Uma das bandas mais criativas do pais, ambientados
talvez por um tropicalismo aliados a um rock progressivo, a Necro
destrinchou inúmeros espaços musicais , e pudemos falar com eles sobre
isso.
Me lembro que a primeira vez que vi e ouvi falar da Necro ,foi numa performance na Galeria Olido no centro de Sp ,o que vcs se lembram desse momento?
Me lembro que a primeira vez que vi e ouvi falar da Necro ,foi numa performance na Galeria Olido no centro de Sp ,o que vcs se lembram desse momento?
Foi em 2013, em nossa primeira ida a São Paulo. Tocamos, além da
Galeria Olido, numa virada cultural “pirata” no Anhangabaú, no finado
Formigueiro, em Barueri e em São Caetano. Lembramos com muito carinho
desse rolê, onde muitas pessoas puderam nos ouvir pela primeira vez e
onde conhecemos pessoas muito queridas.
Quando vcs deixaram de Necronomicon a utilizar Necro?
Quando vcs deixaram de Necronomicon a utilizar Necro?
Por volta de 2014, quando estávamos para lançar nosso segundo disco.
Como foi trabalhar no primeiro registro?
Como foi trabalhar no primeiro registro?
Gravar o “The Queen of Death” foi um grande aprendizado. Fizemos em
casa, ao longo do ano de 2011, sem nenhum equipamento profissional e
sem conhecimento algum sobre produção. O disco foi gravado diretamente
na placa mãe de um pc velho, e usando o software Audacity (o MS Paint
dos editores de áudio). Apesar de totalmente lo-fi, o disco foi bem
recebido e elogiado nos nichos de rock pesado. Muitas portas foram
abertas por causa dele, principalmente após ter sido prensado em LP por
um selo gringo.
Em 2015 vcs lançaram o homônimo álbum (discaço) , como foi a produção e receptividade do mesmo?
Em 2015 vcs lançaram o homônimo álbum (discaço) , como foi a produção e receptividade do mesmo?
O disco foi gravado em 2014, quando já tínhamos um material melhor
para gravação (uma interface de áudio e um kit de microfones de segunda
mão), além de um pouco mais de experiência em gravações caseiras. Foi um
salto em qualidade sonora (embora ainda bastante lo-fi para os padrões
da indústria musical). Neste disco colocamos pela primeira vez letras em
português e arranjos vocais mais complexos. Foi um álbum muito bem
recebido, conseguimos alcançar um público inesperado e heterogêneo. Em
2014 saiu em LP pelo selo gringo Hydro-Phonic Records (o mesmo do
primeiro álbum) e em 2015 saiu em CD pela Baratos Afins.
Como surgiram os vídeos de Dark Redemption e 17 horas?
Como surgiram os vídeos de Dark Redemption e 17 horas?
Queríamos produzir vídeos sem custo, então juntamos um equipamento
que tínhamos com o de amigos e fizemos as filmagens em nossas casas.
Fazer filmagens é um processo muito trabalhoso, mas conseguimos bolar um
bom material em relativamente pouco tempo de filmagens.
A parte gráfica dos materiais da banda são impecáveis , quando vcs começaram a trabalhar com o Cristiano Suarez? E como surgiu o trabalho do Fernando JFL pra alguns singles?
A parte gráfica dos materiais da banda são impecáveis , quando vcs começaram a trabalhar com o Cristiano Suarez? E como surgiu o trabalho do Fernando JFL pra alguns singles?
Trabalhamos com Cristiano desde o primeiro disco, “The Queen of
Death”, em 2011/2012. Lillian o conhecia desde a adolescência (ambos são
nascidos na mesma cidade, Palmeira dos Índios) e o indicou para fazer a
capa do álbum. Cristiano curtiu tanto o som que nem sequer quis cobrar
pela arte. Foi sua primeira capa de disco, a propósito. Seu trabalho é
incrível e ele só evolui a cada novo trampo. Grande parte da exposição
que a banda teve foi graças às suas artes fantásticas. O Fernando a
gente conheceu nos rolês punk nordeste, quando ele tocava na Cätärro.
Sempre acompanhamos seus trampos sensacionais para bandas de punk/metal.
Um belo dia ele chegou nos entregando uma arte, dizendo que era um
presente! Usamos como capa do single “Deuses Suicidas” e depois como
postêr que acompanhou a pré-venda do LP “Adiante”.
Há 3 anos vcs lançaram o magnífico “Adiante” que trouxe inúmeras críticas positivas e uma visibilidade mundial , nos falem sobre isso e da edição em vinil
Há 3 anos vcs lançaram o magnífico “Adiante” que trouxe inúmeras críticas positivas e uma visibilidade mundial , nos falem sobre isso e da edição em vinil
“Adiante” foi nossa primeira gravação “profissional” de fato. Fomos
para o Rio de Janeiro gravar com Gabriel Zander no estúdio SuperFuzz
(que já não existe mais). Estávamos muito afiados, tendo ensaiado as
músicas durante vários meses, o que nos deixou seguros para gravá-las em
apenas 3 dias. Foi o trabalho que fizemos que teve mais exposição e
visibilidade, graças a uma conjunção de fatores maravilhosos: uma
produção impecável do Gabriel Zander, o lançamento através do selo
Abraxas (o primeiro do selo), a arte incomparável do Cristiano Suarez e
as músicas em si, nosso trampo mais maduro em termos de composição,
arranjos e letras. Posteriormente, “Adiante” ganhou duas prensagens em
LP, uma nacional, parceria da banda com os selos Abraxas e Baratos
Afins, e uma alemã, pelo selo Electric Magic (dos caras do Samsara Blues
Experiment).
O que foi referência pra confecção das canções do álbum?
O que foi referência pra confecção das canções do álbum?
Não pensamos em nenhuma referência específica. Talvez de forma
geral as coisas que andávamos ouvindo na época, mas são coisas tão
diversas que não sabemos até que ponto foram usadas conscientemente como
referência – blues, cantoras brasileiras, jazz, música erudita do séc.
XX…
Quando surgiu o trabalho com a Abraxas?e como surgiu o split com o Witching Altar?
Quando surgiu o trabalho com a Abraxas?e como surgiu o split com o Witching Altar?
Por volta de 2014 a Abraxas entrou em contato conosco, explicando
sua proposta de movimentar o rolê psych/stoner/etc e nos convidando para
participar do cast. Topamos na hora, e assim conseguimos organizar
algumas tours incríveis pelo sudeste, sul e centro-oeste. Eventualmente,
Abraxas se tornou selo, e continuamos nossa parceria lançando através
deles. Pela mesma época recebemos uma proposta do selo Hydro-Phonic para
lançar um split com a Witching Altar. Já tínhamos contato com os caras
da banda antes, então ficou tudo em casa. Neste split entramos com duas
músicas ao vivo (gravadas em São Paulo em 2014) e a então inédita
“Contact”. Está pra rolar uma edição nacional desse split, em breve
contaremos mais sobre isso.
Como foi a passagem por sp , recentemente?
Como foi a passagem por sp , recentemente?
Foi incrível! Tocamos no Sesc Belenzinho para um grande público e
aproveitamos para filmar um novo clipe na cidade. Além de São Paulo,
tocamos no Rio de Janeiro, em Ouro Preto e em Belo Horizonte, sempre com
muita gente e muito acolhimento!
Todos vcs possuem projetos paralelos?como conciliam?
Todos vcs possuem projetos paralelos?como conciliam?
Não costuma ser problema conciliarmos nossos trabalhos paralelos.
Em sua maior parte são projetos solo, o que faz com que não tenham uma
agenda de apresentações extensa. Mesmo a Necro toca bem menos hoje em
dia do que há uns anos atrás.
por Pei Fon |
O que planejam pra breve?
Estamos lançando agora um novo EP, “Pra Tomar Chá”, que em breve
também ganhará um vídeo. Queremos fazer shows divulgando esse trampo
novo. Paralelamente, estamos trabalhando nas composições de um novo
álbum, cuja produção se iniciará ainda esse ano.
Considerações finais
Considerações finais
Sempre que possível, vão ver as bandas da sua cidade ao vivo. Gente
junta nas ruas ouvindo música é um dos pilares para a destruição do
fascismo, do patriarcado e do capital.
por RARO ZINE
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por RARO ZINE
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