Um ano antes, a Tropicália se anunciava pelas mãos de Mutantes e Gil
no Festival de Música Popular Brasileira de 1967, com “Domingo no
parque” — e com Caetano e “Alegria, alegria”. Arnaldo Baptista lembra
que um amigo, ao ouvir a música crua, antes do arranjo revolucionário,
disse: “Mas isso aí não é rock não”. Ele repete a resposta que deu: “Eu
disse: ‘A gente dá um jeito’. E demos, né?”.
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Arnaldo "subvertendo" com O A e o Z ... |
A irreverência, a
ousadia, o tesão juvenil, o desafio às regras marcados nessas memórias
atravessam a música presente na caixa “Os Mutantes” (Universal), que
reúne os discos da banda produzidos entre 1968 e 1972 — além de um CD de
raridades, “Mande um abraço pra velha”, no qual estão as cinco
gravações citadas (“A voz do morto”, “Baby”, “Marcianita”, “Saudosismo” e
“Domingo no parque”) ao lado de outras oito, extraídas de compactos,
compilações dos festivais e participações em álbuns de
outros artistas. Oportunidades de ir um pouco mais fundo na obra do grupo que,
nas palavras do pesquisador Rodrigo Faour (autor dos textos da caixa), levou o rock nacional à
idade adulta.
TODOS OS SUCESSOS E ALGUMAS SURPRESAS
Os
sucessos estão todos ali. A caixa cobre o período no qual o trio
original — além dos irmãos Arnaldo e Sérgio, Rita Lee — esteve junto,
portanto, a fase de ouro do grupo: “Os mutantes”, de 1968 (“Panis et
circensis”, “A minha menina”, “Baby”, “Bat macumba”); “Mutantes”, de
1969 (“Não vá se perder por aí”, “2001”, “Qualquer bobagem”); “A divina
comédia ou ando meio desligado”, de 1970 (“Ando meio desligado”,
“Desculpe, babe”, “Chão de estrelas”); “Jardim elétrico”, de 1971 (“Top
top”, “El justiciero”, “It’s very nice pra xuxu”); “Mutantes e seus
cometas no país dos baurets”, de 1972 (“Posso perder minha mulher, minha
mãe, desde que eu tenha o rock and roll”, “Vida de cachorro”, “Cantor
de mambo”); e “Tecnicolor”, de 2000 (a partir de uma gravação feita na
Europa em 1970).
— Esses discos estão aí, circulando, mas é muito legal que as pessoas
tenham acesso a uma coisa física desse nível — comenta Sérgio. — Tive a
sorte de pegar Beatles desde o primeiro álbum, depois ouvir o segundo,
você entende as mudanças, o crescimento do grupo. Essa caixa permite
isso à molecada de 17 anos, que é o público do Mutantes hoje.
Arnaldo
toca indiretamente na ideia de crescimento ao apontar seu favorito, o
último assinado pelo trio original (em 1970 e 1972, Rita Lee lançou dois
discos solo que reuniam os outros dois colegas de banda):
— Meu
preferido é “País dos baurets”. A gente estava mais animado. Ali passa a
alegria, não só no sentido de sucesso, mas no de sangue.
http://pollyannacp.blogspot.com.br/
ResponderExcluirPollyanna: "Tenho visto muitas garotas bonitas... Como queria estar amando..."
Excluir'The Man of the World', Fleetwood.
Beijinho no seu rostinho... querida.
Grande abraço.
Walter
Meu disco prefererido é o Bauréts também.
ResponderExcluirEssa caixa É INCRÍVEL! E mais: pela enorme importância dos Mutantes para a música brasileira/rock; ela está com um valor até bem acessível.
Uma banda ser - muito bem - comparada a MAIOR BANDA DE ROCK AND ROLL DE TODOS OS TEMPOS... não é pra qualquer um, não.
O Arnaldo é uma grande estrela que caiu do céu e está pertinha de nós, às nossas vistas, oferecendo há décadas sua sensibilidade, seu amor, sua loucura, sua contracultura.
Seria um grande desejo realizado pra mim, se o Paul [Macca] convidasse o Arnaldo (e o Sergio, caso tope) e o Brian Wilson [Beach Boys] para uma apresentação... Putz, seria MARAVILHOSO!!!
Os Mutantes é, sem hesitação, uma das 5 maiores bandas de rock de todos os tempos!
1-Beatles ; 2-Rolling Stones ; 3-Led Zeppelin ; 4-Black Sabbath ; 5-Os Mutantes.
Viva a boa música. SEMPRE!!!