quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"Bela cena, Aracaju"



É o que diz Adilson Pereira, ex-editor da revista Outracoisa (aquela, do Lobão, que vinha sempre com um Cd encartado) e fanzineiro das antigas. Ele esteve pela primeira vez na terra do Cacique Serigy para cobrir o Verão Sergipe e aproveitou para dar uma geral na cena alternativa local, além de rever e/ou conhecer pela primeira vez pessoalmente velhos amigos de correspondencia. Abaixo, um bate-bola que ele fez para o seu site, o Samba punk, comigo e mais 2 ilustres batalhadores do cenário independente sergipano, Rafael Jr. e Henrique Teles.

A.

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Por Adilson Pereira
Fonte: Samba punk

Há algo de “romântico”, na cena de Aracaju. As pessoas [do mundo da música (independente)] parecem conhecer-se “intimamente”. Não exatamente como numa cidade interiorana-padrão-de-novela, porque neguinho não parece estar na janela a fazer fofoca. As pessoas declaram estar tocando, tentando amadurecer (junto com) o trabalho que surge disso e - o que é melhor - elas estão pensando e discutindo, buscando alternativas. Com o jogo assim, algumas cabeças de Aracaju foram convidadas a falar sobre a cena que vivem: Rafael Jr, baterista de três bandas de Aracaju (Snooze, Ferraro Trio e Maria Scombona). Na Scombona, é colega de outro participante desse pingue-pongue, o Henrique Teles, vocal da banda. Completa o time Adelvan Kenobi, apresentador do “Programa de Rock”, da FM Aperipê (SE).

Como essa cena pode crescer ainda mais?

Rafael Jr: Bandas na garagem e fazendo som sempre existiram em todo canto do mundo (não é diferente por aqui), mas eu sempre acreditei que “cena” abrange não só jovens fazendo música, mas um conjunto de atividades que inclui selos, produtores, mídia especializada, casas de show e festivais… Aqui, sempre faltaram elos nessa corrente: nunca tivemos um selo atuante (nem na época do CD e nem agora, virtualmente), os bons festivais não tiveram continuidade, os produtores profissionais não atuam no mercado independente/autoral, os espaços para shows são escassos, entre outros problemas nessa cadeia. Pra mim, o que falta pra crescer é esta cadeia estar completa! Todas as conquistas partiram de atitudes das próprias bandas, muitas vezes correndo atrás tateando, no feeling, sem muito conhecimento de como as coisas funcionam no meio independente.

Adelvan Kenobi: Tornando-se mais visível, nacionalmente. Com relação à cena independente, especialmente do rock, acho que o caminho é se integrar a esse circuito de festivais que tá rolando por todo o Brasil. E isso, a meu ver, depende quase que exclusivamente da atitude das bandas, de meter as caras e sair fora, porque se se contentar em ficar tocando só por aqui mesmo, todo sábado no Capitão Cook, o desânimo vai bater, inevitavelmente. Algumas bandas estão se mobilizando neste sentido e pelo menos duas, a Plástico Lunar e a The Baggios, têm colhido frutos, sendo escaladas para eventos importantes, como o Festival DoSol, em Natal, as Feiras de Musica de Fortaleza e do Recife, o Festival Psicodália, em SC, e por aí vai. Um passo importante nesse sentido foi uma miniturnê chamada “Invasão Sergipana”, na qual três bandas - Baggios, Daysleepers e Elisa - fizeram pelo Nordeste, ano passado. Outras já têm mais sorte e são apadrinhadas pelo poder público, chegando ao requinte de fazer turnê na Europa, regularmente, mas as que não têm essa “sorte” precisam meter as caras mesmo, não se acomodar. “Pedras que rolam não criam limo.”

Henrique Teles: Pra mim, duas coisas: primeiro, uma melhor utilização da cadeia produtiva local, incluindo aí as mídias para repercussão do que é produzido. Segundo, uma participação mais útil e sutil do Estado no fomento à produção. Assim como a agricultura hoje pensa nos pequenos e médios produtores como grandes parceiros, o Estado não pode imaginar que vai salvar a fome de arte/cultura/entretenimento somente com grandes hortas sazonais. E no varejo? E o resto do ano? No dia-a-dia? Quanta ideia boa de pequenos festivais, pequenos projetos de livre iniciativa estão aí precisando apenas de um empurrãozinho para acontecer!? Música instrumental, forró, chorinho, hardcore e hip-hop se faz todo dia por todos os cantos, não é?

Como o poder público pode ajudar? Com festivais como o Verão Sergipe, por exemplo?

Rafael: Acho que apoiando festivais independentes. O problema é que não chegam projetos decentes dessa natureza aos gabinetes das secretarias. O papel do Estado não é financiar empreitadas individuais, e sim dar suporte macro no desenvolvimento da cadeia produtiva que falei antes. Pensar na coletividade da cena e suas particularidades, o que já é algo bem complexo e exige gente com conhecimento específico. O Verão Sergipe é para as massas, e com bandas consagradas, mas tem o palco menor onde artistas independentes locais, selecionados através de edital público, têm oportunidade de mostrar o trabalho para um público maior. Muito legal.

Adelvan: Festivais como o Verão Sergipe ajudariam muito mais se se preocupassem com uma maior variedade nas atrações locais. De uns tempos pra cá, o que vem acontecendo é que são sempre as mesmas três ou quatro bandas em todos os eventos do Governo, o que dá margem para as velhas acusações de “panelinha”, que nem sempre são infundadas. O Verão Sergipe é a versão estadual de um projeto da prefeitura de Aracaju, o Projeto Verão, que acontece agora em fevereiro e este ano se redimiu e fez uma escalação bem mais diversificada de atrações locais no palco principal. Acho isso muito bom, dá visibilidade às bandas, dá a elas a oportunidade de tocar para um público bem maior que, de outra forma, não as conheceria, já que nem todo mundo tem essa atitude de procurar saber o que anda rolando no circuito alternativo da cidade.

Henrique: Grandes eventos são grandes vitrines. Feliz de quem tem o reconhecimento - ou coiteiro - e é convidado. Este ano tivemos concurso prévio para ver quem faria shows nos palcos menores. Que ideia legal, não é? Um edital, uma comissão julgadora e os critérios criados. Já vejo diferente isto, pois se o Estado se aproximar mais das produções de livre iniciativa (aquelas do varejo!), já poderá definir daí quem vai para a vitrine dos grandes eventos. Outra coisa boa, que há um bom tempo eu já falo: aproveitar a passagem de bons técnicos aqui, e promover oficinas, capacitação técnica, troca de experiências… isto tudo faz parte da atuação do Estado, que é quem usa nosso dinheiro pra pagar cachês tão bons ao artistas e técnicos que vêm aos grandes eventos. Indiretamente, pagamos muito caro por isto.
Outra coisa: o Estado quando incentiva a livre inciativa de produção está ajudando a educar as pessoas a pagarem - diretamente - para assistir a um espetáculo; mesmo que seja baratinho, é bom que seja pago. É bom que as pessoas saibam que direta ou indiretamente estão pagando para ter aquilo, e que vale a pena pagar. Consciência.

De que tamanho é a cena musical independente, em Aracaju? Como é ela em relação ao restante do Nordeste? E em relação ao Brasil?

Rafael: É pequena e ainda tímida, mas nos últimos anos tem tomado corpo. A qualidade dos discos tem melhorado, as bandas têm tocado mais em festivais fora do estado e se preocupado com auto-produção independente. A galera tá preocupada em aprender como é que se faz a parada direitinho, sabe? Mas acho que ainda não fomos, por assim dizer, “descobertos”… Mas jornalistas mais antenados, que não esperam que os outros colegas todos falem primeiro, já nos enxergam, hehehe… O Nordeste nos conhece mais que o restante do país, pela própria proximidade das cidades e por conta de coletivos como a lista de discussão Nordeste Independente.

Adelvan: Cara, o tamanho varia. É como disse numa resposta anterior, o público é muito volúvel. Na primeira metade dos anos 2000, tivemos um crescimento impressionante, muita gente ia aos shows e festivais importantes surgiram e cresceram. Começou com o Rock-SE, em 1998, que deu prejuízo e só teve mais uma edição, no ano seguinte. Nos anos 2000, surgiu o Punka, um festival que começou como uma festa particular e cresceu de forma espantosa, tendo várias edições com atrações de peso nacional, como Autoramas, Jason, Torture Squad, Retrofoguetes, Brincando de Deus, Nitrominds e Los Hermanos. Mas parece que há um muro invisível, um pico, e daí não passa; as coisas crescem, mas não se consolidam, como um Abril Pro Rock ou um Goiânia Noise da vida. Com o metal, acontece a mesma coisa: picos de público seguidos de uma longa ressaca. No momento, estamos numa dessas ressacas, muito embora, mesmo de forma capenga e desestruturada, coisas surpreedentes ainda aconteçam, como o show do Master, banda de death metal histórica norte-americana. E especialmente a Sessão Notívagos, que vem acontecendo regularmente no Cinemark do Shopping Jardins e consiste na exibição de um filme seguida da apresentação de uma banda no saguão do cinema. Já aconteceram noites memoráveis nesta sessão, como as dobradinhas “Lóki”(documentário sobre Arnaldo Baptista) com apresentação da Plástico Lunar e “Guidable” (documentário sobre o Ratos de Porão) com um show da Karne Krua - que é, por sinal, a banda punk/hardcore mais antiga em atividade em todo o nordeste. O rock é teimoso.

Henrique: Descobri nesses anos todos que toda cena é dependente. Depende de dinheiro, depende de paixão, idealismo, know-how… A cena aqui em Aracaju vai surpreender muita gente do eixão quando resolverem contabilizar o que temos realizado. Tem muita gente boa, rapaz; muita gente boa. Precisamos somente formar público para estes talentos, sermos nossos principais consumidores. Não somos melhores que ninguém, nem maiores. Apenas somos mais sergipanos que qualquer outro, né?! The Baggios, Karne Krua, Snooze, Ivan Reis, Patrícia Polayne, Maria Scombona, Naurêa, Plástico Lunar, Thiago Ribeiro, estamos aí pra dar conteúdo a qualquer iniciativa de produção.

É possível um cidadão sobreviver em Aracaju como músico independente? Você atua em várias bandas. Como é possível conciliar tudo isso?

Rafael: Eu vivo só de música, mas acho que sou uma exceção à regra geral (há outras exceções, claro). Dedicar-se a apenas uma banda independente aqui não dá, definitivamente! Acompanho vários artistas, gravo em estúdio, dou aula, alugo bateria, me viro. A vantagem é que sou da Banda do Corpo de Bombeiros, há 7 anos (antes tinha sido da Orquestra Sinfônica, durante 8 anos), então isso dá tranquilidade pra trabalhar com o que gosto e fazendo o tipo de música que me dá prazer.

Adelvan: Sobreviver EXCLUSIVAMENTE com música independente acho impossível. Cronicamente inviável, pra citar um filme sensacional. Não conheço nenhum caso… sei de gente que vive de música, mas se desdobrando em mil, como o incansável Rafael, baterista da Snooze, mas ele não vive de música independente exclusivamente, não, toca até na banda do Corpo de Bombeiros.

Henrique: É possível, sim, mas como em qualquer profissão há um mercado e uma disputa por espaço. Sou o único na Maria Scombona que não vive exclusivamente de música.

No que diz respeito à atividade de músico (ou à sua relação com a música), o que ela significa para você? É trabalho? É hobby? É paixão?

Rafael: É tudo isso junto, vivo música intensamente, 24 horas por dia, há pelo menos 15 anos. A Snooze não me dá retorno financeiro, a banda apenas se paga (não desembolsamos mais pra gravar os discos), mas não abro mão de desenvolver esse trampo. É como uma válvula de escape. Trabalhar com Fabinho é ótimo, ele é tranquilo e um ótimo músico. Na Snooze, temos afinidade e sintonia, já pra outros trabalhos não sei se daria tão certo.

Adelvan: É hobby e é paixão, única e exclusivamente. Só resvalou no trabalho quando assumi a loja que foi fundada ainda nos anos 80 por Silvio da Karne Krua, a Lókaos, que ficou sob minha administração de junho de 1995 a fevereiro de 1997 (a primeira falência a gente nunca esquece). Foi uma experiência bonita e intensa, mas infelizmente não deu certo. Também ajudei a produzir muito show, mas invariavelmente tomava prejuízo. Fazia por amor mesmo, mas ninguém aguenta ficar perdendo dinheiro a vida inteira, né!? Hoje, estou bem relax, faço o que posso sem me preocupar em ser o “salvador da pátria”. “O Programa de Rock” mesmo faço sem nenhum estresse, de forma voluntária, não ganho nada mas também não gasto (praticamente) nada. É divertido de fazer. Se não fosse, não faria, nem a pau. Diversão levada a sério. Descobri que, como disse, o rock é teimoso, e por mais que você ache que se você não fizer nada ninguém mais vai fazer (houve um tempo que eu achava isso, sério), sempre tem algum maluco disposto a meter as caras. Pra ficar bem chique, vou citar uma frase de Nietsche: “Sem música, a vida seria um erro.”

Henrique: A minha atividade de músico é essencial. Sou compositor. Leio minha realidade, e disso faço música. Sem ela, teria que encontrar um outro grande motivo para existir.

Como, na sua opinião, Aracaju dialoga - musicalmente - com o restante do país? Música, para vocês, é produto de exportação? Ou de importação?

Rafael: Música não tem fronteira ou língua, e pra uma banda se expandir, evoluir e criar mercado, tem que sair da sua área. Mas também não acredito muito numa banda que não tem público e respeito localmente e quer conquistar o resto do país… Nêgo fica reclamando de Aracaju ao invés de fazer sua parte para as coisas melhorarem por aqui, sabe, acho isso bobagem porque é difícil desenvolver uma carreira em qualquer lugar. Eu me amarro nessa cidade, amo mesmo, mas também não fecho os olhos para os problemas locais. Só que tento fazer algo pra melhorar a cena em que eu mesmo atuo. É algo meio lógico, né? Só quero condições melhores de trabalho, pô!

Adelvan: Música aqui ainda não é produto de exportação não, mas pode vir a ser. Algumas bandas têm muito potencial para isso, como a Plástico Lunar e a The Baggios, e outras em nichos bem específicos do punk/hardcore e do metal. A Karne Krua mesmo, por sua historia, é bastante conhecida, nacionalmente. Mas acho que Aracaju, lamentavelmente, dialoga pouco com o restante do país. Estamos fora até do circuito Fora do Eixo, veja só. Mas esta situação tende a mudar. Quem viver verá.

Henrique: Importamos muito, mas somos muito diferentes, até mesmo dos outros nordestinos. Portanto, temos perfil para exportação, sim. O desafio diante de tanta importação é manter uma identidade coerente com a história do nosso povo, com uma influência linda, por exemplo, da língua falada no norte de Portugal e na Galícia (Espanha), que deixa nossa fala com tantos traços marcantes, como o otcho, mutcho, primero, cantero, bassoura. Isso é bonito, rapaz! E o produto? (risos) Estamos o tempo inteiro recebendo, e se produzimos algo com isto da nossa maneira, melhor ainda. Eu falo num produto reprocessado, antropociclado (?) mesmo. Vem de fora, cai no nosso moedor e sai de outro jeito. Assim se dá…

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

16/01/2010 - no Capitão cook




O Verão Sergipe, projeto do governo do estado, estava a todo vapor na praia de Atalaia Nova, Barra dos Coqueiros, e sua megaestrutura podia ser vista da Coroa do Meio, onde acontecia mais uma noite de rock no bom e velho refugio dos amantes da musica independente, o Capitão Cook. Lado A/Lado B. Entrei com a Renegades of punk executando “coração de pedra”, faixa que eu havia tocado na noite anterior no programa de rock e que faz parte do split que eles lançaram com o Mahatma Gangue, de Mossoró (RN). Bom show, mas com um publico ainda pequeno e meio frio, circulando pela área externa ou amontoado no bar. De frente para a banda, mesmo, apenas as garotas do Biggs. Para minha surpresa, Adilson Pereira, ex-editor da OUTRACOISA, aquela revista do Lobão que sempre vinha com um Cd encartado e fanzineiro carioca “das antigas”, estava de passagem por Aracaju como convidado do governo do estado para cobrir o Verão Sergipe para seu site Samba Punk. Começamos a trocar correspondência há mais de 15 anos, quando ele ainda publicava o “Porco Espinho”, e foi um prazer poder finalmente conhecê-lo pessoalmente.

A segunda banda a se apresentar foi a Snooze, com uma novidade: a adição de teclados, que dividiu opiniões – alguns detestaram, alegando que suavizou demais o som da banda, outros, como eu, acharam uma experiência interessante, pois deixou os arranjos mais climáticos e elaborados, com novas texturas. Nos trechos mais “viajantes” e improvisados, deu um toque de psicodelia, uma nova cara ao som deles. Creio que foi uma renovação bem-vinda. Não sei se seria o caso de se incorporar o teclado definitivamente ao som da banda, talvez sim, com alguns ajustes para que ele não soe tão onipresente, mas como experiência achei bastante válida e positiva. De qualquer forma foi um grande show, excelente perfomance da banda, que estava inspirada, e contou com a participação do ex-integrante Clínio Jr., atualmente morando no Rio e tocando no Pelvs.

Por fim, o Biggs, trio de punk rock sorocabano capitaneado por Flavia e Mayra, ex-integrantes da Dominatrix, no baixo, guitarra e vocal, e Brown, que já colaborou com grupos seminais como o Pin ups e Wry, na bateria. Fazem um rock and roll visceral e furioso, berrado e tocado com um entusiasmo impressionante. Baquetas foram quebradas, microfones caíram ao chão e o publico foi ao delírio numa apresentação de cerca de uma hora mais do que suficiente para saciar a ânsia dos roqueiros presentes. Missão cumprida.

No mais, é voltar pra casa saciado de corpo e espírito (cortesia da velha passada numa lanchonete para matar a fome), não sem antes assistir ao belo nascer do sol na praia de Atalaia, “mirando as ondas do mar”.

por Adelvan Kenobi

sábado, 23 de janeiro de 2010

# 134 - 22/10/2010




Master – Betrayal
Master – In Control

Free – All right now
Thin Lizzy – Bad Reputation
Blue Cheer – Summertime Blues

Os Mutantes – Desculpe baby
Mopho – O amor é feito de plástico
Plástico Lunar – Fungos

Anéis de vento – Do início ao fim
Entrevista com a banda Anéis de vento

Libertines – Don´t be shy
Pixies – Bone Machine
Sonic Youth – Little trouble girl
The Jesus & Mary Chain – Taste of Cindy (acoustic)
The Smashing Pumpkins – tonight tonight

Lançamento do LP (em vinil) “SOMA”
Sons das bandas:
O Vento Azul do som
Psychedelic Down
Olho por olho
Entrevista com:
Alessandro “Cabelo”
Cícero “Mago”
Marcelo Prata
Marcio Prata

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Morte no mar

A esta altura já é do conhecimento de todos a morte de dois integrantes da banda inglesa After Death no mar da praia de Atalaia, aqui em Aracaju. A noticia se espalhou rapidamente e atingiu inclusive grandes veículos de comunicação, como a primeira página da globo.com e da BBC de Londres, além do Daily Mail e de todos os telejornais da Rede Globo. O Programa de Rock se solidariza com os promotores do evento, amigos e familiares das vítimas e deseja sorte na empreitada de continuar a turnê mesmo depois de um acontecimento tão triste.

Abaixo, o comunicado da produção da tour sobre o ocorrido:

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Apesar do falecimento dos membros Leon Villalba e Timothy Kennelly (corpo ainda não encontrado) do grupo londrino AFTER DEATH em um afogamento em Aracaju, a "Master of Hate Tour 2010" terá continuidade em respeito, principalmente, ao público. Em conversa com os membros do AFTER DEATH eles afirmaram "Estamos todos enlutados e ainda chocados com tudo o que aconteceu, mas temos certezas que eles gostariam que os shows fossem realizados. Façam isso em homenagem a eles!".

Foi criado um blog de divulgação onde, além de notícias oficiais da turnê, os fãs poderão ver fotos e vídeos dos shows. Acessem: http://mastersofhatetour.blogspot.com

O show em Aracaju aconteceu com sucesso na noite de 22 de janeiro e a turnê prossegue neste final de semana com datas em Maceió e Recife, pssando ainda por Natal, Campina Grande, Fortaleza, Picos, Teresina, Imperatriz do Maranhão, Belém do Pará, Palmas, Goiânia, Brasilia, Catanduva, Campinas, São Paulo e Otacilio Costa, em Santa Catarina.




Uma manada "fora de controle"

Rian Santos

riansantos@jornaldodiase.com.br

Fonte: Spleen e Charutos

Parece absurdo, mas ainda há quem acredite no espírito viciado do Rock’n Roll. Aqui mesmo em Aracaju, meia dúzia de malucos, românticos degenerados e extemporâneos, cultivam acordes envenenados como se entregassem suas vidas a uma nova religião. Sob o pretexto de cobrar um trabalho prometido em nossa última entrevista, eu conversei mais uma vez com os caras da Mamutes. Foi a maneira que encontrei de me aproximar da energia mencionada. Por algum motivo obscuro, ela já não pode ser encontrada com facilidade nas ranhuras cada vez mais rasas dos discos.

Jornal do Dia – Ano passado, no distante 2009, vocês prometeram que colocariam um novo trabalho no mercado. Como é que anda esse projeto? Além da ausência de uma guitarra (que, dada a competência de Rick Maia, não é nem tão sentida quanto deveria), quais as principais diferenças desse trabalho em relação à estréia da banda?

Karl de Lyon – Então, meu chapa, nós teremos que adiar o lançamento um pouquinho. Já estamos trabalhando na pré-produção de algumas músicas e ficvamos satisfeitos com os primeiros resultados. Com a pré-produção conseguimos nos entender melhor musicalmente. Nem só da efervescência do palco vive uma banda de rock’n roll. O que queremos é justamente surpreender também dentro do estúdio, e sabemos que chegaremos lá.

Quanto à ausência de guitarra, não é a primeira vez que passamos por isso. Outros guitarristas resolveram partir em novas direções no momento exato da decolada. Como você já deve saber, o Julio Dodge, que gravou as guita em nosso primeiro EP, saiu da banda logo depois da gravação e botou para frente um projeto extraordinário na The Baggios, além da fazer as guita na Plástico Lunar (os caras são menos peludos que a gente). Logo depois veio o Marcio Navas, Ex-Pupilas de Quartzo, que foi o auge para as guitarras da banda. O Navas e o Maia se completavam cosmicamente, mas chegou a hora de seguir a sua nova caminhada e tínhamos que respeitar o ciclo natural das coisas. A gente espera que a nave espacial que levou Navas possa trazer ele de volta, qualquer dia destes, mas sempre direi que a participação deles em nossa trajetória foi grandiosa. Só nos resta a felicidade de ter revelado os melhores guitarrista da city, e saber que temos um guitarrista que vale por mil. Então, partindo deste princípio, estamos no crédito, totalmente seguros do que fazemos.

O instinto é o mesmo desde a nossa estréia. O som que fazemos tende a ficar cada vez melhor. O rock que fazemos é literalmente valvulado: À proporção que vai esquentando, vai ficando mais encorpado, e é aí que o pau quebra.

JD – Às vezes, dadas as condições adversas do mercado local – a ausência de uma indústria e de uma política cultural maltrata os que mais se preocupam com o amadurecimento do meio – parece que montar uma banda é uma empresa para loucos. Apesar disso, a Mamutes vem crescendo a olhos vistos, e pelo que já conversamos, alimenta pretensões bem ousadas. Como foi que vocês se meteram nessa labuta ingrata? Já bateu alguma espécie de descontentamento?

Rick Maia – Hoje em dia, infelizmente, não dá pra ter uma banda e se preocupar somente com a música em si. O profissional atual tem que ser músico, produtor e empreendedor porque existem inúmeras bandas e muitas delas são realmente boas, contudo, organização demais no rock às vezes acaba fazendo com que as bandas percam a “magia” da coisa toda. Atualmente as gravadoras só trabalham com bandas já prontas para o mercado com disco lançado, DVD e alguns anos de estrada. Acredito que quem irá se destacar será aquele que tiver um bom disco, uma boa apresentação ao vivo, conhecer melhor o seu nicho e o que melhor trabalhar bem nos bastidores, enfim, quem conseguir achar um meio termo entre a organização de uma empresa e a anarquia do rock’n roll.

Nós entramos nessa com o simples intuito de se divertir e tocar, porém, desde a primeira apresentação percebemos que poderíamos fazer a diferença porque é muito fácil tocar junto quando as peças realmente se encaixam.

Com relação ao descontentamento, é normal bater sim. Uma banda é como um casamento ou uma família, às vezes está tudo lindo, às vezes ficamos desapontados uns com os outros ou com fatores externos e com as dificuldades de ser um rocker em Sergipe, mas no final sempre seguimos em frente porque ao contrário de alguns roqueiros brasileiros que vão ficando mais “mansos” com os anos, nós da Mamutes vamos ficando mais selvagens. Quanto mais difícil fica, mais aumenta o nosso tesão em mostrar pra todo o mundo a nossa paudurecência.

JD – Outro dia, conversando com um amigo músico, ele fez uma observação interessante. Para ele, ao contrário das influências declaradas da banda, o timbre da Mamutes remete diretamente aos 80’s. A observação faz sentido? Até que ponto isso é importante para a identidade da banda?

Karl de Lyon – Não, a Mamutes não tem nada a ver com os anos 80. Temos total noção da influência que determinadas bandas dos anos 80 possui sobre a gente, mas o som da Mamutes sempre foi elaborado olhando para os anos 70. A identidade da banda está toda no hard rock 70. O resto a gente vai deixar para a turma da Armação Ilimitada, do Evandro Mesquita, e para as bandas que se afinam com este som.

JD – Eu não sei como vocês acompanham a discussão, mas algumas vacas sagradas da música sergipana vêm se mobilizando num levante reacionário, exigindo na cara dura o retorno a um estado de coisas que, aparentemente, não foi capaz de criar uma cadeia produtiva para a música sergipana. Na opinião de vocês, o Estado tem que atuar como um mecenas, como querem alguns, ou é preciso construir uma indústria, capaz de proporcionar ao artista que ele caminhe com as próprias pernas?

Rick Maia – Estou participando do Fórum de Música e fui a quase todas as reuniões até agora. Pelo que posso sentir, existe uma maior organização e respeito entre os músicos hoje em dia e isso, antes de tudo, é fator fundamental para que se possa construir uma cadeia produtiva. No entanto, acho que o poder público deve ter um papel fundamental na construção dessa cadeia, atuando como articulador entre os profissionais da música e os meios de comunicação locais, entidades que ofereçam cursos de capacitação ou linhas de crédito e criando canais de divulgação de fácil acesso para o público local que é o principal combustível para o funcionamento sustentável dessa cadeia.

JD – Pra encerrar, já que o pretexto é o disco novo. Ele tem data de lançamento? Qual o nome da criança? O que agente pode esperar desse novo trabalho e o que a Mamutes espera conquistar em 2010?

Rick Maia – O bebê está programado para ser lançado agora em meados do primeiro semestre e vai se chamar Fora de Controle. O disco vai contar com duas ou três músicas do EP Demo e as demais são faixas ainda não gravadas, totalizando onze músicas.
Ao contrário de 2009, quando a estratégia foi se tornar bem conhecido localmente, este ano investiremos no mercado nacional. Para isso, já estamos agendando as datas para a turnê que terá o mesmo nome do disco. O que podemos adiantar é que provavelmente iremos aproveitar a época dos festejos juninos e em junho e julho faremos apresentações no Sul e Sudeste.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

# 133 - 15/01/2010



BAIXE AQUI

Master – In Control

The Biggs – Bullet proof jacket
The Renegades of punk – Coração de pedra
Flauer – Antes do mistério
Snooze – Words for you

Drop Loaded:

Dinartes – Capital do rock
Dinartes – Minha amiga

Dorsal Atlântica – Império de Satã
Mustang – Amor

Bloco produzido por Carlos Lopes (Mustang):

The Jam – The Modern world
Ottis Redding – Try a little tenderness
The Bellrays – Screwdriver
The Beatles – Pepperland
Baby Woodrose – Dark twin

Pastel de Miolos – Nova utopia

Entrevista com Wilson da Pastel de Miolos

Bloco produzido por Michael Menezes:

Repúdio – pra que entender
Karne Krua – Dois gumes
Nucleador – Municipal Wasted
Plástico Lunar – (...)

Entrevista com Carlos Lopes

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

# 132 - 08/01/2010

U2 - New Year's Day [USA Remix]

L7 – Everglade
Babes In Toyland - Right Now
7 Year Bitch - Crying Shame
Veruca Salt - Volcano Girls
Hole - Celebrity Skin
Nymphs - Imitating Angels

Drop Loaded:
Popstars Acid - killers_dirty_smile
Popstars Acid - killers_keep_shouting

Bugs - Cães de 78
Suite Super Luxo - favas
Gigante Animal - Ah_ta_bom

Biggs -Blood in my hands
Máster – Betrayal

Front 242 – Headhunter
Prodigy – Serial Thrilla
Primal Scream – Swastika eyes

X – Los Angeles
TSOL – Dance with me
The Avengers – We are the one
Agent Orange – Bloodstains
Black Flagg – Wasted

Brujeria – Molestando Niños Muertos
Asesino – padre pedófilo
Meat Shits – Incubator of death
Napalm Death – The kill/prison without walls/Dead PT.1
An Albatross – Get Faster, cry for happy
ABC Diabolo – last intoxication of senses
Anal Cunt – You´ve got no friends
Assuck – Spiritual manipulation

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

MASTER (USA) EM ARACAJU

Fonte: Whiplash

Em breve entrevista ao site Rockonnection, Paul Speckmann, líder do Master, falou sobre a turnê "Masters of Hate Tour 2010", e deu a seguinte declaração:

"Estamos todos ansiosos para tocar no Brasil, troco cartas com os fãs brasileiros desde a época das trocas de fitas k7 e todos sempre pediram por shows no Brasil. Estamos com grandes expectativas, por tudo que ouvimos dos fãs brasileiros. Estamos preparando um set list com músicas dos dois primeiros álbuns e algumas surpresas de todos os outros, algo em torno de 16 músicas, mas não tocaremos nada do próximo álbum".

E Sobre o novo álbum, o músico declara: "O novo álbum 'The Human Machine' está sendo mixado e masterizado. Ele será, sem dúvida, um dos melhores álbuns do MASTER! O álbum será lançado na Europa em março, em nossa Euro Tour desse ano".

Lembrando que a "Masters of Hate Tour 2010" contará com as bandas MASTER, AFTER Death e PREDATOR e terá vários shows pelo Brasil, confiram as datas:

14/01 - São José dos Campos-SP – Hocus Pocus
15/01 - Ipatinga/MG – Garajao Pub Underground
16/01 - Vila Velha-ES – Bojangles Music Bar
17/01 - Salvador-BA - Boomerang
22/01 - Aracaju-SE – Estacionamento Rua Santo Amaro
23/01 - Maceió-AL - Oraculo
24/01 - Recife-PE – Armazem 14
29/01 - Natal-RN – Centro Cultural Do Sol
30/01 - Campina Grande-PB – Clube Ypiranga
31/01 - Fortaleza-CE – Reggae Club
04/02 - Picos-PI -
05/02 - Teresina-PI – Bueiro do Rock
06/02 - Imperatriz-MA – Freitas Park
07/02 - Belém-PA - Lux
12/02 - Palmas-TO – Tendencies Rock Bar
13/02 - Goiania-GO – DCE UFG
14/02 - Brasília-DF – Circulo Operario Cruzeiro Velho
15/02 - Belo Horizonte/MG
16/02 - Catanduva/SP
17/02 - Ribeirão Preto-SP
18/02 - Jaboticabal/SP
19/02 - Campinas-SP – Hammer Rock Bar
20/02 - São Paulo-SP – Clube Guaraci
21/02 - Otacílio Costa-SC – Otacilio Rock Fest





segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Novidades no Loaded E-Zine



Programa Loaded gravado na Saraiva Mega Store + Coletânea Virtual

Fonte: Divulgação

O Loaded e-Zine que comemorou no mês de novembro quatro anos de lealdade ao rock independente, está cheio de novidades para 2010.

A primeira interessa muito aos ouvintes do Programa Loaded, que é transmitido em três emissoras de rádio pelo país e também em cinco portais de internet. Terá início em janeiro a “Sala Especial Loaded”. Uma vez por mês o Programa Loaded será gravado dentro do espaço para eventos da Saraiva Mega Store do Shopping Morumbi em São Paulo, com direito a uma banda convidada tocando para o público com entrada gratuita.

A segunda novidade é o lançando coletânea virtual “Um Dia Tudo Isso Vai Fazer Sentido Vol. 3”. Nevilton(PR), Lê Almeida(RJ), Lestics(SP), Cassim e Barbaria(SC), The Name(SP), The Futchers(BA), Caldo de Piaba(AC), The Baggios(SE), Loomer(RS), Mugo(GO) e Boddah Diciro(TO) representam alguns estados brasileiros no constante mapeamento da música independente. Para baixar: www.loaded-e-zine.net .
Fiquem atentos ao Loaded e-Zine porque muitas outras novidades virão.