quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mangaba verde.

A noite de abertura do Festival "Mangaba Instrumental", que aconteceu semana passada na Concha Acústica do Oceanário de Aracaju, na Orla da Praia de Atalaia, tinha tudo para ser memorável, mas foi apenas “mais ou menos”. Principalmente porque a atração “de fora”, a sensacional Vendo 147, uma das melhores bandas de rock em atividade no Brasil atualmente, tocou pouco (acho que foi menos de uma hora de show) e com, praticamente, o som do palco, apenas. Quem já os viu em ação ao vivo pode imaginar o quanto a apresentação dos caras perde com o som assim, baixinho ...

Só comecei a curtir pra valer o show quando resolvi ir pra frente do palco: aí sim, o couro estava comendo. Eles perderam um pouco do peso, mas ganharam MUITO em qualidade desde a última apresentação que eu vi - e olha que já eram bons pra cacete!. Impressionante a riqueza de detalhes dos arranjos das músicas que fazem parte do impecável “Godofredo”, primeiro disco dos caras, à venda na barraquinha do incansável André Teixeira a módicos 15 reais. Vale ressaltar que o disquinho vem embalado num formato diferenciado, lembrando um compacto de vinil, o que enriquece as artes da capa e do encarte, de autoria do sergipano Duardo Costa – guitarrista da banda, aliás.

Voltando ao palco: descontando-se os percalços, foi uma ótima apresentação, com os músicos afiadíssimos e “viajando” em longos trechos de músicas com cara de Jam sessions que beiram a psicodelia. Com direito, inclusive, a uma estilosa bateria transparente com luzes coloridas que, me falaram, eles trouxeram de Salvador especialmente para o show. Quanto ao fato de o volume do som estar estupidamente baixo e a banda ter sido aparentemente pressionada pela produção (intimada, ouvi dizer, pela Polícia Ambiental) a acabar logo sua apresentação, o que não dá pra entender é porque este tipo de coisa acontece num evento devidamente autorizado pela prefeitura e com a impressionante lista de apoiadores/patrocinadores presente no cartaz de divulgação - especialmente por constar nele a marca do governo do estado, o que dá a entender que há algum respaldo "oficial". Ressalto que não sei se foi realmente este o motivo, mas caso tenha sido, não se justifica, já que há poucos dias a também baiana Ivete Sangalo havia aportado ali pertinho com seu megaespetáculo de gosto pra lá de duvidoso “Ao Vivo No Madison Square Garden”. Deve ser porque ela é Ivete, ela pode. Coisas de (Bu)racaju ...

As outras atrações da noite, pelo menos, não parecem ter tido o mesmo problema: tocaram em alto e bom som. E foram grandes atrações. Tudo começou com o som climático da Coutto e Orquestra de Cabeça. Primeiro show dos caras. Do que consegui assimilar, gostei. Na sequencia, Casa Forte e seu rock instrumental vigoroso e consistente. Antes da Vendo, o Ferraro Trio, que navega com classe e desenvoltura naquela frágil linha divisória que separa os estilos musicais, ora soando rock, ora jazz, ora soul, mas sempre com muita propriedade e personalidade. É uma das melhores bandas em atividade na cidade atualmente, sem sombra de dúvidas.

por Adelvan

2 comentários:

  1. Valeu pela matéria , Adelvan!! Poxa, nem sabia desse lance do som, pq no palco tava bem legal...sobre o fato do tempo, acho que tinhamos tocado todas as musicas novas e algumas do primeiro EP e como paramos de tocar outras, ai ficou mais curto msm...nao sei sobre o lance de pedirem pra terminar, não...mas vai saber tbm, neh? Abrass!!!


    Glauco Neves / Vendo147

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  2. Dimmy me confirmou aqui que houve pressão pra banda acabar logo sim. Descnfiei porque estranhei vocês não terem atendido aos pedidos de BIS.

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