segunda-feira, 7 de junho de 2010

12/06 - Sessão Notívagos - "A Todo Volume" + Retrofoguetes + Pata de Elefante



Sábado, na noite do Dia dos namorados, você já tem pra onde levar sua (seu) garota(o). Sessão Notívagos Histórica, com o magnífico documentário "A Todo Volume", sobre 3 gerações de grandes guitarristas do rock, Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (White Stripes, The Racounters), mais shows ao vivo com duas das melhores bandas do atual cenário do rock instrmental brasileiro, os Retrofoguetes (que são sempre garantia de diversão) e a sensacional Pata de elefante, do Rio Grande do Sul, pela primeira vez em Aracaju. Será uma noite memorável.

A partir das 23:00h, no Cinemark do Shopping Jardins. Ingressos antecipados à venda nos pontos indicados no folder reproduzido ao lado (clique para ampliar) ao custo de R$ 20,00, com direito a 3 bebidas (cerveja, refrigerante ou água mineral).

Uma pexinxa.

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Depois de um começo curioso, em que Jack White comprova que basta pouco mais de um toco, pregos e uma garrafa para fazer o corpo de uma guitarra, o documentário A Todo Volume (It Might Get Loud, 2008), sobre o fascínio exercido pelo instrumento amplificado de corda, traz Jimmy Page em cena pela primeira vez - e o guitarrista do Led Zeppelin compara a guitarra com o corpo das mulheres, esse clichê clássico.

Felizmente, o novo filme dirigido por Davis Guggenheim (vencedor de um Oscar em 2007 por Uma Verdade Inconveniente), que ainda tem The Edge, do U2, como convidado, sabe evitar o excesso de mistificações.

Ao invés de somente reunir ícones para uma jam com declarações de amor ao instrumento e metáforas etéreas, A Todo Volume vai atrás da história desses convidados, dos seus processos de composição, tenta entender o que há de singular em seus estilos e como eles contribuíram para definir o som de suas bandas - e do rock dos últimos 40 anos.

Guggenheim ordena depoimentos logo no início para mostrar que a eleição do trio não foi aleatória. The Edge é o experimentalista, o racional, que equaciona efeitos de pedal e eletrônica para criar riffs como o de "Elevation". Já o guitarrista do White Stripes e do Raconteurs é o purista, o homem do campo, o nostálgico, que prefere pegar uma guitarra tosca e extrair dela uma espécie de autenticidade. Page meio que serve de meio-termo: típico representante dos anos 70, tem formação clássica, como White, mas está aberto a todo tipo de novidade, como Edge.

Aconteceu no dia 23 de janeiro de 2008 a jam entre os três, num barracão gigantesco que certamente teve a sua acústica medida pelos guitarristas. Ali eles tocam juntos músicas de suas respectivas bandas, o que tem poder de catarse inegável. Mas o grosso do filme é o resgate histórico, além das cenas de cada um dos três em seus próprios ambientes - ao som não só de faixas do Led Zeppelin, do U2 e do White Stripes, como alguns blues, skiffles e músicas do começo do rock distorcido.

A Todo Volume acaba sendo um prazeroso apanhado de canções gravadas e ao vivo. Junte a sensibilidade do diretor de fotografia Guillermo Navarro (dos filmes de Guillermo Del Toro) para capturar detalhes e feições e temos aí uma combinação eficiente.

O talento de Navarro para criar essa sintonia consegue até diminuir os espaços (de respeito, de vaidade) que separam Page, Edge e White. Há ali entre os três graus maiores e menores de comprometimento com o filme (a entrega de Edge, tanto para revelar seu processo de criação quanto sua história, é o grande trunfo do documentário), e no fim Navarro e Guggenheim fazem até parecer que os três nasceram para tocar juntos.

por Marcelo Hessel

Omelete

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O Pata de Elefante nunca teve suas referências rurais realmente declaradas. Mas não apenas o nome, mas nas fotos de divulgação e o clima de faroeste spaguetti sempre falaram pelas músicas instrumentais do trio gaúcho. “Na Cidade”, disco que marca a saída deles da Monstro Discos para a Trama, mirando público e ambições maiores, faz esse trabalho de transição para o ambiente urbano. Sem fugir do que fez a banda tão atraente: música sem palavras para – isso mesmo – cantar.

“Na Cidade” explica, sem usar palavras, algo que era muito fácil de sentir ao assistir o Pata de Elefante se apresentar ao vivo. E é o fato de que essa é, hoje, uma das melhores bandas instrumentais do país. A mistura de rock com surf music e folk, com usos criativos de Wah Wah’s – pedal que não muda a nota, enquanto muda ela entre grave e agudo, fazendo um som que soa igual ao nome do instrumento – e teclado. O Pata não caiu no clichê do sortuno ao usar o tema cidade e fez um de seus discos com clima mais para cima.

“Grandona”, terceira faixa, mostra como eles conseguem ser instrumental e pop de uma forma que muitas bandas próximas, como o Macaco Bong, ainda encontram dificuldades. O Pata de Elefante é sempre mais sobre diversão que masturbação guitarrística para cansar o ouvido. “Pesadelo nos Bambus”, quinta na sequência, é o momento urbano local, com a faixa batizada a partir de um dos inferninhos mais clássicos de Porto Alegre. A mixagem final do disco, feito no lendário estúdio Abbey Road, deixou que as músicas ficassem encorpadas como costumam soar ao vivo.

Apesar de ter notadamente mais referências – o disco todo poderia passar como uma trilha sonora de filme, com cada faixa traduzindo um momento de tensão diferente – o clima rock da banda está em “Sai da Frente”, música que já podia ser conferida nas apresentações do grupo. Na verdade, todo o repertório de “Na Cidade” pode ser identificado por quem acompanha o Pata de Elefante com afinco. Para não perder a oportunidade do convite da Trama, o que a banda fez foi reaproveitar uma parte de seu acervo ainda não registrado.

Talvez uma audição mais acelerada e preguiçosa possa encontrar um disco que tem variações demais de clima em cada música. Mas o divertido dos últimos lançamentos da banda é perceber como eles trabalham bem o conceito de álbum. Sem palavras, “Na Cidade” consegue contar várias histórias. E, sem letras, a gente acaba reproduzindo o som delas, “cantando”, enquanto escuta.

por Bruno Nogueira

Popup!

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(Release): Dizer que o trio baiano instrumental Retrofoguetes faz surf music somente é não enxergar que há muito Morotó Slim (guitarra), Rex (bateria) e CH (baixo) ampliaram seu conceito musical. O estilo ainda figura como a base de tudo o que fazem, até pela atitude da banda formada em 2002. Mas, hoje, com cada vez mais identidade, eles têm mesclado outras referências aos temas que compõem.

Além dos já tradicionais rockabilly, polca e música circense, abriram mais espaço no repertório para elementos de mambo, tango, música italiana e swing jazz. Some a isso ainda uma ambientação na literatura, cinema e HQs de ficção científica. O resultado é música pop bem-humorada e extremamente visual, como na trilha sonora de um filme imaginário.

Em 2004, a banda lançou seu primeiro disco, Ativar Retrofoguetes!, pelo selo goiano Monstro Discos, com produção de andré t. e Nancy Viégas, sendo bastante elogiado pela crítica nacional. Agora, a banda realiza turnê de divulgação do segundo CD, Chachachá, também produzido por andré t. e Nancy Viégas e lançado pelo selo próprio e independente Indústrias Karzov, durante o Abril Pro Rock 2009, em Recife. O novo trabalho, muito bem recebido pela crítica especializada e pelo público, reflete exatamente essa ampliação de linguagem, que deixa clara a falta de preocupação de estarem presos a um estilo específico, como a tradicional surf-music dos anos 1960. No intervalo dos dois discos autorais, fizeram ainda o projeto especial “O Maravilhoso Natal dos Retrofoguetes”, lançados em CD e vinil pela Monstro Discos. No repertório, clássicos natalinos em versão surf/rockabilly como “Bate o Sino” e “Boas Festas”.

Desde sua criação, o Retrofoguetes (que se originou da dissolução dos Dead Billies) vem se apresentando em importantes festivais nas principais capitais do país e colecionando prêmios. Já marcou presença no Goiânia Noise e Bananada (GO), em duas edições do Campeonato Mineiro de Surf (MG), Abril Pro Rock (PE), Punka (SE), Aumenta que é rock! (PB), Festival do Sol (RN), Sanca Blues, Jazz e Rock Festival (SESC, São Carlos), Sons de Uma Noite de Verão (SESC Pompéia, SP) e a Virada Cultural (SP). Em Salvador, a banda foi uma das atrações do prestigiado Festival de Música instrumental, que acontece há mais de uma década no Teatro Castro Alves.

Além dos projetos autorais, participou das coletâneas Surf Rock (Deck Music/2002), Reverb Brasil (Obra Discos/2003), Monstro Hits, Tributo ao Ultraje a Rigor (Monstro Discos/2003) e Brazilian surf A-Go-Go, The attack of the Tiki waves Vol.1 (Groovie Records/Portugal/2007). Em 2003, levaram o prêmio de melhor show do ano anterior do circuito independente no Brasil, concedido pelo selo carioca Midsummer Madness. Os Retrofoguetes foram indicados na categoria banda revelação na premiação da Revista Dynamite, uma das maiores publicações especializadas do país. No primeiro semestre de 2008, o guitarrista Morotó Slim foi agraciado com o prêmio de melhor instrumentista do ano pelo Troféu Dodô & Osmar, conferido aos músicos de maior repercussão no carnaval baiano, que, pela primeira vez, abriu espaço para o rock’n’roll tocado em circuito oficial. Neste mesmo ano, assinou contrato com uma grande agência de publicidade para utilização da música Asteróide fantasma na trilha do comercial da Unimed, intitulado War, que faturou o Leão de Bronze do Festival de Cannes. Ainda em 2008, a banda recebeu o prêmio de melhor arranjo no Festival de Música da Educadora pela música “Maldito Mambo!”, faixa integrante do CD Chachachá. Em 2009 e 2010, os Retrofoguetes comandaram um trio elétrico no circuito oficial do Carnaval de Salvador. Já no segundo semestre, realizaram show de lançamento em Salvador, do CD Chachachá, em um domingo histórico, atraindo mais de 1400 pessoas para o Teatro Castro Alves, um dos mais importantes do país. Entre as premiações deste ano, destaca-se a eleição como melhor show da categoria Aquáticos no Festival PIB 2009 - Produto Instrumental Bruto realizado em São Paulo, garantindo a participação da banda no próximo ano, e ainda a prestigiada indicação na categoria de melhor banda instrumental no VMB 2009, Prêmio Nacional realizado pelo canal MTV Brasil.

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