segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Nucleador - Zombeers Infest Tour



DIÁRIO DE BORDO ZOMBEERS INFEST TOUR
(NUCLEADOR)

por Murillo Viana (guitarrista da Nucleador)

De mochila nas costas e uma graninha no bolso a Nucleador zarpou em direção ao sudeste. Depois de alguns meses fazendo contato com o pessoal que iria organizar nossos shows e planejando a logística incrível que é uma turnê, finalmente chega a hora de encará-la.

Muitas tralhas de bateria pra levar, malas, instrumentos e hard-cases pesados, inúmeros CDS pra vender e caminhada, muita caminhada a percorrer. Sorte a nossa que contamos com dois roadies, Rafael Findans e Biel. Dois amigos, na verdade, que resolveram nos acompanhar nessa aventura thrash.
Ao chegarmos a São Paulo, sexta feira, dia 17 de julho, fomos em direção ao bairro Consolação onde iria rolar os dois shows que iríamos fazer na cidade: o primeiro no Espaço Impróprio e o segundo no Inferno Club. Nesse dia, sexta-feira, tocaríamos no Impróprio. Antes de chegarmos lá, pegamos o metrô, que por sinal é um excelente meio de transporte, rápido e eficaz. Ao andarmos pela Rua Augusta encontramos por acaso com Thiago Babalu, Aracajuano, estudante de bateria que mora em São Paulo e que ficou de organizar o show no Impróprio, onde mora, inclusive. Chegamos ao Impróprio e fomos recepcionados pelo Renato que, junto com o Thiago, administra o espaço. Deixamos nossas tralhas por lá e fomos dar o primeiro de muitos rolês por São Paulo.

Voltando ao Impróprio pela noite, na Rua Dona Antônia de Queiroz, já dava pra ver os primeiros roqueiros chegando a casa, um squat apertado e úmido, porém, onde rola os shows é num porão mais apertado e úmido ainda, perfeito (pra mim, pelo menos)! O show de abertura foi da banda M.A.C.E. Infelizmente não acompanhei os shows das bandas, pois estava na nossa banquinha de CDS no andar não subterrâneo, mas vi uma parte do show da Bomb Threat, muito bom! Banda do ABC paulista de thrash crossover que tem uma presença de palco e riffs muito fudidos. Tocou ainda a Braindeath, banda paulista também de thrash crossover. Aliás, todas as bandas eram de thrash crossover, inclusive a Nucleador, o que não foi problema algum, pelo contrário. Todos que estavam ali amam e comem esse estilo de som todos os dias, do café da manhã ao lanchinho da madrugada. São envolvidos com a cena e super simpáticos, receptivos. Eis o ponto forte desse dia, a receptividade paulista. Conversei praticamente com todos os integrantes das três bandas que tocaram nesse dia e mais outras pessoas que simplesmente paravam na banquinha pra comprar nosso EP e acabava trocando uma idéia massa. Perguntavam como estávamos, se a viagem foi boa, se a cena do nordeste é bacana, onde iríamos dormir, se estávamos precisando de algo... Pra mim isso é mais que gratificante. Ainda conheci neste dia o Chris do Bandanos que iria organizar o show do dia seguinte e o Reinaldo do Hate Your Fate, de Cascavel, ambos gente finíssimas. Quando chegou a vez da Nucleador estrear nos palcos sudestinos estávamos cansados e famintos. Nosso show “não foi lá essas coisas”, mas deu pra animar legal. Faltou entrosamento. Qualidade esta que encontramos e muito nos shows seguintes. Ao acabar o evento ficamos lá no bar do Impróprio tomando cervejas e conversando com o pessoal que ainda restava por lá. Fomos pro apartamento de João Victor, irmão do baixista da Nucleador, o Luís Solon, onde íamos residir até irmos pro estado do Rio de Janeiro.

No dia seguinte, sábado, dia 18 de julho, o show seria no Inferno Club na famosa Rua Augusta. Demos mais rolês pelo bairro e umas cinco e meia da tarde fomos para casa de show. O local se encontrava cheio quando adentremos. Fomos recepcionados pelo Chris e pela galera da Cospe Fogo Produções. O Inferno lotou de almas nos minutos seguintes, calculo em média umas 400 e tantas pessoas. Dá-lhe crossover! Deixamos nossas coisas no camarim e já fui, como de costume, pro bar. Fiquei abismado com o preço da latinha, cinco reais. Roubo! Mas enfim, estava em São Paulo de curtição e lá a cerveja é cara mesmo, infelizmente. Enchi a cara do mesmo jeito e fiquei dezenas de reais mais pobre, mas não me arrependo, jamais. A primeira banda a tocar foi a FSD (Fidel Slam Dancer), banda paulista de thrash com uma pegada bem hardcore onde seu vocalista é uma mulher, a Sara. Apenas ouvi o show deles, pois estava no camarim nesta hora aquecendo-me pra ir tocar, seriamos a segunda banda da noite. O palco era grande, mas não o bastante pra ser monótono, estava de bom tamanho pra uma casa de show grande como é o Inferno. O equipamento de som sem sombra de dúvidas foi o melhor que já toquei com a Nucleador, impecável. Amps potentes e valvulados! Quando a vinheta da Nucleador terminou de dizer (sim, rolaram três vinhetas ao longo de nossos shows): “Ladies and gentlemen, boys and girls, dying is time here” (primeira vinheta esta tirada dos filmes Mad Max 3 - Beyond Thunderdome 1985 e da trilha sonora de Monster Squad 1987, trilha esta feita por Bruce Broughton) e nosso batera, Bruno Petoh, deu as quatro marcações no chimbal, começamos a tocar nossa introdução chamada Inthrash. Depois disso o Inferno borbulhou. A galera foi ao delírio: circle pits e moshs no show inteiro. Os que estavam encostados ao palco simulavam que eram zumbis e puxavam minha calça clamando por “brains, brains”, uma encenação linda de se ver, a galera de São Paulo representa! Quando tocamos nosso único cover, Troops of Doom do Sepultura, parece que Satanás estava em pessoa e entidade lá no Inferno, insanidade de moshs! Um dos melhores shows da turnê, com certeza, no quesito instigação do público. Tinha até quem cantasse nossas músicas levantando a mão e fazendo o sinal do capeta ou subindo ao palco pra cantar com a gente. Muito foda, inesquecível. Fui ao camarim na volta com um sorriso no rosto e fomos recebidos por quem estava lá com muito entusiasmo e vários parabéns, apagando completamente aquele sentimento de show “mais ou menos” do dia anterior. Com os instrumentos devidamente guardados fomos montar a banquinha de CDS e lá conheci várias pessoas bacanas como o Xitus do Ataque Nuclear lá de Campo Grande e o Rodrigo do Decimator de Porto Alegre, que ainda iria tocar nesta noite. Além do Gabriel do D.K.R., do Pícaro de DF que faz junto com o Poney do Violator o programa web rádio Underground Ways e o Lucca da Low Life do DF que também iria tocar no Night of Living Thrashers IV, todos pessoas maravilhosas. Vi o show do Low Life, eles tem uma pegada crossover a lá DxRxI e Cryptic Slaughter, bem rápida. Um bom show, barulhento e nervoso. Depois foi a vez da Decimator que faz um som death thrash com riffs matadores, muito bom também. Em seguida foi a vez da Bandanos de São Paulo, o melhor show da noite em minha opinião. O vocalista, Chris, comanda a banda com muito entusiasmo e pulos olímpicos, sem contar que a banda é muito coesa e faz um crossover retrô como era feito no início dos anos oitenta, maravilhoso. Finalmente a “atração” do evento, Dr. Living Dead da Suécia. A impressão que tive deles no camarim foi de pessoas frias, o que não se refletiu no palco. Foi um show bastante animado e engraçado, pois os caras usam vinhetas irônicas entre as músicas, possuem um mascote - um cara vestido de roupa amarela anti-radiação com uma pistola a laser e uma máscara verde, hilário. Sem contar que o roadie deles fica ao lado da banda fazendo papel de animador de palco com peruca e roupa colada, bem “farofa”. A galera estava se matando em moshs e circles pits. Um fato bacana a se comentar foi que o único cover que eles tocaram foi da banda Hate Your Fate do Paraná, em que seu vocalista Reinaldo, que estava no show, foi surpreendido com esta homenagem e foi convidado a cantar com os “doutores mortos vivos de máscaras de caveira que usam bandanas na testa”. Muito bacana mesmo. Depois do show fomos dar um rolê na night paulista ali pela Rua Augusta mesmo, que estava entupida de gente passando de lá pra cá, em sua maioria bêbadas e de casaco. Estava muito frio, uns treze graus. Fomos encher nossa honorável cara e comemorar o sucesso desse show memorável.

No dia seguinte, domingo, dia 19 de julho, partimos para Jaguariúna no interior de São Paulo, vizinho a Campinas. Não sei precisar ao certo quantos quilômetros da capital fica Jaguariúna, mas de ônibus levou pouco menos de uma hora e meia, perto. Chegamos lá e fomos recebidos pelo Eduardo, organizador do evento chamado RE-THRASH, produzido pela HC 80 Produções. O evento começou cedo, lá pras quatro horas da tarde e contou com a participação das bandas Artilharia, Retaliador, Metalizer e Madhouser. A cidade também é bem fria, mas o dia estava ensolarado, o que não dispensou o uso de casacos. Quando chegamos ao Local, o Bunker Moto Station, fiquei surpreendido como oitenta por cento da galera era de metaleiros coroas, quarentões e cinquentões. O que me deixou ainda mais orgulhoso. Desejo chegar a essa idade permanecendo envolvido com o underground. Batemos um rango, comecei a beber, só que menos (a noitada anterior tinha sido pesada) e ficamos na nossa banquinha apreciando o thrash metal comer solto. Não irei fazer a resenha de todas as bandas que tocaram nesse evento, mas todas elas foram muito boas. Com destaque pra banda Madhouser que já ando ouvindo há bastante tempo pelo myspace. Banda paulista de thrash metal que faz seu som com muita personalidade e executou um show impecável e instigante, o qual não me deixou ficar parada e terminei me entregando aos pulos e batidas de cabeça. Bom é assim! Tive a chance de conversar com os guitarristas do Madhouser, Marron e Beto Oliveira, dois cabras gente finas. Quando chegou a hora da Nucleador tocar estava um frio de lenhar, mesmo assim tirei meu casaco sabendo que o crossover iria me aquecer. Colocamos nossa bandeira ao fundo da parede de vidro do palco, embaixo de uma cabeça de touro chifrada que habitava no teto do mesmo e começamos com nossa desgraceira sonora. Foi o show da turnê que eu mais me instiguei. O som não estava potente, mas dava pra ouvir tudo perfeitamente. Não havia muitas pessoas, mas todas estavam pulando, fazendo caretas e batendo cabeça. Contagiei-me com esse espírito e ainda mais quando me caiu a ficha: “Estamos a mais de dois mil quilômetros de casa tocando nossas músicas próprias e as pessoas pagaram pra nos ver e cantar nossas músicas. Caralho!”. Essa epifania me encheu de alegria e insanidade e fiz minha melhor presença de palco até hoje. A banda estava muito entrosada neste dia, tocamos numa velocidade quase dobrada e quando nosso set list terminou a galera pediu bis e nós tocamos outra vez nossa música chamada Municipal Wasted - que não tem nenhuma relação com a banda americana Municipal Waste, apesar gostarmos dessa banda. A letra fala sobre um município desperdiçado pelo ciclo do lixo urbano, mas enfim, tocamos esta música outra vez e tivemos que parar por aí, pois ainda iríamos voltar pra capital paulista e ficar lá até quarta-feira de manhã. Ao terminar o show arrumamos rápido nossas coisas, fizemos os últimos contatos com a galera, últimas vendas e trocas de material e corremos pro ponto de ônibus pra pegar o metrô de São Paulo ainda aberto, o qual fecha meia-noite. Acabou que deu tudo certo e chegamos à casa são e salvos, felizes da vida. Fomos comer, beber e descansar... Merecíamos!

Ao longo da semana só fizemos dar mais rolês por São Paulo e nos divertir à noite. Fui com Findans e Biel para a Rua Teodoro Sampaio onde tem várias lojas de instrumentos musicais e acessórios do gênero. Fizemos dezenas de outras coisas por lá, mas enfim, São Paulo do caralho. Na quarta de manha fomos em direção ao próximo estado da Zombeer Infest Tour, Rio de Janeiro. Pegamos um ônibus e enfrentamos umas cinco horas de estrada. Ao chegarmos à rodoviária do Rio de Janeiro Heron e Eric, ambos integrantes da banda Uzomi, vocalista e baterista, respectivamente, estavam lá nos esperando. Fiquei muito feliz ao vê-los, os dois são figuras impares o qual ficamos muito amigos quando eles tocaram em Aracaju em dezembro de 2008. Abraços e sorrisos à parte, fomos em direção a Marica, cidade interiorana do estado onde iríamos ficar até quinta à noite. A cidade é bem de interior mesmo e onde ficamos tinha um rio muito bonito. Fomos recebidos na casa onde ficamos por Dona Gracinha, mãe do Heron. Uma senhora muito engraçada e de bem com vida, fiquei “amigo do peito” dela em poucas horas. Saímos de madrugada pra conhecer a cidade e tomamos umas cervejas no centro dela. No dia seguinte fizemos um churrasco pra descontrair. Pena que Biel ficou febril e todos estavam cansados e morgados da viagem e acabaram não bebendo a grade de cerveja (Cydra) que compramos. Menos eu, é claro. Bebi a grade toda com Dona Gracinha e ficamos ainda mais “amigos de copo”. À noite fomos embora em direção à capital e nos despedimos com dor no coração daquela casa tão maternal e de sua anfitriã. Chegando no Rio, deixamos nossas coisas na casa do Heron e fomos pra night carioca. Começamos num bar e nos encontramos com Bruno da banda Uzomi que, junto com Heron, estava organizando nosso show pelo Rio e que, por sinal, é meu camarada mais chegado da banda. Conversamos muito e vagamos pela LAPA até eu perder a consciência, minha memória apagou a partir daí. Mas lembro de um fato bem interessante: Estávamos na frente dum bar conversando sobre a galera de Aracaju e quando falamos o nome de uma garota que mora aqui, poucos minutos depois ela surgiu em nossa frente. Fiquei abismado com tamanha coincidência e pensei: se Deus não existe, Satanás, definitivamente, existe.

Quando acordei no dia seguinte, sexta feira, dia 24 de julho, dia do show, fui pra sala da casa do Heron e ficamos assistindo filmes de terror até de tardezinha quando saímos para dar um rolê pela capital. Estava uma chuva desgraçada e não aproveitamos o quanto queríamos. De noite fomos ao local do show, O Bar do Bigode lá na Rua Ceará e fiquei feliz ao encontrar figuras clássicas do underground carioca como Michael Menezes, o Stressor da banda D.A.D (Death after Death) e o Rodrigo da banda Lástima. Além é claro do Vinícius, baixista da banda Uzomi, camarada também. Conhecemos também o outro vocalista da Uzomi, Sales, cara legal da peste! Por volta de nove horas o show começou com a banda que rotulo de gore death splatter, Anopsy. Avassalador! Um power trio coeso onde o baterista, conhecido meu, Thiago Splatter, faz um vocal de porco brutalíssimo, assustador de se ver e escutar. O baixista assume o vocal gutural e o guitarrista o vocal rasgado. Puta guitarrista por sinal. Lembrou-me Erik Lindmark da banda de brutal death metal americana, Deeds of Flesh. Um show foda, o qual bati cabeça como um headbanger. Depois foi a vez das bandas Nuestro Sangue e P.R.O.I., não as vi, pois fui dar um role pela Villa Mimosa, que ficava ao lado do show, uma rua simplesmente infernal, quem já foi lá sabe o que rola. Voltei ao bar do show com a banda Cervical já tocando, banda dos caras de Macaé que iriam organizar nosso show por lá no dia seguinte. Eles fazem um hardcore meio metal core muito instigante. Depois foi a vez da Nucleador tocar, desfalcados de nosso vocalista Caio, pois ele estava em Petrópolis e no dia por lá estava uma neblina absurda, segundo ele, e os ônibus não estavam saindo. Tudo bem, isso já havia acontecido antes e não foi problema algum pra mim e Solon cantarmos. Claro que não ficou a mesma coisa, a voz de Caio bate de mil a zero na nossa, mas enfim, o show rolou insanamente. Quando foi a hora de tocar Troops of Doom do Sepultura o Rodrigo da Lástima assumiu o microfone e eu pude fazer o que mais gosto quando estou tocando, bater cabeça e fazer careta. Foi um show bastante frenético e galera reconheceu nosso esforço nos ovacionando ao fim de cada música, quase me emociono. Depois foi a vez da Uzomi tocar. Puts, o crossover mais bem tocado e instigante do Brasil, sem a menor dúvida! Com riffs enigmáticos que o Bruno, guitarrista, executa, o show dos caras acaba tendo uma atmosfera nebulosa e nervosa, por conta também da presença de palco do Heron, que é simplesmente insano ao quadrado. Esbaldei-me neste show e pra comemorar tomei mais cerveja. A última banda da noite foi a Ematoma, banda veterana de crust crossover. Muito bom o show dos caras que estavam desfalcados de seu segundo guitarrista Caio Barba, o qual também mantenho contato. Um fato marcante neste show foi o dono do bar, o Seu Lopez. Certa altura do show ele se encontrava bêbado e feliz e nos presenteou com cervejas, batatas fritas e dinheiro. Sim, o cara deu uma graninha legal pra gente. Por essa eu não esperava. Alegou que gostou muito de nosso show e se identificou conosco por sermos do nordeste, ele nascera no Ceará. Bem legal isso. Quando o show terminou pegamos um táxi e fomos dormir, pois no dia seguinte já rolaria outro show em outra cidade.

No sábado, dia 25 de julho, nos despedimos de nossos amigos cariocas e fomos pra rodoviária pegar um ônibus pra Macaé. Ao chegarmos lá fomos recebidos pelo Junior, baterista da banda Cervical. Um cara super gente boa que nos levou de carro pra conhecer alguns lugares de Macaé, que é uma cidade bem pequena que se mantém com base quase que completamente no petróleo. Ele nos levou pra casa de show onde iríamos tocar, chamada Espaço Aéreo, pra deixar logo nossos instrumentos, um pub bem bacana onde conheci o Pascal, organizador do show. Em seguida o Junior nos conduziu até a pousada (uma novidade) onde iríamos dormir aquela noite. Demos uma descansada por lá e fomos pro show que ficava a poucos metros da pousada. Por lá fizemos nossa banquinha e ficamos apreensivos com a não chegada de Caio, nosso vocalista. Ele só foi chegar dez minutos antes de tocarmos. Antes disso rolaram as bandas Nuestro Sangue, Unatural, RD, Sanhaço e Trapos. Sinceramente só gostei da Nuestro Sangue, o perfil das bandas que tocaram lá era de metal core, estilo que não sou muito fã. Quando subimos ao palco o crossover comeu solto. Foi um show bem frenético e não sessamos a madeira sonora por nenhum instante, foi muito bacana. Apesar de ser o show que deu menos gente, os que estavam lá bateram cabeça e pularam com a gente e isso já me satisfaz. Depois da Nucleador foi a vez da banda da única banda de thrash metal, tirando a gente, se apresentar, a Dark Side. Dessa sim eu gostei, muito bacana. Fazem um thrash mais cadenciado e com riffs redondos, muito bom. Terminando o show fomos pra pousada descansar, pois o cansaço e a saudade de casa já estavam “batendo na porteira”. Comemos um miojo nojento e fomos dormir pra no dia seguinte pegar mais estrada e fazermos nosso último show da turnê.

Acordando no domingo, dia 26 de julho, comemos pouco, pois tínhamos sido informados que havia uma churrascada esperando a gente em Campos dos Goytacazes, por isso acordamos bem cedo. Pegamos o ônibus e quando chegamos em Campos fomos recebidos pelo Vanildo da banda AxOxB e pelo organizador do evento chamado People Flex, o Gustavo. Grande cara, um dos organizadores que mais troquei idéia. Fomos de carro em direção ao churrasco e lá soube que o evento ia começar às três horas da tarde. Acabou que na realidade começou seis. Ainda lá no churrasco, que foi na casa do Bob, baixista da banda AxOxB, figurassa, conhecemos outros roqueiros por lá e enchemos a pança pra logo em seguida irmos pra casa de show, o Jayminho´s Bar. Estamos muito cansados, especialmente nosso batera, o Bruno Petoh, que ficou doente neste dia, mas foi guerreiro e tocou com a mesma empolgação de sempre. Fiquei de rolê pelo show o tempo todo e deixei Bruno lá na banquinha descansando, troquei idéia com várias figuras pra passar o tempo. Quando foi nossa vez de tocar reuni todas minhas forças restantes pra fazer um show bacana e não deu outra. A galera estava muito insana, circle pits e moshs que só tinha visto anteriormente em São Paulo no show do Inferno. A galera cantava nossas letras e batiam cabeça, davam mosh em cima de uma prancha de body board, jogavam nosso vocalista pro mosh e por conta disso foi um dos shows mais animados da turnê, fechando assim com chave de ouro essa aventura thrash. Nesse evento tocaram as bandas Antes da Guerra, Lefthand, AxOxB, Resíduos e Evil Invaders. Depois do show fomos comer numa lanchonete e em seguida pra casa do George, vocalista da banda Resíduos, onde iríamos dormir. O Gustavo ficou conosco o tempo inteiro nos dando suporte e só foi embora quando subimos para o ônibus no dia seguinte em direção à rodoviária do Rio de Janeiro. Chegando lá, pegamos um táxi pro Aeroporto do Galeão em direção a casa.

Bem, fiz esse diário de bordo com intenção de informar os fatos que aconteceram na tour da Nucleador com base no meu ponto de vista e na ordem cronológica dos acontecimentos. Só queria dizer que foi uma honra passar todos os momentos com o pessoal de minha banda e com todas as pessoas envolvidas nos shows de todas as cidades. Pra mim foi uma realização pessoal tocar no sudeste e espero que cada vez mais e mais bandas do nordeste e de meu estado querido, Sergipe, tenham condições de ir tocar sempre mais além, pois criatividade nós temos de sobra, basta comprometimento. A quem leu todo esse diário, obrigado.

Stay Intoxicated!


Vinhetas que a Nucleador usa nos shows:

- 1ª vinheta: http://rs537.rapidshare.com/files/262261536/1__vinheta_show.mp3
- 2ª vinheta: http://rs696.rapidshare.com/files/262267501/2__vinheta_show.wav
- 3ª vinheta: http://rs735.rapidshare.com/files/262269551/3__vinheta_show.mp3

Myspace de algumas bandas que tocaram conosco na tour:

- Bandanos (são paulo): http://www.myspace.com/bandanos
- Low Life (dist. federal): http://www.myspace.com/lowlifecrossover
- Dr. Living Dead (suécia): http://www.myspace.com/doctorlivingdead
- Bomb Threat (abc sp): http://www.myspace.com/bombthrasher
- Braindeath (são paulo): http://www.myspace.com/brainthrash
- M.A.C.E (são paulo): http://www.myspace.com/macecrossover
- Madhouser (são paulo): http://www.myspace.com/madhouser
- Uzomi (rio de janeiro): http://www.myspace.com/uzomicrossover
- Cervical (macaé): http://www.myspace.com/cervical
- Decimator (porto alegre): http://www.myspace.com/decimatorthrash
- Anopsy (duque de caxias): http://www.myspace.com/anopsy

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