Uma trajetória ao mesmo tempo singela, caótica, amável e indefectivelmente adornada por três álbuns bem peculiares, distintos e de incontestável qualidade sonora e poética – o desbravador ‘Waking up, waking down’, o mais-que-intenso e quase testamental e biográfico ‘Let my head blow up’, e o maduro e estético ‘Snooze’. Nas entrelinhas fonográficas, participações em coletâneas de vulto no indie rock brasileiro, shows antológicos nas terras de Serigy e em outros importantes palcos da cena no país, como o Goiânia Noise e Sorocaba.
Na bagagem, com trilha sonora de hits fodásticos, um bocado de estórias, anedotas e memórias imprecificáveis, que de nossas mentes e corações ninguém tira, e sempre estão presentes nas conversas dos encontros e reencontros com os snoozers de hoje e ontem e quem faz parte dessa história.
Como herança, já chega à beira de transpor uma geração de amantes e admiradores aqui, ali e acolá, hipnotizados e entorpecidos pelo rastro de seus guitar riffs e noises marcantes cunhados pelo saudoso Daniel, por Mauro Spaceboy, Marcelo Superdrag, Clínio Jr. e acho que até Duardo, uma cozinha com assinatura inconfundível de Rafael nas baquetas mais ágeis e criativas do pedaço, e a voz grave, afinada e elástica e o baixo presente e forte de Fabinho.
Letras que emocionam pela beleza do simples, com uma poética recheada de amor, desilusão, existencialismo e cotidiano narrados na praticamente inexorável língua-mãe do rock.
E tenho ainda a honra de também ter feito parte dessa saga roqueira, de todas as formas que pude, mas principalmente na canção que dei à luz em parceria com Fabinho – Sing, que figura no terceiro álbum. A única que jamais transpôs os limites do meu quarto e banheiro e chegou a ser prensada numa bolacha fonográfica.
Por isso tudo e muito mais, chamo os brothers and sisters que amam incondicionalmente o rock, e todo o espírito de ele evoca e constrói, para apagarmos 18 velinhas com um sopro intenso e sonoro de parabéns à Snooze, aos snoozers que por ela passaram e aos resistentes e abnegados roqueiros de Sergipe.
E, como diz a minha filhota Isabella, que justo na sexta-feira passada foi ‘batizada’ com a primeira ida a um show da (ou do – nuca resolvemos esta questão de gênero) Snooze, com as duas mãos armadas com o gesto heavy metal que simboliza esse espírito, “É rooooooooooock!”.
por Saulo Coelho
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