 Cheguei  ao Clube Altemar Dutra, em Canindé do São Francisco, sertão  sergipano, num sábado, 08 de outubro de 2011, por volta das 20:00H. Era o Terceiro Alternativo Rock Canindé e a Urublues estava no palco, fazendo o de  sempre: mais e melhores blues. Na verdade não haveriam muitas surpresas  no quesito musical naquela noite, já que a escalação constava apenas de  bandas já bastante vistas e com apresentações devidamente resenhadas por  mim aqui mesmo neste espaço que nos cabe deste grande latifúndio que é a  internet. A novidade, no caso, era o local onde a Festival estava  acontecendo e o público, em bom número e, o mais importante, animado.
Cheguei  ao Clube Altemar Dutra, em Canindé do São Francisco, sertão  sergipano, num sábado, 08 de outubro de 2011, por volta das 20:00H. Era o Terceiro Alternativo Rock Canindé e a Urublues estava no palco, fazendo o de  sempre: mais e melhores blues. Na verdade não haveriam muitas surpresas  no quesito musical naquela noite, já que a escalação constava apenas de  bandas já bastante vistas e com apresentações devidamente resenhadas por  mim aqui mesmo neste espaço que nos cabe deste grande latifúndio que é a  internet. A novidade, no caso, era o local onde a Festival estava  acontecendo e o público, em bom número e, o mais importante, animado. O Clube Altemar Dutra, me parece, é um espaço público, já que ostenta uma gigantesca marca da prefeitura municipal em sua entrada. um espaço amplo, com os shows acontecendo em um salão fechado porém arejado ladeado por um grande hall ao ar livre. Na parte de baixo, um bar e uma piscina – interditada, infelizmente. Ia ser legal ver se repetir ali o banho redentor que foi a marca do encerramento do Rock-se, no longiquo ano da graça de 1998 do século passado. “Um lugar do caralho”, enfim.
 Já o público foi surpreendentemente jovem, empolgado, ativo e  participativo. A galera estava com uma sede de rock como há tempos eu  não via por estas bandas. Falo de Aracaju, claro, cuja cena está  morgadíssima, com um público apático e desinteressado que geralmente  prefere ficar na porta dos shows bebendo e jogando conversa fora. Foi  bonito (re)ver as boas e velhas rodinhas punk, os moshs com “caminha” e  as pilhas humanas que se formavam sempre que alguém caía. Tudo isto,  inclusive, com uma ampla participação feminina, e em todos os shows,  fossem eles de blues, hard rock, hard core ou heavy metal.
Já o público foi surpreendentemente jovem, empolgado, ativo e  participativo. A galera estava com uma sede de rock como há tempos eu  não via por estas bandas. Falo de Aracaju, claro, cuja cena está  morgadíssima, com um público apático e desinteressado que geralmente  prefere ficar na porta dos shows bebendo e jogando conversa fora. Foi  bonito (re)ver as boas e velhas rodinhas punk, os moshs com “caminha” e  as pilhas humanas que se formavam sempre que alguém caía. Tudo isto,  inclusive, com uma ampla participação feminina, e em todos os shows,  fossem eles de blues, hard rock, hard core ou heavy metal.
A banda que mais incendiou a galera foi a Mamutes, que entrou logo  depois da Urublues desfalcada de sua baterista, prontamente substituída à  altura por Tony Karpa, da One Last sunset. Foi jogo ganho, com a galera  cantando junto as letras das musicas, as meninas dançando e os garotos  se “esbagaçando”. Com direito, inclusive, a um quase explícito “assédio  sexual” em pleno palco protagonizado por uma garota que subiu ao mesmo e  ficou lá um tempão, se esfregando lascivamente principalmente em Kal e  Rick, respectivamente o vocalista e o guitarrista (atenção senhoras  patroas dos caras, eles não têm culpa, foi uma manifestação  totalmente  espontânea e, a princípio, sem grandes conseqüências, pelo menos que eu  saiba). “É isso aí, rock and roll é libertação”, falou Kal com  propriedade entre um urro e outro do camarada Cachorrão e antes de  chamar Silvio da Karne krua para o grand finale, uma versão turbinada de  “No fun”, dos stooges. Divertidíssimo.
totalmente  espontânea e, a princípio, sem grandes conseqüências, pelo menos que eu  saiba). “É isso aí, rock and roll é libertação”, falou Kal com  propriedade entre um urro e outro do camarada Cachorrão e antes de  chamar Silvio da Karne krua para o grand finale, uma versão turbinada de  “No fun”, dos stooges. Divertidíssimo.
Karne Krua entrou na sequencia e fez um show esporrento, com alguns clássicos do cancioneiro Hard core local cantadas em uníssono pela platéia, ainda com todo o gás e pogando muito. Bonito de ver, principalmente as garotas, que em Sergipe geralmente são muito tímidas (sim, estávamos em Sergipe, mas numa região fronteiriça, e muitos dos presentes não eram sergipanos). A karne fez, inclusive, uma bonita homenagem a Redson, do Cólera, falecido recentemente (e homenageado também no crachá de identificação do evento), com um cover de “passeatas”, e encerrou sua apresentação com uma sequencia matadora tocada no talo e sem intervalo entre uma musica e outra. Excelente.
 A banda seguinte, Hatend, de Paulo Afonso, demorou muito a se arrumar  e eu, cansado daquele bate bate chato de passagem de som de bateria,  saí para tomar um ar e dar uma voltinha na simpática praça que fica em  frente ao clube. Acabei apenas ouvindo os shows seguintes de fora mesmo,  portanto vou me abster de maiores comentários. Entrei apenas para  ajudar Luiz Oliva numa entrevista com Adalberto Feitosa, o mentor e  organizador da “parada” (com a inestimável ajuda do incansável Luiz  Humberto, agitador cultural “underground” da vizinha Poço Redondo), e  foi surpreendente: o cara tem muita história pra contar. Ele tem 50 anos  e é paulista. Conheceu Redson na Estação São Bento do metrô ainda no  final dos anos 70 e costumava freqüentar clubes paulistanos célebres,  como o “Fofinho rock clube”, que eu conheci em minha primeira visita à  cidade, em 1991. Foi neste mesmo 1991 que Adalberto se mudou para  Canindé para trabalhar na Usina Hidrelétrica de Xingó e se apaixonou  pelo local, ainda mais depois de descobrir que por aqui também havia uma  cultura “subterrânea” roqueira. Esta é a terceira edição que ele produz  do Festival Alternativo rock, sempre com muito esforço e algum  prejuízo,
A banda seguinte, Hatend, de Paulo Afonso, demorou muito a se arrumar  e eu, cansado daquele bate bate chato de passagem de som de bateria,  saí para tomar um ar e dar uma voltinha na simpática praça que fica em  frente ao clube. Acabei apenas ouvindo os shows seguintes de fora mesmo,  portanto vou me abster de maiores comentários. Entrei apenas para  ajudar Luiz Oliva numa entrevista com Adalberto Feitosa, o mentor e  organizador da “parada” (com a inestimável ajuda do incansável Luiz  Humberto, agitador cultural “underground” da vizinha Poço Redondo), e  foi surpreendente: o cara tem muita história pra contar. Ele tem 50 anos  e é paulista. Conheceu Redson na Estação São Bento do metrô ainda no  final dos anos 70 e costumava freqüentar clubes paulistanos célebres,  como o “Fofinho rock clube”, que eu conheci em minha primeira visita à  cidade, em 1991. Foi neste mesmo 1991 que Adalberto se mudou para  Canindé para trabalhar na Usina Hidrelétrica de Xingó e se apaixonou  pelo local, ainda mais depois de descobrir que por aqui também havia uma  cultura “subterrânea” roqueira. Esta é a terceira edição que ele produz  do Festival Alternativo rock, sempre com muito esforço e algum  prejuízo,  mas muita satisfação e nenhuma sombra de arrependimento. Para o  ano que vem diz contar com um apoio prometido de uma das facções  políticas locais (será ano de eleição e nessa época os recursos públicos  costumam ser mais generosos, para o bem ou para o mal), o que  viabilizaria uma espera menor por uma nova edição (a última foi há 3  anos). Convidei-o para aparecer qualquer sábado destes nos estúdios da  Aperipê FM para contar sua história no ar no ao vivo programa de rock.  Espero que role.
mas muita satisfação e nenhuma sombra de arrependimento. Para o  ano que vem diz contar com um apoio prometido de uma das facções  políticas locais (será ano de eleição e nessa época os recursos públicos  costumam ser mais generosos, para o bem ou para o mal), o que  viabilizaria uma espera menor por uma nova edição (a última foi há 3  anos). Convidei-o para aparecer qualquer sábado destes nos estúdios da  Aperipê FM para contar sua história no ar no ao vivo programa de rock.  Espero que role.
Voltei pra casa na mesma noite, apesar da viabilíssima opção de dormir por lá mesmo numa pousada que encontrei cuja diária custava a bagatela de R$ 15,00! A viagem de volta foi tranqüila, no tapetão da “Rota do Sertão”. Não fosse pelo excesso de quebra-molas, por alguns animais na pista e por uma súbita neblina na altura de Itabaiana, teria tirado o percurso, de cerca de 200km, em menos de 2 horas e meia (foram quase 3). Foi o fim de um dia divertido que começou às 11 da manhã e teve sua primeira parada em Itabaiana, onde almoçamos num simpático e aconchegante restaurante a quilo chamado Garfil, que recomendo muito. É na entrada da cidade, já no fim da avenida, próximo ao Cemitério, à sede do INSS (que ficam, oh! Ironia, um em frente ao outro) e à Associação Atlética. Fica a dica.
 Chegando em Canindé, uma outra dica é uma visita ao MAX, o Museu de  Arqueologia de Xingó, um prediozinho elegante e aconchegante que abriga  num ambiente climatizado alguns dos achados arqueológicos da região,  dentre eles utensílios domésticos e fósseis dos habitantes locais de  9.000 anos atrás. Para chegar lá, você deve virar à esquerda no trevo  que desemboca numa das praias do Rio São Francisco que ficam de frente  para a majestosa Usina Hidrelétrica de Xingó.
Chegando em Canindé, uma outra dica é uma visita ao MAX, o Museu de  Arqueologia de Xingó, um prediozinho elegante e aconchegante que abriga  num ambiente climatizado alguns dos achados arqueológicos da região,  dentre eles utensílios domésticos e fósseis dos habitantes locais de  9.000 anos atrás. Para chegar lá, você deve virar à esquerda no trevo  que desemboca numa das praias do Rio São Francisco que ficam de frente  para a majestosa Usina Hidrelétrica de Xingó.
Virando à direita, você chega em Piranhas, cidade alagoana histórica encravada entre as montanhas e o velho Chico. Vale muito a pena a visita. É uma cidadezinha muito simpática, cheia de ladeiras e casinhas coloridas, que abriga um museu dedicado às coisas do sertão e do cangaço. Foi lá, em Piranhas, que ficaram expostas, pela primeira vez, as cabeças decepadas de Lampião, Maria Bonita e demais membros de seu bando. Destaque para um charmoso e aconchegante café que fica no alto de uma torre histórica que abriga um relógio, a Torre da estação. Recomendo. Recomendo também ver o sol se por entre as montanhas às margens do rio. Muito bonito. Teria sido tudo perfeito, não fosse por uma alma sebosa que cismou de abrir o potentíssimo som de mala do seu carro e espalhar pelo ambiente uma pra lá de desagradável cacofonia de ruídos que alguns chamam de “musica” – uma daquelas “quebradeiras” baianas, pagode diluído para as massas, o que nos fez desistir de bater uma macaxeira com carne de bode pela qual vínhamos salivando há temos – ah, esses gordinhos …
Na volta para Canindé passamos por um Mirante da Chesf que estava  fechado mas que já tinha visitado em minha última passagem por lá. É  outra boa dica de passeio, já que lá você encontra diversos souvenirs à  venda e pode agendar uma visita à usina, que eu não fiz mas deve ser  interessante. Assim como interessante deve ser (certamente é) o passeio  de barco pelo rio que te leva a um banho entre os cânios e/ou à rota do  cangaço, numa caminhada pela caatinga que termina na gruta de Angicos,  em Poço Redondo, o lugar onde o bando de Lampião foi emboscado e  chacinado. Que eu saiba, há duas opções: pelo catamarã, que você pode  pegar já a partir de Aracaju, indo de van até lá, ou lá mesmo em  Piranhas: vimos um local que vende passagens a R$ 40,00.
Voltarei lá e farei isso o mais breve possível.
por Adelvan
 
 
 
Adelvan, parabéns pela linda matéria... Fico muito feliz pelo sucesso do 3º Alternativo. No proximo ano vamos preparar um grande Festival cheio de surpresas agradaveis. Em breve estarei no Programa de Rock trocando idéias contigo e com todos os ouvintes. Quando for nos visitar entre em contato comigo, tenho uns locais maravilhosos para lhe apresentar aqui em Canindé.
ResponderExcluirmassa mesmo a matéria do show, ainda contando com dicas turísticas hehe
ResponderExcluirnão resenhou a Nucleador nem a Rotten Horror. tá devendo! hehe
ResponderExcluirMurillo Viana
sei não hein,esse bicho deve ter pego uma boa grana para fazer esse merchan todo desses pontos turistiscos..kkkkkk,brincadeirinha meu caro adelvan,a resenha ficou bastante informativa e interativa,o evento realmente foi um sucesso,todas as bandas fizeram suas histórias,e o publico tava alucinado e bem participativo,valeu pela força dada ao 3# alternativo rock canindé.
ResponderExcluirquem quiser ver os videos do evento visitem o meu canal no youtube http://www.youtube.com/user/purgatoriusrecords?feature=mhum
Vou ter que concordar com todos.Foi o meu primeiro show de rock,então tenho apenas que dizer.FOI FANTÁSTICO(principalmente a URUBLEUS)!
ResponderExcluirConheço pouco,ou quase nada de rock.Mas mesmo sem conhecer,nem saber quem está cantado,eu curto e as escondidas,"me esbagaço",hehehehhe.
Aprendendo cada dia mais.Esse troço entra na mente e já é!