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Que fique registrado que aconteceu no último sábado à noite, no Espaço Cultiva, um dos maiores e melhores eventos dedicados ao metal do ano em Aracaju. É cedo para se afirmar que superamos esse terrível período de escassez de público em shows de rock alternativo pelo qual passamos, mas em todo caso fiquei muito feliz em ver a antiga “Casa do rock” lotada de Headbangers para prestigiar a presença em nossa cidade de duas bandas de renome nacional no gênero.
Cheguei atrasado, como sempre, mas a tempo de ver boa parte da apresentação dos paranaenses do Dominus Praelii – e confesso que me surpreendi. A imagem que eu tinha da passagem anterior da banda por aqui era algo meio caricato, com visual excessivamente carregado (pra Manowar só faltavam as tanguinhas a la Conan, o Bárbaro) e o discurso infantilóide/retardado/fantasioso do tipo “Guerreiros do Metal, unidos derrotaremos os cães cristãos e dominaremos o mundo em nome de satã”. Não sei se foi uma falsa impressão que tive, mas o fato é que a banda que vi no palco era bem mais madura e, digamos, contida, em termos de “delírios medievais”. Um Power-metal de primeira, muito bem executado e cantado a plenos pulmões pelo colombiano Jorge Bermudez, que ostentava uma camiseta clássica do Onslaught. Bom show – isso para mim, que não sou “metaleiro”. Para os “reais headbangers” presentes (ou pelo menos para os mais desencanados que não ficam o tempo inteiro preocupados em arrotar uma postura radicaloide sem sentido), deve ter sido melhor ainda.
Intervalo, hora da visita á tradicional (mas frequentemente ausente, hoje em dia) banquinha de materiais alternativos. Uma boa oferta de CDs, vinis, camisetas e “patches”. Sempre que possível compro algo nessas banquinhas, pois valorizo demais a atitude desses caras que saem Brasil (às vezes mundo) afora com a cara e a coragem com o único intuito de divulgar sua música e a cultura alternativa em geral. Adquiri por módicas 20 pratas um CD que não tinha do Bolt Thrower, banda inglesa de Birmingham, terra natal do Black Sabbath, formada em 1987. Fiquei babando pelas capas em vinil de uma banda de thrash carioca cujo nome não me lembro – a arte lembra aquelas capas clássicas feitas por Ed Repka para o Megadeth, Municipal Wasted, Hirax, Death, NoFX e diversas outras bandas importantes, principalmente de thrash metal. Foi a primeira vez em muito tempo que cheguei a cogitar comprar um disco sem conhecer a banda, apenas pela capa, mas contive meus impulsos consumistas a tempo.
Apokalyptic Raids, do Rio de Janeiro, no palco. É tosco, como pensei, mas aquele tipo de tosqueira proposital, feita com propriedade e com a única intenção de reproduzir uma sonoridade específica – no caso, a dos primórdios do Death/Black metal dos anos 80, como deixa explícito o próprio nome da banda, obviamente retirado do título de um EP do Hellhammer. Bom show, empolgou o público, muito embora não tão barulhento e esporrento como imaginei. O único defeito foram os longos e, a meu ver, desnecessários intervalos entre uma música e outra – teria sido mais legal se tudo tivesse sido despejado num fluxo só, sem descanso.
Haveriam ainda duas bandas locais, Sign of Hate e Impact (Aliquid foi a primeira a se apresentar), mas o cansaço foi mais forte e fui embora. Que este evento se transforme num gancho para uma volta definitiva às atividades da Terrozone, produtora que eu respeito imensamente pelo profissionalismo e competência, nunca descuidando de detalhes importantes, como a divulgação. Vai depender muito da presença do público, e o próximo “teste” já está marcado para o próxima dia 01 de outubro, com a volta do Andralls às terras do cacique Serigy.
Nos vemos lá.
por Adelvan
Muito Bom Parabéns ^^ Trabalho Otimo =)
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