segunda-feira, 9 de agosto de 2010

# 156 - 06/08/2010

Black Sabbath – It´s All right
Black Sabbath – Born again
Black Sabbath – The sign of the southern cross
Black Sabbath – Solitude

Relespública – Nunca mais
Relespública – Carro Bomba
(Drop Loaded)

Vital Remains – Let the killing begin
Expose your hate – Born to sin
Macabre – The Iceman
Anal Blast – cunt to throat
(por Fúria)
Facada:
• Podem vir
• Tu vai cair
• Satanist

Dinosaur jr. - out there
Autoramas - I saw you saying
Entrevista com Roberto Nunes
(Sessão Notívagos)

Mark Lanegan & Isobel Campbell – Hawk
Queens of the Stone age – ode to Clarissa
The Walkmen – Angela surf city

Iggy Pop – Je sais que tu sais
Mike Patton – Ore DAmore
Air – Love

Entrevista com Felipe Freire
(programa 105 puro rock)

Tchandala - Man´s enemy
Aliquid - How the story ends
[maua] - relief

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O legendário baterista do Black Sabbath, Bill Ward, conversou recentemente com Brandon Marshall do Sonicexcess.com sobre vários temas. Alguns trechos da entrevista podem ser conferidos abaixo.

Sonicexcess.com: Após a morte de RONNIE JAMES DIO, Tony Iommi disse a um jornal britânico que havia conversado com Geezer Butler sobre o Black Sabbath. Você pode adiantar alguma coisa?
Ward: "A única coisa que sei, e eu conversei com Tony.... bem, a única pessoa com quem ainda não falei foi Geezer, mas isso é porque ele prefere e-mail ao telefone, e Ozzy me ligou ontem. Acho que as coisas andaram um pouco. Na posição em que Ozzy se encontra, querendo excursionar com o Black Sabbath, significa que Ozzy esteve lá no lugar por tanto tempo e diz, 'Eu nunca vou dizer nunca'. Eu estou na mesma situação. Tony tem a mente aberta para um nova turnê do Sabbath. Algumas pessoas ouvem isso e acham que a banda vai voltar agora. Mas acho que, nesse momento, não há possibilidade, pois Ozzy estará na turnê de seu novo disco, que, aliás, é ótimo, pelos próximos 18 meses. Eu estou com um CD novo. Eu sei que Tony tem outras coisas que quer fazer musicalmente, e Geezer também. Nós todos queremos voltar, mas quando isso vai acontecer, realmente não sei. Eu falo com Ozzy o tempo todo e ele não mencionou nada sobre o Black Sabbath".
Sonicexcess.com: O Black Sabbath escrevou material novo, mas nada foi lançado. Essas gravações verão a luz do dia, e, se não, você poderia contar com qual álbum esse material pode ser comparado?
Ward: "Bem, é verdade que há bastante material escrito e guardado em um lugar bem seguro. Eu não sei com qual álbum do Sabbath pode ser comparado. Fizemos essas jams na primavera, acho que sete anos atrás. As canções possuem riffs brilhantes de Tony, e minha bateria mudou um pouco. Meu caminho e o de Geezer estão diferentes no acompanhamento a Tony. Oz também fez coisas muito legais ali. Penso que está mais maduro, porque somos mais maduros, embora sejamos jovens de coração. Não dá para comparar com nenhum disco do Sabbath, mas soa muito, muito forte".
Sonicexcess.com: Por que isso nunca foi lançado?
Ward: "Política (risos)."
Sonicexcess.com: Bem, eu não quero insistir muito, mas você acha que essas canções algum dia serão lançadas?
Ward: "Acho que as músicas que temos, e há várias, deveriam ser lançadas. Elas merecem ver a luz do dia, mas se vão, ou não, não sei. Seria muito triste se não saíssem, porque há bases e grooves realmente muito bons. É nossa banda tocando. Para mim, elas são boas o bastante para se fazer um novo disco do Black Sabbath. A música é muito fluida. Somos nós, 40 anos depois botando para quebrar, sabe?"
Sonicexcess.com: Em "Ward One", você contou com vários músicos convidados como Eric Singer, Ozzy Osbourne, Jack Bruce, Zakk Wylde, Rue Philips e Malcolm Bruce. Seu disco novo terá participações especiais também?
Ward: "No novo álbum que está para sair, é só a banda. Eu tenho uma cantora extra. Seu nome é Tina Watson. O disco vai se chamar 'Accountable Beasts' e eu tenho canções para, pelo menos, cinco álbuns que venho compondo desde 'When the Bough Breaks'(1997). Então, no próximo disco haverá pessoas diferentes tocando. No terceiro CD da série, eu definitivamente terei convidados. Será um disco totalmente metal".

Whiplash

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Talvez seja difícil para os desavisados do centro-leste, imaginar o Nordeste como fonte criativa de um gênero tão underground como o grindcore. Ou talvez, se não fosse pelo Facada, não estaríamos realmente atentos ao que estivesse vindo do nordeste, em termos de grindcore - é claro que por ignorância e preconceito de pensar no lugar como: paisagens lindas, turismo sexual infantil, forró e axé, como é estampado em tudo que relaciona Fortaleza com som e imagem.

Conheci o Facada através da demo (2004) e fiquei impressionado. Nessa mesma época, conheci o Siege Of Hate (gindcore) e o Fóssil (ambient/instrumental), e percebi que era eu que estava por fora. Em 2006, o Facada fez a primeira turnê pelo centro-oeste e trouxe o primeiro disco: Indigesto. Preciso continuar o raciocínio, mas não posso deixar de explicar que o Indigesto é uma obra prima. Escutem. Conheci James (vocal/baixo) nessa ocasião, em um dos últimos shows no consagrado Black Jack. Comprei demo e o Indigesto das mãos dele, e trocamos msn. Pouco depois disso, fiquei sabendo que Ari, o guitarrista, havia se mudado pra Alemanha e a banda estava meio parada. Com o tempo, arrumaram um guitarrista e continuaram fazendo shows pelo Nordeste.

O que parecia mais uma bruxa no caminho de uma excelente banda nacional não passou de uma pausa. Em maio, saiu o disco definitivo que consagra o Facada como principal nome da nova escola de gindcore no Brasil: 'O Joio'. O petardo tem 14 faixas do mais puro grind new school. A voz é super autêntica, perceptível desde a primeira demo. A construção das músicas me lembra uma mistura da melhor fase do Nasum com alguma coisa do hardcore/crossover do Ratos de Porão ou alguma referência ao hardcore nacional. É como se eles tivessem pego o Nasum de onde ele parou, e continuado à brasileira. Vale muito mais a pena escutar do aquela coisa sem graça que virou o Coldworker.

Com o disco em mãos, e uma certa curiosidade sobre como as coisas tinham sido feitas com tanto capricho, chamei o James para uma conversa e fui salvando tudo, como uma espécie de entrevista que gostaria de deixar registrada aqui:

Metal Blog: Os créditos no encarte dizem que o disco foi feito com dois guitarristas, o Ari e o Miguel, como isso funcionou com o Ari morando na Alemanha?
James: Quando o Ari foi embora pra Alemanha, não tínhamos nada. Começamos a ensaiar de verdade quase 1 ano depois dele ter ido. O Ari veio passar férias em Fortaleza no final do ano de 2008. Ele já tinha uns 4 sons prontos e só fez ensaiar umas 4 ou 5 vezes com o Dangelo (baterista) as músicas e já entrou em estúdio pra gravar. A gente só foi gravar o resto 9 meses depois. O Miguel só fez uma música mesmo (procura o que fazer sofrer é teu dever), o resto do disco foi feito (uma boa parte) por mim e pelo Dangelo. Mas no ensaio todo mundo dá opinião, ajeita alguma coisa e tal. A gente NUNCA tocou ao vivo as músicas do Ari com o Ari presente…(risos). Quando ele estava aqui de férias, também aproveitou pra fazer uns shows, mas foi só com música antiga...e foram uns 2 shows...os únicos com os 4 integrantes.
Metal Blog: Como foram as sessões de gravação? (entre as 4 primeiras e o resto do disco, 9 meses depois).
James: As 4 primeiras foram o Ari com Dangelo em 1 dia só. Depois dos 9 meses, o Dangelo também gravou o resto das baterias em 1 dia mesmo…as guitarras foram pingadas…mas acho que foram em 2 dias. Os baixos (tive que pegar as músicas do Ari) e vocais foram em 3 dias mais ou menos. A mixagem é que foi um problema. Porque o cara do estúdio aqui não tava se garantindo. Tava ficando péssimo mesmo…isso demorou uns 3 meses de idas e vindas. Até que tivemos a idéia de mandar pra Suécia.
Metal Blog: Sério? Mas quem foi o técnico de gravação aqui?
James: O técnico aqui foi o Moises Veloso, que não recomendo a NINGUÉM. Faz tudo de mal gosto, pensa que sabe tudo, e que quem não é de estúdio é um idiota. Não entende que existem músicas e músicas no mundo. Mas, na verdade, temos que agradecer a incompetência dele né? Porque foi daí que a gente partiu pro Sueco, que eu já sabia que tinha um estúdio, com ele ia ser mais fácil, apesar de ser mais longe.
Metal Blog: Mas vocês não tinham trabalhado com esse Moises antes? O estúdio dele não é legal? Onde gravaram a demo e o Indigesto?
James: Cara...o estúdio dele é conhecido aqui em Fortaleza. Eu tinha gravado com ele com outra banda lá, mas nunca o Facada. Ele tem ótimos equipos e a captação foi boa, mas como técnico realmente precisa evoluir. Aqui ele é tido como um dos melhores, mas pro padrão daqui. Ele grava muito Pop e essas paradas. A gente gravou a demo e o Indigesto no Digisound que é massa, galera tranquila de se trabalhar, mas estávamos querendo mudar um pouco.
Metal Blog: E como chegaram no gringo? Que instruções deram para ele?
James: O cara tem uma banda de grindcore (Gadget) então foi bem tranqüilo. A gente não disse nada a ele. A banda dele, pra mim, é a melhor desses suecos. E eu já tinha escutado o disco deles e fui atrás de onde tinha sido gravado (coisa de nerd de banda) aí vi que tinha sido no estúdio dele numa cidade chamada Gävle nos confins da Suécia. Entrei em contato como fã da banda, o Ari foi num show deles em Berlim, deu nosso CD pra ele. Inclusive no 2o. CD deles (que saiu pela Relapse) tem agradecimento pra gente e tudo. Mas nunca pensei em fazer qualquer coisa lá, parecia uma coisa realmente muito distante. Quando as coisas não estavam rolando por aqui, entrei em contato com ele meio no "se colar colou" e acabou colando. Ele foi muito paciente e solicito, porque o cara daqui mandou os arquivos TODOS desorganizados e em português. Ele ainda teve q organizar tudo, entender as músicas…saber onde ficava cada coisa…isso num custo quase zero...Pra mim ele fez um trabalho FODA. A gente não disse nada, nenhuma recomendação ou tipo "a gente quer assim, ou assado", foi meio na surpresa. Resolvemos esperar pra ver qualé.
Metal Blog: Como assim nenhuma instrução? O disco tem uma ordem muito certa - o começo por exemplo, que começa com um a espécie de fade in. Essa musica não tinha sido feita pra ser a primeira e começar com a aquele barulho entrando daquele jeito?
James: Tinha, a gente já tinha pensado nela pra começar o disco. A gente deu recomendação assim: coloca fade in aqui, a intro é nessa aqui, sem pausa entre as faixas. Mas falar como era a guitar, como ela deveria soar, nao. Só a bateria, porque a gente gravou ela sem nenhum trigger. Só para ele deixar ela o mais natural possível.
Metal Blog: Mesmo? E o Dangelo curte som de peça assim? Manja de afinar e escolher diâmetro delas?
James: Ele é batera mesmo né. Pra mim, sem frescura, acho um dos melhores do Brasil. Acho até que é pouco reconhecido. Inclusive, esses batera de metal todos estão ligados nele - Max Kolesne do Krisiun, o Didi do Subtera e o Amilcar Christófaro do Torture Squad. Ele afina tudo, repassa ... queria um som "GORDO" de batera. Usou tons maiores, caixas grandes. Eu acho que o único trigger que o cara usou foi nos bumbos pra dar mais definição.
Metal Blog: Fale um pouco da minha preferida do disco; Chovendo Baratas
James: Essa foi a última música que fizemos, é minha e do gordo. Eu fiz o começo e a parte rápida. Queria um lance meio hc com death metal mesmo. A letra é baseada num estúdio que a gente ensaiava que era CHEIO de baratas e algumas delas voadoras que caiam por cima da gente. Mas a letra mesmo fala sobre o fim da humanidade por insetos brutais (risos). Aquela parte em inglês é uma homenagem ao Napalm Death. No ao vivo o Barney grita isso, é a parte mosh que o Gordo combinou certinho com ela.
Metal Blog: E os covers?
James: O cover do DFC ia pra um tributo que nunca saiu (ou vai sair) e essa música a gente sempre achou legal e ficava comentando como ela ficaria mais Crust. E foi o que rolou. Satanist é um cover do Filthy Christians, a banda de grindcore sueca mais inglesa que existe. Foi sugestão do Ari, ele nos mostrou essa música, que combinou certinho. Detalhe: fui atrás da letra e não achei. Pedi ao cara da banda, ele não tinha. Eu fiz uma livre interpretação. (risos)
Metal Blog: Valeu James. Acho que eu consigo fazer um post disso aqui, virou uma bela de uma entrevista.
James: eu nem pensava que era uma entrevista hahaha, parecia que agente tava num bar.
http://www.myspace.com/facadanagoela
http://twitter.com/facadanagoela
http://www.fotolog.com.br/facadanagoela
por Ricardo Lopes // 28/07/2010

Fonte: Metalblog

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