No próximo dia 24 de agosto, o Nuclear Assault subirá a um
palco – o do Teatro Odisseia, no Rio de Janeiro –, pela última vez no
Brasil. Ícones e pioneiros do trash metal mais extremo, o grupo
nova-iorquino está rodando o mundo com a turnê Final Assault, a despedida da banda dos palcos, que passa ainda por Curitiba (dia 21), São Paulo (22), Manaus (23) e Belém (24).
“Existe uma emoção extra conforme as pessoas percebem que esta é a última vez que elas nos verão fazendo nosso thrash”, diz o vocalista John Connelly, em entrevista à Rolling Stone Brasil. Para ele, continuar tocando heavy metal para plateias de todo mundo 30 anos depois do início da banda é surpreendente: “Nunca imaginaria que as pessoas ainda dariam tanta importância à banda.”
O Nuclear Assault lançou o primeiro álbum de estúdio, Game Over, em 1986, abusando de palhetadas furiosas e baterias na velocidade da luz. As músicas eram tão rápidas que mesmo as mais densas não passavam de quatro minutos (algumas não chegavam a 1 minuto). Em seguida, vieram os registros mais conhecidos da banda: Survive (1988) e Handle With Care (1989).
Em 1989, eles chegaram a se apresentar no Brasil, junto ao Sepultura, na finada casa de shows Dama Xoc. “Continuo recordando da primeira vez, em 1989, com o Sepultura, em São Paulo”, conta Connelly. “Os fãs são super intensos e muito dedicados.”
Com músicas como “Critical Mass” e “Brainwashed”, o Nuclear Assault caracterizou-se por tecer críticas ácidas e infames à hipocrisia da sociedade. E, pelo menos segundo Connelly, esta sociedade pouco mudou em 30 anos. “O mundo está mais fodido do que nunca!”, compara.
Nos shows em Curitiba e São Paulo, o Nuclear Assault se apresenta com abertura do Exciter. Da formação clássica, apenas o guitarrista Anthony Bramante não está mais com a banda – sendo substituído por Erik Burke. O prolífico baixista Dan Lilker, que já tocou no Anthrax, segue no grupo, assim como o baterista Glenn Evans, no Nuclear Assault desde 1985.
O mais recente álbum de inéditas do Nuclear Assault, Third World Genocide, saiu em 2005, mas a banda soltou o EP Pounder, no último mês de junho – sendo este o último registro da história do grupo. “Apenas o trash metal old-school raivoso da maneira que deveria ser feito!”, descreve o vocalista.
Abaixo, leia a íntegra da entrevista com John Connelly e, em seguida, mais informações sobre os últimos shows da banda no Brasil.
“Último álbum. Última turnê. Última chance”, vocês escreveram no Facebook. Como chegaram a essa decisão definitiva?
Nós preferimos fazer alguns shows especiais para encerrar os trabalhos do que ficar fazendo isso para sempre até que isso se tornasse chato. Também é difícil continuar por causa das famílias e trabalho dos dias atuais.
O que há de mais particular em fazer uma última turnê (se é que há algo)?
Há um sentimento especial no ar. É difícil colocar em palavras, pra ser sincero, Existe uma emoção extra conforme as pessoas percebem que esta é a última vez que elas nos verão fazendo nosso thrash.
O próximo show de vocês no Brasil será, provavelmente, o ultimo de banda reunida por aqui. O que você lembra dos shows que fez no Brasil? Tem algo de que vão sentir falta?
Vou lembrar-me para sempre do Brasil como um lugar incrível para tocar. Continuo recordando da primeira vez em 1989, com o Sepultura, em São Paulo. Os fãs são super intensos e muito dedicados, por isso é um prazer tocar para eles – e tomar uma com eles também.
Há 30 anos, se você pudesse olhar para o futuro, imaginaria que faria uma turnê de despedida?
Nunca imaginaria que as pessoas ainda dariam tanta importância à banda, e justamente por isso que é uma honra [fazer a turnê de despedida].
O mais recente EP de vocês é uma clara – e poderosa – abordagem do passado, sem preocupações em soar “atualizado”. Isso aconteceu de propósito? Vocês queriam que soassem como um disco antigo?
Com certeza! Sem influências modernas. Apenas o trash metal old-school raivoso da maneira que deveria ser feito! Fico feliz que tenha notado, significa que executamos nossa ideia com sucesso.
O que você sentiu quando compôs essas músicas? Havia muita nostalgia envolvida?
Sim e não. Sou capaz de evocar o estado de espírito para compor puro trash metal quando a hora chega. Mas é claro que me fez pensar nos dias do passado também
Vocês eram bem ácidos em criticar a hipocrisia da sociedade nas letras das músicas. Décadas depois, você acha que algo mudou? Como você vê o mundo hoje em dia?
Há! O mundo está mais fodido do que nunca. A boa parte disso é que temos muito do que falar em nossas letras.
Como veteranos do heavy metal, como você encara o gênero atualmente? Acha que o metal perdeu um pouco da criatividade?
Deve ter caído um degrau no sentido da criatividade devido ao fato de que o gênero está por aí há 30 anos. Mas, mesmo quando as bandas me lembram de bandas mais antigas a elas, significa que o coração deles está no lugar certo, então não me preocupa tanto. Não ouço muita música atualmente, estou bem ocupado tocando metal extremo e isso é suficiente para mim. Prefiro ouvir um Rush ou Black Sabbath.
por Lucas Brêda
RS Brasil
Nuclear Assault no Brasil
Curitiba (PR)
21 de agosto (sexta-feira), às 20h
Music Hall: Rua Eng. Rebouças, 1645
Ingressos: entre R$ 200 e R$ 300 (há meia-entrada)
São Paulo (SP)
22 de agosto (sábado), às 19h
Clash Club: Rua Barra Funda, 969
Ingressos: entre R$ 240 e R$ 320 (há meia-entrada)
Manaus (AM)
23 de agosto (domingo), às 18h
Teatro Manauara – Manauara Shopping – Av. Mário Ypiranga, 1300 – Adrianópolis
Ingressos: R$ 240 (há meia entrada)
Belém (PA)
24 de agosto (segunda-feira), às 22h
Botequim: Avenida Gentil Bittencourt, 1445 – Nazaré
Ingressos: R$ 140 (há meia entrada)
Rio de Janeiro (RJ)
25 de agosto (terça-feira), às 19h
Teatro Odisseia: Av. Mem de Sá, 66 - Lapa
Ingressos: entre R$ 80 e R$ 100
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“Existe uma emoção extra conforme as pessoas percebem que esta é a última vez que elas nos verão fazendo nosso thrash”, diz o vocalista John Connelly, em entrevista à Rolling Stone Brasil. Para ele, continuar tocando heavy metal para plateias de todo mundo 30 anos depois do início da banda é surpreendente: “Nunca imaginaria que as pessoas ainda dariam tanta importância à banda.”
O Nuclear Assault lançou o primeiro álbum de estúdio, Game Over, em 1986, abusando de palhetadas furiosas e baterias na velocidade da luz. As músicas eram tão rápidas que mesmo as mais densas não passavam de quatro minutos (algumas não chegavam a 1 minuto). Em seguida, vieram os registros mais conhecidos da banda: Survive (1988) e Handle With Care (1989).
Em 1989, eles chegaram a se apresentar no Brasil, junto ao Sepultura, na finada casa de shows Dama Xoc. “Continuo recordando da primeira vez, em 1989, com o Sepultura, em São Paulo”, conta Connelly. “Os fãs são super intensos e muito dedicados.”
Com músicas como “Critical Mass” e “Brainwashed”, o Nuclear Assault caracterizou-se por tecer críticas ácidas e infames à hipocrisia da sociedade. E, pelo menos segundo Connelly, esta sociedade pouco mudou em 30 anos. “O mundo está mais fodido do que nunca!”, compara.
Nos shows em Curitiba e São Paulo, o Nuclear Assault se apresenta com abertura do Exciter. Da formação clássica, apenas o guitarrista Anthony Bramante não está mais com a banda – sendo substituído por Erik Burke. O prolífico baixista Dan Lilker, que já tocou no Anthrax, segue no grupo, assim como o baterista Glenn Evans, no Nuclear Assault desde 1985.
O mais recente álbum de inéditas do Nuclear Assault, Third World Genocide, saiu em 2005, mas a banda soltou o EP Pounder, no último mês de junho – sendo este o último registro da história do grupo. “Apenas o trash metal old-school raivoso da maneira que deveria ser feito!”, descreve o vocalista.
Abaixo, leia a íntegra da entrevista com John Connelly e, em seguida, mais informações sobre os últimos shows da banda no Brasil.
“Último álbum. Última turnê. Última chance”, vocês escreveram no Facebook. Como chegaram a essa decisão definitiva?
Nós preferimos fazer alguns shows especiais para encerrar os trabalhos do que ficar fazendo isso para sempre até que isso se tornasse chato. Também é difícil continuar por causa das famílias e trabalho dos dias atuais.
O que há de mais particular em fazer uma última turnê (se é que há algo)?
Há um sentimento especial no ar. É difícil colocar em palavras, pra ser sincero, Existe uma emoção extra conforme as pessoas percebem que esta é a última vez que elas nos verão fazendo nosso thrash.
O próximo show de vocês no Brasil será, provavelmente, o ultimo de banda reunida por aqui. O que você lembra dos shows que fez no Brasil? Tem algo de que vão sentir falta?
Vou lembrar-me para sempre do Brasil como um lugar incrível para tocar. Continuo recordando da primeira vez em 1989, com o Sepultura, em São Paulo. Os fãs são super intensos e muito dedicados, por isso é um prazer tocar para eles – e tomar uma com eles também.
Há 30 anos, se você pudesse olhar para o futuro, imaginaria que faria uma turnê de despedida?
Nunca imaginaria que as pessoas ainda dariam tanta importância à banda, e justamente por isso que é uma honra [fazer a turnê de despedida].
O mais recente EP de vocês é uma clara – e poderosa – abordagem do passado, sem preocupações em soar “atualizado”. Isso aconteceu de propósito? Vocês queriam que soassem como um disco antigo?
Com certeza! Sem influências modernas. Apenas o trash metal old-school raivoso da maneira que deveria ser feito! Fico feliz que tenha notado, significa que executamos nossa ideia com sucesso.
O que você sentiu quando compôs essas músicas? Havia muita nostalgia envolvida?
Sim e não. Sou capaz de evocar o estado de espírito para compor puro trash metal quando a hora chega. Mas é claro que me fez pensar nos dias do passado também
Vocês eram bem ácidos em criticar a hipocrisia da sociedade nas letras das músicas. Décadas depois, você acha que algo mudou? Como você vê o mundo hoje em dia?
Há! O mundo está mais fodido do que nunca. A boa parte disso é que temos muito do que falar em nossas letras.
Como veteranos do heavy metal, como você encara o gênero atualmente? Acha que o metal perdeu um pouco da criatividade?
Deve ter caído um degrau no sentido da criatividade devido ao fato de que o gênero está por aí há 30 anos. Mas, mesmo quando as bandas me lembram de bandas mais antigas a elas, significa que o coração deles está no lugar certo, então não me preocupa tanto. Não ouço muita música atualmente, estou bem ocupado tocando metal extremo e isso é suficiente para mim. Prefiro ouvir um Rush ou Black Sabbath.
por Lucas Brêda
RS Brasil
Nuclear Assault no Brasil
Curitiba (PR)
21 de agosto (sexta-feira), às 20h
Music Hall: Rua Eng. Rebouças, 1645
Ingressos: entre R$ 200 e R$ 300 (há meia-entrada)
São Paulo (SP)
22 de agosto (sábado), às 19h
Clash Club: Rua Barra Funda, 969
Ingressos: entre R$ 240 e R$ 320 (há meia-entrada)
Manaus (AM)
23 de agosto (domingo), às 18h
Teatro Manauara – Manauara Shopping – Av. Mário Ypiranga, 1300 – Adrianópolis
Ingressos: R$ 240 (há meia entrada)
Belém (PA)
24 de agosto (segunda-feira), às 22h
Botequim: Avenida Gentil Bittencourt, 1445 – Nazaré
Ingressos: R$ 140 (há meia entrada)
Rio de Janeiro (RJ)
25 de agosto (terça-feira), às 19h
Teatro Odisseia: Av. Mem de Sá, 66 - Lapa
Ingressos: entre R$ 80 e R$ 100
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