sábado, 30 de maio de 2009

# 109 - 29/05/2009 - Especial "sergipanidade"

Scarlet Peace – the Picture
Sign Of Hate – Awakening
Inrisorio – o zumbi caseiro
Berzerkers – predatory
Impact – States murderer

+ "pocket shows" acústicos e entrevista com

Máquina Blues
Daysleepers
Elisa

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www.aperipe.se.gov.br

Sergipanidade é celebrar nossa Cultura !!

Com o relevante crescimento da produção artística e cultural em Sergipe, a Aperipê hoje, se apresenta como um dos principais veículos de comunicação para o escoamento da produção local, pois entende que promover a cultura sergipana é fortalecer o espírito de pertencimento de nosso povo.
Condizente com o pensamento democrático e imbuída de seu papel, a Aperipê apresenta o Sergipanidade, uma ação de fortalecimento e difusão da cultura sergipana. Uma oportunidade para a promoção de um intenso contato com a nossa produção artística e cultural, onde a cada mês a Aperipê e parceiros irão promover uma série de ações como entrevistas, pocketshows, cobertura ao vivo de eventos e debates dentre outras.
Além de difundir as ações artísticas e culturais, o Sergipanidade busca tecer uma rede de ações e agentes culturais a fim de capitalizar os canais de acesso e fomento de nossa cultura.

No Ar a Sergipanidade


Imagine um dia inteiro celebrando a cultura sergipana. Agora, imagine isso uma vez por mês.

A partir de maio a Fundação Aperipê, através da Aperipê FM, irá promover uma série de ações de divulgação da arte sergipana através do Projeto Sergipanidade. Entrevistas, pocketshows, cobertura ao vivo de eventos e debates são algumas delas.
Com isso a Aperipê pretende apresentar todas as vertentes da nossa arte partindo da música e visitando outros campos, como o teatro e as artes visuais.

O projeto tem previsão de se estender na Aperipê FM até o dia 24 de outubro, Dia da Sergipanidade, quando será agregado também às programações da Aperipê AM e da Aperipê TV.

A Aperipê espera que outros veículos de comunicação também se integrem ao projeto e que a população adote o sentimento que a data representa.

O Sergipanidade surge para promover o encontro entre todos os agentes da cadeia produtiva artística local. Produtores, realizadores e artistas estão convidados a desenvolver parcerias para o desenvolvimento do mercado cultural.

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Sobre Máquina Blues: A MÁQUINA VAI FUNCIONAR !!!!!!!!!!!!! Doze milhões de escravos foram arrancados de sua terra mãe, a África, e levados para os Estados Unidos, no vergonhoso período da escravidão. Cerca de 1,5 milhão perderam suas vidas sem chegar a seu destino. A perversidade deste comércio, destas pessoas, não tinha limites. Muitos deles eram considerados como máquinas. Apesar de todo esse triste episódio, a herança musical que estes escravos nos deixaram, foi sem dúvida a principal base para toda a música moderna do século XX e que ainda está sendo no século XXI. E seguindo a cartilha desta herança, temos aqui em Aracaju uma máquina diferente, abastecida com swing e lamentos daqueles que foram vítimas deste cruel episódio da nossa história, os negros. A máquina a que me refiro é a Máquina Blues, banda que desenvolve um trabalho sincero, sem modismos imediatistas. Sentimento e emoção sempre foram características do Blues. O ritmo envolvente, a música cheia de sensibilidade embebida em emoção, é nesta linha de conceito que nasce a Máquina Blues em Aracaju - Se. A Máquina Blues presta homenagem ao Blues, ao velho Blues do Mississipi de Muddy Waters, de Jonh Lee Hooker, de Robert Johnson, só que sem os pés sujos de lama do rio, mas fincados na realidade nordestina do solo rachado do Sertão. A Máquina Blues é composta por Silvio (voz, guitarra), Melciades (Guitarra, slide, dobro, violões e voz), Paulo (baixo) e Adriano (bateria). O principal objetivo da banda atualmente é a divulgação da 1ª demo auto-intitulada "Máquina Blues", com onze faixas gravadas ao vivo em estúdio de autoria própria onde mostra seu trabalho e suas várias influências, sem esquecer de suas próprias raízes.

http://www.myspace.com/maquinablues

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por Maira Ezequiel em 26/10/2008 ( http://muitoma.blogspot.com )

Daysleepers é uma nova e reveladora promessa da cena indie rock aracajuana.

Passei algum tempo desse sábado acompanhando essa turma. À tarde, durante uma gravação para um programa-piloto, pude conferir a performance dos rapazes em estúdio e um bate-bola bacaníssimo dos meninos com Fabinho Snoozer, também registrado para o piloto (que, se tudo der certo, vai poder ser visto por todo mundo aí muito em breve. Cruzem os dedos!).

Ao que parece a banda tem uma espécie de “mentor intelectual” que é o Arthur (vocal e violão). As composições são todas dele. Menino novo, talento vocal notável, letras (em português) e músicas inteligentes, criativas... ele é desses que passa as madrugadas compondo - daí o nome da banda. Referências a Beatles e Beach Boys mais que explícitas sem que isso pareça um problema.

Tanto na gravação no estúdio, à tarde, quanto no show, à noite, me impressionei com a precisão com que a banda já executa suas novíssimas composições. Ficamos sabendo que eles ensaiam duas vezes por semana. O sonho de todo roqueiro securento.

No show, a segurança dos ensaios se revelou numa performance de palco (palco? Tá, não tem isso no Capitão Cook) segura e envolvente. Tocaram tarde e o publico esperou pra ver, interagir e vibrar.

Aliás, pausa para uma reflexão sobre esse evento de ontem: o Capitão Cook, se não me mudei pra marte, é único lugar que está abrigando, hoje em dia, aqui em Aju, shows de rock de pequeno porte. E tirando por ontem, o publico vem crescendo bastante, caras novas aparecendo... devia ter umas 300 pessoas ali ontem, somando quem ficou dentro e fora do bar. Ainda assim, pra variar, a cerveja tava quente, e a estrutura geral de um dos bares mais antigos desta cidade simplesmente continua absolutamente igualzinha. Isto é: ruim. Não dá pra reclamar de quem fica lá fora tomando cerveja gelada e mais barata mesmo. E simplesmente não existe outro lugar rock nessa cidade!!! Como pode isso???

Voltando...

Agora, a boa mesmo sobre o Daysleepers é o EP que eles acabam de lançar.

Da capinha às músicas, incluindo a qualidade técnica da gravação, há nesse debut um ar de capricho, sofisticação.

De cara, eles já conseguiram começar bem pelo que é mais difícil: encontrar a sonoridade certa numa gravação. De forma caseira e barata, os rapazes alcançaram um resultado final coeso, competente e, acima de tudo, muito inspirado.

São seis canções grudentinhas, melodias fáceis e bonitinhas. Destaque para a preocupação com os arranjos de voz, denunciando as principais influências sessentistas dos garotos.

As cópias prensadas parece que já acabaram. Mas isso não deve mais ser um problema graças à netlabel MusicLand Records – do camarada Jesuíno André, de João Pessoa – que está lançando o EP virtual no portal Lado Norte. (A partir de terça feira) CORRIGINDO: No começo de novembro, tem tudinho pra baixar lá. Já está no ar uma entrevista com o Arthur para o site. Vale a pena conferir. E enquanto não sai o EP por lá, você pode ouvi-los no myspace.

O mundo que acorde cedo pros Daysleepers.

Eu bem que digo que dormir de dia faz bem.

Baixe AQUI o EP da Daysleepers

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Fechem o almanaque. Receitas prontas não servem para qualificar a banda Elisa – composta por Pedro Yuri, vocal, violão e banjo; Saulo Nascimento, teclados, programações e vocais; Matheus Nascimento, baixo e vocais; e Fabinho Espinhaço, bateria. A sonoridade dos rapazes, no seu ep O Quarto dos Fantasmas, tem caminho muito próprio e bastante diferente do que se vê no cenário aracajuano (da distante Sergipe) ou mesmo na cena nacional hoje.
A guitarra foi aposentada. Um violão médio-grave assumiu seu lugar e procura riffs mais pops, mais próximos de uma digitação new rave. Mais dançante. O curioso nisso é o contraste disso com alguns elementos psicodélicos como se vê na faixa “Os sete pilares (dos sete mares)”. Ou mesmo na faixa “Quando ela foi embora”.
A brincadeira continua com os pianos elétricos que compõem a sonoridade da banda e que evocariam um som mais blasé ou mais cult/indie. Nada disso. Um uso até certa medida mais agressivo dá à sonoridade do piano algo novo. É o exemplo de “Floriza” ou de “Helicópteros”. Em outros momentos, o teclado assume distorções e efeitos espaciais que fazem cama para o canto e para o violão.
Mas talvez sonoramente o mais curioso seja a bateria. Um caso à parte no que se vem fazendo no rock “brazileiro”. As batidas têm células fortes, vibrantes, dançantes até. Mas são longas, não marcam ritmo, se expandem junto com o baixo criando uma languidez, uma ausência de pressa. Isso desnorteia e comove. Que se ouça a pungente “Retour” ou a delicada “Sobre uma canção de ninar”.
As letras dessa musicalidade pós-new rave falam de pessoas e inquietações. De amores que se vão, de fantasmas presos à vida, atados a uma relação mal resolvida. Falam também de perdas, de descrença, da maldade que há na bondade – da bondade que há na maldade. As letras falam sobre aquilo que nos aflige e que às vezes nos alegra.
Bem-vinda a feminina Elisa e o seu Quarto dos Fantasmas. Uma viagem pelo pop bem-feito (para não ficar sem uma comparação sonora: LCD Sound System). Uma visita às sonoridades da new rave sem compromisso de se filiar a nada especificamente.
Contato:
(079) 8819-3233/3231-3652
banda.elisa@hotmail.com
http://www.myspace.com/bandaelisabr
http://www.tramavirtual.com.br/elisa
http://www.orkut.com.br/MainCommunity.aspx?cmm=78345473
http://www.youtube.com/watch?v=q9j2vFmE7UI

quarta-feira, 27 de maio de 2009

6AN6RENA 6ASOSA




Hoje em dia o guarda-roupa do Inimigo está com mofo e teia de aranha. Todas as suas capas pretas e vermelhas estão sem passar. Os seus chifres-de-festa estão opacos e embassados. O rabo de seta está sem barbear e coberto de pelos. Os cascos do Mancador estão na sapateira da área sem dar um brilho já faz um tempão. O Capira não liga mais seu três-em-um da CCE desde que o Anjo Gabriel roubou seu original autografado do Smells Like a Tenda Spírita.
Não que ele não tenha tentado se modernizar ouvindo novidades mas o Diabo é sujeito e não curte nada de new metal, Linkin Park, Limp Bizkit, System of a Down e esse monte de bichice. Ele ainda sente saudade do despacho no palco, da cachaça e da farofa com cebola. Quando abre o seu baú de lembranças, lá estão os charutos que ele ganhou de presente no show do Garage e o disco de vinil do Welcome to Terreiro. Seus olhos ficam embaçados mas ele não chora, por que é foda, o Diabo é tosco e não vai pagar esse lelê pra ninguém ver, mas lá no fundo de seu negro e fumegante coração, bate uma saudade...
Acontece que um dia ele ficou boladão porque em cima da sua suíte infernal no Rio de Janeiro construíram uma igreja Adventista, e isso foi o fim! Aí não mano! Ele estava na disciplina respeitando a área do Alemão*, mas acordar com terra de reboco caindo na cara por que os crentes ficavam pulando e gritando em cima do seu teto, às 07:00 Hs da manhã de Domingo, foi foda!
Ele acordou pegando fogo e pediu seu demofone pro Capeta, que rapidamente discou o número da linha de emergência do inferno: 6 – 6 – 6, o Disk Disgraça. Após alguns instantes, uma gravação atendeu e deu as opções: - Digite 1 para Mistyfier, digite 2 para Mutilator, digite 3 para Sarcófago, digite 4 para Sepultura antigo, digite 5 para Matanza ou digite 6 para ser atendido por uma de nossas assistentes... “ 6 “ ...

– Bom dia, com que estou falando?

– Com Satanáis minha filha!

– Senhor, para sua segurança, antes de atendê-lo, estarei solicitando algumas informações para confirmação de seu cadastro em nossa base de dados: data de nascimento?

– 6 de junho de 6 bilhões de anos atrás.

– Nome do Pai? –

Infelizmente meu pai é Deus (cusp!)

– Nome da mãe?

– A puta que te pariu!

– Nome completo?

– Diabo, Satanáis, Capiroto, Catiço, Cramulhão, pode escolher aí o que você quiser...

– Senhor, infelizmente não consta nenhum desses nomes em nosso cadastro...

– Tenta Lúcifer minha filha, tenta Lúcifer!!!

– Ah sim, pois não senhor Lúcifer, em que posso ser útil?

– Cadê a opção 6 para 6AN6RENA 6ASOSA???

– Senhor, esse artista não está mais em nosso catálogo, poderia estar sugerindo alguma outra opção dentro desta linha de produtos para que possamos atendê-lo em suas necessidades infernais?

– Não minha senhora, eu pago este serviço em dia há anos, e agora que eu preciso quero ser atendido pelo artista que contratei na apólice.

– Um instante por gentileza, vou estar verificando qual a disponibilidade deste artista nos próximos meses, aguarde na linha por favor... “(toca música de fundo, Carmina Burana executada de trás pra frente)” ...

– Senhor, tenho informações de que voltarão a se apresentar no dia 21 de junho de 2009 em Campo Grande no Rio de Janeiro. Gostaria de estar reservando suas entradas?

– As duas primeiras filas!

– Assento especial?

– Não se preocupe, levarei o meu trono.

– Gostaria de lembrar que o evento é especial e exige traje adequado para ocasião...

– Sem problema, vou engomar o meu traje de gala!

– Posso ser útil em mais alguma coisa?

– Não, obrigado!

– A Disk Disgraça agradece a sua ligação, e tenha um péssimo dia!

– Você também arrombada!

– Vai se fuder filho da puta!

– Vai você sua piranha!

– Vai tomar no seu cú desgraçado! Eu estou aqui no Domingo é trabalhando!

– Quem mandou não estudar em vez ficar fumando maconha na escola? Eu te manjo há muito tempo sua vadia!

– Vai tomar no cú seu Diabo!

– Olha o respeito, hein.

www.myspace.com/gangrenagasosa

segunda-feira, 25 de maio de 2009

# 108 - 22/05/2009

Drop Loaded:

Stellar – connect
Stellar – The Top (the Cure cover)

Agrotóxico – Inimigo real
Olho Seco – Botas, fuzis e capacetes
Ratos de Porão – Tattoo Maniax
Mukeka di rato – O peso do seu sangue
Negative Control – Experimentação animal
Psychic Possessor – Cubatão
DFC – patamo
Gee-O-Die – tocar
Logorréia – IRDS

Bate-papo e “canja” AO VIVO com o projeto Triple Trouble

Bloco produzido por Dillner Gustavo Silva:

Blackfoot – Feelin´ good
Ramatan – Whiskey place
Geordie – Don´t do that

Vendo 147 – Hell
Pata de Elefante – isso é o que eu tenho pra dizer
Macaco Bong – vamos dar mais uma

Repúdio – Sergipano do olho amarelo

[Maua] – relief
Kratera – semideusa
Messias – God, if you can hear me
Música das cinzas – piano interlúdio
Satanique Samba Trio – Canção para atrair má sorte (Ato I)

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Sobre Messias: Após 8 anos de quase absoluto silêncio, Messias (líder do grupo "brincando de deus") anuncia a finalização do seu primeiro trabalho solo. O álbum — se é que ainda podemos chamá-lo assim — vai sair em MP3, CD e vinil. A emblemática faixa "Resilience" está disponível para download em www.messias.art.br desde o dia 08.12.08, enquanto o disco é aguardado para as próximas semanas. A música "The machines are my family" (lançada em 08.08.08) também está disponível. Produtor e autor de todas as músicas, Messias reuniu músicos locais, colaboradores, parceiros da brincando de deus, além de contar também com a produção de André T. Seu trabalho solo não se contrapõe ao que ele realizou com a brincando de deus, mas introduz novos elementos. As composições (em português e inglês) são formadas a partir de paisagens sonoras e textos pessoais, inaugurando um processo absolutamente particular de método de trabalho: o disco foi gravado no Estúdio T (em Salvador), mas é recheado de sessões realizadas em casa, no carro, em bares da cidade ou via celular. Diverso sem ser eclético (rock, dub, electro-jazz, sampling), Messias compreende bem o alcance da música contemporânea, situando-se entre as aquisições afetivas de um artista independente de meia-idade e a imersão disruptiva na efemeridade da música pop. Sua tentativa pessoal é conferir sofisticação a um coração lo-fi. Assim, guitarras, programação, efeitos e cordas delineiam seu trabalho atual. O álbum triplo (para os formatos CD e vinil) recebe o título de "escrever-me, envelhecer-me, esquecer-me", com 32 músicas no total. As composições atestam sua capacidade de resiliência, como sugere a faixa para download. Visite www.messias.art.br e conheça a música que abre o novo trabalho de Messias.

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Kratera (corruptela do latim “kraterius toneladum”)

www.kratera.com.br

Quarteto formado em meados de 2004 numa tarde pré-tempestade na ilha de Florianópolis.
Formação clássica Krateriana:

Roberta Kiefer – vocal
Galináceo – guitarras
Beto Fonseca – bateria
Mogs – baixo

Amigos de longa data, Mogs e Galináceo montam o Kratera por puro repúdio ao bom mocismo no poprock nacional. Pedem a benção para Sabbath e cia e vão à luta. As músicas começam a transbordar e a dupla convoca Chris Lata Véia para descer a mão na bateria. Gravam o primeiro cd e caem na estrada. Passam por clubes bacanas, buracos, sarjetas e festivais pelo Brasil. Depois de um tempo a curitibana Roberta Kiefer substitui Thanira Rates no vocal. Roberta foi revelada via internet e traz na bagagem meia década dedicada ao underground paulista. A festa começa agora.

Depois do poderoso cd 'Boca de Lobo' gravado em 2007, o Kratera não perde tempo e já está no estúdio gravando seu 3º cd intitulado 'Vista pro Caos', com Beto Fonseca substituindo Chris Lata Véia na bateras, que teve que se ausentar por problemas de saúde.

Numa época embalada por funks , emos e afins, o Kratera chuta a porta e serve de bandeja um rockão invocado, de cara feia. Me vem à cabeça jaquetas de couro, motos e tattoos. Ponto pra eles!

G.A.M

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Após sete anos de atividade, a [maua] inicia uma nova fase. A banda, cuja formação mantem Cabral (guitarra), Thomas (bateria) e Érico (vocal), agora traz também Mahavir (guitarra) e Jessika (baixo), numa nova etapa de sua existência, pautada pela qualidade e inovação de sempre, mas mais agressiva que nunca. Atualmente selecionando e adaptando músicas do repertório já existente, são as novas composições que vão mostrar que a [maua] continua tentando inovar no mundo do metal, mostrando isso com peso e brutalidade acentuando mais ainda a agressividade que já era característica da banda. Em breve, essas músicas serão disponibilizadas para que se possa conhecer o novo som da [maua], mas os shows que vem por aí prometem não deixar pedra sobre pedra.

www.mauaband.blogspot.com

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Referente ao curta-metragem A ETERNA MALDIÇÃO DO CACIQUE SERIGY, de cuja trilha sonora foram retiradas as duas últimas musicas executadas no programa.

Do blog http://crticasdeumcinemanu.blogspot.com/


Criticar o curta-metragem “A Eterna Maldição do Cacique Serigy” (2009, de Alessandro Santana, Bruno Monteiro & Mauro Luciano) será uma trabalho fácil ou difícil? Conheço e gosto pessoalmente dos três realizadores envolvidos e, se por um lado, foi-me difícil confessar de imediato que desgostei da obra, por outro, já fora advertido por um deles que eu não gostaria mesmo. Não somente conheço pessoalmente os tais realizadores, como também conheço algumas de suas idiossincrasias e discordo de algumas delas. Ou seja, o filme não me surpreendeu em nenhum momento. Sabia o que ia encontrar... e encontrei!

Antes, uma pequena sinopse: numa terra ainda inexplorada pelos comerciantes brancos europeus (supostamente, no século XVI), vemos personagens representando indígenas. Estes respeitam a natureza, ingerem fumos oriundos de plantas nativas e interagem ponderadamente entre si. Até que, um dia, surge um estrangeiro, montado num cavalo. Este prova do doce pecado da gula na terra que agora considera “um novo Éden” e estupra (ou inaugura a prostituição especular?) uma nativa ao som do hino sergipano, que logo se converte numa marchinha de carnaval. Ao saber do acontecido, o iracundo personagem-título consulta o pajé de sua tribo, a fim de saber como agir, como vingar a desonra de seu povo. Depois de uma luta vã com o invasor estrangeiro, o cacique revoltado lança uma terrível maldição sobre a terra em que vivera até então, dizendo que, a partir de então, nada mais prestará naquele lugar, que se tornará opaco, infértil, provinciano. Na trilha sonora, “O Cordão dos Puxa-Saco”. Na tela, uma indagação conclusiva: “é o fim!”

Aspectos a serem investigados a partir desta sinopse: conhecendo os realizadores como eu conheço, lamento reconhecer mais uma vez nesta obra um aspecto que pode ser prenhe de sentido, mas com o qual eu não concordo: esta tendência insistente em difamar a precariedade e a auto-desvalorização (cultural e socioeconômica) de Sergipe, num ímpeto que parece crítico, mas que, ao ser repetido ‘ad extremis’, torna-se vicioso e inocuamente rabujento. Não sei se minha sujeição pós-pós-moderna faz com que eu submeta-me ao pauperismo típico da “terra atrasada” em que vivo, mas não creio que as intenções dos autores ao despejarem suas reclamações em forma estética pós-cinemanovista funcionem a contento. Motivo 1 (detectado na pré-estréia de ontem): o público-alvo do filme está muito mais interessado em reconhecer seus amigos e conhecidos na tela do que entender que ali se tratam de personagens (quiçá alegóricos em relação à História de nosso Estado). Motivo 2: as citações a filmes clássicos de Joaquim Pedro de Andrade e Glauber Rocha não surtem efeito em audientes cujos arcabouços referenciais repousem num “presente contínuo” infelizmente consentido. Motivo 3: se pensarmos direito, nada do que foi visto na mal-projetada tela da Sociedade Semear é novo: misturar Mozart, Carmen Miranda, colorido tropicalista e História sumária é talvez uma fórmula em desgaste, que instaura efeitos cômicos involuntariamente disfuncionais, conforme detectados nas reclamações de pessoas na platéia acerca da má sincronização sonora, de uma montagem academicista e pretensiosa e de outros “defeitos” técnicos-formais que, conhecendo as aventuras ‘udigrudi’ dos realizadores, podem e devem muito bem serem intencionais.

Supondo que eu encontre novamente com Alessandro Santana e este me pergunte agora o que eu achei do curta-metragem, direi o seguinte: valorizo a sua produção, no sentido wellesiano de que “toda obra é boa, na medida em que exprime o caráter do homem que a concebeu”, mas arriscar-me-ia a sugerir, no âmago de minhas mais sinceras boas intenções, que ele seria muito mais fecundo se levasse à frente o que pretendeu no título de uma obra prévia e realmente desconfortasse a platéia. Afinal de contas, nos dias acríticos de hoje, não há mais espaço para crítica sem perturbação verdadeira – e, com certeza, usar óculos escuros na escuridão de noites chuvosas não é um recurso sinceramente aliado á constatação!

Wesley PC> (prototipicamente)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Heaven and Hell, show no Rio de Janeiro

Michael Meneses, para o Portal Rock Press

HEAVEN AND HELL
CitiBank Hall, Rio de Janeiro
17/5/2009


Michael Meneses, texto


A princípio tive a sensação de mais um fiasco de público em shows de rock no Rio, a exemplo do que foram os show do Def Leppard e Status Quo, ao ver o Citibank-Hall um tanto vazio aproximadamente uma hora antes do show começar por conta de um grande número de pessoas ainda do lado de fora -talvez por isso mesmo tenha começado com atraso. Contudo, à medida que o povo ia chegando e ocupando seus lugares na pista, uma sensação de que a força do rock pesado estava recomeçando: a atmosfera, o Megadeth sendo discotecado (antes e depois dos shows) e mais uma vez, a exemplo dos shows do Maiden e do Kiss em solo carioca, o clima família com casais acompanhados de seus filhos reinava, diferentes gerações trajavam suas camisetas de bandas. Suscitou nostalgia, como se naquele momento todos fossem um bando de adolescentes num show no Caverna II, Garage ou no Circo Voador em seus melhores momentos.


Hoje o nome é Heaven and Hell. Porém, costumes da época quando assinavam como Black Sabbath continuam. Um deles é iniciar um set com “E5150”, e emendar com “The Mob Rules”. Nem bem o show começa e a massa já estava dominada pelos riffs de Tony Iommi, a pegada forte de Geezer Butler, a bateria precisa de Vinni Appice, e como se já não bastasse a presença do carismático Ronnie James Dio, que é como um daqueles jogadores que mesmo quando não é preciso, faz questão de chamar o jogo pra si, conquistando com isso a liderança do campeonato. Falando em jogo, alguém no palco deu ao Dio uma camisa do Fluminense. O vocalista exibiu o presente ao público que reagiu com poucas manifestações, nem vaias e nem aplausos. Ele guardou a camisa ao lado da bateria e logo recebeu uma outra camisa, desta vez uma do Black Sabbath. E ao estender a camisa olhou com sorrisos para Geezer Butler.


A partir daí foi um festival de faixas e cartazes com frases, músicas e até desenhos oferecidos e recolhidos por Dio, fato que, aliás, acontece desde 1992 quando o então Black Sabbath veio ao Rio (e ao Brasil) pela primeira vez e um grupo de fãs levou faixas com nome de músicas do Sabbath, e Dio usou algumas dessas para apresentar em alguns momentos daquele show. Desde então em todas as vezes que Dio esteve no Rio sempre teve alguém com faixas nos shows.


Com o público nas mãos, a banda seguia sua aula de rock pesado e os clássicos da fase Dio eram executados, e Iommi e Butler mostravam porque são vistos pela grande maioria, (pra não dizer todos os fãs de heavy metal) como os inventores do estilo. As novas “Bible Black”, “Fear” e em “Follow the Tears” Dio faz seu comentário sobre o novo album ‘The Devil You Know’. “É uma grande música deste álbum e eu estou muito orgulhoso”. Essas três músicas novas que foram apresentadas deixam claro que nessas horas que os downloads fazem à diferença e mostram sua força, pois para um disco que ainda não foi lançado já tinha muita gente cantando.


Porém, não ocorreram outras músicas do novo disco, e nem dos outros discos com Dio, o set, aliás, foi bem curto, tendo em vista a quantidade de hinos que a banda compôs no decorrer de sua historia. E mesmo que estivesse claro que o set seria apenas com sons do “Dio Years”, canções dessa fase ficaram de fora, como “Wishing Well”, "Voodoo", "The Sing Of The Southern Cross" “Computer God”, "TV Crimes", e poderiam está presentes. Por outro lado ao contrário do que até se esperava não se ouviu gritos por “Paranoid’, “Iron Man”, "Children of the Grave" ou qualquer clássico do “Ozzy Years”, sinal de que o público entendeu que agora é uma nova história.


No finalzinho, Dio bate o martelo para apresentar mais uma clássica: “Esta [música] tem o nome da banda, é o título de nosso primeiro álbum. Espero que vocês aproveitem. Esta se chama Heaven and Hell!”. Uma rápida saída de palco e o pedido de bis é inevitável com a banda retornando com “Country Girl”, que serviu de aperitivo para a arrasa quarteirão “Neon Knights”, finalizando com estilo e provando que a trupe do Heaven and Hell tem tudo para renascer e continuar fazendo história mais uma vez, e nem precisa ficar preso ao passado.


Set List Rio de Janeiro

E5150
The Mob Rules
Children of the Sea
I
Bible Black
Time Machine
Solo de Vinni Appice
Fear
Falling off the Edge of the World
Follow the Tears
Solo de Toni Iommi
Die Young
Heaven and Hell
Country Girl/Neon Knights

terça-feira, 19 de maio de 2009

guidable

Guidable - Documentário sobre o Ratos De Porão

Entrevista com os diretores FERNANDO RICK E MARCELO APPEZZATO

Por Márcio Sno para Portal Rock Press


Resgatar da forma mais transparente a história de quase trinta anos de uma das mais importantes bandas de hardcore do mundo. Essa foi a missão confiada pela banda Ratos de Porão, em 2006, aos diretores documentário Guidable, Fernando Rick e Marcelo Appezzato (na primeira foto, Marcelo à esquerda).


E essa missão não incluía apenas colher depoimentos dos integrantes, mas também de diversos personagens que participaram paralelamente da trajetória do RDP. E para isso, foi necessário resgatar figuras que contribuíram para o nascimento do movimento punk no Brasil além, é claro, de ex-integrantes da banda. Precisaram também resgatar documentos dos mais diversos formatos e condições.


O filme teve uma sessão aberta para a imprensa e convidados em 4 de maio na Galeria Olido, que fica ao lado de um dos pontos de encontro mais conhecidos para quem gosta de barulho: a Galeria do Rock. Na verdade, a maioria dos presentes era formada por figuras clássicas do punk dos anos 80 que se manifestaram cada vez que apareciam em cena no documentário “Guidable”.


A produção contou a história do RDP desde o seu começo e foi conduzida pelos discos lançados pela banda, com opiniões dos membros atuais e dos que faziam parte na época de cada lançamento. E nenhum detalhe foi esquecido ou camuflado: foram explicitados os problemas que os integrantes passavam com drogas, as brigas internas e até como que foram articuladas as saídas de membros da banda.


Essa é a história definitiva do RDP, agora ficará difícil fazer uma entrevista com banda, pois quase tudo que se precisa saber está nesse documentário. Se virem jornalistas!


Os diretores foram muito felizes e produziram o registro definitivo do que é a banda. E também acertaram na mensagem antidrogas que passam no decorrer com os depoimentos dos próprios membros e mais explicitamente no final do documentário, com uma frase que deixa faz o expectador ir para casa pensando.


Porém, apesar de a intenção os diretores fazerem um documentário para quem já conhece e para aqueles que nunca ouviram falar da banda, esse é um material para fãs do RDP. O interesse é direcionado para quem acompanhou a carreira (no bom sentido!) deles. Quem não conhece a banda, pode ficar sem entender alguns momentos.


O filme será exibido em cinemas alternativos, centros culturais e teatros (veja os locais e datas em: http://www.blackvomit.com.br/guidable) e em breve sairá a versão em DVD duplo com todos os bônus possíveis e cabíveis em duas mídias.


Portal Rock Press conversou com os diretores do documentário que falaram um pouco dessa viagem em que se meteram.



Como foi o convite para rodar o documentário com o RDP? Quais foram os critérios?

Fernando Rick - Eu havia feito um clipe para uma música do último disco do Ratos, o Homem Inimigo do Homem, que foi censurado pelo dono da gravadora Deck Disc, que achou o conteúdo muito violento. Meio absurdo, pois não tem metade da violência contida em metade da programação da MTV, mas tudo bem. À partir disso surgiu este link entre mim e o Gordo e rolou a idéia de fazer o documentário sobre a história da banda. O lance é que outros diretores já haviam tentado fazer este documentário, mas ninguém concluiu. Aí surgiu a idéia. Isto foi em 2006.


Como é ter um clipe censurado em pleno século XXI? A Deck não exagerou? Pra mim, o clipe tem cara de filme B...

Rick - Exagero total! O clipe tem uma violência exagerada, que passa longe da realidade. A letra é antiviolência, e metade da programação da MTV é mais pesada, basta ver o clipe do Sepultura que saiu na mesma época, aquele em que o Iggor toca com pé de bode [Convicted in Life, dirigido por Ricardo Laganaro]. Eles nem ao menos se deram ao trabalho de me informar, apenas não exibiram em nenhum lugar.


Vocês estrearam na direção de um longa-metragem justamente contando a história de uma das mais importantes bandas de hardcore do mundo. Isso teve muito peso de responsabilidade?

Rick - Claro que teve! Mas além de produtores audiovisuais, nós somos fãs da banda, e sabemos o que um fã gostaria de ver. Então, não ficamos com medo de errar a mão e, além do mais, a ideia era fazer um filme que pudesse agradar tanto os fãs mais hardcore quanto as pessoas que nunca ouviram falar da banda. Ele tinha que ter vida própria e se sustentar enquanto filme, além de ser um registro histórico de uma das mais importantes bandas de punk/hardcore do mundo. Acho que o resultado está aí, pras pessoas tirarem suas próprias conclusões.

Marcelo Appezzato: Talvez se fosse um documentário sobre o Agnaldo Rayol, as coisas teriam sido mais difíceis.


Antes de contarem a história do RDP, vocês optaram em contextualizar o movimento punk da época. Têm idéia de quantas fontes de pesquisa que utilizaram para chegar ao resultado final?

Rick - A pesquisa foi feita com base no nosso conhecimento sobre o movimento, internet e amigos. Sendo que toda a história é contada pelas pessoas que viveram e construíram este movimento aqui no Brasil, entre eles Rédson [Cólera], Clemente [Inocentes], Fabião [Olho Seco] etc. Utilizamos fotos de arquivo pessoal e imagens do festival Começo do Fim do Mundo. Acho que deu pra dar uma esclarecida legal.

Marcelo - Sem contar a infinidade de VHS bolorento, com muito material antigo que a gente conseguiu.


Vocês tiveram autonomia total para filmar?

Rick - Sim, tivemos autonomia total. É um documentário independente, sobre uma banda e um movimento que sempre andou com as próprias pernas. Não tem o que esconder, histórias de brigas e drogas são de praxe.

Algo assustou vocês no decorrer da produção do documentário (imagens, depoimentos)? Houve algum momento de tensão?

Rick - Não, a maior tensão foi passar um ano decupando [processo que consiste em assistir todo o material gravado para selecionar cenas que possivelmente entrarão na edição] fitas madrugadas adentro. Ou a gente terminava ou teria uma overdose ou um coma alcoólico.

Marcelo - A gente acabou entrando no clima “droguístico” da banda, mas foi só durante a finalização. Hoje somos uns santos. Eu juro.


Houve algum fato curioso das gravações que não entrou no documentário?

Rick - Várias histórias legais não entraram. Uma delas é a briga do Ratos com o Sarcófago, ouvir essa história da boca dos caras, é lindo. Talvez entre nos extras do DVD.

Marcelo - Se todas as histórias legais entrassem, o documentário iria ter umas 8 horas. A ironia do destino é que apesar da treta com o Sarcófago, o documentário do Ratos foi feito por uma produtora chamada Black Vomit, em homenagem a um dos clássicos da banda mineira.


A produção contou com algum incentivo (Lei do Audiovisual, por exemplo)?

Rick - Não, foi tudo grana do próprio bolso e, principalmente, ajuda de amigos. Desde a pré-produção até a pós, tratamento de cor, edição de som etc. Tudo com ajuda de amigos.


Qual foi o custo dessa produção?

Rick - Merreca, não deve ter chegado a 5 mil reais. Mas não sei com precisão.


Vocês se inscreveram em festivais com o “Guidable”. Já começaram a ter retorno?

Rick - Inscrevemos em alguns, ninguém aceitou. Ontem (05/04) saíram matérias na Ilustrada da Folha [de S. Paulo], no Caderno 2 do Estadão [jornal O Estado de S. Paulo], e no Variedades do Jornal da Tarde. Hoje, no Correio Brasiliense. Pronto, agora começaram a chegar convites de festivais no meu e-mail. Incrível, né?


Já têm algum projeto futuro?

Rick - Temos um roteiro de curta que foi enviado pra dois editais, estamos esperando resposta. Mais um roteiro que vamos produzir este ano, de curta também. Um piloto de web TV e algumas coisas menores. O nosso problema maior é tempo, toda equipe da Black Vomit tem trampo paralelo, a maioria em TV, o que é foda, pois o horário é móvel e cruel, o que atrapalha nos projetos pessoais.

Marcelo - A gente acabou de colocar no Youtube também, um documentário em curta-metragem chamado Decepção. É só procurar por “decepção black”, que ele aparece lá. [http://www.youtube.com/watch?v=v1seGlBu4-U]


Sempre depois que acaba uma produção se fica pensando: faltou isso, aquilo. O que faltou nesse documentário?

Rick - Faltou a uma hora que cortamos. O primeiro corte tinha três horas. Mas tudo isso vai virar extra no DVD. Também faltou dinheiro, mas o resultado está aí, pra quem quiser ver.

Marcelo - O DVD vai ficar lindo. Estamos preparando umas surpresinhas aí. Aguardem.

LEIA MAIS SOBRE O FILME aqui

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Etapa Aracaju do Festival Nordeste Independente

09/04/2009 - no Capitão Cook

por Adelvan kenobi

Fotos: Snapic.

“Nordeste Independente” é uma lista de discussão bastante ativa que já existe há algum tempo e da qual participam produtores, membros de bandas e demais indivíduos interessados em trocar idéias para tornar viável a produção musical independente por aqui. Desta lista surgiu a articulação de um Festival que ocorre por toda a região. Nos dois últimos anos aconteceu também em Aracaju.

Como não poderia deixar de ser, foi no Capitão Cook, e contou com a presença de dois ilustres visitantes, um estreando em terras sergipanas, os campinenses do Vênus Volts, e outro velho conhecido porém sumido, os baianos do The Honkers. As honras da casa foram feitas pelos locais Snooze e Nautilus, que articularam toda a produção – totalmente independente.

Snooze está com uma (já não tão) nova formação e a competência de sempre, porque há sempre um snoozer de partida e outro pronto a se juntar á família, como foi o caso do exímio guitarrista Luiz (também perdeu a Língua e The Renegades of punk), que substituiu recentemente Duardo, mais um a tomar seu rumo, desta vez com destino a Salvador (onde, hoje, compõe a formação do reformulado e interessantíssimo grupo instumental VENDO 147, que já tocou aqui uma vez numa das edições do Festival NADA PODE PARAR O ROCK e está voltando às terras do Cacique Serigy, aguardem novidades). Grande show, como sempre, mas sem muitas surpresas. Snooze é, sem nenhuma conotação depreciativa, uma instituição do rock alternativo sergipano (e brasileiro).

Já a Nautilus é uma banda BEM mais nova, mas igualmente competente e honesta no que se propõe a fazer. Têm uma proposta mais pop, especialmente calcada no que se convencionou chamar de “brit pop’nos anos 90. Uma boa banda, com belas melodias – talvez não tenham, por enquanto, nada que os faça se destacar de forma gritante de outras que tenham a mesma proposta, mas certamente têm um grande potencial de crescimento e amadurecimento. O tempo dirá se sobreviverão à árdua tarefa de, apenas, seguir adiante fazendo um trabalho autoral desvinculado de modismos neste verdadeiro deserto cultural no qual aparentemente estamos jogados. Um ponto a seu favor já tem: a disposição para construir oásis em meio ao nada, como foi o caso deste evento, no qual estavam na linha de frente da produção. Aliás, um parêntese deve ser aberto aqui no tocante à produção: tiveram o bom senso de finalmente esvaziar o ambiente no qual as bandas se apresentariam de mesas e cadeiras e com isso tornaram bem mais confortável a estadia dos que para lá se deslocaram para também ver os shows, e não apenas reencontrar amigos para ficar ouvindo som de mala de carro e batendo papo na porta. Inverteram também a posição onde acontecem às apresentações, inovaram na decoração e na iluminação, repaginaram o Capitão Cook, enfim. Estão de parabéns, pois ficou bem melhor.

Eu não conhecia a Vênus Volts, e tive uma boa surpresa. Rock dançante e energético, boas composições, bons vocais femininos da Trinity, bons riffs de guitarras distorcidas, boas linhas de baixo, enfim, um show muito divertido que empolgou e colocou a galera pra dançar, feito muitas vezes difícil em se tratando do quase sempre tímido publico sergipano. Mas em termos de “agitação” nada se compara às sempre explosivas perfomances do The Honkers. Fazem um mix de ska, punk rock, psychobilly e demais “roquices” para chacoalhar o esqueleto. Os shows são sempre insanos (às vezes até um pouco exagerados e pouco espontâneos, pra dizer a verdade, em muitos momentos dá a impressão de que a banda se sente meio que na obrigação de incorporar um personagem) e este não fugiu a regra. Dois destaques: a cover de “monkey man”do specials (“que já fazíamos antes da Amy winnehouse”, fez questão de deixar bem claro o vocalista Rodrigo) e um de suas melhores “hits” próprios, “something’s wrong with my girl”, que não estava no set list mas teve que ser incorporado de ultima hora por insistência do publico. Muito tempo e um quase streap-tease do vocalista interrompido pela funcionaria do bar (havia uma criança no recinto, a filha dela, por sinal linda e animadíssima, a roqueira mais jovem de Aracaju) depois, resolvi ir embora, vencido pelo cansaço e pela promessa (não sei se cumprida) de Rodrigo de que “o show estava apenas começando”. Ok, tava tudo muito bom, mas eu já estava satisfeito, chega de rock por mais aquela noite. Uma grande noite, por sinal. Que venham as próximas.

“MUNDO ROCK INTERIOR” *



* título “surrupiado na cara dura”de um projeto bem bacana promovido há algum tempo pela banda Maria Scombona.

por Adelvan Kenobi

Fotos do Rock Sertão por Ademarcos

Rock Sertão – 7ª. Edição
Sexta e sábado, dias 15 e 16 de maio de 2009
Nossa Senhora da Glória - SE

O que primeiro salta aos olhos (e aos demais sentidos) nesta nova edição do Rock Sertão é o caminho percorrido para se chegar a Nossa Senhora da Glória: um belíssimo tapete negro de asfalto de primeira qualidade. Uma obra impecável do governo de Sergipe, auto-intitulado, nesta gestão, “governo de todos”. Esta obra corrobora esta afirmação publicitária, já que a referida estrada é uma reivindicação antiga dos moradores da região, e serve à população em geral, pois todos precisam de uma via em boas condições para se locomover com conforto e de forma economicamente viável. Serve inclusive aos produtores e freqüentadores do evento em questão, já que muitos, eu inclusive, pensariam duas (senão três) vezes antes de enfrentar a buraqueira que imperava até o ano passado para ver, basicamente, bandas que fazem shows regularmente aqui mesmo, em Aracaju. O atrativo, no caso, é a simples mudança de ares. Em outras palavras, “dar um role”. Por outro lado, é lamentável que o mesmo “governo de todos”, que tem sistematicamente cortado verbas de apoio para eventos de interesse publico/comunitário em geral alegando falta de recursos devido à queda de arrecadação decorrente da crise financeira mundial, tenha promovido uma megafesta popularesca com chamadas insistentes pela televisão para inaugurar a chamada “Rota do sertão”. “farinha pouca, meu angu primeiro”, bem diz aquele célebre ditado popular, ou seja – para festividades de interesse direto para a promoção das ações do governo em si, os recursos não faltaram. São as contradições da política, que devem ser bem guardadas e registradas em nossa memória para que sejam devidamente pesadas na hora de depositarmos o voto.

Dito isto, vamos ao evento em si:

Não pude ir na sexta por um motivo nobre : colocar o programa de rock no ar. Fui no sábado. Chegamos a tempo de ver os Mamutes, mas perdemos a apresentação da AliquiD – uma pena. Muito embora não façam um tipo de som que me agrade pessoalmente, um Heavy Metal melódico com pitadas de prog-metal, fazem muito bem o que se propõem e têm uma postura bastante aberta e profissional, ou seja: merecem respeito. De todos. Mas ok, quero crer que terei várias outras oportunidades de vê-los em ação, afinal, a banda está apenas começando sua trajetória. O que não é o caso do Mamutes, uma formação já mais que testada e aprovada no cenário “rocker”sergipano. Apresentaram-se pela primeira vez desfalcados de um de seus guitarristas, o excelente Marcio Navas. Mas Rick Maia segurou a peteca com louvor, até porque, segundo eles mesmo me explicaram (e aos ouvintes) numa entrevista ao vivo ao programa de rock um dia antes, foi assim que a banda começou, com apenas um guitarrista, então não deixa de ser uma volta às origens, embora não de forma voluntária. Para minha surpresa, a praça estava relativamente vazia, o que é um fato lamentável, já que o evento tem bastante projeção e seria de se supor que atrairia um bom publico. Com o decorrer do tempo as pessoas viriam chegando e chegaríamos num bom pico de audiência durante o avançar da noite, mas foi lamentável que uma banda tão competente e energética no palco como os Mamutes tenha tocado pra tão pouca gente. Alguns problemas de equalização também comprometeram a qualidade do som, mas no geral foi um bom show. Nem de longe o melhor show da Mamutes que eu já vi, mas mesmo assim, bom. Destaque para as boas composições próprias e a comprovada competência de todos em seus instrumentos, mas um aparte especial tem que ser dado ao guitarrista Rick Maia, detonando riffs e solos com uma competência e entrega “de dar gosto”. Esse é do rock, não há duvidas. Um detalhe pitoresco foi o arremesso de uma galinha viva (!!!!) vinda de alguém da audiência na cara do vocalista Kal. Se esse gesto teve algum significado especifico, difícil dizer, porém a intenção não parece ter sido depreciativa, já que o mesmo arremessador galináceo pôde ser visto durante todo o restante do evento trajando uma camiseta da banda devidamente adquirida na barraca de souvenirs pilotada por Cabelo e Estranho.

O rock Sertão inovou este ano e apresentou também, além de graffites feitos no palco na noite anterior, uma peça de teatro montada por um grupo amador local que conta a historia da cidade. Foi interessante, mesmo com algumas falhas técnicas e com um texto demasiadamente calcado na chamada “historia oficial”, com citações a meu ver desnecessárias a políticos locais. Depois da peça (que foi um tanto quanto demorada, diga-se de passagem), sobe ao palco a Plástico Lunar – na minha modesta opinião a melhor banda de rock sergipana em atividade. Fizeram um show impecável, sensivelmente beneficiado por uma melhor equalização. Meio difícil para mim, que já vi e descrevi tantos shows da plástico, descrever mais um, mas esse foi especialmente bom, quase perfeito. A banda está “viajando” ainda mais em pirotecnias instrumentais psicodélicas ao vivo, mas o que em mãos menos competentes resultaria em enfado, com eles se transforma em enriquecimento puro e simples para arranjos já antes matadores. Nesses “happenings” instrumentais o destaque vai para o tecladista Leo Airplane, sempre arrepiando em perfomances inspiradas e muito bem colocadas. Julio Dodges, também guitarrista da The Baggios, vem tendo mais projeção nos shows da Plástico, e sua contribuição é pra lá de enriquecedora, chegando inclusive, agora, a fazer alguns vocais – o que faz da Plástico Lunar, creio eu, a banda mais bem servida de bons vocalista da historia do rock sergipano. Apenas Leo não canta, e todos os outros mandam muito bem, “cada um no seu quadrado” – o baterista Odara, por exemplo, arrebenta nos vocais de “Banquete dos gafanhotos”, a ponto de ser difícil de imaginar outra pessoa cantando essa musica em seu lugar. O show da Plástico teve outro detalhe pitoresco, embora já bastente “tradicional”- a invasão do palco por parte de Bilal, “Elite do metal”, “A Base de tudo”, para soltar um de seus devastadores “screaming” que fez tremer nas bases a nação roqueira presente em Nossa Senhora da Gloria, também conhecida como “Boca da mata”- apelido, dizem, dado por Lampião, que invadiu a cidade certa feita, segundo contou a própria peça anteriormente encenada, mas sem deixar rastros de sua alardeada crueldade, muito pelo contrario, diz-se que, inclusive, distribuiu doces para as crianças. Vale ressaltar também que o show da Plástico foi o que mais “levantou”a galera, o que corrobora como acertada a escolha da produção sempre muito criticada, injustamente, diga-se de passagem, por não “dar oportunidade a bandas novas”- a maioria dessas criticas, como não poderia deixar de ser, vem sempre de componentes de bandas que não foram selecionadas.

A próxima banda, Dr. Garage Experience, demora um pouco mais do que o razoável para começr sua apresentação, o que causou um certo esfriamento e esvaziamento do recinto (lembrando que o evento acontece a céu aberto, numa das praças centrais da cidade, e é gratuito). Trata-se de uma das encarnações “garageiras” do guitarrista Maicon “stooge”, escudado por seu fiel companheiro Givanilton, na bateria, e por Luciano no contrabaixo. Infelizmente estavam um tanto quanto desentrosados, pois passaram um tempo de molho sem ensaios devido um acidente com o baixista, mas o que poderia ser uma falha grave acabou não comprometendo de todo o show por conta da sempre contagiante empolgação de seus componentes, notadamente Givanilton, nosso Pete Shelley do agreste, e Maicon, que chegou a chutar, espezinhar e maltratar sua pobre guitarra, dando por encerrada apresentação quando TODAS as cordas (aparentemente) se arrebentaram, ao mesmo tempo. Não sem antes nos presentear com, além de suas boas composições próprias, uma do Cramps, sempre memorável. Não deixa de ser surreal ver uma musica do Cramps ser executada ao vivo em pleno sertão sergipano ...

Era avançado da noite e o cansaço começa a bater. Três bandas ainda iriam se apresentar, mas tornava-se fato o que antes era apenas evidencia, que não iríamos aguentar até o final – até porque havia um relativamente longo caminho a ser percorrido na volta a Aracaju. Vi de longe minha primeira apresentação da Anéis de Vento, mas vou me abster de emitir aqui alguma opinião para não ser injusto, porque já estava cansado e com dificuldade para me concentrar. Fica para (mais uma) outra oportunidade.

Voltamos em paz, chegamos em paz – quer dizer, mais ou menos: De vez em quando Bilal, que veio comigo, despertava de seu torpor alcoólico para entoar mais um de seus hinos metálicos numa voz tosca e inaudível, para desespero de minha amiga Desirée, sempre linda e “estilosa”, que tentava em vão dormir em paz no banco ao lado, e sob os protestos de Espantalho “tattoo”, que também nos acompanhou na jornada.

Até o ano que vem, se Nossa Senhora da Gloria permitir.

Clique AQUI para saber como foi no ano passado.

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HOSTES INFERNAIS
Sábado, Dia 25/07/2009
Boquim, SE


Haveria um show de metal “ultrahipermega” underground em Boquim, terra da laranja, esta noite, e eu, “guerreiro do rock”que sou, não poderia perder, claro. Arregimentei meus companheiros de jornada, só a “nata” headbanger “casca-grossa” local, no barzinho ao lado do principal cemitério da cidade, onde eles bebem todas as noites de sábado, rodeados pelas trevas, e lá fomos nós. Ninguém sabia ao certo como chegar em Boquim, mas como Sergipe é o menor estado da federação e eu tinha dado uma estudada num mapa, foi fácil. Cidade do interior, praticamente igual a todas as outras cidades do interior (nunca tinha ido lá). Achamos fácil a aglomeração de camisetas pretas e já de cara me encontro com meu velho amigo Pe. Alberto. Sim, eu tenho um amigo padre, e ele é muito doido. Nos idos de 1990 e cocada ele atendia pela alcunha de Alberto “pereba”e publicava em Estância, sua terra natal, o escrotíssimo fanzine “putrefy”. Por algum acaso do destino que só ele saberia explicar ele resolveu ser padre, vai entender. Nem por isso deixo de ser seu amigo, evidentemente, porque independentemente das diferenças ele continua sendo, como sempre foi, um grande cara. Tanto é que estava ali, em meio aos Headbangers, se confraternizando.

Pensei em entrar no show logo de cara mas desisti ao ouvir, de fora, que a primeira banda, cujo nome não lembro mas sei que era do interior, tava tirando um previsibilíssimo cover do Sepultura. Dei mais um tempo fora e adentrei ao recinto quando se preparava para subir ao palco a Grinding souls, de Nossa Senhora do Socorro (grande Aracaju). A formação da banda conta, na guitarra, com a presença ilustre de Carlinhos “verruga”, egresso, entre outras, da célebre Deuteronômio, provavelmente a primeira banda de metal de Aracaju a ter uma “carreira” sólida e duradoura, do final dos anos 80 (quando contava em sua formação com o agitador “Bruxo’, de Brasília, que infelizmente veio a falecer, vítima de afogamento) até o meio dos anos 90. Fazem um Death metal sem nenhuma frescura ou firula. Tosco, feio, malvado e um tanto quanto chato, devo admitir, mas com personalidade. Mas a banda da noite, pelo menos em termos de musicalidade apurada, era mesmo a que veio a seguir, a Scarlet peace, que já tem mais de uma década de serviços prestados no campo do Doom metal e da musica melancólica em geral em Sergipe. E estão melhores que nunca. O som está ainda mais elaborado, viajante, “psicodélico” até, emulando Pink floyd, inclusive, em muitos momentos – um caminho já tradicionalmente seguido por outras formações “doom”mundo afora, vide Anathema e Tiamat, entre muitos outros. O diferencial da Scarlet, em relação a muitas outras formações de metal do estado, é que eles são muito competentes no que fazem, se dedicam à banda e conseguem, com isso, evoluir. Excelente o show, com muitas musicas novas, o que é importante, pois de uns tempos para cá já ouvia muita gente reclamar da repetição constante no repertório deles.

Depois da Scarlet subiu ao palco uma banda nova, de Black Metal, MAHAVANTARA. Primeiro show dos caras (e da garota, no baixo), e vieram dispostos. Mise-em-scene completa, “corpse painting” em todos os compontes, tochas acesas e permanentemente alimentadas por roadies atentos e hinos de louvor a Satanás explícitos cuspidos, jamais cantadas, no máximo vomitados, pelo vocalista, de postura extremamente radical, eu diria até assustadora para espíritos incautos de primeira viagem. Particularmente achei tudo um tanto quanto monocórdico e chato. Não dava pra distinguir uma musica da outra, e não fui apenas eu, que não sou exatamente um iniciado nos segredos ocultos do Black metal, que disse isso. Mas enfim, o show deles não foi feito para mim, que num jargão amplamente utilizado entre aquelas verdadeiras “hostes infernais”, “não sou real”. De qualquer forma acho válido que exista este tipo de banda. É um diferencial a mais no amplo aspecto desse imenso mosaico de infinitos estilos e subdivisões do rock.

A banda seguinte era a Litania Ater. Eu já vi alguns shows deles e gostei. Black metal também, mas mais trabalhado – pelo menos, que eu me lembre, dava pra curtir variações de riffs, cadencias e andamentos em sua musica, o que pra mim, me desculpem os extremistas, é fundamental. Mas a madrugada já ia avançada e Boquim não é ali na esquina, então resolvi voltar pra casa a tempo de deitar em minha deliciosa e preciosa cama, mesmo que já com o sol despontando no horizonte.

No final das contas o saldo foi positivo.

Foi divertido.

sábado, 16 de maio de 2009

# 107 - 15/05/2009



Second Come – run run (versão demo)
Second Come – perfidiousness (versão demo)

H.A.R.R.Y. And The Addicts – I Want a Glock (Advance demo)
The Downward path feat. Bad Cock – Liar
Plastique Noir – Genebra
Modem – Lycantropia

Bloco co-produzido por Scarlet peace

Katatonia – Without God
Paradise Lost – Embers fire
The Sisters of Mercy – No time to cry
Fields of the Nephilin – preacher man

Drop Loaded:

Instiga - Wagner

Mamutes – tudo no seu tempo

Bloco produzido pela banda Mamutes:

Primal Scream – can´t go back
Richard Hell and the Voidoids – Blank generation
16 de Abril – às vezes só
Kiss – Watching you

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Calcados na sonoridade setentista do hard-rock, do proto-punk e do blues, os MAMUTES avançam numa manada potente e destruidora movidos por um simples instinto de sobrevivência - a sobrevivência do rock and roll!

Os MAMUTES, são: Karl di Lyon (voz, entretenimento), Thiago Sandes (baixo), Marcos Odara (bateria, voz) e Rick Maia (guitarra,voz). Uma vez reunidos o novo bando viu que tinha muito em comum em suas preferências musicais e enxergaram nisso a possibilidade de fazer um projeto grandioso.

Tão grandioso que pra representá-lo precisaria de um nome forte, um nome com pegada, algo que expressasse toda a sua agressividade e energia das músicas, assim como sua presença no palco. Dessa forma nasceram os MAMUTES.

Fones para contato: 79 9959.5939/ 3255.

Flog: www.fotolog.net/mamutesmusic

Myspace:www.myspace.com/mamutesmusic

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Second Come foi uma band “Cult” do underground brasileiro entre os anos de 1990 e 1994. Deixou como legado dois discos seminais lançados pela gravadora Rock it !, de Dado Villa-Lobos. Chamaram a atenção, na época, até de Dave Grohl e Kurt Cobain, do Nirvana, quando da passagem da banda pelo Brasil. Consta inclusive que Kurt comprou 10 cópias do primeiro disco deles, YOU, para presentear os amigos, dentre eles o lendário produtor Steve Albini. Fabio Leopoldino, ex-vocalista e guitarrista do Second Come, morreu segunda-feira, dia 11, de ataque cardíaco, aos 46 anos. O site Midsummer Madness – mmrecords.com.br – está disponibilizando a obra completa da banda para download gratuito, e organizando um tributo. As bandas interessadas em participar podem entrar em contato através do site.

Harry é a banda pioneira no Brasil no EBM (electronic body music) – segundo a Wikipédia, “um gênero musical, resultante da fusão do synthpop dos anos 80 com a música industrial, criando um estilo pesado e agressivo, porém amigável com as pistas de dança”. Entre 1986 e 1994, quando esteve em atividade, lançou 4 álbuns: o EP “caos”, “Fairy Tales”, “Vessel´s town” e a coletânea “chemical archives”. Voltaram à ativa em 2005 para promover o box “taxidermy”, com a obra completa do grupo embalada numa caixinha de altíssima qualidade. Fizeram alguns shows mas pararam novamente. Retornam numa nova formação, na verdade uma dupla, Hansen, da formação original, na guitarra, programação e teclados, e Ricardo Santos no teclado e programação. O duo foi rebatizado como H.A.R.R.Y. And The Addicts e está preparando material inédito, que você ouve aqui no programa de rock num pré-mix exclusivo. Na sequencia, faixas extraídas do tributo ao Harry, “The Sky is grey”, recém-lançado e disponivel para download gratuito no site www.phantasma13.com

Katatonia é uma banda sueca de doom metal formada em 1991 por Jonas Renkse (que usava o nome artístico Lord Seth) e Anders Nyström (que também tinha nome artístico denominado Blackheim). A banda é conhecida por suas canções depressivas e melancólicas. A alusão à palavra catatonia (do Grego katá, redução + tónos, tensão; perturbação psicomotora frequentemente associada à esquizofrenia), define bem o tipo de emoção que a banda passa em suas músicas. A banda tem uma página importante na história do gênero chamado Doom Metal, tendo seu trabalho como referência do estilo, junto aos de outras bandas. Entretando, assim com os companheiros Anathema e Paradise Lost, dá passos na direção de um som mais leve, com vozes limpas, começando no disco Discouraged Ones, 1998. Outra mudança foi sentida em Viva Emptiness em 2003, onde a música concentra-se mais na melodia e nas vocalizações de Jonas Renkse. (Wikipédia)

Paradise Lost é uma banda inglesa de doom/death metal formada em 1988. Conterrânea de similares como Anathema e My Dying Bride, ela formou a base do gothic metal e foi uma das bandas responsáveis pelo surgimento do sub-estilo death/doom metal. (Wikipédia)

The Sisters of Mercy é uma banda britânica de rock gótico, formada em Leeds, em 1980 por Andrew Eldritch (vocais) e Gary Marx (guitarra). A eles juntaram-se Ben Gunn (guitarra, substituído por Wayne Hussey, em 1983) e Craig Adams (baixo).Apesar de ter lançado apenas três LPs, The Sisters of Mercy tornou-se uma das mais influentes bandas da década de 80. A banda enfrentou instabilidade: apenas o cantor e compositor Eldritch participou dos três LP.A música de The Sisters of Mercy reúne elementos de psicodelia, dance e punk. O cantor Eldritch tem como principal traço a voz, profunda. As letras da banda tratam de temas comuns ao rock gótico. Apesar de rejeitar a classificação de gótica, The Sisters of Mercy foi uma liderança no gênero, tendo alcançado amplo sucesso na Inglaterra e Estados Unidos. Desde os primórdios do grupo, tocando em bares e clubes de Leeds, a banda foi marcada por atrair uma legião de admiradores. The Sisters of Mercy inovou ao usar uma máquina para executar a percussão, apelidada de Doktor Avalanche. Dificuldades de relacionamento com Andrew Eldritch foram frequentemente citadas como a principal causa de rupturas por parte de membros de Sisters of Mercy. Em 1985 Gary Marx sai da banda, e forma os Ghost Dance; Wayne Hussey e Craig Adams formam os The Mission, em 1986. Hoje, além de Eldritch, Chris May e Ben Christodoulou fazem parte de The Sisters of Mercy. A origem do nome da banda é discutível, mas poderá vir de uma música de Leonard Cohen ou de uma ordem religiosa de freiras católicas. Apesar de já não editarem trabalhos de originais, continuam a fazer digressões. Em Junho de 2007 actuaram em Espanha, na Alemanha e na Bélgica. (Wikipédia)

O Fields of the Nephilim faz uma mistura de gothic rock com dark wave de uma forma muito original, o vocal grave e leve complementam a sonoridade de forma muito peculiar. “Fields of the Nephilim is a gothic rock band formed in Stevenage, Hertfordshire in 1984. The original line-up consisted of vocalist Carl McCoy, saxophonist Gary Whisker, Tony Pettitt on bass, guitarist Paul Wright and drummer Alexander “Nod” Wright. (last FM)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

rocksergipe.com



Gostaríamos de chamar a atenção aqui para o site www.rocksergipe.com. Já há algum tempo eles vêm fazendo um excelente trabalho, disponibilizando downloadas de discos completos de bandas sergipanas, dos mais variados estilos e procedencias. Chama a atenção, também, os textos publicados no campo direito do site, sempre assinados por pseudônimos, e sempre excelentes. Vale muito a pena a conferida - abaixo, a transcrição de um dos textos do site:

"O rock deve ser mesmo um vírus incurável. Só assim para explicar como Sergipe – o maldito papagaio das asas douradas e lugar tão pouco fértil para alimentos do espírito – ainda consegue parir bandas que não fariam vergonha a qualquer cena musical, de onde quer que seja. Não é o caso aqui de separar o joio do trigo; isso acontece por si só. O que está em jogo aqui é entender que só tendo algum parafuso a menos pra levar o tesão adiante. Ou parafusos a mais, pois só com muitos parafusos a mais é possível driblar a mediocridade reinante dos que se orgulham de seus parafusos “no lugar”. Mediocridade esta que se torna mais nociva quando contamina o próprio público de rock, e este passa a achar normal o vicioso ciclo de depauperação de locais apropriados, má divulgação de eventos do segmento, amadorismo no trato para com as bandas, e um conseqüente fastio comodista para absorver o trabalho de bandas com repertório próprio. Mas não há de ser nada. Enquanto houver um maluco disposto a gastar os últimos centavos em uma guitarra vagabunda, ainda será o caso de se manter a fé, já que sem atrito o homem não teria descoberto o fogo. Qualidade musical já está mais do que provada, falta apenas e tão somente um espaço geográfico a altura. Graças a Deus, em Sergipe o roqueiro continua não sendo um estéril produto do meio. Amém...

por Tyler Durden

terça-feira, 12 de maio de 2009

DEP - Fabio Leopoldino, do Second Come

Second Come, do Rio de Janeiro, era uma banda cultuado no meio alternativo brasileiro durante a primeira metade dos anos 90. Infelizmente Fábio Leopoldino, 46 anos, ex-vocalista e guitarrista da banda e também do Stellar e do Polystyrene, morreu ontem, 11 de maio de 2009, de infarto fulminante, às três da tarde, na cidade de Valença (RJ). Segundo F. Kraus, ex-baixista do Second Come, ele sequer chegou a receber atendimento médico. Apenas pediu à mãe que ficasse ao lado dele. O Site do selo Midsummer Madness, em sua homenagem, disponibilizou seus dois discos + uma fita demo para download. Clique aqui para acessar.

Abaixo, uma mensagem do amigo e antigo baixista do Second Come:

Estranho isso, mas neste momento, realmente não sei o que faço.

Acabei de receber uma notícia extremamente triste e a única frase que me veio foi o nome desta música.

Hoje, lá pelas três da tarde, faleceu o Fábio Leopoldino. Fábio L., como na época do Second.
Segundo informações de um amigo comum, que foi avisado pela mãe do Fábio, ele teve um infarto e não chegou sequer a receber socorro. Apenas pediu a mãe que ficasse com ele. Poético, como foram suas composições.

Durante alguns anos, após o final do Second Come, fiquei sem falar com ele.
Vários foram os "motivos" que me levaram a acreditar que eu estava certo.
E vários foram os motivos que me levaram a acreditar, depois, que estava errado.
Quando voltamos a conversar foi ótimo. E libertador.

Mas agora não valem mais as palavras.

Apenas peço que os que o conheciam, pessoalmente ou por suas músicas, desenhos, contos, etc. lembrem dele agora de uma forma boa, com aquele pensamento bom que poucas vezes temos na vida. E que essa luz o ajude nesta passagem.

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F. Kraus

Um pouco mais sobre Second come:

Elogiados por Dave Grohl, (na época baterista do Nirvana; atualmente líder do Foo Fighters), Fabio Leopoldino (guitarra/voz), Fernando Kamache (guitarra), Francisco Kraus (baixo/vocal) e Kadu (bateria) já voltavam seus olhos para o mercado externo: pretendiam viajar para os EUA e estavam armando a distribuição na Europa através do selo Wiija (Inglaterra). E não estavam nem aí para quem criticava o fato deles cantarem em inglês: "As pessoas lá fora têm visto as letras e achado bem escritas. Caetano e Gil já fizeram músicas em inglês, na Itália cantam em inglês, na Alemanha também...", diz Kraus. "Acho que na composição do nosso som não influencia muito o fato da gente ser do Brasil. Na verdade, a gente está no meio do oceano", observa o vocalista Fabio.

A escolha do Second Come para inaugurar o catálogo do selo Rock It! (de Dado Villa-Lobos da Legião Urbana e André X da Plebe Rude) não poderia ser mais coerente. "Na nossa loja a gente vende fitas trazidas pelos grupos e as do Second Come acabavam sempre, só não vendiam mais porque eles eram preguiçosos e levavam poucas fitas", conta André X. Ainda assim, a dupla teve jogo de cintura suficiente para viabilizar a produção de You a custos mínimos (o disco foi gravado em apenas 72 horas no estúdio Mega (24 canais), em regime de co-produção). "A coisa toda funcionou como um mutirão - a bateria de um, o videoclip de outro... A fita master, o Dado conseguiu debaixo dos panos com a EMI-Odeon, como se fosse para o Legião, diz André. Um dos destaques do disco é versão feita para "Justify My Love" da Madonna.

(www.lagrimapsicodelica.blogspot.com)

(www.tramavirtual.com.br)

Formado em 1990 e dissolvido em 1994, o Second Come mostrou em dois discos e algumas fitas demo, como fazer um mix quase perfeito entre distorção e melodia.
Com guitarras que alternavam o peso e a suavidade, vocais melódicos que por vezes pareciam estar flutuando sobre a música e uma base de baixo e bateria forte e marcada, o Second Come foi uma das mais importantes bandas da cena "underground"
carioca, enquanto durou...

( http://www.geocities.com/SoHo/Easel/8723/second.html )

SECOND COME
Vindo de novo
Marcus Marçal

O Second Come, banda indie cultuada dos 90, voltou informalmente à ativa no final de 99. O grupo se reuniu apenas pelo prazer de levar um som, mas as feridas que levaram à dissolução do quarteto não foram cicatrizadas, já que a banda voltou desfalcada de Fábio Leopoldino - ex-frontman do Second. "Isso aqui é realidade virtual", ironiza o guitarrista Fernando Kamache, agora dividindo os vocais com o baixista Francisco Kraus. Aliados ao novo guitarrista Marcelo Pires (ex-Terrible Head Cream) e a Kadu El Diablo - baterista da banda na época do primeiro álbum, You (93), os dois vêm fazendo algumas apresentações pelo circuito alternativo carioca.

Apesar de não confirmar retorno definitivo, o Second Come preparou algum material novo para as apresentações. Mas o pretexto da reunião é a divulgação da compilação das três demos da banda pelo Midsummer Madness e a possibilidade do lançamento de uma coletânea com o melhor dos dois álbuns pela Rock It!. Em razão da imparcialidade jornalística, o AnoZero falou com os músicos remanescentes, Francisco e Fernando, e também com Fábio Leopoldino - tido como o pivô da separação.

A Volta - Os músicos não confirmam nem desmentem a volta do grupo em definitivo. Mas o quarteto vêm ensaiando para shows e nessas sessões algum material novo foi preparado. O responsável pela reunião é Rodrigo Lariú, que vem fazendo a intermediação entre a Rock It! e a banda para o lançamento de uma coletânea com o melhor dos dois discos lançados pela gravadora carioca. Lariú também pretende compilar em CD as três demotapes do Second Come, assumindo uma posição de empresário informal.

Francisco confirma: "Para mim, a banda já havia acabado. Essa volta só rolou porque o Rodrigo organizou um festival pra comemorar o aniversário do Midsummer Madness. Ele me perguntou o que eu achava de um show do Second Come e eu falei que não tocava mais, só se fosse por diversão. Então eu disse que só tocaria se o Fábio não participasse", declarou.

Segundo os remanescentes, agora impera um clima de amizade. Kamache ressalta essa necessidade: "Mesmo com o fim do grupo, eu e o Francisco continuamos amigos. E pra você fazer parte de uma banda, você tem que ser amigo das pessoas", disse. Francisco complementa o raciocínio do amigo: "O Kadu saiu antes do segundo disco porque já não agüentava mais. Tanto é verdade, que ele voltou a tocar com a gente. Eu nunca vou ganhar dinheiro com o tipo de música que eu faço, então tem que rolar um clima legal", conclui.

Fábio Leopoldino chegou a chamar atenção no circuito alternativo com outros projetos, mas não faz objeção quando indagado ao relançamento do material do Second e a um improvável convite para participar de algum show: "Eu só espero que o ECAD pague a minha grana (rindo). Eu não tenho mais ligação nenhuma com o grupo, mas não vejo problema se eles quiserem levar a coisa à frente. Se eles me chamassem, eu até poderia ir. Para mim, funcionaria como um trabalho. Eu não sou de ficar relembrando coisas, prefiro deixar isso para a velhice", alfineta. Foi em razão de divergências entre os integrantes que o Second Come encerrou prematuramente as atividades, em 94. O fim da banda foi pouco abordado pela imprensa e se confunde com antigas diferenças entre os músicos. Leia abaixo um pouco da trajetória do quarteto.

Culto Alternativo - Voltando ao passado: o início do Second Come coincide com o fim de outra banda. Formada em 89, das cinzas do Eterno Grito - grupo que chegou a lançar um LP independente pela Toc Discos, o Second foi rapidamente angariando um público fiel e o respeito da imprensa musical. Fábio lembra: "A mudança de direcionamento foi um salto. O Eterno Grito era infantil musicalmente. Era como se eu fizesse música sem o escutar o que estava fazendo", define. O grupo anterior seguia a cartilha do BRock vigente na época e havia explorado suas possibilidades musicais antes do término oficial e o nascimento de um novo projeto: o Second Come.

Três demos lançadas e várias apresentações concorridas transformaram o grupo numa unamidade underground, o que chamou a atenção de Dado Villa Lobos e André Müeller - que viabilizavam transformar sua loja de discos em gravadora. Quando o projeto dos "brasilienses" ganhou forma, o Second Come marcou a estréia do selo.

O primeiro álbum, You, tinha uma capa horrenda e foi gravado "nas coxas", como informa o próprio site da Rock It!. O Second Come era contemporâneo à explosão da cena grunge - uma conjunção de fatores que foi positiva, em virtude das referências sonoras semelhantes às daquela turma. O lançamento de You coincidiu com a vinda do Nirvana ao Brasil, em janeiro de 93. Na ocasião, os integrantes do trio de Seattle demonstraram apreço pelo som do quarteto, principalmente o baterista Dave Grohl. Tempos depois, ele citaria numa entrevista o nome duas bandas indies cariocas da época como boas lembranças de sua estadia tupiniquim: o Second Come e a co-irmã Dash.

I Feel Like (I Don't Know What I'm Doing) - A boa repercussão do disco catalisou um processo que culminaria no fim do grupo. Além de Grohl, o jornalista britânico Everett True também teceria elogios ao grupo. Segundo os os remanescentes, a bem-aventurança do álbum criou uma situação na qual o ego do vocalista Fábio foi inflado. Fernando comenta a situação: "Eu me lembro da época em que eu cheguei a ensaiar uma vez para um show do Eterno Grito. Na época, o Fábio só tocava guitarra e a postura dele como pessoa era diferente. Acho que essa coisa ganhou uma proporção maior do que devia porque o Second Come começou a fazer um certo burburinho. As pessoas gostaram da banda e o Fábio achou que era por ele ser maravilhoso", alfineta.

Francisco complementa: "O Fábio era outra pessoa, totalmente diferente. Ele até tinha umas babaquices, mas isso era coisa da personalidade dele. Só que a coisa foi aumentando e eu acho que era até por outras questões, problemas pessoais dele. O dia em que o Fábio se resolver, ele vai ficar numa boa", disse.

Fábio discorda da posição dos ex-companheiros e dá sua versão da história: "Eu acho esse papo engraçado porque se fala isso de todo mundo. Mas a questão é que a banda estava aparecendo bem e eu não sabia o que estava fazendo. Era apenas uma experiência e eu acho que as pessoas fazem muito barulho por nada", completa.

E foram as divergências entre os integrantes que tornaram memorável a passagem do Second Come pelo circuito alternativo. You era uma cruza entre a sonoridade cáustica que se convencionou como grunge e o melhor do rock inglês safra-80. Para muitos apreciadores, a essência do grupo está ali.

Superfriends & Enemies - As diferenças pessoais e musicais ocasionariam o fim do Second Come pouco após o lançamento do segundo álbum, Superkids, Superdrugs, Supergod and Strangers, um disco subestimado até pelo público indie. A banda faria menos de dez shows para promovê-lo - na verdade, muito pouco em se tratando de um grupo com aura cult no circuito alternativo.

Apesar dos remanescentes ressaltarem que as relações pessoais já estavam há muito desgastadas, hoje, mais de cinco anos depois, pessoas próximas ao grupo acham bobagem eleger um judas nessa jogada e se mantêm imparciais quanto à questão. Fábio concorda e chama atenção para o aspecto musical: "O primeiro disco tinha mais a ver com a banda toda, mas no segundo eu tentei fugir do grunge e dirigir as coisas um pouco mais. Mas pra agradar o pessoal, eu concordei com a entrada de algumas músicas que não gostava e isso acabou fugindo do conceito que havia delineado para o álbum. Por isso, eu digo que o grupo acabou por questões musicais", enfatiza.

Apesar disso, o baixista Francisco se mantém intransigente quanto à figura do ex-frontman do Second: "A banda não prosseguiu porque as relações pessoais estavam num ponto em que não dava mais pra continuar e o motivo dessa desandada em âmbito pessoal tem nome: Fábio Leopoldino. Eu o conheço desde 85 e não tinha mais culhão para aturá-lo", continua. Fernando chega ao ponto de se culpar por ter colaborado com a situação: "Parte da culpa nessa história é minha. Eu nunca falei pro cara: 'Cai na real'. Eu nunca podei o Fábio porque o achava maduro o suficiente para lidar com isso", resigna-se.

Ainda assim, o ex-vocalista reitera sua posição, não concordando com a alcunha de ególatra: "Se fosse por ego, eu teria saído antes. Tinha a minha turma e eles escutavam outras coisas. O que nos uniu foi o grunge, que acabou sendo o eixo da banda", conclui.

Fever Trip - Ambas as partes são divergentes até no que se refere ao último show da banda: "O nosso último show foi no Columbia, em São Paulo. A gente tocou e na volta ficamos quatro horas e meia sentados no carro, sem que nenhum abrisse a boca pra falar com o outro. Deixamos o Fábio em casa e ninguém mais se falou. Assim acabou a banda", lembra Fernando. Para enfatizar ainda mais os desentendimentos que rondavam o quarteto naquele período, Fábio diz não saber desse fatídico show: "Não lembro de ter tocado no Columbia. A gente tava armando um show lá, mas eu sai antes", disse. Entretanto, um consenso geral entre pessoas próximas data que o fim do grupo se deu quando Fábio declarou em entrevista à MTV que o Second Come havia acabado. Paralelamente, Francisco também já havia decidido deixar a banda. "Foi basicamente tudo ao mesmo tempo", lembrou Fernando.

Projetos - Aos fãs resta esperar os relançamentos ou então curtir os novos trabalhos dos integrantes do Second. Fernando Kamache atualmente toca com o Lunik 9, banda de rock básico cantado em português que possui CD-demo na praça. Com o nascimento de seu filho, o baixista Francisco Kraus deu uma parada com o Terrible Head Cream, mas promete retomar com os trabalhos em breve. Vale ressaltar a participação de Marcelo, o novo integrante do Second Come, neste projeto.

Por sua vez, Fábio Leopoldino concatena suas aspirações musicais em três projetos desde que saiu do Stellar, por razões pessoais. O principal é o Polystyrene, no qual toca todos os instrumentos - exceção feita às programações de bateria a cargo de Johann Heyss. Um CD intitulado Fair City está programado e deve contar com algumas participações especiais. Ele ainda tem fôlego para concentrar esforços no Eldorado - com participação de Dodô (PELVs) - e no Gone, grupo bissexto em que divide os vocais com Simone (ex-Dash e atualmente no Autoramas) e Johann Heyss.

( http://www.geocities.com/CollegePark/Hall/3340/second7.html )

SECOND COME
Por Marcus Marçal
Bílis

Em razão do festival "algumas pessoas tentam te fuder de novo", comemorando o décimo aniversário do selo/fanzine midsummer madness, o Second Come, cultuada banda do cenário alternativo, renasceu apenas para um show. Entretanto, as feridas que levaram a dissolução da banda ainda não foram cicatrizadas, já que a banda se apresentou desfalcada de Fábio Leopoldino ex-cantor e guitarrista do Second. Desavenças a parte, o show foi memorável, em parte pela satisfação nos rostos dos músicos. "Eu só estou nessa por diversão", diria o baixista-vocalista Francisco Kraus logo após a apresentação. Foi com ele e seu amigo Fernando Kamache, guitarrista que levamos um papo. Divirta-se!

1999 - Por que o Fábio não participou desse show na Bunker? Ainda rola alguma animosidade entre vocês?
Francisco - Vou te falar uma coisa: O Fábio não participou desse show porque ele não participa da banda. Só isso. A banda acabou em 94 e eu saí da banda porque eu já não agüentava mais um determinado clima que rolava. A banda pra mim já havia acabado. Esse show só rolou porque o Rodrigo organizou um festival pra comemorar o aniversário do Midsummer Madness. Ele perguntou o que a gente achava e eu falei que não tocava mais porque eu só tocava pra me divertir. Então eu disse a ele que a única coisa que eu achava que deveria rolar era a seguinte: Se vai rolasse um show do Second Come, eu tocaria menos com o Fábio. Isso responde a sua pergunta?

1999 - Então isso foi mesmo uma imposição da parte de vocês?
Francisco - Não, não foi uma imposição. Mas eu acho que ele também não gostaria de fazer. Não era uma coisa unilateral.
Fernando - É mútuo.
Francisco - É entre nós e ele. É uma outra coisa. Ele tem a vida dele, as formas dele, as loucuras dele, os problemas dele.... e nós temos os nossos. Eu acho que é outro caminho.

1999 - Vocês começaram a divulgar o lançamento dessa compilação pelo Midsummer Madness, então quer dizer que não existe a menor possibilidade dele participar de algum show?
Francisco - Comigo, com o Fernando e com o Cadu e eu acho difícil. Mas eu acho que ele pode fazer um Second Come dele. Não tem um Pink Floyd do David Gilmour e outro do Roger Waters? Não tem o Renaissance da Annie Haslam e outro do Michael Dumpform? Então poderiam existir dois Second Come, mas eu acho que ele não precisa disso. O Fábio é um bom compositor, é um cara legal. Além do mais, eu acho que ele tem a banda dele e não quer saber mais nada do Second Come. Então, a gente também não quer saber mais dele.

1999 - Então quer dizer que o Second Come acabou em virtude de problemas entre o Fábio e a banda?
Francisco - Sabe o que aconteceu? Eu particularmente nunca fiz entrevista depois que a banda acabou e isso é um negócio meio chato pra gente ficar falando. A banda acabou porque tinha que acabar. Eu já tocava com o Fábio desde 85-86. Então eu não tinha mais culhão pra aturar o Fábio. É que nem marido e mulher: chega uma hora em que a linha que divide o amor e o ódio é tênue. E não rolava mais nem beijinho na boca (irônico). O ódio era muito maior. A gente não aguentava mais se olhar.
Fernando - Na época, o nosso baterista já não era mais o Cadu. Era o Rayson. E pra você ter uma idéia, a gente não brigou. Isso não existiu. A gente simplesmente voltou de um show e ninguém se ligou mais. Acabou, mas eu continuei amigo do Francisco...
Francisco - Eu liguei pra ele dizendo que havia saído da banda, porque no clima que tava não dava mais. Eu não ganho dinheiro com isso, eu tinha o meu trabalho, as minhas coisas, a vida que eu queria levar e não tava aí pra me aporrinhar com viadagem. Aí eu saí da banda. Foi por aí. O Fábio já tocava na Drivellers e depois ele foi tocar com um outro pessoal no Stellarblast. Eu acho que é por aí, não tem nada a ver. Acabou.
Fernando - Foi basicamente tudo ao mesmo tempo.
Francisco - Quando eu falei que iria sair da banda...
Fernando -...o Fábio já tinha dado uma entrevista, não sei pra quem, dizendo que também não queria mais tocar. Da minha parte, já fazia um mês que eu não ligava mais pra ninguém. Pra você ter uma idéia do que rolou: a gente fez um show, na volta ficamos 4 horas e meia sentados no carro e nenhum abria a boca pra falar com o outro.
Francisco - Viu só que coisa linda (irônico)?
Fernando - Eu me lembro disso como se fosse ontem. A gente tava no meu carro, eu deixei o cara lá em Niterói, depois deixei todo mundo em casa. Falei: "Beleza, tchau!"
Francisco - Pois é. Nós fomos até lá e deixamos o cara na casa dele, em Niterói. E por causa disso, o pessoal fala que a banda é niteroiense. Só porque ele é de lá.
Fernando - Começa por aí, nós não somos de Niterói (rindo).
Francisco - Depois de deixarmos o cara em casa, a gente veio conversando e tudo. Só que eu não tinha mais saco, a realidade é essa.

1999 - Então o tal "último show" que vocês fizeram no Circo já era uma despedida?
Francisco - O último show não foi no Circo e sim, em São Paulo.
Fernando - Foi no Columbia. O show do Circo foi só o último no Rio. Na minha concepção, pra você ter uma banda é primordial que você seja amigo das pessoas.
Francisco - Tem o seguinte: eu não ganho dinheiro com isso. Quem acha isso, tá maluco. Ganha dinheiro quem conta piada. Tem até um pessoal aí que se você for procurar, você vai achar. O pessoal que conta uma piada, conta duas, três..... e aí lança 3, 4 discos contando a mesma piada. Ela até perde a graça, mas isso dá dinheiro. E a gente não está afim de fazer esse tipo de coisa, nem nunca estivemos. Eu gosto de fazer a coisa pra me divertir, eu ganho dinheiro com outra coisa. E se eu estiver afim de ganhar dinheiro com música, então vai ter que ser de outra forma. Então quer dizer que eu nunca vou ganhar dinheiro com música porque eu nunca vou fazer outro som a não o que eu faço. Por isso é que tem que rolar um clima legal para se ter uma banda. A gente entrou no estúdio pra ensaiar a convite do Rodrigo e a gente só se divertiu, cara. Foi muito engraçado. A gente errava, acertava.... mas tava bom. Não tinha ego pra gente pisa! r: "Olha, não se mexe muito no palco senão você pode pisar no meu ego (irônico)!" Não tinha esse tipo de coisa. Nesse show, acabou a luz no meio do show e ninguém ficou de mau humor. É uma brincadeira. São pessoas apenas tentando se divertir uma coisa que não rolava antes.

1999 - Quais são as maiores vantagens e desvantagens de fazer parte de uma banda cult alternativa?
Francisco - A vantagem é você poder fazer as coisas na hora em que você quer e do jeito que você quer. A desvantagem é que você não tem grana. Só isso.
Fernando - Não precisa ser cult ou não ser cult. É só você não querer fazer a coisa apenas pra ganhar dinheiro, que você entra na mesma categoria que a gente.
Francisco - Eu não vou ficar contando piada ou ficar falando coisas como "pau no c* de não sei o que" ou "vou comer o c* dela" ou "pega na manivela", esse tipo de coisa, e com isso chegar ao Rock In Rio porque isso não me interessa.
Fernando - A gente nunca tentou ser cult, mas a gente acabou virando isso.
Francisco - Se a banda chegou a algum lugar, ela chegou por chegar. Poderia até ser que algumas pessoas estudassem uma estratégia de marketing porque a banda tivesse alguma coisa cult ou algo assim, mas eu te falo com franqueza que isso não rolou comigo ou com o Fernando. E com o Cadu, menos ainda. O mesmo eu posso falar do Marcelo, que agora tá tocando com a gente. Eu sei disso porque eu tocava com ele numa outra banda (Terrible Head Cream) que era hiper-legal porque a gente tocava só pra se divertir. A gente só parou porque nasceu o meu filho e eu não tinha mais tempo.

1999 - Eu tenho aqui uma pergunta que vocês podem ignorá-la, caso não queiram responder. Vocês curtem o trabalho do Fábio posterior ao Second Come?
Francisco - Cara, eu vejo relevância em qualquer coisa. Vejo isso até no "É o Tchan", até no trabalho solo do Leonardo (irônico). Agora se é bom ou ruim, isso é vago. Cada um tem o direito de fazer o que quiser. E com relação ao trabalho dele, eu posso te dizer que não é uma coisa que vá comprar um CD ou vá ouvir.
Fernando - Eu jamais vou escutar uma banda que não tem baixo. E olha que eu sou um guitarrista.
Francisco - Eu até ouço, o Doors era legal.
Fernando - Entendo, mas pelo menos tinha alguém desempenhando o papel do baixo.

1999 - Vocês fariam um número razoável de shows, em função do possível lançamento da compilação dos dois CDs e também das fitas ou a coisa rolou só para esse show?
Francisco - Cara, a banda não existe mais.
Fernando - Isso aqui é realidade virtual.
Francisco - Como eu te disse, isso aqui foi uma festa que o Rodrigo fez e chamou a gente pra tocar. Ele está fazendo uma fita e está lançando as coisas porque ele acha legal. E a gente achou uns materiais, demos para ele e tudo mais... Não vou dizer que não seria legal se rolasse outro show. Como eu te falei, foi muito legal o clima nessas duas semanas de preparação para esse show. Eu não me sentia bem há três anos dentro do Second Come. Mesmo com dois discos lançados e o caralho, eu nunca me senti tão bem quanto nessas três ou quatro semanas em que a gente ensaiou para esse show. Isso sem levar em conta o show. Quer dizer que, se pintar alguma coisa, pode ser que a gente venha a fazer. Mas eu acho que a cena, o momento atual não está pro nosso tipo de som. Volto a falar: a gente pode fazer um show, mas não há pretensão nenhuma em retorno de banda ou fazer show pra divulgar isso ou aquilo. Se rolar, será só pela diversão. Divulgar o que? Para quem? Então a gente só faz porque a gente gosta e se as pessoas também gostam, ótimo elas vão vir e se divertir. Nós vamos rever pessoas, vai ser engraçado, aquela coisa. Fora isso, nada além.

1999 - Vou perguntar isso pelo fato de vocês terem sido uma banda da Rock It!. Algumas pessoas pejorativamente consideram a Rock It! como apenas um hobby do Dado Villa-Lobos, vocês acham que isso procede?
Francisco - Cara, se isso for um hobby, é do tipo que eu gostaria de ter.
Fernando - Eu nunca tive reclamações maiores quanto ao Dado. Ele é um cara que sempre me tratou 100% bem. Pra te falar a verdade, são 110%. Ele é um cara totalmente tranqüilo.
Francisco - Ele é legal pra cacete.
Fernando - Pois é. De todos os caras que eu conheci do chamado "mainstream", ele é o cara mais humilde, mais gente boa. Eu nunca tive problema nenhum com ele.

© 1999