TMDQA!: Sabemos que 2014 foi um ano de muitas atividades
para o Camarones. Tanto que vocês terminam o ano gravando o próximo disco. Você
pode fazer um resumo do que aconteceu nesse período?
Anderson Foca: A gente começou o ano lançando uma reunião de
singles, o O Outro Lado. A gente sabia que esse seria um ano de turnê intensa e
se preparou pra isso. Lançamos esses singles porque tinha música cover do Link
Wray, que a gente não tinha divulgado e só tinha saído na gringa, tinha também
um cover do tema do filme Ghostbusters, que também nao saiu aqui, tinha todo o
lado b de Espionagem Industrial e outros singles também. Então, a gente tinha
um material muito interessante para lançar um disco. Foi um ano muito intenso
pra gente. A gente fez uma turnê europeia enorme, fez uma turnê nacional que
foi em todas as regiões do país, tocamos de Santa Catarina a Boa Vista. Foi um
ano muito proveitoso para o Camarones e que nos deu um novo ânimo já que a
gente mudou muito de formação. Mudamos tudo, inclusive eu mudei de instrumento.
Além do teclado, comecei a tocar guitarra. E foi incrível. Estamos bem entrosados.
Foi sem dúvidas um dos anos mais produtivos e ainda estamos o encerrando já com
disco novo.
TMDQA!: Fala um pouco sobre o conceito de Rytmus
Alucynantis, o novo disco de vocês.
Anderson Foca: Se você olhar a nomenclatura, parece até um
mosquito. E na verdade é pra ser um mosquito chamado Rytmus Alucynantis que
pica a pessoa e ela fica feliz, excitada, quer dançar, quer se mexer. E isso é
muito a onda do Camarones, esse conceito do disco é muito o que a gente quer
passar. Alegre, festivo, tendo o compromisso de tocar bem, fazer uma coisa
bacana no ponto de vista do rendimento do músico no estúdio, mas isso é o
segundo plano total. O primeiro plano é que as pessoas dancem, se divirtam, se
identifiquem com algum momento da vida e se for um momento bom, melhor ainda.
Esse é o conceito do disco e é o que a gente tá tentando fazer aqui.
TMDQA!: O que diferencia o novo álbum dos anteriores?
AF: A gente procura fazer a coisa mais colaborativa possível
porque nós somos uma banda instrumental, então é tudo muito aberto. Nunca foi
uma coisa ofensiva receber gente no disco. Não é só o Molho Negro que tá
participando. O Ynaiã Benthroldo, do Boogarins, gravou uma música, a metaleira
do Móveis Coloniais de Acaju vai participar de outra. É muito por afinidade. A
gente já tocou junto com essas bandas, tanto o Móveis quanto o Molho Negro já
fizeram turnê com a gente, o Ynaiã já tocou bateria com a gente, fez turnê.
Nesse disco, Leo Martinez, que era nosso guitarrista, também participa. Kaká
Monteiro, que também tocava com a gente, também tá no disco. Na verdade, a
banda só tá crescendo. Os que já saíram continuam participando do processo.
TMDQA!: Junto com o disco, vocês já tem uma turnê planejada
para 2015?
AF: Já. Deve ter uma mudança de planos. A gente tinha pensado em fazer nesse ano metade no Brasil e a outra metade internacional, mas com o disco novo talvez seja mais inteligente fazer mais Brasil e um pouco menos internacional. Até pra esperar o que vai acontecer com essa crise, o dólar e o euro estão altos. Então, a gente tem a possibilidade de fazer um lançamento bem grande no Brasil e viajar pelo país, mas também deve pintar algo lá fora só que não na intensidade que a gente estava planejando inicialmente. Agora, o disco sai de cara em toda a América do Sul e Europa pela Scatter Records, que é um selo da Argentina. Deve sair o vinil também. Principalmente na gringa, não sei se ele chega ao Brasil tão rápido quanto lá. Ao mesmo tempo que o álbum sair no Spotify, Deezer, Itunes e pra galera baixar, já deve começar a venda fora do país.
AF: Já. Deve ter uma mudança de planos. A gente tinha pensado em fazer nesse ano metade no Brasil e a outra metade internacional, mas com o disco novo talvez seja mais inteligente fazer mais Brasil e um pouco menos internacional. Até pra esperar o que vai acontecer com essa crise, o dólar e o euro estão altos. Então, a gente tem a possibilidade de fazer um lançamento bem grande no Brasil e viajar pelo país, mas também deve pintar algo lá fora só que não na intensidade que a gente estava planejando inicialmente. Agora, o disco sai de cara em toda a América do Sul e Europa pela Scatter Records, que é um selo da Argentina. Deve sair o vinil também. Principalmente na gringa, não sei se ele chega ao Brasil tão rápido quanto lá. Ao mesmo tempo que o álbum sair no Spotify, Deezer, Itunes e pra galera baixar, já deve começar a venda fora do país.
TMDQA!: Vocês são uma banda que nunca está parada. Agora
mesmo estão terminando o intenso ano de 2014 já gravando o próximo disco. E
tudo isso movimenta a cena local e nacional. Como você vê o papel do Camarones
dentro da tão comentada cena do Rio Grande do Norte?
AF: O Camarones é meio clássico na cena. O que muitas bandas
estão fazendo agora, o que está virando rotina, nós fazíamos sozinhos ali em
2009/2010. Era fazer turnê, tocar fora, ir aos festivais, isso é uma coisa que
a gente já faz há algum tempo. Eu acho que a gente foi meio que uma espécie de
“É possível. Se eles estão fazendo, a gente também pode”. Acho que nossa
contribuição foi encorajar a galera a fazer isso. Se você olhar hoje tem Far
From Alaska, Red Boots, Fukai, Camarones, Kataphero, Mad Grinder, Moster Coyote
e muitas outras. Todas essas bandas fizeram turnê em 2014 pelo Brasil. E acho
que muitas outras irão fazer. Muita coisa vai acontecer em 2015. Tenho ouvido
uns discos que vão sair e vem coisa boa aí. Nós estamos muito bem. Não sei se a
gente já viveu um momento assim na música.
AF: Rapaz, olhe, eu já tive quase seis mil discos, só que me
desfiz dos meus discos pra fazer mais amigos. Fiz um bazar, chamei meus amigos
e mandei eles escolherem. Era R$ 5, 10 e 15. Se você fosse puxando, não era
pelo valor do disco, era pelo meu sentimental. Se eu gostasse muito do disco,
ele pagava mais caro. Se eu gostasse menos, era mais barato.
NOTA DO BLOG: Camarones toca em Aracaju próxima quinta, no Maori.
Fonte: TENHO MAIS DISCOS QUE AMIGOS
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