quinta-feira, 4 de agosto de 2011

# 194 - 05/08/2011

“Estúdio Box e Azulejo”, banda de Lagarto com nome de loja de material de construção, abre o programa de rock desta sexta-feira, 05 de agosto de 2011. Boa banda. Influenciadíssimos (até demais, mas pelo menos é uma ótima influência) por Raul Seixas, acabam de lançar um disco virtual cujo link para baixar pode ser encontrado ali do lado, aqui mesmo, neste blog. São seis músicas com arranjos minimalistas, baseadas em acordes de violão, com boas melodias e letras irônicas que funcionam como pequenas crônicas. A gravação é boa, apesar de caseira (segundo me informaram no perfil da banda no Facebook). A maioria das músicas é bem composta e algumas, como “novo povo novo”, que encerra o disco e abre o programa de rock, têm arranjos elaborados e inventivos, mas convenhamos: “Geração Beatnike” é totalmente decalcada de “Além do horizonte”, de Roberto Carlos. É uma homenagem ? Não sei, o disco não informa.

Seguindo com as novidades, mais duas faixas que encerram discos (a galera têm caprichado): “The other side of the river”, do “Nature”, da Road to joy, e “koda”, do excelente “Godofredo”, petardo lançado pelos baianos da Vendo 147 que terá lançamento ao vivo em Aracaju em setembro, segundo anunciado antes do show da Ferraro Trio de sábado passado.

No segundo bloco mais musica extraída da excelente safra de novos lançamentos recentes de rock sergipano: Trimorfia (que não lançou nenhum EP, mas vira e mexe posta novos sons em sua página no myspace), The Baggios, Plástico Lunar e Mamutes.

Depois do Drop Loaded, um “Bloco do ouvinte” com sons “crust”/Hard core enviados da Europa por nosso correspondente informal no velho continente, Juliano Mattos. São bandas da Alemanha, Portugal, Áustria, Ucrânia e Grécia. Na sequencia, um “blocão” meio ... indefinido? Não sei, só sei que tem Killing Joke, clássica banda pos-punk precursora do rock “industrial”; Fastball, banda “powerpop” americana de Austin, Texas, que teve uma certa projeção mundial nos anos 90; The Replacements, formada em 1979 em Minneapolis e comandada pelo célebre Paul Westerberg; Ultravox, um dos principais expoentes da música eletrônica britânica na década de 80; e os americanos do spoon, fruto do “boom” do rock alternativo dos anos 90.

Fechando tudo, The Clash, que já ostentou o título de "a única banda que importa".

Have Fun.

A.

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The Clash, por Kid Vinil - O jornal inglês New Musical Express publicou, certa feita, uma matéria com o título “Por que nós amamos The Clash”, onde músicos ingleses falam da importância e da forte influência da banda em seus trabalhos. O primeiro da lista foi o músico James Dean Bradfield, guitarrista e vocalista da banda Manic Street Preachers, do País de Gales. Ele lembrava quando tinha 17 anos e viu pela primeira vez na TV o Clash tocando ao vivo num show em Manchester músicas como “What’s My Name” e “Garageland” e cita o lado carismático do vocalista e guitarrista Joe Strummer. Bradfield ressalta também a maneira com que o Clash lidava com os temas políticos em suas letras. O Manic Street Preachers regravou no single La tristessa Durera, de 1998, a música “What’s My Name” e sempre adorava tocar ao vivo outras músicas do Clash, como “Train In Vain” (veja abaixo).

Essa paixão pelo Clash também atingiu o público brasileiro, tanto que temos, inclusive, bandas que fazem tributo ao grupo inglês. Uma das mais famosas é o Combat Rock, formada por figuras importantes do punk rock nacional. Na guitarra e vocal temos o Clemente, dos Inocentes, na outra guitarra e vocal o Redson, do Cólera, na terceira guitarra o Ari, do 365, e no baixo o Mingau, baixista do Ultraje a Rigor. Com um time desses, acaba virando uma super banda e nos shows se torna obrigatória a inclusão de clássicos dos Inocentes, do Cólera e do 365.

Também é importante ressaltar que o extinto Ira! fez uma versão de “Train In Vain”, que levou o título de “Pra Ficar Comigo” e está no álbum Acústico MTV, de 2004. O vocalista Nasi e o baixista Ricardo Gaspa sempre foram apaixonados pelo Clash e citam London Calling como seu disco favorito. Nos shows ao vivo do Ira!, Nasi sempre adorava cantar “Should I Stay Or Should I Go”, do álbum Combat Rock.

O Clash lançou apenas seis discos em uma carreira quase meteórica que durou de 1977 até 1985. Disso restaram pelo menos quatro álbuns que ficaram na história do rock. O primeiro, homônimo, lançado em 1977, traz a crueza dos primórdios do punk britânico. No segundo disco, Give’Em Enough Rope, encontramos um The Clash mais produzido e pronto para encarar novos desafios depois da explosão do punk, como se dissessem “existe vida após o punk”. Isso acaba se consolidando em London Calling, de 1979, considerado um dos grandes clássicos de todos os tempos.

Em 1980, a grande ousadia do Clash foi lançar um álbum triplo chamado Sandinista!, que assustou os fãs e confundiu toda crítica, pois se em London Calling eles conseguiram êxito ao misturar uma série de estilos, em Sandinista o lado experimental de cada integrante veio à tona e alguns consideraram o disco um certo exagero e ao mesmo tempo confuso. Mesmo assim, ouvindo novamente esse disco nos dias de hoje, ele soa como uma obra-prima do Clash. A consagração no mercado norte-americano veio com o álbum Combat Rock , de 1982, com a banda abrindo shows para o The Who e com uma música no comercial da marca Levis. Alguns fãs mais radicais protestaram, mas o Clash merecidamente experimentava o gostinho do sucesso.

Infelizmente a banda começou com crises internas o que acabou gerando a saída do guitarrista Mick Jones, que levou em frente seu projeto Big Audio Dynamite. Desfalcados, ainda tentaram mais um disco, Cut The Crap, em 1985, mas esse foi o mais fraco de todos e culminou no final da banda no início de 1986.

A carreira solo dos ex-integrantes do Clash merece ser comentada, começando pelo Big Audio Dynamite, do guitarrista Mick Jones, que, completamente diferente do Clash, misturava batidas eletrônicas com reggae, funk e pós-punk. Os dois primeiros álbuns são altamente recomendáveis, This Is Big Audio Dynamite, de 1985, e No. 10, Upping St. Mick Jones também se destacou como produtor e foi o responsável pelo sucesso do grupo The Libertines, que até hoje são imensamente gratos pela produção impecável de seus dois primeiros discos.

Hoje Mick Jones, ao lado do guitarrista Tony James (ex-Generation X e Sigue Sigue Sputnick), tem um projeto chamado Carbon/Silicon, que rendeu em 2007 o álbum de estreia The Last Post. No site da banda dá para baixar gratuitamente o álbum The Carbon Bubble, de 2009. O Carbon/Silicon não tem nada a ver com Clash, Big Audio Dynamite, Genaration X ou mesmo Sigue Sigue Sputnick, é algo descompromissado de dois caras importantes do punk inglês, misturando pub rock com suas raízes de rock’n'roll, blues e até mesmo do próprio punk rock. Recentemente, o baixista Jesse Wood, filho do guitarrista Ron Wood (The Faces e Rolling Stones) juntou-se ao Carbon/Silicon .

O baixista do Clash, Paul Simonon, também já teve várias aventuras em carreira solo. A primeira foi com a banda Havana A.M. que rendeu um disco bem interessante, lançado em 1991, e que misturava suas referências do Clash com rockabilly, reggae, música latina e o estilo spaghetti western. Infelizmente a banda durou só um disco e Paul voltou a fazer outra coisa que adorava, a pintura. Em 2007, o vocalista do Blur, Damon Albarn, convenceu Paul Simonon a voltar a tocar depois de mais de dez anos dedicados à pintura. O projeto The Good, The Bad And The Queen trazia o baixista de volta aos palcos, dessa vez fazendo algo muito mais voltado para o público indie de Damon Albarn, do Blur e do Gorillaz.

Para nossa tristeza, Joe Strummer, o mais carismático dos integrantes do Clash, nos deixou em dezembro de 2002, mas sua obra será lembrada para sempre. Seus álbuns com a banda The Mescaleros são como discoteca básica para todo fã do Clash. Logo após sua morte foi lançado Streetcore, um disco fabuloso que resgatava os bons tempos de London Calling e Sandinista!

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Estúdio Box e Azulejo - Novo povo novo
Road to joy - The other side of the river
Vendo 147 - Koda

Trimorfia - sufoco
The Baggios - Get out now
Plástico Lunar - Quase desisto
Mamutes - Eu e minha guitarra

Bad Honey - cry
Vinil Laranja - Little Dulce
(Drop Loaded)

ABC Diablo - Children of Revolution
Zootic - To buy is to support
Ruidosa Inmundicia - Indiferencia
Vezelyy Rodhzer - A mne naplevat
Apolitistoi - Ekloges xamenes elpides

-> por Juliano Mattos


killing Joke - Darkness Before dawn
Fastball - Are you ready for the fallout
The Replacements - I don´t know
Ultravox - Rockwrock
Spoon - Rhytm & soul

The Clash
# Clash City Rockers
# Janie Jones
# Hitsville Uk
# Should I stay or should I go
# Police & Thieves
# Know your rights
# The magnificent seven

Um comentário:

  1. O programa começa às 20h, e Novo Povo Novo é a da cabeceira... cronometre seu relógio de parede.

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