segunda-feira, 21 de junho de 2010

Cine Cult "A todo volume"

Quem perdeu a última sessão Notívagos (se quiser saber o que perdeu leia o post logo abaixo) tem agora a portunidade de ver, pelo menos, o sensacional filme que reune Jimmy Page, The Edge e Jack White na tela grande. "It Might get loud" (A Todo Volume) está em Cartaz no Cine Cult do Cinemark do Shopping Riomar. Às 14:00, todos os dias. Imperdível.

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Em fins da década de 1950, o adolescente inglês Jimmy Page já tocava guitarra, mas não aguentava mais ouvir o som dos jovens de sua geração: o skiffle, um parente do rockabilly com influência de jazz, blues e country. Ele queria algo novo. Nos anos 80, David Howell, também inglês, mas radicado em Dublin, Irlanda, andava inconformado com a violência cometida pelos terroristas e pela polícia em seu país. Ele queria denunciar tudo aquilo. Já em Detroit, nos Estados Unidos, nos anos 90, o garoto Jack White morava em um bairro de negros e latinos onde só se tocavam hip hop e música eletrônica. Ele queria ouvir outra coisa.

Em 2008, o diretor Davis Guggenheim (ganhador de um Oscar em 2007 com o filme Uma Verdade Inconveniente, filmagem das palestras sobre aquecimento global feitas pelo ex-vice-presidente americano Al Gore) reuniu em um estúdio os três inconformados. Jimmy Page, um sessentão, foi o revolucionário guitarrista do Led Zeppelin. David Howell se tornou conhecido pelo apelido The Edge e emprestou sua pegada tecnológica ao grupo U2. O som radical de Jack White pode ser ouvido em diversas bandas, das quais a mais famosa é o White Stripes. O resultado pode ser visto "em A Todo Volume", um documentário sobre o encontro histórico, focado principalmente na relação apaixonada dos músicos com seu instrumento.

No início do filme, White mostra como é possível fazer uma guitarra com um pedaço de madeira, alguns pregos e uma garrafa de vidro. Pula-se para outra cena, na qual Page compara o instrumento ao corpo de uma mulher, um clichê dispensável. Mas ao longo da obra entra-se na natureza e sentimentos dos três com muita sutileza. Com vários depoimentos e dezenas de cenas históricas magníficas, fica-se sabendo como a guitarra colou-se àquelas vidas como segunda pele. O filme também mapeia as inovações de cada um. Page, por exemplo, conta como criou a lendária guitarra de dois braços para acomodar, ao mesmo tempo, a melodia e o acompanhamento no clássico Stairway to Haven. The Edge também foi revolucionário à sua maneira. Não pelo virtuosismo do domínio do instrumento, mas por sua obsessão por processadores de som digital e o uso de uma vasta parafernália eletrônica para alcançar o "som perfeito".
O melhor momento, no entanto, é quando os três se juntam e revisitam as próprias composições. São cenas antológicas que ajudam a fazer de A Todo Volume uma raridade. Documentários sobre música são em geral frios e aborrecidos. Este, ao contrário, informa e empolga.

Fonte: Bravo! Online

Por André Nigri

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Led Zeppelin. U2. White Stripes. Influências: blues, pioneiros do rock. Teoria, dicas práticas, segredos, efeitos. Jam sessions. Tratar com os senhores Jimmy Page, The Edge e Jack White, no cinema que exibe o documentário A Todo Volume (It Might Get Loud, 12 anos ).

* Não é todo dia que a gente pode ver e ouvir o Led tocando “Stairway to Heaven” na tela do cinema! Mesmo que essa clássica balada seja superexposta, e aversão seja do filme “The Song Remains the Same”, vale! Muito!
* Também tem um trecho de Page no The Yardbirds, com “Heart Full of Soul”.
* No filme, The Edge mostra parte de seus segredos: os efeitos que dão aquele som maravilhoso à sua guitarra, ou melhor, à sua coleção de guitarras.
* O guitarrista do U2 praticamente disseca, canal a canal, a intro de “Where the Streets Have No Name”
* Jimmy Page volta a Headlye Grande, mansão onde foi gravada a maior parte do sensacional quarto disco do Led Zeppelin. Mostra como John Bonham tirou aquele sonzão de bateria em “Where the Levee Breaks”.
* No doc, Page, The Edge e Jack tocam juntos algumas músicas, como “I Will Follow”, do U2, “In My Time of Dying”, do Led, e “The Weight”, do guitarrista Robbie Robertson.
* Que pena! Faltou “Seven Nation Army”, maior hit do White Stripes!
* Vem aí um filme sobre os White Stripes. Under Great White Northern Lights. Estreou no festival de Toronto, em setembro de 2009.

Coluna de Música

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Jack White apanha martelo e pregos e começa a talhar pequenos buracos em um pedaço de madeira. Com uma corda de aço e uma garrafa de refrigerante, arquiteta uma espécie de guitarra artesanal de uma corda só. O captador e a caixa de força ligam o artefato a um amplificador. Pronto. "Quem disse que você precisa comprar uma guitarra?", pergunta White.

O início do documentário "A Todo Volume" dá a dica do que esperar nos próximos 100 minutos: guitarras, guitarras e mais guitarras. Dirigido por Davis Guggenheim (de "Uma Verdade Inconveniente"), o filme conta com a participação de três guitarristas de diferentes gerações, cada qual com seu estilo e maneira de encarar o instrumento: Jimmy Page, do Led Zeppelin, The Edge, do U2, e Jack White, de White Stripes, Raconteurs e Dead Weather.

Um encontro entre as três feras é agendado para um estúdio em Hollywood. No cenário gigantesco, amplificadores, efeitos e um toca-discos estão perto dos sofás e do pequeno palco montado para que o trio mostre um pouco de seu estilo conversando através do instrumento.

Jimmy Page é filmado em Londres. Cercado de vinis, mostra os sons que o influenciaram na vida. Um dos momentos mais divertidos é quando coloca Rumble, de Link Wray, no toca-discos e começa a fazer uma espécie de "air guitar" com os braços. Sorrindo, diz: "Isso é demais. Olha como ele usa o vibrato do amplificador depois da segunda parte". Já Jack White está no Tennessee quando a equipe de filmagem chega ao seu território. O cantor está no meio do deserto, com bois e vacas o observando.

Durante um ano, o diretor Davis Guggenheim se desdobrou durante as três cidades carregando sete câmeras. Tudo para que passagens como a cena em que The Edge mostra as fitinhas cassete de "Josua Tree" (álbum de 1987 do U2) que originaram composições como "Where the Streets Have no Name" fossem captadas da maneira mais natural possível.

No encontro em Hollywood, cada um fala de suas influências e de como chegou ao instrumento. Também apresentam uma música de sua banda e são acompanhados pelos outros parceiros. No final, tocam e cantam "The Weight", hino do grupo The Band. As informações são do Jornal da Tarde.

Agência Estado

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Por Kid Vinil, colunista do Yahoo! Brasil

Três guitarristas de diferentes gerações que contam suas histórias e suas afinidades com o instrumento. Este é o tema do documentário "It Might Get Loud" ("A Todo volume"), que estreia nos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (29). O filme, que já saiu em DVD e Blu-ray, também fez parte da 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no ano passado.

Os três guitarristas a que me refiro no começo desta coluna são nada mais, nada menos, que Jimmy Page, Jack White e The Edge. Representando a década de sessenta e os anos setenta temos Jimmy Page, o eterno guitarrista do Led Zeppelin. Page começou sua carreira dando canja com músicos de blues da cena inglesa de meados dos anos sessenta. Em 1967, fez parte dos Yardbirds, substituindo Jeff Beck. Essa sua fase no Yardbirds foi o embrião do Led Zeppelin, que ganhou forma em 1968, com o lançamento do álbum homônimo de estreia. O disco, gravado em apenas 30 horas de estúdio, é considerado um dos melhores discos de estreia de todos os tempos. O Led Zeppelin pode ser considerada a banda que dominou a década de setenta após a separação dos Beatles.

Já para geração da década de oitenta, o escolhido foi o músico irlandês David Evans, mais conhecido como The Edge, e famoso por sua banda, o U2. The Edge começou a tocar guitarra aos 17 anos de idade na escola, em Dublin, e aperfeiçoou uma técnica hi-tech que mudou o conceito de tocar guitarra nos anos oitenta. E para retratar a guitarra nos dias de hoje temos Jack White (White Stripes, Raconteurs, The Dead Weather), segundo muitos jornalistas lá fora, uma das figuras mais representativas da guitarra nos últimos dez anos. "It Might Get Loud" é um documentário que reflete o sonho de qualquer garoto interessado em rock e que vibra com uma guitarra Fender Stratocaster ou uma Gibson Les Paul, que brinca de ser Jimi Hendrix ou Kurt Kobain no game Guitar Hero.

Mas, acima de tudo, "It Might get Loud" conta a trajetória desses três grandes músicos desde o início de suas carreiras, além de ter cenas incríveis. Uma delas mostra o Led Zeppelin ensaiando em Headley Grange (o lugar onde foram concebidos os principais discos da banda). Mostra Jimmy Page na sua mansão, com sua coleção de discos e mostrando algumas de suas técnicas para tocar guitarra. Tem ainda cenas de The Edge em Dublin, no início do U2, e explica a concepção do álbum "The Joshua Tree" (1987) desde as demos até uma apresentação ao vivo da música "Where The Streets Have No Name".

Quem abre o documentário é Jack White, em sua casa no Tennessee (EUA), tocando um instrumento aborígene primitivo de uma só corda e amplificado. Mostra o músico em seu início de carreira, em Detroit, e revela sua aversão pelo excesso de tecnologia. Recentemente, Jack White montou um estúdio e uma gravadora em Nashville usando somente aparelhagem análoga (aparelhos de gravação usados antes da era digital), para captar melhor os efeitos das guitarras e dos instrumentos em geral, sem aquela clareza e falsa nitidez do som digital. Um detalhe interessante é que o guitarrista até já plagiou indiretamente Jimmy Page em certos riffs nas músicas de seus discos com suas três bandas. Mas isso o documentário omitiu, apenas reuniu os três guitarristas em Los Angeles para uma jam session, onde eles tocam slide guitar no clássico do Led Zeppelin, "In My Time Of Dying", do álbum "Physical Graffiti (1975), e ainda fazem uma jam da música "The Weight", clássico de 1968 do grupo The Band. Tem também os três tocando "Dead Leaves And The Dirty Ground", do White Stripes (2001). Quem comanda essa jam do trio é Jack White, enquanto isso, Jimmy Page com seu jeito mais "zen" explica suas técnicas para The Edge.

Esse é um documentário feito para os amantes desse instrumento e explica perfeitamente a combinação guitarra e amplificador e seus recursos ilimitados. Cada um dos três músicos conta sua história e a paixão pela música, seus mestres e suas técnicas. É maravilhoso.

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