segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

# 212 - 14/01/2012

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O programa de sábado começou celebrando duas das atrações já confirmadas para a edição de 20 anos do Abril pro rock: Cripple Bastards, devastadora banda de grindcore italiana, e Brujeria, que começou como um projeto paralelo encabeçado por Dino Casares, do Fear Factory, e Billy Gould, do Faith No More, e segue sua trajetória espalhando mensagens engrandecedoras direto de Tijuana, Mexico, para todo o mundo. Na sequencia, rock britânica clássico dos anos 80 em versões Ao Vivo e uma faixa do novo disco (mais "roqueiro") de Siba, ex-Mestre Ambrosio.

Depois de mais um bloco dedicado ao rock gaucho, destacamos as bandas que se apresentariam naquela mesma noite no Festival Rockaju*: Cachorro Grande, Matanza, [maua] e Mamutes. Os Mamutes, por sinal, deram o ar de sua graça no estúdio e falaram ao vivo, dentre outras coisas, sobre o videoclipe de "A Dama de branco", que eles acabaram de lançar e você pode assitir clicando AQUI. É bem legal, cheio de referencias a lendas urbanas e filmes gore de zumbi, além de muita farra e rock and roll, como não poderia deixar de ser. Sobrou até para a polêmica do momento, o festival privado e altamente lucrrativo promovido pelo caridoso empresário Fabieira Olivano com generosas doses de recursos públicos.

Relembramos também os 10 anos do antológico show de lançamento do disco "Em Carne Viva", da Karne Krua, que aconteceu no Espaço Emes em 12 de janeiro de 2002. Quem foi, não esqueceu. Quem não foi e quiser ver ou para quem quiser ver de novo (vale a pena), é só passar na loja do Silvio, a Freedom, que fica na Rua Santa Luzia, 151, no centro de Aracaju (próximo à catedral metroplitana) e encomendar uma cópia do DVD com a filmagem do evento.

Fechando tudo, generosas doses de rock "pauleira"

Grato pela audiência,

Adelvan

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* Cheguei tarde ao Rockaju porque inventei de ir comer um McMacaxeira com minha amada patroinha na orla e fiquei preso num gigantesco engarrafamento. Nunca vi tamanha quantidade de gente (e carros!) por lá sem que nenhum grande evento pagodeiro, forrozeiro ou axezistico estivesse acontecendo. Foi impressionante. Aracaju parece estar se tornando, realmente, um destino turístico ...

Mas enfim, fui assim mesmo. Cheguei à meia-noite, perdendo, portanto, os shows da [maua] e do Cachorro Grande. Quase morri de tédio com a mesmice do Matanza, que além das mesmas musicas de sempre e do eterno papo furado de Jimmy perdeu muito de seu "mojo" depois que o líder, fundador, compositor e guitarrista Donida deixou de se apresentar em shows. O guitarrista que o substituiu não é ruim, mas não tem a mesma pegada.

Já os Mamutes arrasaram numa belissima apresentação valorizada por um som bom e bem equalizado - só que pra pouca gente, infelizmente, pois subiram ao palco já perto das 3 da manhã, quando a roqueirada juvenil que ainda está descobrindo as delicias da transgressão e da rebeldia mas só quer ouvir mais do mesmo (no caso, o Matanza) já tinha batido em retirada.

Pelo menos conheci o Iate Clube - nunca tinha entrado lá.

A.

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Blue Cheer - "Vincebus Eruptum" (1968)

Nem Led Zeppelin, nem Black Sabbath, muito menos Deep Purple. Além de terem surgido depois do Blue Cheer, estes grupos "pegavam leve" se comparados ao trio californiano peso-pesado, que foi o verdadeiro inventor do heavy metal. Foi o grupo que projetou os arquétipos da corrente hard/heavy do rock, através de vocais ultra-agressivos, amplificação saturada, microfonias e distorções elevadas, sem falar no visual desgrenhado.

Formado por volta de 1966, em plena San Francisco psicodélica, o Blue Cheer (nome de um tipo poderosíssimo de LSD) contava com o baixista/vocalista Dickie Peterson (egresso de uma banda obscura chamada Oxford Circle), o guitarrista Leigh Stevens e o baterista Paul Whaley. Eram gerenciados por um tal de Gut, que foi um dos fundadores dos Hell's Angels – e, não por acaso, o trio se tornou a banda predileta da violenta gangue de motoqueiros.

Eles já entraram arrebentando na alucinada cena musical vigente em 68, com o álbum de estréia, Vincebus Eruptum. O petardo era aberto com uma das marcas registradas do grupo: a versão absolutamente detonante de "Summertime Blues", hit do rock'n 'roller Eddie Cochran. Só que eles transformaram o rockabilly original no som mais pesado e ensandecido feito até então. O disco seguia com "Rock Me Baby", de B.B.King, em uma cover que levava às últimas conseqüências a eletrificação do blues urbano.
As três canções do grupo presentes no disco - todas compostas por Peterson,também não deixavam por menos.

"Doctor Please" sugeria que o cantor necessitava de ajuda médica para suportar as divagações Iisérgicas, tamanha a demência sonora de seus quase nove minutos, "Out Of Focus" mostrava o lado mais pop da banda com um riff pegajoso permeando a música toda, enquanto a brutalidade musical retornava em "Second Time Around", com andamentos disformes, paradas bruscas e solos extensos - bem antes que isso se tornasse lugar comum e puro exibicionismo, através das décadas seguintes.
Após muito ácido Iisérgico e incontáveis garrafas diárias de destilados, Stevens afinal foi substituído pelo guitarrista do Other Half, Randy Holden. Posteriormente, Peterson mudou toda a formação e incluiu teclados no som do grupo.

Assim, de forma paradoxal, enquanto os tempos iam se tornando mais metálicos, a sonoridade do Blue Cheer ficava cada vez mais amena e rebuscada, até se esgotar em 1970. Houveram algumas tentativas de revival, sem maiores resultados, mas o grupo deixou sua marca sonora nua e crua no rock'n'roll. Distante do virtuosismo de um Jimi Hendrix ou de um Cream, o trio era odiado pela crítica por sua incompetência técnica, sendo que era justamente naqueles "três acordes" com resoluções inusitadas que residiam seus maiores méritos e o charme de sua música. Pioneiros no crossover punk metal, Peterson & Cia. desbravaram os caminhos para formações como The Stooges e MC5 e foram tudo aquilo que a turma de Seattle, neo-hippies e afins tentaram ser, mas nunca conseguiram.

Fonte: "Discoteca Básica" - Revista Bizz Edição 108, Julho de 1994

por Sérgio Barbo

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Cripple Bastards - Dawn of ecology
Brujeria - Padre Nuestro

The Smiths - The Queen is dead - 1986, Live in Los Angeles
Echo & The Bunnymen - The Killing Moon (live)
The Cure - Pictures of you (live)

Siba - Avante

Helvéticos - A solução
Ford Bigode - As Coisas naturais
((( Drop Loaded )))

DeFalla - Repelente
Os Replicantes - One player
Walverdes - Diagonal
Viana Moog - Santo Stereo
Superguidis - riffs

Cachorro Grande - Hey Amigo
Matanza - Alabama/Dashville chainsaw massacre
[maua] - relief
Mamutes - Não saia da trilha (Acustico Aperipê)
+ Entrevista com Mamutes

Karne Krua - Guerra ideológica

Blue Cheer - rock me baby
Jeronimo - Hands
Josefus - Creek
Free - Easy on my soul
Led Zeppelin - Your time is gonna come

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