terça-feira, 26 de outubro de 2010

22/10/2010 - Uma noite "fora do eixo"


Uma noite “pernambucana” no capitão cook – mas sem maracatus, batuques ou cirandas: uma noite de rock – com pitadas de música eletrônica. Duas das mais novas revelações do cenário alternativo da “mangue town” estavam de passagem rumo ao festival Feira Noise, em Feira de Santana, Bahia, e decidiram fazer uma parada estratégica em Aracaju

Voyeur, a primeira a se apresentar, faz um “electro rock” um tanto quanto low-fi e minimalista, com algumas boas sacadas mas carecendo de um pouco mais de capricho nas composições. O som estava ruim, abafado, e isso pode ter afetado o desempenho deles – assim como o fato de que o som da guitarra sumiu por um bom tempo e a longa parada esfriou de vez a apresentação, que já não estava empolgando muito o pequeno publico presente, a bem da verdade. A banda parecia pouco a vontade e o publico, frio e apático, não contribuía para melhorar o astral. Como resultado, o show foi se arrastando de forma burocrática até o final, quando eles, finalmente, tocaram a que considero sua melhor composição, “little mama”. Uma pena, pois parecem ter uma proposta interessante e diferenciada para a região, muito embora não tenham cumprido, no palco, aquilo que prometem ao se ouvir as gravações de estúdio. Isso sem falar de uma certa teatralidade vazia que não teve nenhuma ressonância, como a insistência de vocalista Juh em vocalizar através de uma espécie de pistola futurista de brinquedo que não produzia efeito nenhum – eu, pelo menos, e alguns amigos ao redor, não vimos diferença alguma. Melhor sorte na próxima.

Já a Diablo Motor surpreendeu. Rockão descompromissado e possante, executado com garra e precisão. Belos riffs, boas composições e letras ininteligiveis em um português displicente mastigado pelo bom vocalista Tomaz, cujo timbre de voz lembra o de Cazuza – ou de Catalau, do Golpe de Estado. A postura de palco da banda também foi bem mais desencanada: mandaram seu esporro meio que pouco se fudendo se tinha pouca gente ou se a galera não se chegava e parecia “morgada” (o publico sergipano é meio estranho mesmo, geralmente retraído, muito embora quando “se solta” protagonize noites memoráveis, que o digam a Retrofoguetes ou a Venus Volts). Empolgou um pouco mais a galera – ou pelo menos nosso amigo Thiago “Cachorrão”, que mandou alguns de seus já antológicos chutes no ar em sinal de aprovação.

Para encerrar, os anfitriões da The Baggios, com seu blues-rock potente e “malemolente”, sempre um grande show – não darei detalhes porque confesso que nem cheguei a ver direito, entretido que estava com a empolgação de Rick Maia e seus planos para o futuro da musica alternativa sergipana.

Foi rock.

Foi bom.

Adelvan

2 comentários:

  1. Pois é galera, foi o pior shows que já fizemos, não pelo lugar nem pela galera, mas pelo som mesmo,tava tudo embolado sem definição nenhuma,aquelas caixinhas não suportavam nada, a guitarra falhou, parecia até que a gente tava tocando com o som daquele meu primeiro gradiente,haha. sei que para quem está assistindo é muito difícil entender isso, acaba sendo aquele julgamento de q merda, mas é assim mesmo, e pra quem está tocando é complicado mesmo assim, foi legal conhecer o pessoal da the baggios e aracaju, que me pareceu ter uma galera que curte rock.
    Bjuss!!!!

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  2. Valeu, galera do Voyeur, pela explicação. Deu pra desconfiar que o problema foi a aparelhagem mesmo, o post de vocês só confirma isso.

    Esperem que voltem, de qq forma.

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