terça-feira, 19 de abril de 2011

The Baggios, 7 anos depois ...

A The Baggios acabou de completar 7 anos no final do último mês e, aproveitando o embalo da recente conquista do Festival Nacional das Rádios Públicas do Brasil (Arpub), resolveu chamar alguns amigos para uma apresentação recheada de participações especiais.

Dia 20 de Abril, quarta-feira, véspera de feriado, os Baggios executarão versões de músicas autorais e de canções que os influenciaram com o auxílio luxuoso de Melciades Filho (Máquina Blues); Rafael Ramos e Fabricio Rossini (Nantes); além da inesperada participação de Lucas Goo (primeiro baterista da The Baggios), que assumirá as baquetas nas músicas da primeira fase da banda. Coisa fina.

Para encerrar a festa, a idéia é que role uma jam com todo esse povo tocando alguns clássicos do Blues e do Rock. Como afirmou Julico, em conversa com o Jornal do Dia, vamos ver no que vai dar.

Jornal do Dia – Com tanta coisa dando certo pra banda, é justo dizer que o azar lhes consome?

Julico – Eu escrevi “O azar me consome” há cinco anos, como um desabafo, mas por se tratar de um tema que se faz presente na vida de qualquer um, é difícil se desvencilhar completamente dessa música. Reconheço que a banda está numa fase bem melhor que há sete anos, mas de vez em quando ainda passo por perrengue. Assim fica difícil esquecê-la.

JD – Em que medida esse “tudo dando certo” condiz com a realidade e facilita o trabalho e vocês?

Julico – Acho que quando se tem um trabalho reconhecido no seu estado e na seqüência um reconhecimento nacional, é natural que agente aposte ainda mais na carreira e cale o pessimismo que ronda nossas cabeças. O que é mais importante, além do reconhecimento, é nos mantermos sempre na ativa. Eu e Gabriel (Perninha, o batera da banda) fazemos muitos planos, estamos compondo constantemente, já temos mais de doze músicas novas, prontinhas pro segundo disco, estamos com a cabeça lá na frente, sempre procurando fazer mais.

Tenho medo de ser mais um artista acomodado na porta de casa, esperando as coisas cairem do céu. Eu vivo pela música. Grande parte das minhas alegrias e tristezas dos últimos nove anos (quando nasceu minha primeira banda) veio dessa tentativa de ter minhas músicas reconhecidas, principalmente aqui no estado.

JD – O que a conquista do festival da Arpub rendeu, em termos práticos? Você acha que poderia ter rendido mais?

Julico – Foi uma das minhas maiores alegrias da vida, mas confesso que me decepcionei, no final das contas. Justamente quando alcançamos essa conquista – um festival de nível nacional, que no ano passado investiu mais de R$ 60.000 em sua estrutura – a Arpub não teve um real sequer para dar para os vencedores.

O Festival ainda não rendeu nada, mas de qualquer forma não deixei de ficar feliz e espero muito que esse prêmio nos ajude de alguma forma nessa longa estrada que estamos começando a seguir.

JD – Quando a gente vai poder finalmente, conhecer o primeiro disco da Baggios? Ele vai ser lançado e distribuído de maneira independente ou algum selo já se mostrou interessado?

Julico – Está indo para fábrica, com previsão de chegar nas nossas mãos no final de maio. Iremos lançar pelo selo da Deck, chamado de Vigilante (RJ). Fechamos inicialmente um contrato de distribuição digital do disco com eles. Vai ser legal, principalmente na parte de acessória de imprensa, pois a mesma turma que trabalha com Pitty, Nação Zumbi, vai estar trabalhando com a Baggios.

Estamos programando uma festa de lançamento legal. Estou doido pra ver o que todos vão achar dele, muito ansioso mesmo.

JD – Sete anos é uma estrada razoável… Em alguma encruzilhada, bateu alguma espécie de arrependimento? Existe alguma coisa que você preferia ter feito diferente?

Julico – Acredito que não. Acho que todos os perrengues que pelo qual a banda já passou, essas mudanças de bateristas, fez da banda o que ela é hoje. Tudo no seu tempo. Sabe lá se existiria a The Baggios se isso tudo fosse diferente.

JD – A festa de aniversário da Baggios vai contar com uma penca de convidados. Como você chegou a esses nomes?

Julico – Foi a partir da admiração musical e da afinidade que tenho com eles. Acho Melciades (Máquina Blues) e Fabrício (Nantes) dois guitarristas muito criativos, além de tocarem em duas bandas das quais sou fanzaço. Rafael Ramos (Nantes), pianista, é mestre no que faz. Sempre que nos batíamos em shows rolava essa papo de fazer parceria um dia, ele já chegou a participar de um show da baggios tocando trompete em Recife durante a turnê que fizemos juntos na época da “Daysleepers”, admiro demais esse bicho. Lucas é o baterista que fundou a banda comigo e vou aproveitar que ele está de férias por aqui para apresentar umas coisas inéditas da banda que fizemos em 2004.

JD – E o que esperar da celebração que o cook abriga amanhã à noite?

Julico – Eu acho que será um bom show de Rock. Para quem quer conhecer a banda mais a fundo, será uma boa oportunidade, pois será o maior repertório que fizemos até hoje, sem contar que o repertório conta com altas novidades: versões novas para “Baggio Sedado”, “Hard Times”, “Trem da Nostalgia”, “Black Man Song” e alguns covers que sempre desejei tocar como duas do Black Sabbath e uma do Cream, que prefiro deixar como surpresa.

por Rian "Calango Doido" ( riansantos@jornaldodiase.com.br )

Foto: xbolotax

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