Foto: Edi Fortini |
Foto: Edi Fortini |
Não teve discotecagem, apesar de João Gordo constar no “cardápio”.
A julgar pelo que eu havia visto na noite anterior não perdemos muita coisa.
Nem banda de abertura. Teve atraso, o que na verdade veio a calhar, pois
contribuiu para que acontecessem os encontros descritos no parágrafo anterior.
Nevermind: o que importa é que os caras estavam lá, fizeram um puta show e deu
pra ver tudo de forma confortável, relativamente perto do palco mas a uma
distancia segura da insanidade que, previsivelmente, se materializou na “linha
de frente” ...
A visão de quem entrava na casa já era de arrepiar: o
característico pedestal com osssadas à frente e um telão com o nome
da banda ao fundo. Telão que passou a mostrar imagens muito bem editadas que ilustravam
as letras das músicas à medida que estas iam sendo executadas - em alto e bom som! Não tão alto,
nem tão bom, mas ok. Tudo quase perfeito,
da perfomance ao repertório, que ignorou o fato de que aquela era a primeira
vez deles por aqui e seguiu o roteiro da tour, com destaque para músicas do
disco mais recente, “From Beer to eternity”. Blocos de músicas de álbuns específicos
executados em sequencia, na verdade. Às vezes na exata sequencia em que estão
nos discos, como no caso das quatro primeiras, “Hail to His Majesty”, “Punch in the Face”, “PermaWar” e “Fairly
Unbalanced”. Do “Rio Grande Blood”, por exemplo, tivemos faixa-título e as
matadoras “Señor Peligro” e “LiesLiesLies”, esta última com o refrão cantado a
plenos pulmões pela platéia.
Saltava aos olhos – e ouvidos – à esta altura a qualidade
técnica dos músicos, especialmente de Quirin, que debulhava a guitarra em solos
fantásticos sob o olhar de aprovação do “Uncle” Al. A massaroca sonora era precisa,
opressiva e impiedosa, mas soava como um bálsamo auditivo para quem esperou
quase que uma vida inteira pra ver – e ouvir! - aquela desgraça ao vivo. O show prossegue com duas “dobradinhas”: “Waiting”
e “Worthless”, do “Houses of the Molé”(2004), e “Watch Yourself” e “Life Is
Good”, do “The Last Sucker”(2007). E então o mundo acabou ...
... porque eles entraram, finalmente, na fase áurea da banda,
do final dos anos 80 ao início dos 90, com uma sequencia absolutamente
matadora: “NWO”, “Just One Fix”, “Thieves” e “So What”. Sangue, suor e
lágrimas. Por todos os lados.
Já teria valido a pena só por estes quatro petardos, o que
torna passível de perdão o bis preguiçoso e anticlimático, com a arrastada “Khyber
Pass”, do “Rio Grande Blood”, e “Enjoy the quiet”, uma colagem de ruídos que
serviu de trilha sonora para uma decida de Al até a platéia para cumprimentar
os que estavam colados na grade.
Aquele foi o tipo de noite que se recusa a acabar, então
saímos eu e meus camaradas Reinaldo, Hudson e Marcio Jr. atrás de um boteco para
comemorar o feito. Encontramos. Bebemos. Comemoramos.
A.
#
Hail to His Majesty
Punch in the Face
PermaWar
Fairly Unbalanced
Rio Grande Blood
Señor Peligro
LiesLiesLies
Waiting
Worthless
Watch Yourself
Life Is Good
N.W.O.
Just One Fix
Thieves
So What
Khyber Pass
Enjoy the quiet
#
*
Cara... pelo jeito foi um negócio acachapante, o inferno na Terra mesmo. Só essa dobradinha "Señor Peligro"/"LiesLiesLies" e a seqüência com os clássicos já deve ter compensado essa peregrinação industrial-metálica. Valeu pelo review destruidor.
ResponderExcluirAbraço!
Ministry no Rock in Rio, porra!!!!!
ResponderExcluirMelhor e mais surpreendente notícia do ano, de longe. Pena que eu não vou - Nunca pensei que fosse dizer isso sobre o rock in rio, rs ...
ResponderExcluirEspero que passe na televisão ...