Bem,
grandes, grandes, só estes mesmos.
Eu nem
sabia que existia essa tal NWOTHM, nem nunca tinha ouvido falar do Skull Fist.
Mas calhou de, por uma destas ironias do destino, um dos roadies dos caras ser
brasileiro, mais precisamente daqui, de Aracaju, então acredito que, por conta
desta relação de amizade (roadies no rock, mais ainda no metal, são sempre mais
amigos que funcionários), eles resolveram dar uma esticadinha até as terras do
Cacique Serigy, já que na divulgação original da turnê que fariam pelo Brasil não
constava esta data.
Foi tudo
um tanto quanto improvisado, pois não existem espaços adequados para este tipo
de evento por aqui. Aconteceu na CHE Petiscaria, um lugar quente – muito quente
– e sem isolamento acústico. Fechado, quente (de novo) e, acreditem, sem um
misero ventilador de teto ou de parede sequer, para aliviar o calor. Não fosse
por um cantinho aberto no fundo, por onde entra alguma brisa - e vaza o som
para a vizinhança - seria uma verdadeira sucursal do inferno! O que me leva a
pensar: será que os “empresários” que se dispõem a abrir espaços alternativos
na cidade não investem num mínimo de conforto para os seus clientes porque não
há retorno de público ou não há retorno de público porque os locais não
oferecem um mínimo de conforto para qualquer um que não seja um roqueiro
adolescente ensandecido sedento de rock and roll e disposto a enfrentar
qualquer “perrengue” pra ouvir umas guitarras distorcidas? A equação é complexa
mas, a meu ver, se não há capital para a instalação nem mesmo de ventiladores,
melhor deixar quieto ...
Depois dos
locais da Berzerkers enfrentarem a sauna e, mesmo assim, entregarem um bom show
– os caras saíram do palco banhados em suor, era impressionante – foi a vez dos
canadenses encararem as agruras do rock no terceiro mundo. Além do calor
infernal tiveram som fraco e falhando, iluminação insuficiente e mal utilizada
e uma irritante insistência em entupir o ambiente com fumaça de gelo seco. Havia
momentos em que não se via nada no palco – a falta de noção era total, neste
quesito, para o desespero dos fotógrafos Victor Balde e Marcelinho Hora, que se
desdobraram para conseguir imagens decentes em condições tão adversas. E
conseguiram, o que é mais incrível! Confira você mesmo nas imagens que ilustram
estas mal traçadas linhas.
Como não
gosto de Heavy Metal (apesar de ser fã do Judas Priest) não fiquei muito impressionado
com os som dos caras, que achei inclusive meio “farofa”. Mas não há como negar
que fizeram uma grande apresentação, apesar dos irritantes gritinhos agudos a
cada 5 segundos. O vocalista e guitarrista, único membro original remanescente,
toca muito, e entregou uma perfomance visceral, com direito a todo o cerimonial
obrigatório em shows do estilo, como oferecer a guitarra para que a turma do
gargarejo, ensandecida, toque nas cordas, se jogar no chão e carregar um dos
outros membros da banda nas costas. Quanto ao repertório, não posso opinar, mas
me disseram que eles tocaram, inclusive, dois covers de clássicos do metal – em
deles do running Wild, se não me engano. Não sei. Não conheço, não gosto, não
identifiquei.
Se não
gosta porque foi e, ainda por cima, está se dando ao trabalho de escrever esta
resenha, perguntará o incauto leitor. Por três motivos: primeiro, para
parabenizar os que viabilizaram a empreitada, pois sempre torço para que as
coisas aconteçam no cenário do rock alternativo, de qualquer vertente ou matriz
– ainda mais às vésperas do Pré-caju, essa gigantesca celebração da
mediocridade que acontece todos os anos à custas do dinheiro público, apesar de
se tratar de uma festa privada. Segundo, para registrar o fato, inusitado e
digno de atenção e reverencia. E terceiro, porque é uma boa desculpa para
colocar no blog as sempre sensacionais fotos da Snapic.





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