terça-feira, 10 de setembro de 2013

"Depois do rock" por Karl Di Lyon

Quando se fala em "Depois do Rock", disco da CROVE HORRORSHOW, se fala em rock dos bons, enraizado na trajetória do estilo na cidade de Aracaju. Afinal de contas, o que seria desta leva de ótimas e originais bandas sergipanas atuais sem o DNA da Perigo de Vida, Fome Africana, Karne Krua ou Crove Horroshow - rock resistência do fundo do quintal ou de qualquer garagem. Não seriamos nada sem estas influencias, eles foram e serão o supra-sumo do que chamamos de rock sergipano! Esta é a verdadeira historia, e que se mantenha a procriar ótimas e legítimas bandas autorais aqui na city.

Os caras da CROVE realmente foram bala certeira neste disco. Fazem um apanhado das varias fases da banda em um registro mais do que perfeito em termos do som que foi feito em sua trajetória ate os dias de hoje - basta ouvir as introduções de "Não Mais", "Catedral", "Tanta Coisa" ou quem sabe "Tudo", com a sua linha de baixo classuda - de Fabio Snoozer - e perceber que estamos sendo levados em um tapete mágico por uma viagem pelo túnel do tempo ao passado embalados pelos chorus da Guitarra de Luiz Eduardo, presente em varias canções do disco. Ou em riffs matadores e vocais inspiradíssimos em momentos como "Barra Pesada", "Sem Grana" - esta dividindo a raiva vocal com o grande Silvio Campos da Karne Krua. Ou em "Geração Ropinol", cheia de jabs e diretos matadores daquele que é considerado um dos melhores bateristas da historia do rock sergipano, o emblemático Marcos Odara.

A Crove Horrorshow deu o seu recado - que estava guardado há um bom tempo - e mostrou que, apesar do tempo, o seu rock não desbotou e nem criou bolor. Pelo contrario, mostrou que rock ainda se faz com vontade de matar, envenenado pelo sangue da cidade, saindo muito doido pela noite, derrubando tudo que se passa pela frente, e procurando um mundo que se possa encontrar. É o rock sergipano passando por cima de tudo e de todos. É como eu costumo dizer: o rock tem que ser malvado, se não for malvado vai acabar virando algodão doce.

Esteja aonde estiver, Anthony Burguess esta dançando ao som da Crove!

por Karl, vocal da banda Mamutes

Ficha Técnica

Músicas e letras: Crove Horrorshow
Guitarra e voz principal: Luiz Eduardo
Bateria e vocais: Marcos Odara
Baixo e vocais: Fabio Snoozer
Técnico de som: André Franzon
Teclados e mixagem: Leo Airplane
Concepção e arte gráfica: Fábio Viana
Desenhos: Helder (Dj Dolores)
Fotos: Snapic

Nenhum comentário:

Postar um comentário