Depois do Drop Loaded, uma entrevista ao vivo com Vicente Coda, que acaba de lançar seu primeiro disco solo, nada menos que um CD Duplo e conceitual chamado "A viagem de Christine ao universo da Beat Generation". A venda em Aracaju na Freedom, que fica na Rua Santa Luzia, 151, centro, próximo à catedral. Ou pelo e-mail vicentecoda@hotmail.com.
Robot Wars, nova banda "crust" Hard Core de Aracaju, estréia no radio na mesma noite em que vai a Salvador lançar seu primeiro CD Demo. Tem na sua formação Silvio Gomes (guitarra/voz) e Ivo Delmondes (bateria/voz). Ivo que, junto com Daniela Rodrigues, forma também a Renegades of punk. Juntos, os dois estiveram à frente de vários projetos na cidade, e foram os responsáveis pela vinda à terra do cacique amaldiçoador das bandas que se seguiram no mesmo bloco, a saber a Warcry, de Portland, Oregon (USA), Mahatma Gangue, de Mossoró, RN, e o Velho de Câncer, do Rio Grande do Sul.
Perto do fim, passamos mais uma vez pelo Hellcife, minha cidade preferida do nordeste - ok, depois de Aracaju, talvez. Coisas novas de nomes já calejados e consagrados e a Andaluza, uma banda pernambucana que existe desde 1990 e faz um som híbrido entre elementos do folk progressivo, hard-70 e trovadorismo. Para o fim, reservamos um passeio regressivo pela história do punk rock, começando com o neo-mod do The Jam e passando pelo lixo e a Furia do Sex Pistols, o ecletismo bem dosado do Clash, o pioneirosmo do The Damned (o compacto de "New rose" foi o primeiro disco de punk rock lançado por uma banda britânica) e dos Ramones (que deram o pontapé inicial no marasmo em que estava imerso o rock nos anos 70), até chegar nos precursores: New York Dolls, uma espécie de Rolling Stone sujo, mal vestido e mal tocado, e Iggy and the Stooges.
Até semana que vem, no mesmo bat horário.
A.
* Gainsbourg – O Homem que amava as mulheres, de Joann Sfar – Brilhante cinebiografia do cantor e compositor francês contada em clima de conto de fadas, com a utilização na medida certa de alegorias representadas por imagens e personagens fantasiosos. Uma vida que há tempos pedia para ser contada, aliás: seu protagonista namorou algumas das mulheres mais lindas de seu tempo, especialmente Brigitte Bardot, A diva do cinema europeu, e Jane Birkin, com quem teve dois filhos e gravou vários discos. É dela a voz que geme na antológica “Je t'aime moi non plus”, muito embora não tenha sido ela a musa inspiradora da canção. Foi Bardot, que chegou a gravar, mas se recusou a lançar. A presença da musa, muito bem vivida por Laetitia Casta (não consigo imaginar um elogio maior à beleza de uma mulher do que convidá-la para interpretar Brigitte Bardot), é fonte de alguns dos momentos mais engraçados do filme, cuja narrativa fluente visita os principais episódios da conturbada trajetória do compositor, sempre polêmico: seu primeiro enfarto, ao qual reagiu declarando à imprensa que iria tratar bebendo e fumando ainda mais; a “musica do pirulito” de teor obviamente dúbio que ele convenceu a cantora adolescente France Gall a cantar; “nazi rock”, canção que conta a história de soldados da SS vestidos como drag queens dançando durante a “Noite das Facas Longas” e é a faixa de abertura “Rock Around the Bunker", um álbum com um conceito otimista sobre a Alemanha nazista; e sua versão “reggae” para “A Marselhesa”, o hino da França. Surpreendente estréia do diretor Joann Sfar, autor consagrado de Histórias em quadrinhos, com brilhante interpretação de Eric Elmonsino no papel principal.
Excelente.
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Matadouro das Almas
Quanta saudade dos antigos matadouros,
Da vaca prenha abatida sem perdão,
Dos bezerrinhos que gritavam em agonia,
Do sangue quente espalhado pelo chão.
Quanta saudade das mosquinhas varejeiras,
Dos velhos tempos de mulheres e homens sãos,
Dos viadinhos pendurados no curtume,
Do jeito simples de viver uma paixão.
Vem cá, meu bem.
Me dê a mão, vamos sair pra ver o sol.
Aí então, vou te mostrar o amor pungente
Dos animais.
Ah! Ah! Ah!
Quanta saudade dos antigos açougueiros,
Da alegria em cortar, esquartejar,
Da carne seca pelo sol do meio-dia,
Desse sertão que até parece ser tantã.
Quanta saudade do vermelho mais vermelho,
Do cheiro podre de carniça pelo ar,
Do vento forte que abre todas as porteiras,
Da estrebaria, do chiqueiro, dos currais. Vem cá, meu bem.
Me dê a mão, vamos sair pra ver o sol.
Aí então, vou te mostra o amor pungente
Dos animais.
Ah! Ah! Ah!
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Richard Cheese - Closer
Serge Gainsbourg - nazi rock
Rogerio Skylab - Matadouro das almas
Hangovers - Cheiro de lentilha queimada
Hangovers - Porra, Marcia
((( Drop Loaded )))
Vicente Coda e a Paraphernalia - Abismo
Vicente Coda e a Paraphernalia - Mais nada
+ Entrevista
Robot Wars - Intro/me deixe perder
The Renegades of punk - same old shit
Warcry - When comes the end
Mahatma Gangue - Nana! Nana!
Velho de Câncer - raiva de espírito
Mundo Livre s/a - Se eu tivesse fé (fucking shit)
Karina Buhr - A pessoa morre
Eddie - Gloria dub
Andaluza - Saudação à Nação Porto Rico
The jam - All Mod Cons
The Clash - White riot
Sex Pistols - Anarchy in the UK
The Damned - New rose
Ramones - Commando
New York Dolls - Trash
Iggy & The Stooges - Raw power
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