sexta-feira, 6 de maio de 2011

Korzus, uma entrevista

Confirmado no Rock in Rio desse ano, com um disco novo debaixo do braço e depois de uma turnê europeia, Korzus volta a ocupar destaque no heavy metal nacional e celebra bom momento.

por Marcos Bragatto
REG

Depois de voltar da primeira turnê na Europa em quase 20 anos, o grupo recebia amigos e parentes do estúdio Mr. Som, em São Paulo, onde o vocalista Marcello Pompeu e o guitarrista Heros Trench ganham a vida. Eram quase nove da noite quando a TV começou a passar o clipe da música “Truth” em pleno “Jornal Nacional”. Era a confirmação, direto de um evento em Ipanema, no Rio, de que o Korzus vai tocar no Rock in Rio desse ano, junto com convidados especiais que formam o chamado “The Punk Metal Allstars”. Uma notícia que, somada à tal turnê, à boa repercussão do novo álbum, “Discipline Of Hate”, e ao show de abertura para a alma gêmea Slayer, em junho, atesta que o Korzus está mesmo em alta no mercado.

Nada mais justo para o grupo que, formado em 1983, é um dos pioneiros do metal nacional e teve dias de glória no auge do thrash, nas décadas de 80 e 90. Quando o Sepultura dava as cartas, o Korzus vinha logo em seguida. Quem não se lembra do álbum “Mass Illusion”, de 1991, e do clipe para a música “Agony”? Depois de uma sumida, o grupo voltou com força total com o excelente álbum “Ties Of Blood”, lançado em 2004, tendo Pompeu e Heros já como produtores e impulsionadores dessa nova fase. Depois de um tempo para se reestruturar, o projeto de internacionalizar de vez a banda começa a dar frutos: “Discipline Of Hate” sai na Europa pela AFM Records e a turnê pelo Velho Continente agrada de vez a gravadora. E o clipe de “Truth”, a essa altura, já bate as 130 mil visitas.

A formação atual conta, além de Pompeu e Heros, com Antônio Araújo (guitarra, que estreia em disco), Dick Siebert (baixo) e Rodrigo Oliveira (bateria). Mas no Rock in Rio, no Palco Sunset, espaço do festival destinado a encontros de mais de uma banda e/ou artistas, o show é com o The Punk Metal Allstars, que tem o guitarrista do Dead Kennedys, East Bay Ray; o ex-vocalista do Misfits, Michale Graves; o guitarrista do Exodus, Gary Holt; e o líder do Destruction, Marcel Schmier. Nessa entrevista exclusiva ao site Rock em geral, Marcelo Pompeu faz um balanço do bom momento, conta alguns detalhes do show do Rock in Rio, avalia criticamente a cena do metal nacional e fala dos próximos projetos, que incluem um novo álbum e mais uma turnê no exterior para este ano. Aproveitem:

Rock em Geral: Como foi a turnê que vocês fizeram uma turnê pela Europa agora no primeiro semestre?

Marcello Pompeu: No total foram 17 shows, em 22 dias. Começamos na Áustria e de lá fomos para a Alemanha, depois Suíça e Bélgica. Foi uma turnê junto com o Ektomorf, uma banda húngara residente na Alemanha, um pouco mais conceituada na Europa. Eram essas duas bandas e tinham outras duas de abertura. Foi ótimo, os shows foram em lugares que já são tradicionais no heavy metal mundial. Gostamos muito dessa turnê porque trouxe uma repercussão muito grande, conseguimos mudar radicalmente a visão da gravadora em relação ao Korzus, assim como acabamos tendo vários contatos ótimos em relação a produtoras de shows para as próximas turnês.

REG: A gravadora não estava acreditando muito em vocês?

Pompeu: É uma banda nova na Europa, e o nosso forte mesmo é o palco. No show de Hamburgo toda a cúpula da gravadora estava lá, foi ótimo, porque eles viram o show e mudaram completamente a concepção em relação à banda.

REG: Qual dos shows foi o melhor?

Pompeu: De público eles eram muito parecidos, tirando o ultimo show, da Bélgica, que eram basicamente os nossos amigos, foi mais uma festa. Todos os outros tiveram uma média de público muito parecida, as casas sempre lotadas. Para mim o que ficou foi o mais importante, o de Hamburgo, por causa da presença da gravadora e das principais agências de show da Europa. E nós fizemos um puta show maravilhoso, acabou tendo uma grande repercussão. Esse foi o show mais importante para nós. Hoje heavy metal na Europa é Alemanha, e a capital do heavy metal na Alemanha é Hamburgo.

REG: Qual foi a ultima turnê na Europa?

Pompeu: Foi em 1992, né? Na verdade sempre tivemos várias propostas nesses anos, mas nenhuma que tivesse a grandiosidade do Korzus. Uma coisa séria, bem dirigida, bem montada. Eu não vou sair daqui pra ficar fazendo acampamento na Europa, tocando em botequinho pra ganhar a cerveja. Temos outro padrão de vida aqui, e, no mínimo, uma turnê na Europa tem que condizer com isso. Sabemos que é um caminho novo, que somos uma banda nova, estamos começando um trabalho, mas também não é por isso que vamos fazer loucura, porque para ir de qualquer forma para a Europa eu prefiro ficar no Brasil.

REG: E o disco novo, “Discipline Of Hate”, tá rolando legal lá?

Pompeu: Tá indo bem. Depois da turnê deu um impulso muito grande, todos os CDs daqui do Brasil e aqueles que a gravadora forneceu foram vendidos. Toda a merchandise foi vendida, e os números, agora, na gravadora, dobraram. Tanto que era para fazermos uma turnê no meio do ano, nos festivais, mas deixamos para o final do ano, porque estamos com uma proposta melhor para o Leste Europeu entre outubro e novembro. A ideia era fazer duas turnês na Europa em 2011, não três. Todos temos outros compromissos na música aqui. Os festivais vão ficar para o meio do ano que vem.

REG: Esses dois álbuns que marcaram a volta do Korzus (“Ties Of Blood” e “Discipline Of Hate”) são bem pesados e parecidos. Como você compararia os dois?

Pompeu: Ah, é a sequência do trabalho, são músicas diferentes, mas no mesmo estilo thrash metal que é a marca do Korzus. Em todos os discos a gente tenta colocar elementos diferentes, algumas músicas malucas com elementos que em geral nós não usaríamos. Temos a tradição de sempre fazer uma homenagem ao punk/hardcore, que nesse caso é “Hypocrisia”, sempre em português (em “Ties Of Blood” é “Correria”). A gente tem uma ligação grande com esse tipo de música. Mas esse disco é uma sequência do “Ties Of Blood”, é rápido, pesado, às vezes com grave, com groove. Colocamos um pouquinho mais de melodia do que nos trabalhos anteriores. Já estamos fazendo novas músicas e queremos fazem um álbum anda melhor que o “Discipline of Hate”.

REG: As músicas desse disco são todas novas ou tem coisa que ficou do anterior?

Pompeu: Tem uma regravação de uma música que só entrou como bônus no disco do “Monsters Of Rock” (“Live At Monsters Of Rock”, de 2000) , “Last Memories”. Todas as outras são inéditas, inclusive tem música que não entrou, umas duas ou três, que guardamos para o novo trabalho.

REG: Houve mudança do guitarrista, entrou o Antônio Araújo no lugar do Silvio Golfetti…

Pompeu: É mais uma cabeça pensante, mas o principal de tudo não é ele trazer influência ou modificar isso ou aquilo. O mais importante era ele se ajustar ao nosso estilo, entrar na nossa família e se ajustar ao nosso estilo, e o Antônio foi perfeito nisso. Quando ele pegou o sentimento musical da banda, ele desenvolveu muito, fez muitas músicas e letras, trouxe muitas ideias. Foi um cara bem atuante na concepção e na composição do “Discipline Of Hate”.

REG: O Silvio tocou numa música…

Pompeu: O Silvio tinha uma ligação muito grande, era a despedida dele da banda, então nada mais justo do que entrar alguma coisa com ele. Nesse disco, inclusive, tem uma composição dele, que é a “Slavery”.

REG: A saída foi tranquila, então…

Pompeu: Foi uma opção dele, nem me compete analisar. Em nenhum momento a banda queria que ele saísse, não foi uma opção da banda, e sim dele.

REG: Você e o Heros têm produzido os discos do Korzus. Não há a necessidade de ter um produtor de fora da banda?

Pompeu: Somos muito abertos para essas coisas, para mim e para o Heros, tanto faz. Mas as pessoas que gostaríamos que produzisse um álbum nosso são pessoas muito caras, é inviável nesse momento. Então, em vista do que eu posso pagar, prefiro fazer que eu me garanto muito mais.

REG: Quem são esses produtores caros a que você se refere?

Pompeu: O Andy Sneap (Arch Enemy , Megadeth) é um cara que eu gostaria muito que fizesse uma produção do Korzus. O Rick Rubin (Slayer, Metallica)… Mas esse é um outro patamar financeiro. A coisa ali é mais difícil. Fora esses nomes, seria só para colocar o nome de um gringo para ver se vai acontecer alguma coisa na carreira. Mas se a música não falar, não adianta. Em questão de qualidade nós nos garantimos muito. A turnê foi boa até nesse sentido, tem banda lá de fora que tá conversando com a gente para produzir álbuns internacionais. Até nisso o disco tá dando retorno.

REG: Com rolou o convite para tocar no Rock in Rio?

Pompeu: Sei lá, eu acho que a banda tá em alta, é um momento muito bom. A carreira da banda cresceu muito com esse disco, e mesmo de uns dois ou três anos pra cá. Ficamos quietos em 2009, sem tocar, só preparando uma estrutura, montado as coisas que nós precisávamos para poder entrar nesse projeto que é a internacionalização do Korzus. É um trabalho que tá dando resultado, estamos recebendo de volta tudo o que foi investido e pensado. Esse é um álbum de sucesso, não é porque é a minha banda e eu produzi, mas ele tá com uma aceitação ótima aqui no Brasil. A nota mínima que tivemos foi 9,5! Lá fora também tivemos grandes resenhas. Enfim, é um momento de alta da banda. Então nada mais justo do que aparecer o Rock in Rio na sua vida. Não foi nada programado, estávamos na Europa em turnê, sabíamos que houve a sondagem, mas não sabíamos no que ia dar. Quando chegamos no Brasil houve uma festa meio surpresa aqui no estúdio, com familiares, amigos. Foi mais ou menos na hora do “Jornal Nacional”, e, de repente a gente vê o nosso videoclipe e a confirmação do nosso nome. Nosso empresário rindo, porque tava guardando a notícia à sete chaves. Acho que é o reconhecimento de tudo que o Korzus já fez pelo metal, do que representa o heavy metal brasileiro e uma coroação desse momento de alta da banda.

REG: É o melhor momento de todos os tempos ou teve outros na fase inicial?

Pompeu: Eu acho que é o melhor momento, com esse time. Essa produção que trabalha com a gente, tanto a equipe brasileira como a equipe alemã, nós estamos muito bem estruturados. A nossa cabeça também é completamente diferente da dos anos 90. Hoje, todo mundo vive do heavy metal, vivemos de música, somos música 24 horas. É uma outra situação completamente diferente. E o momento é melhor porque te proporciona uma situação melhor. E hoje o tamanho do metal no Brasil é outro, você não pode comparar a fase de hoje com vinte, vinte e poucos anos atrás. O público era menor, os espaços eram restritos, a mídia era pequena. Porque nós não precisamos da mídia normal, temos a nossa própria mídia no heavy metal, impressa, virtual, TV e rádio. Hoje é completamente diferente e por isso eu posso dizer que esse é o melhor momento da banda. A tecnologia está do nosso lado. Dois integrantes da banda são produtores, tudo facilita na nossa carreira.

REG: Você preferiria tocar no Palco Mundo (o principal) do Rock in Rio, ou o Palco Sunset tá de bom tamanho?

Pompeu: Eu não me preocupo com isso, vou lá para mostrar meu trabalho, e tenho certeza que naquele momento, na hora da nossa apresentação, todos que estiverem dentro do festival vão para frente do palco, porque não existe coincidência de horários. Tem um lance de eletrônico lá, mas o público headbanger não vai se ligar nisso. Então, se não tem outra atração no mesmo horário, é indiferente se é Palco Mundo, país ou cidade, o importante é fazer parte da história do maior festival de música do mundo. Queremos fazer uma grande apresentação para, quem sabe, no futuro essa parceria com o Rock in Rio possa perdurar por anos. Daqui a dois anos vai ser no Brasil de novo, tem a versão em Lisboa, em Madri. Se fizermos um bom trabalho, e da forma que estamos trabalhando na Europa, temos tudo para tocar em outras edições no festival, no Brasil e no exterior.

REG: E os convidados? Como vai ser o show?

Pompeu: Há pessoas que fazem a direção do trabalho do Korzus – brasileiros e alemães -, estamos muito bem assessorados. Então os convidados foram escolhidos por eles, nós estávamos na Europa e eles estavam aqui e tinham que ter os nomes. Houve o convite, foi passado o formato da apresentação, e eles, para viabilizarem o negócio, já foram atrás dos nomes. O Schmier (Destruction) é grande amigo nosso, o Gary Holt (Exodus), que foi o primeiro nome sugerido, também é um grande amigo do Korzus. Tem o rapaz do Dead Kennedys, o East Bay Ray (guitarrista), que eu vou conhecer agora, assim como o Michael (Graves), do Misfits. Mas tenho certeza que vai dar tudo certo, estamos nos comunicando por e-mail, só falta se conhecer pessoalmente mesmo.

REG: Não vai ser um show normal do Korzus…

Pompeu: Nós temos uma hora de apresentação e vai ser dividido em duas partes: 20 minutos de Korzus, meia hora com o Punk Metal Allstars, e depois o Korzus volta e faz os dez minutos finais para encerrar. É uma coisa muito legal, vai ter várias surpresas, vamos tocas as conhecidas com os nossos convidados para a galera pode se divertir e cantar junto. Como eu disse, a escolha dos nomes foi boa porque nós temos essa ligação muito grande com o punk e o hardcore. Então ter um nome do Dead Kennedys e um nome do Misfits é sensacional.

REG: Já tem mais ou menos o repertório do show?

Pompeu: Ah, vamos fazer umas surpresas, nós vamos chegar antes, temos um esquema armado para os ensaios. Mas todo mundo já vai ter feito a lição de casa antes, e só vamos ver como as coisas vão soar. Estamos bem felizes com isso e os convidados estão honrados com esse convite.

REG: Tinha outros nomes que vocês queriam chamar, mas não conseguiram, por questões de agenda?

Pompeu: Para te falar a verdade eu não sei, porque quando chegaram esses nomes eu já aprovei na hora, porque gosto muito de todas as bandas que estão envolvidas. A única coisa que ficou mais difícil foi esse problema do Gary Holt, que passou a tocar com o Slayer e ninguém sabe o que é direito (Holt está substituindo Jeff Hanneman, que se recupera de um problema no braço). Quem pode entrar no lugar dele é o rapaz do Suicidal Tendencies (Mike Clark), mas não sabemos direito como vai ser, na verdade. Só vamos saber no dia 9 de junho, quando vamos tocar com o Slayer aqui em São Paulo e vamos saber direitinho sobre toda essa situação.

REG: Outro dia o Gary Holt não pode tocar e quem tocou foi o guitarrista do Cannibal Corpse

Pompeu: Vamos analisar isso direitinho, vamos estar com eles no dia 9 de junho e poder ver todo esse tipo de posição. Quem sabe a gente não venha com um nome muito maior, uma surpresa muito maior?

REG: Está animado com a abertura para esse show do Slayer?

Pompeu: É o momento de alta que eu falei, um convite maravilhoso que surgiu pra gente, não temos do que reclamar. Sempre falam que o metal é isso, que as pessoas são aquilo, que ninguém apóia isso ou aquilo outro. Eu sou um hipócrita de marca maior (risos). Acho sensacional a fórmula do Rock in Rio, o valor do ingresso e sem esse negócio de pista vip, pista diabo, pista anjo… isso é ridículo. Há pouco tempo eu estive em Florianópolis para o show do Motörhead, e tinha pista vip numa casa que mal cabiam 1500 pessoas. Então eu tenho que aplaudir a iniciativa do Medina (Roberto Medina, presidente do Rock In Rio) em fazer uma coisa única, de acabar com essa palhaçada. Para o Rock in Rio seria muito fácil colocar a pista diamante, pista prata, pista ouro e a pista pérola e ganhar muito mais dinheiro. Que sirva para outros produtores esse exemplo. Com o maior festival de música do mundo nas mãos, ele já tem a filosofia dele, consegue enxergar um pouco além do que os olhos podem ver. A pessoa que gostaria de ficar próxima do palco, que é o grande fã que chega um dia antes, fica, não aquele que tem mais dinheiro. A iniciativa do Medina de preço único de ingresso é um tapa de luva de pelica em todos os outros produtores. Não vou condená-los, cada um sabe onde a água bate, mas vamos pensar numa forma onde se possa privilegiar a todos.

REG: Como você vê a cena metal no Brasil hoje?

Pompeu: Eu vejo um crescimento muito grande na cena nacional, logo mais vai ter disco novo do Sepultura (“Kairos”), que eu tenho certeza que vai ser um arregaço. Nesse ano de 2010/2011, tudo que saiu de banda brasileira foi muito bom, a cena tá muito forte, muito mais do que meia dúzia falam aí na mídia. Esses que ficam metendo o pau são pessoas que perderam seu espaço por “n mil motivos”. Tanto por qualidade de trabalho como posição pessoal e por caráter. São palavras que entram por um ouvido e sai pelo outro. Porque heavy metal não é isso, heavy metal não tem dia para se comemorar. Heavy metal você ouve todos os dias e comemora todos os dias. Eu não concordo com esse tipo de filosofia, eu não concordo com benefícios próprios, com o nome de um estilo musical, que quando eu comecei as pessoas nem eram nascidas. E não concordo com uma pessoa determinar quais as principais bandas, as maiores bandas do Brasil, e se colocar. Eu não concordo com isso.

REG: Você está se referindo a quem exatamente?

Pompeu: Eu não quero dizer nomes porque não vem ao caso, mas todo mundo sabe. Se você se aprofundar um pouquinho dentro do heavy metal, vai entender o que eu tô falando. Ficar dentro do Facebook buscando votinhos, “apoinhos” e coisinhas… Se é tão grade porque que vai fazer isso? Só diz quer vai fazer um show que tem que encher, essa é a real. Faz como o Sepultura, come quieto. Essa sim é a maior banda do Brasil, da história do heavy metal brasileiro. Max Cavalera e Iggor Cavalera fazem parte de uma outra história do Sepultura. O Sepultura é com o Derrick (Green, vocalista) e com o Jean (Dolabella, baterista), e eles tão fazendo um puta som, tão com uma banda sensacional, uma equipe maravilhosa, de alta qualidade. A gente só tem que aplaudir.

REG: Eles também estão num momento muito bom…

Pompeu: Maravilhoso, por isso que eu digo, o que tá acontecendo hoje é que o heavy metal brasileiro tá sendo medido pela qualidade do artista. Como tem esse Violator, que tá crescendo muito, é sensacional. É verdadeiro, é de qualidade, é para fazer sucesso mesmo. Eu aplaudo. Tem o Torture Squad, que a cada ano cresce mais nesse país. O Angra voltou com força total, com um disco maravilhoso. É uma banda muito importante para o metal brasileiro, porque heavy metal não é só thrash metal, tem o melódico, tem o prog. Eu fui num show do Krisiun no Hangar 110 (casa de shows em São Paulo) há pouco tempo, foi espetacular, tava lotado. Tem pessoas que em vez de dar um tempo, voltar a ter qualidade, fazer um trabalho bombástico e ser honesto consigo próprio e com o estilo que representa, não fazem isso ficam falando um monte de besteira. Correr atrás de verba cultural para beneficio próprio e o caramba… Vai fazer trabalho filantrópico!

REG: Tem alguma coisa do disco novo que você pode adiantar?

Pompeu: Eu sou suspeito, vou dizer que tá ficando maravilhoso. Já temos muitas ideias, estamos selecionando, cada um grava coisas e mostra para todo mundo. Tem músicas do Antônio que encaixa na música do Heros, tem música do Rodrigo que encaixa na música do Dick e por aí vai. Tá ficando sensacional, é a sequência do “Discipline Of Hate”, cada vez mais com uma coisinha para determinar mesmo o nosso estilo, a nossa história e aquilo que nós defendemos no heavy metal. Mas nada para tocar ainda, estamos na fase de divulgação desse novo disco. É que estamos com uma formação maravilhosa, então não tem como ficar sem compor, com medo disso, medo daquilo. A banda tá muito estável, regular, tá tudo rolando muito bem pra gente.



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