segunda-feira, 30 de julho de 2012

BUEMBA !!!

Em qualquer saga espacial, baixas são um acontecimento comum (e até mesmo esperado) entre os tripulantes das naves. O que não quer dizer que seja fácil.

Agora chegou a hora da espaçonave sônica chamada Retrofoguetes (foto: Sora Maia) dar “até logo” a um de seus principais tripulantes. Morotó Slim, o fabuloso guitar hero que ajudou a definir o som da banda nos seus dez anos de atividades, acaba de deixar a ponte de comando da nave. No seu lugar, assume o experiente imediato Julio Moreno. Egresso das distantes terras de além do Rio da Prata (Baia Blanca, Argentina), Julio já singrava a imensidão sideral a bordo dos Retrofoguetes há anos: há pelo menos cinco, é membro da chamada “equipe Retrofolia”, responsável pelo baile anual de Carnaval da trupe.

Mas afinal, por que Morotó, com quem o baterista Rex vem tocando em conjunto há mais de 20 anos, deixou a banda? A trajetória da dupla atravessou três bandas: a seminal Os Feios,  The Dead Billies e Retrofoguetes. Há pelo menos duas versões para a saída de Morotó – que, na verdade, se completam e não deixam margem para dúvidas: não houve briga no processo. “Eu não estava mais conseguindo acompanhar a banda no caminho que ela vem tomando nos últimos anos”, declarou Morotó. “Resolvi sair para que a banda não pare, para que dê continuidade a sua trajetória”. “E fui eu mesmo quem sugeriu o nome de Julio  para ficar no meu lugar. Apesar de ser argentino, Julio é um grande músico”, descontrai Morotó.

Já Rex, apesar de não demonstrar qualquer traço de mágoa com o velho amigo, se permite discordar: “Eu tenho uma visão diferente. Não que não seja verdade (o que Morotó diz), mas acho que faltou um pouco mais de dedicação. Pra mim, foi uma questão de disponibilidade, mesmo, de ter tempo para a banda”, acredita.

Portanto, a amizade e a colaboração mútua – incluindo o baixista CH Straatman e Julio – continua. “Além do Retrofolia, que Morotó  vai participar sempre, ainda tocamos juntos na Les Royales, nossa banda de covers de rockabilly”, lembra Rex.

A questão com Morotó, que já era antiga (“Desde ates do Cha Cha Cha, nosso disco de 2009”, segundo Rex) se precipitou para a saída definitiva do guitarrista com o anúncio, no início dessa semana, dos contemplados nos editais do Fundo de Cultura da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb-Secult). A banda terá direito a quantia de R$ 46.450 para gravar seu novo disco, já intitulado Dramascope Vol. 1. Com isso, eles já entram em estúdio neste semestre, sob a batuta do de outro colaborador de longa data, o produtor andré t.“O anúncio do edital foi o ponto de virada pra mim. Tive que tomar uma decisão definitiva”, diz Morotó. “Não vai ser fácil pra mim calçar os sapatos de Morotó. As comparações serão inevitáveis”, admite Julio. “Mas me sinto imensamente privilegiado por ter sido escolhido”, diz. Já CH dá as boas-vindas ao novo tripulante: “Julio sempre foi um cara que estava colado na gente, musicalmente e como amigo. Então foi natural ele ser efetivado na banda”, observa.

Agora, em Dramascope, os Retrofoguetes vão “aprofundar o conceito original da banda. A relação com o cinema, principalmente”, detalha Rex. “Para nós, compositores de trilhas de cinema são tão influentes quanto outras bandas de rock. Vamos trabalhar com muitos sopros, percussão, cordas, na linha do chamado spy jazz”, conclui o baterista.

MOROTÓ SLIM DÁ BAIXA NA ESPAÇONAVE SÔNICA DOS RETROFOGUETES, JÚLIO MORENO ASSUME POSTO, BANDA É CONTEMPLADA EM EDITAL PARA GRAVAR DISCO NOVO


por  Franchico

rock loco


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