segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Nature

Parece mesmo que as bandas alternativas sergipanas estavam apenas esperando passar a época dos festejos juninos para colocar nas ruas (e na rede) uma impressionante nova safra de excelentes gravações. Agora foi a vez da Road to joy que, meio como quem não quer nada, me aparece no Facebook com um link para seu esperadíssimo primeiro EP. Folk rock de primeiríssima, bem gravado, com belas melodias e arranjos muito bem elaborados. Com direito, inclusive, a doses generosas de experimentação: a segunda faixa, “Summer sonnet”, com sua linha de baixo sinuosa, tem uma estrutura bastante diferente do que parece ser, a princípio, a proposta inicial do grupo – aquele folk “doce” a la Rosie and Me.

Este tipo de expectativa quanto à sonoridade deles advém do fato de se tratar de uma banda baseada nos violões e com backing vocals feminino, mas pode ser, no entanto, enganosa. Pelo menos neste trabalho, as melodias são menos doces e “fáceis” – menos “assobiáveis”. É preciso, inclusive, mais do que uma ouvida para se absorver melhor a proposta do disco. Em “Senõr Aniza”, por exemplo, a voz suave de Sabrina Porto aparece em perfeita harmonia com arranjos que beiram a psicodelia. Ela é a penúltima faixa. A “saideira”, “the other size of the river”, é bem mais pop e melódica, na linha do que eles vinham apresentando em seus primeiros trabalhos. Belíssima! Uma de minhas preferidas, junto com a que abre o disco, “wildflower”.

Fica evidente que se trata, ainda, de uma das mais promissoras formações do cenário alternativo sergipano. Espero que consigam superar o marasmo no qual estamos mergulhados em termos de produção de shows por aqui e toquem mais ao vivo. Mas se não der, tranqüilo também. Afinal, de acordo com o excelente release escrito por Flávia Sofia no site oficial da banda, “o som da Road to Joy é pra ouvir descalço, admirando o horizonte do fim da estrada, sentindo o vento nos cabelos.” Portanto, baixe o disco e faça isso. “Just do it”.

Onde? Aqui: http://www.roadtojoy.com.br

Foto por Carlos Filho

texto, Adelvan

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