quinta-feira, 28 de maio de 2015

Nucleador, uma entrevista ...

Foto: Janaina Amarante
Como surgiu o Nucleador?

Primeiramente eu gostaria de agradecer ao German e ao Rarozine pelo apoio. A Nucleador surgiu no menor estado do Brasil, Sergipe, na capital Aracaju, no começo de 2008. A proposta da banda, idealizada por mim, Murillo, guitarrista, sempre foi fazer um som que soasse como o hardcore e o thrash metal feito nos anos 80. A junção desses dois estilos fez a banda soar como o crossover.

Vocês já tinham experiência anteriores de outras bandas?

Sim. Antes de fundar a Nucleador eu tinha uma banda de grindcore chamada INRIsório, que teve um grande destaque na cena local da época. Os outros integrantes também tocavam em bandas de hardcore.

O que influencia na composição das canções?

Contos de terror, trash e horror. Críticas sociais ácidas. Diversão e cerveja. Temas diversificados que representam o nosso cotidiano, sem pender para o batido tema de protesto social. Ficções imaginativas de uma mente em devaneio seria a melhor representação. KKKKK. A proposta da banda sempre foi a diversão. Uma boa desculpa pra sairmos do cotidiano desse sistema que a gente vive e termos uma boa desculpa para beber umas cervejas e suar um pouco tocando nossos instrumentos (musicais).

Como foi produzir o ep "zombeers infest"

Um tiro no escuro. A banda tinha menos de seis meses de fundada e já queríamos gravar as músicas que tínhamos ensaiado até o momento. Ninguém da banda outrora tinha tocado numa banda de thrash metal e não tínhamos feito nenhum show com a Nucleador. Não sabíamos como nossas músicas iriam soar num registro de estúdio.

Bom, o resultado final foi bem satisfatório. Disponibilizamos o ep para download na internet. Divulgamos em grupos do Orkut, rede social mais popular da época, e rapidamente tivemos um feedback surpreendente por parte da galera que curte o estilo. Dias depois de lançado o Zoombeers Infest, o Chris, vocalista da banda paulista de crossover, Bandanos, nos chamou para tocar num festival em São Paulo, o Night Of Living Thrashers, na qual a banda sueca Dr. Living Dead iria tocar também. A partir desse convite, bolamos uma turnê pelo sudeste. Tocamos em São Paulo e Rio de Janeiro. Capitais e interiores. Foi do caralho!

Entre um ep e outro houve um intervalo de tempo, qual o motivo?

Nós não somos músicos profissionais e não ambicionamos viver de músicas. Todos, nesse hiato, estavam terminando suas faculdades, trabalhando, e a banda ficou em segundo plano, apesar de nunca ficar parada. Também, logo depois da turnê pelo sudeste em meados de 2009, nosso primeiro vocalista saiu da banda e foi morar em outro estado. Demoramos um pouco pra achar outro vocalista. Quando achamos, nosso baixista foi fazer mestrado em Floripa. Demoramos pra achar outro baixista. Quando percebemos, tinham passado quatro anos sem lançarmos nada.

Quem elabora as capas dos discos?

A arte do primeiro ep foi feita pelo nosso primeiro vocalista, Caio Murder. Não sei de onde ele tirou a arte, mas com certeza não foi original. A arte do segundo ep foi feita por Jansen Baracho, artista gráfico residente em Natal.

"United by the Toxic", como foi essa fase?

Foi uma fase longa. Logo depois de lançarmos em 2009 o nosso primeiro ep e fazermos a turnê pelo sudeste, começamos a compor as músicas do que seria o segundo ep. Devido às mudanças de integrantes, só conseguimos finalizar a pré-produção do ep no final de 2011, quando começamos a gravá-lo. Gravamos bateria, baixo e guitarras, só faltavam os vocais. Foi exatamente nesse período que nosso segundo vocalista saiu da banda, por razões pessoais, e nos deixou com um material semi-pronto, mas drasticamente incompleto.

Demoramos um pouco para descolar outro vocalista, o que está conosco até hoje em dia, o Levi. Tivemos que passar por todo o processo de adaptação novamente. Nessa brincadeira, só no final de 2013 que recomeçamos a gravar os vocais do segundo ep, no qual só foi finalizado no começo de 2014. O resultado foi muito bom, apesar da demora. Com o segundo ep lançado, fomos fazer uma mini turnê com a banda Uzomi, no Rio de Janeiro

Como é a cena que vocês transitam?

Em Aracaju? Inconstante. Os shows undergrounds em nossa cidade ora "bombam", ora não dá quase ninguém. É uma incógnita digna de estudo. Porém, atualmente, com a abertura de bares menores com uma temática rock, a cena deu um leve salto. Antes não tinha lugar pra tocar ou, se tinha, era um lugar grande e caro com certeza de prejuízo. Nesses bares atuais, num perfil minimalista, a logística de se organizar um show ficou bem mais simples e segura, tornando nossos shows em Aracaju bem mais constantes.

Como foi a turnê com o Uzomi?

Foi do caralho, como sempre. Conhecemos os caras do Uzomi desde 2007, quando outra banda que o Bruno Bin Laden veio tocar em Aracaju, a Horrificia. Em 2008 o Uzomi em si tocou por aqui, sendo eu o novamente organizando o show. De lá pra cá firmamos uma bela parceria.

Essa turnê de 2014 foi bastante especial. Fizemos quatro shows no estado do Rio de Janeiro, sendo dois shows na capital e dois no interior. Todas as noites a Nucleador tocou ao lado da Uzomi. Todas as noites eu toquei guitarra em ambas as bandas. Sim, foi uma experiência magnífica tocar guitarra no Uzomi em quatro shows seguidos. Bebemos e comemoramos todas as noites, pura diversão.

O que se espera do futuro da banda?

A Nucleador vai continuar despretensiosa como sempre foi, porém, constante. Sempre produzindo, ensaiando e tocando em shows pelo nosso estado. De quando em quando, viajaremos, quando for confortável. Agora, em 2015, pretendemos produzir e lançar full length, junto com uma turnê pelo nordeste e sudeste. Esse é o plano, torcemos pra que dê certo. Agradeço novamente ao Rarozine pelo interesse na Nucleador e vida longa ao rock.

http://nucleador.bandcamp.com/


Fonte: Raro Zine

#


Nenhum comentário:

Postar um comentário