Esteja ou não correta essa estimativa, deu certo. Definitivamente. Mas não para Peu. Ele deixou a banda de apoio da cantora dizendo-se enganado - segundo ele, quando foi convidado para se juntar ao projeto, foi-lhe dito que se tratava de uma nova banda, não de uma empreitada solo. De lá pra cá, no entanto, não fez nada de muito relevante, e ainda pagou o mico de se juntar ao ridículo grupo formado por Champignon, do Charlie Brow jr, e Jr. Lima, ex-Sandy & Junior - um tal de não sei quantos mil anjos.
Uma pena, pois o cara era muito bom. Vi algumas de suas perfomances ao vivo na época da Dois Sapos e meio aqui em Aracaju e eram sempre impressionantes - não só pelo talento do guitarrista, mas também pelas boas composições e pela perfomance de seus dois vocalistas: não esqueço uma vez, num show na "Casa de Rato", no local onde hoje fica a Orlinha do Bairro Industrial, onde os caras apareceram no palco escalando o telhado com dois pés de sapo. Antológico.
Peu faleceu domingo, 05/05/2013, em Salvador. Seu corpo foi encontrado pela mulher, Monique Ferrari, enforcado com um cinto. Ela havia saído de casa levando os dois filhos depois de uma discussão do casal. Especula-se que tenha sido um suicídio.
(wikipedia) Peu Souza começou a tocar com sete anos, quando ganhou seu primeiro instrumento, um violão. Aos onze tinha em mãos a primeira guitarra, mesma época em que fez o primeiro show, com uma banda que formou com os amigos, chamada Tritomia. A primeira gravação em estúdio foi aos 14, fazendo uma participação no disco do Cravo Negro, banda pop rock do final dos anos oitenta em Salvador-Ba. Logo após, no mesmo ano, gravou pela primeira vez uma demo com suas próprias músicas, com uma banda chamada Bizarre Joe. Era o início da década de 1990. Com eles, chegou a tocar em alguns festivais em Salvador e a abrir shows da Úteros em Fúria, banda baiana da qual foi roadie e aprendiz.
Formou, em 1995, a Dois Sapos e Meio, que rendeu muitas histórias ao rock baiano. Levavam uma média de duas mil pessoas a seus shows, sem nunca ter tocado no rádio. Bastante conhecidos no cenário alternativo da cidade, tornou-se referência para outras bandas que surgiram. Dois shows após a formação da Dois Sapos e Meio, Peu Sousa entrou no Pin Ups, grupo super cultuada do underground paulista, excursionando com eles durante um ano. Voltou então a Salvador para dar continuidade ao Dois Sapos e Meio, que durou até o final de 1999. Nesse meio tempo, com 19 anos, ainda excursionou como guitarrista de Carlinhos Brown, em seu show solo, viajando o país inteiro e experimentando os melhores e maiores palcos, além de tocar com artistas da música brasileira como Marisa Monte, Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e Ivete Sangalo.
Após o termino da Dois Sapos e dos trabalhos com Carlinhos Brown, Peu Sousa montou a Diga aí Chefe!, banda na qual, além de tocar guitarra, também cantava. Em paralelo tocou com Rebecca Matta, cantora baiana da cena eletrônica, fazendo shows por todo Brasil. Nessa mesma época se apresentava, também, com seu padrasto Galvão, dos Novos Baianos, no show Galvão com a Palavra, onde teve o prazer de tocar com diversos artistas de renome: Luiz Melodia, Jorge Mautner, Morais Moreira, Emanuelle Araújo e Preta Gil, entre outros.
Foi, no entanto, com a cantora Pitty que seu nome ficou mais conhecido no cenário nacional. Criou e gravou todas as guitarras de Admirável Chip Novo, o primeiro CD, que vendeu 250 mil cópias. Foi co-autor de alguns de seus maiores sucessos, como 'Equalize' e 'Deja vú'. Sua saída da banda de apoio da cantora repercutiu durante muito tempo.
Em janeiro de 2005 formou a banda Trêmula, que foi indicada ao VMB como revelação com o clipe Selvagens Procurando Lei. Foi também produtor e guitarrista de oito faixas do álbum Fim da Trégua, da banda Medula, Peu fez sua guitarra dar um peso roqueiro ao disco.
Aos 32 anos, seu mais recente trabalho foi com a banda Nove Mil Anjos, como compositor e guitarrista.
*Descanse em paz.
por Adelvan
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