Gabriel Thomaz, vocalista e guitarrista do Autoramas, falou à Rolling Stone Brasil sobre a mais nova empreitada da banda para finalizar o novo disco, Música Crocante. Por meio do crowdfunding - método que consiste em angariar fundos com ajuda dos fãs -, o Autoramas iniciou as gravações do álbum.
A ideia é que, com um programa de cotas, o fã auxilie o trio e seja recompensado de acordo com o tamanho da doação. Prêmios incluem até mesmo a própria guitarra de Gabriel, uma Danelectro (por R$ 5.000).
Quem se interessar em ajudar Gabriel Thomaz, Bacalhau e Flávia Couri pode acessar o site do disco Música Crocante até o dia 14 de agosto, clicando aqui. A doação mínima é de R$ 20, que inclui o download das músicas antes de elas serem lançadas e um e-mail pessoal de agradecimento pela colaboração.
Confira a entrevista com Gabriel Thomaz abaixo:
Como surgiu a ideia do crowdfunding?
Conversamos com a empresa que trouxe o Misfits [a MobSocial trouxe a banda de punk gótico em abril deste ano] e vimos as várias possibilidades do crowdfunding, além de ver algumas pessoas que a gente gosta e admira nesse mesmo esquema. A gente viu que era uma coisa bem viável. Nunca tivemos gravadora ou patrocínio. Sempre tivemos que colocar uma grana na frente, pra depois recuperar com as vendas. Agora, é tipo um empreendimento imobiliário: estamos vendendo o apartamento na planta, entendeu? [risos].
Você acha que a ajuda do público na produção é uma tendência?
Eu lutarei sempre para que essa tendência seja duradoura. Vivemos muitos anos sob uma coisa meio ditatorial, de que sucesso é o que a rádio ou uma cúpula determina que vai chegar no ouvido de todo mundo. Agora vivemos em uma época extremamente democrática: você pode entrar na internet e escolher o que você quer ouvir e o que não quer. Por muito tempo tivemos que aceitar o que foi enfiado goela abaixo, sem ter como chegar a outra coisa que não tivemos alcance.
MTV Apresenta Autoramas Desplugado, de 2009, tem alguma influência sobre Música Crocante?
Música Crocante é elétrico. Estamos pensando em colocar um bônus, uma canção acústica que não entrou no Desplugado. O legal do Desplugado é que aprendemos a dar valor a melodia, backing vocals... coisas que para nós não são primordiais e que a gente deixa pra depois, sabe? Com o Desplugado reaprendemos a valorizar isso. Quanto ao Música Crocante, vai ser um disco do Autoramas total. A gente tem feito viagens pelo mundo, e temos escutado muitas coisas por aí: psicodelia francesa, rock turco, músicas de protesto libanesas, cumbia psicodélica do Peru. Mas isso tudo é só um tempero no som, nosso estilo continua o mesmo de sempre: rock.
A guitarra Danelectro que você está colocando a prêmio tem algum valor sentimental?
Tem, e muito, cara! Estou torcendo pra que ninguém compre. Já estou arrependido desse negócio aí. Se alguém comprar vou ter que abrir mão. Eu não sei porque eu fiz isso, e agora? [risos] É uma guitarra que já usei muito, colocamos ela justamente porque é um instrumento que tem muito a minha cara. Mas espero que ninguém precise comprar essa cota!
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