções para retirar seu convite e sua carteirinha do Clube.
Os Ingressos para as essão do dia 20/04 custam, neste primeiro momento, R$ 20,00, com direito a 3 Bebidas.

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Direito de Amar
Ícone da moda estreia no cinema com cuidado infinito com a estética
Fonte: Omelete - 05 de Março de 2010
por Eduardo Viveiros

A Single Man
EUA , 2009 - 101 minutos
Drama

Elenco: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Goode, Jon Kortajarena, Paulette Lamori, Ryan Simpkins, Ginnifer Goodwin

Roteiro: Tom Ford, Christopher Isherwood, David Scearce

Direção: Tom Ford

Diz a regra: quando um filme é lembrado por frases como "nossa, a fotografia era tão bela" é porque existe alguma coisa errada. Não faltam exemplos de longas que disfarçam atores ruins, enredos sem sal e direção penosa com belas paisagens e filtros nas câmeras para enganar os mais incautos.

Mas também há a outra máxima, que para toda regra há uma exceção. Nessa categoria entra este Direito de Amar (A Single Man, em tradução cafona adotada pelos brasileiros), dirigido pelo estreante Tom Ford.

Aqui se faz necessário um parêntese dedicado ao personagem por trás do filme. Ford não é cineasta - ou não era, até agora -, mas um esteta, não importando sua profissão do momento. Até 2004, o texano era primariamente estilista. Passara 10 anos à frente da Gucci, revitalizando a imagem da grife italiana perante o mercado do vestuário de luxo como um poço de sensualidade. Para quem não acompanha moda, acredite: ele é um dos nomes mais importantes das últimas décadas no assunto.

A invenção de se largar ao cinema veio na seqüência, quando pediu demissão por "diferenças criativas" com os executivos da marca. Na época ainda restrita ao fashion people, a decisão soava como excentricidade de um workaholic desalentado com a profissão. Pois depois de cinco anos de gestação, o neocineasta lembrou que são as excentricidades que ainda movem o mundo. Taí Direito de Amar, a sua prova máxima.

E o que um estilista tem a provar para uma geração de cineastas que trocaram o plano-sequência pela câmera tremida? A começar, que o cuidado infinito com a estética de um filme ainda é moeda de troca (graças!). E que quem inventou aquela da imagem vs. mil palavras não estava falando bobagem.

Tom Ford é escolado no assunto. A moda, nos últimos anos, vem ganhando cada vez mais estilistas que se metem a fotógrafos, diretores de arte e produtores de filmes publicitários - e ainda fazem um bom trabalho. A indústria de consumo de roupas, perfumes e afins é baseada basicamente na construção de imagens. O produto pode ser uma bobagem, mas tem potencial de venda infinito se embalado por bonitas campanhas publicitárias.

É este o caso de Direito de Amar, que só se beneficia com o know how dos comerciais de moda. E ainda tem a vantagem de não ser, nem de longe, uma bobagem de produto.

O filme é baseado em um romance semiautobiográfico do britânico Christopher Isherwood, que causou polêmica ao ser lançado, em 1964. A sinopse percorre um dia de um professor universitário, homossexual, que passa todo o tempo digerindo a morte do companheiro, com quem viveu por 16 anos.

O longa é praticamente um monólogo de Colin Firth, que vem colecionando merecidos prêmios pela sua atuação. Firth convive com coadjuvantes de luxo: Julianne Moore e a revelação adolescente Nicholas Hoult (o menininho de Um Grande Garoto), que se envolve com o professor enlutado. Todos em atuações acima da média, coordenados por um diretor acostumado a tirar leite dos pedregulhos que são as modelos de 13 anos.

Firth segura como ninguém os questionamentos do personagem, que devem atingir em cheio a audiência mais sensível e principalmente o público gay. O enredo discute temas espinhosos, como a aceitação dos relacionamentos homossexuais pelas famílias e pela sociedade americana dos anos 1960. Vai na trincheira aberta por Milk, mas cobre o lado menos politizado e mais humano da coisa toda.

Angústias à parte, e apesar do trabalho de Firth, a estrela do filme é mesmo a direção de arte. O apuro estético de Tom Ford, que passou a vida passando mensagens através de alguns metros de tecido, é o que conduz a trama e as emoções do público.

Pode parecer exagero, mas não é. Com as devidas proporções, Ford tem uma linha de pensamento parecida com David Lynch, mas sem se apegar a metáforas nonsense. Ou seja, tudo ali tem um significado que dá sentido ao conjunto.

Um exemplo óbvio são as roupas, coordenadas pelo diretor com a superfigurinista Arianne Phillips (Hedwig, Johnny & June e Garota, Interrompida no currículo, além de turnês da Madonna). Os óculos do protagonista, por exemplo, foram escolhidos a dedo para marcar a sua fragilidade. E quando Firth os tira, é quando tudo desaba. Seus sapatos e gravatas (atenção ao detalhe do nó windsor) também são peças-chave, assim como o suéter peludo de Hoult.

Mas a viagem estética não fica só nas roupas. Há a iluminação, os jogos de câmera e os efeitos nas lentes. Há os megacloses sensoriais nos poros da pele dos personagens e em cada detalhe dos coadjuvantes.

Ford é um homem de fetiches. Pelos cheiros e outros sentidos, pelo sexo, pelas memórias e pela elegância da vida. E gasta todos seus cartuchos em Direito de Amar. Para quem o conhece bem, é um jogo de gato e rato para decifrar suas mensagens. Para os não iniciados, há no mínimo um filme muito bonito de se ver. Felizmente, sem nenhum demérito nisso

RIP - Alex Chilton

NUNCA É TARDE PARA FALAR DE ALEX CHILTON E O BIG STAR

Fonte: Rock Loco
por Franchico

Chilton, praticamente um desconhecido no Brasil, era o líder da cult band americana Big Star e um dos heróis deste peão das palavras que vos escreve.

Ele morreu no último dia 17, em um hospital de Nova Orleans, onde vivia há alguns anos.

A banda que fez sua fama vinha de berço nobre: Memphis, um dos nascedouros do rock 'n' roll, terra de Elvis Presley.

O Big Star nunca alcançou o sucesso comercial enquanto existiu, entre 1971 e 1975. Lançou apenas três álbuns – todos clássicos: # 1 Record (1972), Radio City (1974) e Third / Sister Lovers.

Este último, depois dos fracassos de vendas dos dois anteriores, foi recusado pela gravadora, sendo lançado somente em 1994 – depois que todo o rock alternativo americano e inglês já havia se rendido à genialidade que poucos compreenderam nos anos 70. Em 2005, com novos membros, lançou In Space – que poucos ouviram.

Beatles + Who + Byrds

Uma piada sobre o Velvet Underground diz que pouquíssimas pessoas assistiram o grupo ao vivo enquanto ele existia, mas que quase todo mundo que foi a um show montou uma banda depois.

O mesmo nível de influência pode ser dito do Big Star.

Entre as bandas obviamente influenciadas pelo Estrelão pode-se citar: R.E.M., Teenage Fanclub (praticamente um Big Star 2), Lemonheads, The Replacements e todas as bandas do chamado power pop – movimento que sequer existiria sem o Big Star.

Uma pena que poucos na nova geração, pelo menos aparentemente, conheçam um trabalho tão encantador e fundamental como o desta banda, que conseguia fundir, de forma única, as melodias perfeitas dos Beatles, as guitarras faiscantes do The Who e as complexas harmonizações vocais dos Byrds.

No cenário do rock atual, devastado por uma tosquidão sem precedentes, a garotada teria muito a aprender ouvindo esta banda. E aí, galera, vamos comer Alex Chilton e o Big Star ?

segunda-feira, 29 de março de 2010

# 141 - 26/03/2010

Werden – Estranho

Entrevista:

Werden

Scarlet Peace – Intro
Berzerkers – The land of blackness
Mystical Fire – on the promise in a pentagram
Litania Ater – ( ? ) – Não tenho o nome da música

In the Shadows – quando a morte clamar

Entrevista:

In the Shadows

Mamutes – Não saia da trilha
The Baggios – Candango´s bar
Dr. Garage Exp. – Minha garota

Entrevista e “pocket show”:

Sabrina Porto

Elisa – Retour

Entrevista:

Roberto Nunes

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Werden - Em transformação

Músico sergipano Werden mostra seu novo trabalho, desta vez solo, e mais maduro.

Fonte: Release

Em alemão, Werden quer dizer tornar-se, transformar-se. Em português, o significado não passa muito longe disso, ao menos dentro da cena musical sergipana. De vocalista/guitarrista, o músico Werden se tornou artista solo em plena maturidade. E esta prestes a lançar seu primeiro material solo para comprovar sua transformação, ainda que sutil.
É com música que ele enche a cabeça de idéias, os olhos de água e a boca de palavras que vêm de dentro. E assim é a música que ele produz: sensível, verdadeira, um pouco poesia, um pouco psicodélica, um pouco amor, um pouco tristeza, um Folk-bossa-quase-rock-psicodélico intimista.
Depois de encabeçar a banda Os Verdes, uma das mais lembradas da cena sergipana do final dos anos 2000, Werden mostra agora seu trabalho autoral com temas mais maduros, menos preocupado em acertar e por isso mesmo, mais leve e agradável a ouvidos mais críticos. Seus parceiros de composição continuam os mesmos (Bruno Barros e Plástico Jr., com os quais dividia as músicas em Os Verdes). Suas referências são: Adam Green, Júpiter Apple, Erasmo Carlos e o Britpop de sempre. e poderão ser conferidas no seu primeiro EP, que deve estar disponível a partir de maio. Até lá, confira um pouco mais sobre o rapaz, ou simplesmente troque uma idéia com ele em: www.myspace.com/werdenmusic

Mais informações:
www.twitter.com/dwerden
werden@gmail.com
(79) 8815-3142

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O programa de rock do dia 26/03/2010 foi integrado ao projeto "sergipanidade", da Fundação aperipê, tendo como tema "Aracaju - 155 Anos".

(Wikipedia) Aracaju é a capital do estado de Sergipe. Localiza-se no litoral do nordeste brasileiro, sendo cortada por rios como o Sergipe e o Poxim. De acordo com estimativas a cidade conta com 570.039 habitantes. Somando-se as populações dos municípios que formam a Grande Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, Laranjeiras e São Cristóvão, o número passa para 800 mil habitantes. A cidade ainda é apontada como a capital com a melhor qualidade de vida do País, segundo o Ministério da Saúde. O topônimo "Aracaju" deriva da expressão indígena "ará acaiú", que em tupi-guarani significa "cajueiro dos papagaios". O elemento "ará" significa "Papagaio" e "acaiú", "fruto do cajueiro".

24/03/2010 - Fundação Aperipê

Projeto Sergipanidade faz homenagem aos 155 anos de Aracaju

Celebrar a cultura sergipana durante um dia inteiro. Este é o preceito do projeto Sergipanidade, criado pela Fundação Aperipê em 2009, e que terá sua primeira edição de 2010 realizada nesta sexta, 26, levando ao ar muita música, história e literatura sergipana. Durante todo o dia, os ouvintes irão conferir uma programação em homenagem aos 155 de Aracaju em que serão abordados os temas movimento cultural e desenvolvimento urbano da capital sergipana. Além disso, o projeto contará com a presença da banda Kararoots e do músico Edelson Pantera que participarão ao vivo dos programas Sonora e Acervo, respectivamente.

Segundo o diretor da Aperipê FM, Leonardo Levi, a programação do Sergipanidade terá ainda o destaque de fatos históricos da capital sergipana no programa Seleção Brasileira, comandado por Mário Sérgio, crônicas e muita música sergipana. “À noite, a partir das 22h, teremos um programa especial que foi produzido pela Aperipê FM com shows ao vivo das bandas Maria Scombona, Máquina Blues, The Baggios e Ferraro Trio”, avisou Leonardo Levi.

Entrevistas, debates e pocketshows são os ingredientes desse grande evento que busca estimular o espírito de pertencimento da população sergipana a partir da sua aproximação com os artistas e suas obras. É com essa fórmula que, uma vez por mês durante todo o dia, a rádio Aperipê FM 104,9, fazendo soar todos os ritmos e destacando fatos históricos e culturais de Sergipe, conquista cada vez mais ouvintes, deixando-os por dentro do muito que é produzido e muitas vezes desconhecido no Estado.

Entre os temas já abordados pelo Sergipanidade estão ‘Rádio Sergipana”, ‘Folclore de Sergipe’, ‘Literatura’ e ‘Forró’.






















Abril pro rock volta ao Centro de Convenções de Pernambuco



Nota Oficial | Abril Pro Rock: 18 anos

Fonte: www.abrilprorock.com.br

Diante da situação judicial entre a Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco e o Ministério Público, sobre a liberação da área externa da Fábrica Tacaruna para realização de eventos musicais, a produção do Abril Pro Rock decidiu realizar a 18ª edição do festival, nos dias 16 e 17 de abril, no Pavilhão do Centro de Convenções de Pernambuco.

O Abril Pro Rock é um evento de respaldo, conceitual, firmado há 18 anos no calendário cultural do Estado.

A produção não quer, em hipótese alguma, ser pivô de uma polêmica pré-existente, relacionada a situações políticas.

Tanto que, neste momento, abre mão da utilização do pátio externo da Fábrica Tacaruna.

Este problema com locação é atípico na trajetória do festival, sempre comprometido com o pagamento dos espaços utilizados.

Esta foi a primeira vez que o Abril Pro Rock havia sido agendado na Fábrica Tacaruna. O público médio estimado pela produção, para cada um dos dois dias, é de 3 mil pessoas.

sexta-feira, 26 de março de 2010

CAFÉ DA MANHÃ DOS NOTÍVAGOS

Domingo é um dia para descanso, certo? sim, mas também para você se divertir e aproveitar...

A Cine Vídeo e Educação estará lançando nesse domingo dia 28/03 o Café da manhã dos Notívagos, para aqueles que dormem mais tarde ou para os que acordam mais cedo...
A Partir das 09 Horas no Cinemark Jardins será servido um café da manhã ao preço de R$10,00, quem for receberá um bônus de R$ 5,00 para a compra de um ingresso de uma Sessão Notívagos, só lembrando teremos em Maio o Cidadão Instigado e em Junho o OTTO.
Haverá sorteio de Brindes e as 10 horas a pré estréia do filme Aconteceu em Woodstock, uma história real escrita por Elliot Tiber, o homem que levou o maior festival de música da humanidade para a pequena cidade de Bethel, próxima à Nova York. Tiber conta no livro que Woodstock aconteceu quase por acaso. Para salvar o hotel dos pais da falência, ele ofereceu o terreno para promover um show de rock e arrecadar dinheiro. Ele só não sabia das proporções que o evento tomaria...

Maiores Informações: 9199-2967

Café da Manhã dos Notívagos
09 Horas Café
10 Horas Filme Aconteceu em Woodstock
R$ 10,00 e ganhe um bônus de R$ 5,00
Cinemark Jardins
Convites a venda na hora

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Roberto Nunes
Cine Vídeo e Educação
Ações Culturais
(79) 8123-7955




Ang Lee e Eric Gautier lutam para fazer o maior festival de todos os tempos caber numa pessoa só

por Marcelo Hessel
Fonte - www.omelete.com.br

Aconteceu em Woodstock

Taking Woodstock
EUA , 2009 - 120
Comédia / Drama

Elenco:
Demetri Martin, Henry Goodman, Imelda Staunton, Emile Hirsch, Eugene Levy, Jonathan Groff, Mamie Gummer, Jeffrey Dean Morgan

Roteiro:
James Schamus, Elliot Tiber (livro), Tom Monte (livro)

Direção:
Ang Lee

Há quarenta anos, Woodstock uniu pessoas, ideais, todos os credos e todas as cores, tocou milhões de almas com sua utopia psicodélica de liberdade e igualdade. Esse blablablá você já deve estar cansado de ouvir. Difícil é encontrar uma única pessoa, no meio daquele meio milhão de hippies, cuja vida tenha de fato mudado com o festival de rock mais famoso de todos os tempos.

Aconteceu em Woodstock (Taking Woodstock), o primeiro filme hollywoodiano do diretor Ang Lee depois de Brokeback Mountain, basicamente é o esforço para buscar (e tentar acompanhar, no meio daquele mar de gente) essa uma pessoa. O eleito é Elliot Tiber. Como diz o seu livro de memórias, Taking Woodstock: A True Story of a Riot, A Concert, and A Life, no qual o filme se baseia, Elliot foi o responsável por levar o festival para a pequena cidade de White Lake, no interior do Estado de Nova York.

Interpretado pelo comediante Demetri Martin, Elliot presidia a câmara de comércio da cidadezinha, com um festival de música local anual debaixo de sua responsabilidade, quando a vizinha Catskills expulsou Woodstock de lá - afinal, nomes como Joan Baez, Janis Joplin e Jimi Hendrix atrairiam uma população de hippies que os locais temiam. Com algum empurrão, Elliot decidiu então trazer o festival (que leva o nome de outra cidade, Woodstock) para White Lake.

Não vale aqui narrar como se deu a montagem do festival numa pastagem, com hoteis capengas, ameaças de mafiosos, muita mídia, muitas kombis, algum teatro e incontáveis baseados. A graça do filme está nessa transformação da paisagem de White Lake, e não há como descrever isso aqui, a contento. O que dá para dizer é que o excelente elenco está num nível de casting (atores parecem ter nascido para aqueles personagens) comparável ao das melhores séries de TV dos EUA. Não falta humor, nem música.

Mas voltemos à ambição inicial e principal de Lee. Como seguir um protagonista quando, inevitavelmente, o festival a certa altura se tornará o ator principal? O diretor consegue com a inestimável ajuda do diretor de fotografia Eric Gautier. Muitos críticos cosideram-no o melhor operador de câmera em atividade hoje no mundo - como dá para constatar em filmes como Clean, Medos Privados em Lugares Públicos e Horas de Verão - e aqui o francês não decepciona.

Com a câmera na mão firme mas fluente - e principalmente com agilidade para encontrar pontos de interesse num enquadramento sempre em mudança e em movimento - Gautier dá ao filme aquela cara de documentário, de registro de acasos, e não perde Elliot de vista. Quando o personagem vai atravessar uma multidão na rua, opta-se pelo plano-sequência. Quando vai ficar fora de quadro, Lee resgata o maneirismo de dividir a tela, como fez em Hulk. Por exemplo, se em cena a câmera subjetiva nos põe no lugar de Elliot, observando os entornos, a tela se divide em duas, campo e contracampo, para não deixarmos de enxergar seu rosto.

Saber sempre como Elliot reage ao que se passa é uma obsessão do filme, e Demetri Martin consegue convencer, nessa exposição constante. Mas, claro, Gautier não é onipotente. A certa altura Woodstock vai mesmo se impor, e o arco dramático de Elliot parece se arrastar um pouco, com uma sucessão de quase-finais, na segunda metade das duas horas de filme. É como se o arco se encerrasse no momento em que o festival se torna realidade, quando no fundo ainda há pontas soltas na subtrama de Elliot. O filme se alonga para resolvê-las, naquelas horas da manhã em que bate a ressaca do fim de semana de shows.

De qualquer forma, a eleição de um protagonista privilegiado faz muito bem ao filme. Por meio de Elliot, podemos nos identificar e nos colocar numa posição que, dado o gigantismo e a mítica de Woodstock, quatro décadas depois tende a perder sua real dimensão.



quarta-feira, 24 de março de 2010

MEGADETH - Rust In Peace 20th Anniversary tour



Michael Lello do Weekender conduziu recentemente uma entrevista com Dave Mustaine. Seguem alguns trechos da conversa.

Copyright © 2010 Rust In Page

Fonte: Rust In Page

"Rust In Peace" é considerado um álbum histórico do metal. Qual sua opinião sobre isso?

Mustaine: "(Risos) Eu adoro isso. É peculiar quando alguém diz isso, porque não foi um dos nossos álbuns mais desafiadores. Me lembra de um período dificil e sombrio da minha vida. David Ellefson e eu estávamos morando juntos e nós não tinhamos uma banda na época. Nós estavamos juntando os cacos e estávamos morando com estranhos. O álbum possui vários sentimentos diferentes pra mim."

Mustaine: Estar em um palco e toca-lo é divertido, porque os fãs se deliciam quando isso acontece. Acho que muitas pessoas achavam que o álbum não podia ser tocado ao vivo, e, quer dizer, pelo amor de Deus, eu escrevi o maldito álbum, porque não conseguiria toca-lo?"

Como Chris [Broderick] e Shawn [Drover] pegaram o material?

Mustaine: "Bem, Shawn já estava acostumado, é um conservador, então ele conhece muito bem as coisas, e Chris é um aluno incrivel de guitarra que vive pelo que faz, então ele foi capaz de aprender todas as nuances da música. Então foi apenas uma questão de mexer algumas peças, verificar as frases de guitarras, e as nuances e técnicas das minhas palhetadas, e outras coisas que fariam esse álbum soar direito, porque qualquer pessoa pode tocar o que estou tocando, mas não iria soar da mesma forma. Isso é óbvio, eles poderiam tocar exatamente com eu toco e ainda não soar da mesma forma por causa de alguns pequenos truques que eu tenho. Quando mostrei pro Chris e disse 'Isso faz sentido?' ele disse 'Sim, totalmente, cara'. Esse álbum possui um swing gelado e jazzistico nele".

Há planos pra trazer algum show do Big Four pros Estados Unidos?

Mustaine: "Não. Cabe às pessoas que organizaram isso tudo. Mas acho que isso vai exigir muitas coisas de outras pessoas. Se acontecer, e será bom pra nós, como as coisas que estão acontecendo lá fora, ótimo. Sabe, estamos em um ótimo momento, e se isso for um sucesso será ótimo pra nós. Posso dizer o mesmo dos shows do 'Rust In Peace', está sendo um sucesso, e está sendo ótimo. Me comprometo tanto com essas apresentações como me comprometeria com as apresentações do verão."

Eu percebi que vocês estão tocando apenas uma música do "Endgame" nessa tour.

Mustaine: "Só uma. Nós não temos um tempo longo pra tocar. Temos um cronograma de 75 minutos, o que não é algo longo, e tocamos um pouco acima desse cronograma, senão sentiria que estou enganando os fãs. Mas é o jeito do mundo agora, sabe? Eles agendam a banda pra tocar 75 minutos, e se tocamos os 75 minutos, então eles conseguem o que queriam e a gente recebe. Mas quem é enganado? Bem, eu, porque eu não toco o tanto que gostaria de tocar, e os fãs também, porque não escutam o tanto de música que gostariam. Nós mesmo temos que decidir. A gente se compromete e toca um pouco mais? E a resposta pra isso é um sonoro 'sim'".

Como o lance do Dave Ellefson mudou dele ter te processado por 18 milhões e meio pra um retorno para o Megadeth?

Mustaine: "Bem, não posso falar por ele, mas tudo que posso dizer é que a oportunidade apareceu sozinha, e rezei por isso, e pedi se ele queria voltar, e ele disse sim, e resolvemos tudo."

Mustaine: "É claro que teve algumas coisas que tivemos que resolver porque tinhamos um relacionamento bem próximo um do outro. Quando se é muito chegado de alguém e o relacionamento dá uma pausa ou acaba, há sempre ressentimentos, e tivemos que resolver alguns assuntos. Agora é só questão de nos inteirarmos e recuperar o tempo perdido."

Mustaine: "Toda vez que tentávamos conquistar a indústria musical e chegar ao topo, algo acontecia. Era algo muito maluco. Agora está tudo rolando direitinho e parece que esse vai ser nosso ano".

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DAVE MUSTAINE: "SUPEREI MEUS DEMÔNIOS DO METALLICA" (ENTREVISTA)

Data: 25/8/2009
Título da matéria: Dave Mustaine: "Superei meus demônios do Metallica"
Entrevistado: Dave Mustaine
Entrevistador: Dave Ling (Classic Rock)

Dave Mustaine formou o Megadeth após ter sido demitido do Metallica em 1983. Doze álbuns depois, o brilhante guitarrista/vocalista continua entre as figuras mais fascinantes do metal. Classic Rock encontra Mustaine após algumas cirurgias (de Mustaine, não nossas) para falar sobre o novo álbum do Megadeth, Endgame.

Você está se sentindo melhor depois da recente cirurgia por causa de uma lesão no pescoço?
[Balançando a cabeça]: Uma agulha de oito polegadas foi enfiada no meu pescoço para descobrir o que havia de errado. Eu estava perdendo meus movimentos [balança a cabeça da esquerda para a direita] e o motivo era eu ser um headbanger. Acho que é importante que alguém diga: Cara, há repercussões. Você deve aquecer seu pescoço. E eu aqueço; talvez é por isso que eu não seja um aleijado.

Como foi enterrar ressentimentos do passado com Slayer excursionando juntos?
[Sorrindo discretamente] Eu nem falei com Kerry [King, guitarrista] ainda.

Mas ele viu o show do Megadeth do lado do palco?
Sim. Eu nunca tive nada contra Kerry - ele que começou isso tudo. Muitas coisas que ele disse sobre mim me magoaram, mas ainda estou aberto a ser amigo dele. Talvez nos sentemos juntos para beber algo; ele vai tomar Jägermeister e eu tomarei água. Eu sou uma pessoa diferente agora. Tenho 47 anos. Estou feliz com minha vida.

Mas a trégua veio pessoalmente de você?
Sim. Eu fiz muito disso. Eu fiz com o Pantera. Eu fiz com [o antigo baixista] David Ellefson. Eu recentemente jantei com Dave e ele disse que [sair da banda] foi a coisa mais idiota que ele já fez. Eu disse, está bem - eu te perdôo. Enquanto me sento aqui conversando com você agora, pensando sobre as pessoas das quais tenho ressentimentos, há zero delas. Eu estou realmente feliz com minha vida. E enquanto minha carreira se aproxima do fim, estou terminando ela no topo.

Você declarou que o novo álbum, Endgame, é o melhor que a banda fez desde Rust In Peace de 1990 - muitos dizem que Countdown To Extinction de 1992 é considerado em geral o trabalho definitivo do Megadeth.
Oh, é melhor do que Countdown... Mas essa é minha opinião. Você é um jornalista. O melhor é que desta vez eu estou participando de tudo.

O título de Endgame é inspirado pela lei assinada pelo último presidente dos EUA que poderia colocar qualquer cidadão Americano comum dentro de uma prisão como um campo de concentração.
Ele assinou essa lei sem o consentimento do Senado ou representantes da Casa Branca. Ouvi sobre isso na CNN - algo como: 'Hoje o presidente Bush assinou um documento ultra-secreto'... eu pensei, 'O que?!' Então fui mais a fundo e não conseguia acreditar no que descobria.

Você possui algum tipo de ambições na política?
Não. Nunca tive. Eu não quero ser assassinado [risos].

Esta reticência é também baseada no fato de você ter um passado artístico?
Não. Artistas já foram eleitos antes. Em Minnesota a porra de um lutador [Jesse Ventura] se tornou governador, tenha dó. Al Frankin do Saturday Night Live agora é um Senador. Ronald Reagan [antigo presidente dos EUA] e Arnold Schwarzenegger [governador da Califórnia] eram ambos atores. É que simplesmente não me atrai.

Não por enquanto, pelo menos?
[Balançando a cabeça]: Se as eleições fossem justas talvez eu tivesse mais interesse. Mas votos podem ser comprados.

Você pode apontar porque está em um estado tão bom agora?
Minha fé [em Deus] está por trás de eu estar tocando bem, e como me livrei dos meus demônios. O fato de eu ter sido salvo não é algo que eu empurre nos outros, mas me ajudou. Isso lembra o que disse sobre Slayer no início. Eu disse que eu nunca tocaria com bandas satânicas. Apesar das pessoas não saberem disso, eu também disse que não tocaria com bandas que atraem grande público feminino porque eu não queria ir lá e ficar olhando para garotas no público. Mas quando minha vida mudou eu deixei isso tudo de lado. Eu percebí que poderia tocar com bandas que atraem público feminino; afinal de contas, caras gostam de ir a shows onde terá mulheres - mesmo gordas, pois há caras gordos - e comecei a relaxar. É disso que se trata. Agora eu estou feliz, alegre, livre... Eu sou seu amigo, o cara que você conheceu toda sua vida. Você disse coisas ruins de mim; você disse ótimas coisas de mim. Mas somos amigos; a amizade tem lados bons e ruins.

Claro, você também teve experiências com o lado obscuro da religião
Eu não queria mais fazer isto. Quando eu praticava bruxaria e jogava feitiços nas pessoas, elas funcionavam. Mas também tiveram repercussões em mim. Eu me tornei opressivo espiritualmente. As pessoas pensam, 'Dave é cruel' ou 'Dave é maluco', mas [isto é porque] eu praticava bruxaria.

Você está aprovando uma auto-biografia.
Já aprovei. Está terminada.

Alguém deveria ficar preocupado com o conteúdo? Que tipo de livro é este?
Não é mal-intencionado, mas eu tentei fazê-lo realista. Por exemplo, fala sobre Jeff [Young, guitarrista de 1987-89] tentando pegar minha noiva, Diana, uma namorada de seis anos.

Então você jurou ser verdadeiro, não importa o quão doloroso seja?
[Balançando a cabeça]: Mesmo que eu me incrimine. Outro exemplo: Eu deixei Jay Reynolds [guitarrista, 1987] se juntar a banda porque ele era um traficante. [Discrente]: Mas quando chegou no estúdio, ele disse 'Vou chamar meu professor de guitarra para vir aqui e me ensinar como tocar esta parte'. Então aparece Jeff [Young]. Seu cabelo era perfeito e ele parecia Farrah Fawcett e ele estava usando uns shorts tão curtos que parecia que seus testículos estavam saltando pra fora. Achei que ele tinha saido daquele vídeo do Elton John que era cheio de caras afeminados [I’m Still Standing], mas quando ele tocou... wow. Então resolvemos cortar fora o barato e colocar Jeff na banda. Eu lidei com o lance do Jay muito mal - em parte porque eu tinha problemas não resolvidos com o jeito que fui expulso do Metallica. Isto afetou a maneira que eu tratava as outras pessoas. E olhar de volta pra tudo isto foi muito catártico. Eu avisei Jay [sobre sua saída] pelo telefone. Eu disse: 'Hey Jay, aqui é o Dave. Olha, cara, tenho más notícias pra você. Resumindo, Jeff está dentro e você está fora'.

Ai!
Sim. Ai. Eu fui um filho da puta. Então no fim de cada capítulo, eu expressei minha contrição e restituição em relação a estas situações. Quando eu li as duas últimas palavras do livro eu o fechei e comecei a chorar. Eu estava muito feliz. Pela primeira vez na minha vida eu me senti compreendido.

Como você se sentiu em ser escolhido como número 1 no recente livro de Joel McIver, o The 100 Greatest Metal Guitarists?
Foi especialmente legal quando descobri que Joel escreveu livros sobre o Metallica. Eu olhei a minha cópia do livro - eu não estava na capa ou contra-capa. Imaginei que estaria em algo como número 69. Então eu o folheei; é um livro bem compreensível, bom livro. Eu cheguei na posição 50 e pensei, 'Estou aqui?' Me falaram que eu estava, mas não falaram a posição. Então vi a posição 16 e vi Hetfield. Pensei, 'Wow', pois eu respeito James. Sou um melhor guitarrista solo que ele, mas ele é um dos três melhores guitarristas base do mundo.

Quem seriam os outros dois?
Malcolm Young [do AC/DC] e eu mesmo. Malcolm se manteve básico mas trouxe um estilo totalmente novo de tocar como guitarrista base. Então eu cheguei ao top 10... eu ainda não estava ali. A cada página que eu virava, eu ficava mais excitado. Eu cheguei na posição 5 e estava Kirk [Hammett], e pensei, 'Obrigado, Deus'. Naquele ponto não importava [em que posição eu estava]. Ser melhor que ambos [James e Kirk] significava muito - é um dos pequenos incômodos da minha carreira e eu nunca soube como lidar com isso. Eu não percebí que havia tanto em minha vida. Então cheguei ao número 2 e vi John Petrucci [do Dream Theater] e congelei. Eu era o número 1. O que tornou melhor foi o que o cara escreveu: 'Isso não é sobre Dave como pessoa, pois ele é um cuzão" - [risos] - 'Essas quatro páginas são sobre tocar guitarra, que é o melhor. Há pessoas que são melhores em algo que Mustaine faz, e outras são melhores que outras, mas ninguém é bom em tudo.' Tudo que pensei foi...eu venci!

De alguma forma isso representou um encerramento?
Exatamente. Eu não sou viciado em mais nada. Eu não estou mais lutando com demônios do passado de outra banda [Metallica]. O jogo acabou. Lars [Ulrich] me chamou e ofereceu a chance de ir ao Rock And Roll Hall Of Fame e não ser homenageado, mas sentar com o público [ao invés disso]. 'É apenas para pessoas que estiveram nos discos' foi o que ouví. Isso teria sido estranho. Então eu não fui. Há obviamente algumas questões não resolvidas da parte do Lars. Mas sabe de uma coisa? Se Deus me quiser no Hall of Fame, eu estarei lá.

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ENTREVISTA EXCLUSIVA COM DAVID ELLEFSON (ENTREVISTA)
Data: 21/2/2009
Título da matéria: Entrevista exclusiva com David Ellefson
Entrevistado: David Ellefson
Entrevistador: Daniel Molina (Rust In Page)

Rust In Page: Bem, em primeiro lugar obrigado por abrir esse espaço para agente na sua corridíssima agenda, David.

David Ellefson: Sem problemas, vamos lá.

RIP: Bom, antes de se tornar um baixista você tocava piano e saxofone, como foi essa transição para você?

Ellefson: Piano (que na verdade era o orgão Wurlitzer que pertencia a minha mãe) foi como fui apresentado a música quando ainda tinha 8 anos. Na quinta série eu tive a chance de entrar na banda da escola então escolhi o sax porque achei que era bacana. Meu verdadeiro amor pela música apareceu quando eu tinha 10-11 anos quando comecei a escutar umas bandas fodas de hard rock no rádio e foi isso que me fez criar interesse no baixo, interesse que me foquei, fui obstinado e virou uma paixão. Nada importava mais pra mim do que tocar baixo, então comecei a montar bandas quando tinha 12 anos, e eu tinha começado a tocar baixo havia apenas alguns meses.

RIP: Quando você se mudou para Los Angeles tinha certeza que algo grandioso iria acontecer ou foi apenas instinto.

Ellefson: Puro instinto. Apenas segui minha intuição e me mudei para L.A, algo que queria fazer desde que tinha 16 anos. Dois anos mais tarde me mudei para lá e o resto é história.

RIP: Seu primeiro encontro com o Mustaine foi um tanto quanto diferente, com ele jogando um vaso no seu ar-condicionado. Você tinha alguma idéia de quem ele era naquela época?

Ellefson: Não tinha a mínima idéia. O Metallica estava começando a cultivar uma boa base de fãs ao redor do mundo, mas eles ainda eram uma banda de metal independente, e ainda não havia chegado nada deles em Minnesota, que é de onde eu tinha vindo.

RIP: Você acredita que naquele momento você tinha encontrado um "parceiro no crime"?

Ellefson: Não, na verdade não estava procurando por um parceiro em si, mas apenas por um companheiro de banda.

RIP: Você e Mustaine por vários anos foram os pilares do Megadeth. Como você viu e se sentiu com todas as mudanças de formações durante o tempo que esteve na banda?

Ellefson: Eu cresci vendo bandas que não mudaram muito a formação quando já estavam dando certo. Bandas como Iron Maiden, Kiss, Van Halen, BTO e mais tarde o Led Zepellin e Black Sabbath. A maioria dessas bandas tiveram poucas mudanças, se tiveram alguma, durante o período em que eu as escutava. Mudanças de formação parecem sempre quebrar o ritmo e certamente alguns fãs, assim como eu, não estavam gostando dessas mudanças também. Toda banda é diferente, então não se pode dizer que as mudanças de formações não podem ocorrer, porque obviamente precisam, especialmente quando algo não vai bem.

RIP: Vocês tiveram muitos altos e baixos durante a carreira de vocês. Como vocês lidaram com tudo?

Ellefson: Bem, no começo eu usava muita droga então isso ajudava um pouco!! Depois disso, quando fiquei limpo, foi uma questão de amadurecer, e isso ajudo muito também.

RIP: Não há dúvida que vocês foram um dos fundadores do Thrash/Speed Metal e uma das maiores entre o Big 4 (5?), vocês tinham alguma idéia que ia haver aquele bum na cena thrash?

Ellefson: Não tinha a minima idéia. Não sabia o que estava acontecendo, aquela cena toda, até eu chegar em Los Angles em 83 e então o Metallica, Anthrax, Exodus e eventualmente o Slayer eram nossos parceiros naquilo tudo.

RIP: Todos sabemos que quando uma banda cresce animosidades e discussões ocorrem. Você testemunhou algum momento assim? Você teve algumas discussões durante seu período na banda?

Ellefson: Em todas as bandas ocorrem discussões. O truque é amadurecer com isso e seguir em frente, como em uma irmandade ou parceria.

RIP: Durante a tour Clash of The Titans Mustaine teve algumas desavenças com membros de outras bandas. Sobre o que se tratava?

Ellefson: Bom, não sou a pessoa correta para responder isso, seria melhor perguntar a ele sobre isso. hahaha

RIP: Quando o Marty se juntou a banda, o álbum Rust In Peace estava praticamente finalizado, mas você acha que ele influenciou algumas partes com o lado melódico que ele possui?

Ellefson: Todas as músicas estavam escritas, mas apenas em três partes. Então, sim, a influência que ele trouxe com os solos dele ficam evidentes nas versões finais das músicas. A presença dele também como um guitarrista de metal que tinha habilidades muito além de um músico de metal foi algo que teve uma influência súbita e poderosa em todos nós. Acho que as influências dele começaram a aparecer quando começamos a escrever o álbum que eventualmente seria o Countdown, dois anos mais tarde. Realmente gostei das influências dele, o que ajudou a banda a crescer além do Thrash Metal porque o mundo estava mudando e continuávamos a crescer com ele. Se não tivéssemos essa influência talvez nem estaríamos conversando agora.

RIP: Você acha que a formação do RIP foi a melhor que o Megadeth já teve?

Ellefson: Sim, criativamente sem dúvida alguma. Eu acho que ao vivo a formação do Rude Awakening era a mais sólida, mas isso provavelmente se deve ao fato do amadurecimento de todos durante os anos.

RIP: Depois de gravar um álbum avassalador de thrash vocês lançaram logo em seguida o Countdown To Extinction, que tem uma pegada mais de heavy tradicional do que de thrash. Foi algo que aconteceu ou foi algo pensado?

Ellefson: Eu me lembro de um momento durante a tour "Clash of the Titans" onde ficou claro para mim, e para o resto da banda que isso era o ponto mais alto que o movimento poderia atingir. Metallica estava no topo do mundo, e o sucesso que obtivemos com o Anthrax e Slayer foi pela combinação de esforço de todos. Ver o Alice In Chains no cartaz foi um indicador que a cena de Seattle estava vindo com força e o thrash não seria mais o estilo queridinho do momento. Eu não acho que isso influenciou o modo como escrevemos o Countdown, mas acho que nos forçou a buscar por algo diferente, ir mais fundo e realmente acreditar nas nossas forças como músicos e compositores, força que outras bandas não tinham.

RIP: Li em uma entrevista um tempo atrás, onde Chuck Behler dizia que o trecho da Symphony pertencia a ele. Isso é verdade?

Ellefson: Não me lembro de nada disso. Chuck foi um ótimo baterista "pocket" e um cara bacana, mas não era um compositor naquela época, não que eu me lembre.

RIP: Bom, não sei se vai querer responder isso, mas vou perguntar mesmo assim. Porque o Menza foi demitido?

Ellefson: Bem, O Nick disse que estava com problemas de saúde onde ele precisa se tratar imediatamente, e tínhamos que tocar no Ozzfest 98 logo em poucas semanas, então tivemos que chamar um substituto, Jimmy DeGraso. Quando ele entrou acabou virando um membro fixo.

RIP: Depois disso vocês gravaram o Youthanasia e o Cryptic Writtings, o que para mim foi uma progressão natural do que estavam fazendo. Mas você acha que o Risk foi natural como eles ou uma tentativa de deixar a banda mais comercial?

Ellefson: Para mim o Risk era algo que a banda tinha que fazer e um momento que tinha que passar.

RIP: Apesar de todo o sucesso e tudo o mais as vezes o Mustaine ainda se comparava ao Metallica. Isso era frustrante pra vocês como era para ele?

Ellefson: Eu não tive nenhuma conexão ou nada com o Metallica, então estava sempre focado no NOSSO sucesso, não no deles. Além disso, era grato ao Metallica, porque sem eles nossa carreira não teria se iniciado, e eles certamente derrubaram algumas barreiras para todos nós que fazemos parte do mundo metal no mundo todo.

RIP: Em 2001 vocês lançaram The World Needs A Hero, primeiro álbum de verdade sem o line up clássico. É verdade que o álbum era para ser chamado de Capitol Punishment mas alguns empecilhos ocorreram com a gravadora, e vocês tiveram que adicionar algumas músicas e lançar como The World Needs A Hero?

Ellefson: Certíssimo, esse era para ser o nome do álbum, mas o título acabou sendo utilizado para o lançamento do nosso greatest hits pela Capitol.

RIP: Você acha que o TWNAH foi um álbum de volta as raízes meio forçado e que no final acabou soando fraco?

Ellefson: Sim, foi uma tentativa de voltar às raízes do thrash, pelo menos com alguns riifs pesados, diferente do Risk. Lembro de ter ficado muito feliz com o resultado final do álbum na época porque achei que Dave havia escrito alguns riffs bons para o álbum.

RIP: Depois que o Megadeth deu um tempo você surgiu com o F5, que é uma banda ótima mas com uma abordagem diferente do que os fãs estavam acostumados. Como foi para você começar tudo de novo?

Ellefson: Não tinha nenhuma intenção de montar uma banda quando o Megadeth acabou. Pus tudo de mim, o meu melhor ali, que parecia algo fútil começar algo de novo. Parecia que tinha tomado um chute no estomago e ficado sem ar. Bem, mas a vida segue, e depois de trabalhar duro em alguns projetos, escrevendo e produzindo, o F5 acabou nascendo no quintal de casa aqui em Phoenix, Arizona. Aquela banda foi a primeira em muitos anos onde mal podia esperar para ir na casa do nosso guitarrista, Steven Conley, para poder escrever e gravar músicas toda semana. Estava claro para mim que o F5 não seria uma banda de thrash mas a vibe da banda era ótima, a música poderosa, então apenas tentei capturar a essência que o grupo estava formando do que tentar seguir a trilha da minha antiga banda.

RIP: Além do F5 você também possui outros projetos, como o Avian, Killing Machine, Temple of Brutality e Iron Steel. Qual a sua favorita e tem prioridade total da sua parte?

Ellefson: F5 é a minha prioridade, sem dúvida, mas foi muito legal gravar os outros álbuns e fazer a tour com o Temple of Brutality. Era uma banda divertida ao vivo.

RIP: Recentemente Ilias Papadakis o convidou para tocar em uma das músicas dele, ao lado de Jeff Waters e Nick Menza. Como foi tocar ao lado do Nick novamente? Você ainda mantem contato com ele e com o Marty?

Ellefson: Antes de mais nada eu adorei a música do Liked Ilias e tocar algo com o Nick é bom para todos nós e é algo que os fãs vão gostar. O Nick anda meio longe dos holofotes então acho que isso pode ser uma ponte para todos nós. Eu adoro o modo que o Jeff toca, então fazer parte do projeto com ele foi muito emocionante para mim, especialmente por ser um fã do Annihilator também. Eu mantenho contato com o Marty via e-mail, uma ou duas vezes ao ano. Pessoalmente, acho que Marty e eu nos damos muito bem, provavelmente porque crescemos em cidades pequenas e ouvindo as mesmas bandas na nossa adolescência. Bandas como Kiss, Angel, Starz eram algumas coisas em comum que tínhamos.

RIP: Marty lançou alguns álbuns depois que saiu do Megadeth. Se ele o convidasse para se juntar a banda dele você iria?

Ellefson: Na verdade falamos sobre eu tocar baixo na tour do cd dele "Music for Speeding" o que seria algo bacana, porque o Jimmy também tocou naquela tour. No entanto, estava num ponto onde estava muito envolvido com o F5, então tive que optar pelo F5.

RIP: Queria te dizer que achei o The Reckoning um álbum muito bom, a banda parece estar bem coesa e tudo parece estar no devido lugar. Como foram as gravações do álbum?

Ellefson: Obrigado, estamos felizes com o álbum. O processo de gravação foi divertido e foi um pouco tenso porque estávamos trazendo o Jimmy para tocar com a gente. Já tinha tocada tempo bastante com o Jimmy e sabia que ele ia fazer bem o trabalho dele, mas a banda já tinha um estilo formado e sempre há aquele momento de dúvida quando se traz um novo membro. Mas conforme o esperado, Jimmy aumentou a natureza progressiva da música a um ponto onde queríamos chegar como uma banda.

RIP: Sei que vocês estão fazendo vários shows em diversos lugares. Como os fãs estão reagindo? Vocês escutando muitos pedidos da platéia para tocarem Megadeth?

Ellefson: Já que é uma banda relativamente nova muitas pessoas ficam boquiabertas quando assistem um show nosso. Bem coesa, poderosa e realmente acho que Dale Steele surpreende as pessoas com suas habilidades como vocalista. Até agora, a gente toca apenas nossa música, fora os covers que decidimos gravar. No entanto, as coisas sempre podem mudar...

RIP: Não há dúvidas que você deixou uma marca enorme no Megadeth. Como se sente quando escuta que o Dave pede aos seus baixista para tocarem com palhetas para soarem como vocês?

Ellefson: Isso é um grande elogio porque o som da palheta é um tom do baixo que gosto de por nos álbuns e ao vivo, especialmente naqueles antigos álbuns rápidos e pesados de thrash. Creio que houveram comparações com meu modo de tocar e o de Cliff Burton, pois ele foi uma lenda no baixo e grande influência para vários baixistas. Então, para mim, dar um passo a frente e criar meu próprio modo de tocar com a palheta foi uma conquista quando olho para trás.

RIP: Você ouviu os álbuns do Megadeth que foram lançados depois da sua saída?

Ellefson: Eu ouvi eles, e só. Não os dissequei. É uma banda diferente agora então não escuto como escutaria se fosse um álbum que tivesse gravado.

RIP: Situação hipotética, imagine que Dave está procurando por novos membros para a banda. Quem você recomendaria?

Ellefson: Depende em qual parte da banda ele queira fazer a alteração...

RIP: Vocês vieram ao Chile para tocar com uma banda tributo chamada Hail? Quem teve a idéia de formar a banda?

Ellefson: Bom a idéia original surgiu do meu empresário aqui nos E.U.A. Daí, ele e eu falamos da formação e começamos a elaborar o set list que seria uma forma de mostrar nossos legados e também fazer um tributo as bandas com as quais crescemos ouvindo. O Hail! foi criado para os fãs de metal, por nós músicos que também somos fãs de metal. E aparente todos adoraram.

RIP: Por falar na América do Sul, muita gente está ansiosa para ver o F5 por aqui. Há alguma chance disso acontecer?

Ellefson: Estamos em negociação, mas sempre existem empecilhos quando se trata de trazer uma banda de fora. Espero que aconteça em breve pois amo tocar na América do Sul.

RIP: Bom acho que já fiz perguntas demais. Quais são seus planos para 2009? E por favor, sinta-se a vontade para deixar uma mensagem para seus fãs no Brasil.

Ellefson: Temos planos para que o novo álbum do F5 ganhe força na Europa e Japão (espero que na América do Sul também) e fazer mais alguns trabalhos com o Hail! também. Gostaria de agradecer todos os fãs do Brasil pelo apoio durante todos esses anos. Sempre foram muito leais e espero vê-los logo nesse país maravilhoso.

Agradecimentos: Primeiramente a David Ellefson por ter encontrado tempo e paciência na agenda corrida dele. E para meus companheiros da Rust In Page, Maurito Dobrador e João Vitor por me auxiliarem com a pauta.