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Silvio com a Maquina Blues |
O que ele tinha feito era um fanzine –
uma “revista de fã”, artesanal – mas ele não sabia disso. Soube quando recebeu
um pacote recheado de material semelhante produzido por todo o Brasil, remetido
da capital, Aracaju – o moleque era eu, e morava em Itabaiana – por Silvio “suburbano”,
vocalista da karne Krua, banda pioneira do punk rock/Hard Core local. Ali ele
entrou em contato com uma verdadeira rede subterrânea de informação que ele não
fazia a menor idéia de que existisse ...
Este foi apenas o primeiro contato
entre mim e essa grande figura, que eu conheci pessoalmente algum tempo depois
ao finalmente visitar sua lojinha especializada, a Lokaos, que ficava na
garagem de uma casa no Bairro Cirurgia. Ficamos amigos, e tenho orgulho em
dizer que a amizade dura até hoje, passados quase 30 anos. Com ele aprendi
muito, seja em conversas regadas a musica em suas lojas – agora é a Freedom, que fica na Rua Santa Luzia,
numero 151, no centro de Aracaju – ou nas inúmeras viagens que fiz acompanhando
a karne krua.
Hoje ele está completando 50 anos de
vida. Ano passado fiz uma resenha do show – mais um! - que havia acabado de ver
da Karne em Salvador, para marcar a data. Um “presente” pequeno, insignificante
mesmo, já que Silvio é o tipo de cara com uma importância tão grande que
qualquer coisa seria na verdade muito pouco para demonstrar o carinho que não
apenas eu, mas todos os que estão, de alguma forma, envolvidos com o cenário
musical independente local, temos por ele. Feliz Aniversário, “velho guerreiro”!
Por coinidência – ou não! – ontem fiz
mais uma resenha de um show no qual ele estava à frente, como vocalista. Nem
lembrava da data festiva – perdão, sou desligado desse tipo de coisa, datas e
tal. Reproduzo-a abaixo, para repetir o gesto do ano passado – quem sabe, de
repente vira uma “tradição” ...
Num cantinho do mundo esquecido pelos
holofotes da mídia de massas, a curva da coroa do meio ao lado do farol onde
fica o Capitão Cook, de onde podemos sentir a brisa marítima e o barulho das
ondas quebrando nas pedras, a Maquina Blues lançou seu mais novo “single”
virtual no dia primeiro do corrente mês. Num mundo mais justo, muito mais gente
conheceria e reconheceria este excelente “combo” blueseiro que desfila com um feeling sobrenatural um
repertório autoral impecável, conduzido pela perfomance sempre visceral do já
imortal Silvio Campos, verdadeiro pilar da musica alternativa de nosso estado.
Conheço Silvio há mais de duas décadas e posso atestar que, mesmo do alto de sua militância “roqueira” atuando principalmente nas hostes punk e Hard Core, ele sempre foi um cara aberto aos “bons sons”, de uma forma geral, e sempre nutriu o desejo de ter uma banda de blues. O sonho se materializou a partir do encontro com Melcíades, guitarrista talentoso e dedicado, e evoluiu a partir das raízes do estilo até se lapidar em composições próprias cheias de malícia e muita personalidade, incorporando elementos regionais sem “forçação de barra”.
Escudados por uma cozinha poderosa comandada pelo baixista Paulinho e pelo baterista Junior “Riqueza”, promoveram naquela noite uma verdadeira celebração, com um repertório próprio intercalado por versões de músicas de suas principais influencias confessas: Santana, John Lee Hooker e Celso Blues Boy, dentre outros. Executadas com maestria e arranjos diferenciados, com a cara da banda, sem, contudo, descaracterizar a melodia original.
Destaque para a execução de “Blues triste”, a excelente música título do single que estavam lançando, e para a participação de Adriano, ex-baterista e membro fundador, em uma das canções. Destaque também para o fato de que todos os que estavam presentes, num numero razoável, de acordo com o porte da apresentação, estavam REALMENTE presentes - lá dentro, vendo o show. Isso mesmo: não havia praticamente ninguém fora do bar, na já tradicional “Balada de porta” tão característica do local.
Outro tipo de público, certamente.
Um feito!
A.
Conheço Silvio há mais de duas décadas e posso atestar que, mesmo do alto de sua militância “roqueira” atuando principalmente nas hostes punk e Hard Core, ele sempre foi um cara aberto aos “bons sons”, de uma forma geral, e sempre nutriu o desejo de ter uma banda de blues. O sonho se materializou a partir do encontro com Melcíades, guitarrista talentoso e dedicado, e evoluiu a partir das raízes do estilo até se lapidar em composições próprias cheias de malícia e muita personalidade, incorporando elementos regionais sem “forçação de barra”.
Escudados por uma cozinha poderosa comandada pelo baixista Paulinho e pelo baterista Junior “Riqueza”, promoveram naquela noite uma verdadeira celebração, com um repertório próprio intercalado por versões de músicas de suas principais influencias confessas: Santana, John Lee Hooker e Celso Blues Boy, dentre outros. Executadas com maestria e arranjos diferenciados, com a cara da banda, sem, contudo, descaracterizar a melodia original.
Destaque para a execução de “Blues triste”, a excelente música título do single que estavam lançando, e para a participação de Adriano, ex-baterista e membro fundador, em uma das canções. Destaque também para o fato de que todos os que estavam presentes, num numero razoável, de acordo com o porte da apresentação, estavam REALMENTE presentes - lá dentro, vendo o show. Isso mesmo: não havia praticamente ninguém fora do bar, na já tradicional “Balada de porta” tão característica do local.
Outro tipo de público, certamente.
Um feito!
A.
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