(P) Em 1977, José Cid, então estrela da rádio e televisão com passado de
destaque na história da pop portuguesa através da sua carreira com o
Quarteto 1111, apareceu na sua editora com uma ideia. Queria gravar um
álbum nos antípodas das suas canções que iam então escalando os topes e
fazendo o caminho na inscrição na memória colectiva. Um álbum conceptual
inspirado no rock progressivo dos Pink Floyd, King Crimson ou dos
Genesis, história de redenção pós-apocalíptica contada ao sabor do som
do Mellotron, um dos sintetizadores que fez o som da música de então.
10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte,
assim se intitulou o álbum, gravado com Zé Nabo, na dupla função de
baixista e guitarrista, com o guitarrista Mike Sergeant ou o baterista
Ramon Galarza, e editado em 1978. À época, vendeu menos de mil
exemplares. Passo a passo, porém, foi ganhando lugar de culto na
melomania do progressivo (nacional e não só). Passo a passo, tornou-se
uma espécie de mito na carreira de Cid – o álbum que gera mais
curiosidade, o álbum que seria reeditado em 1994 pela editora
especializada Art Sublime, crescendo em reconhecimento até surgir em
listas de melhores de sempre na imprensa internacional.
No próximo sábado essa pequena pérola perdida do prog rock será executada na íntegra no programa de rock. Agradeço a Marcio Barcellos por ter indicado.
Abaixo, Ficha técnica, links para download e as letras das músicas - o álbum é conceitual - para você acompanhar melhor a história ...
A sétima faixa, "Memos", é instrumental.
Tracks:
1. O Ultimo Dia Terra (4:24)
2. O Caos (5:50)
3. Fuga Para O Espaco (8:09)
4. Mellotron O Planeta Fantastico (6:43)
5. 10,000 Anos Depois Entre Venu E Marte (6:03)
6. A Partir Do Zero (4:44)
7. Memos (2:22)
Bonus Track:
8. Vida (Sons Do Quotidiano) (12:41)
Total Time: 50:56
Musicians:
- José Cid / pianos, synthesizers, strings, Mellotron, vocals
+
- Josi Carrapa / guitar (8)
- Ramon Gallarza / drums, percussion (1-7)
- Zé Nabo / bass (all), guitars (1-7)
- Guilherme Scarpa Inãs / drums, percussion (8)
- Mike Sergeant / guitars (2) Format: mp3 (320 kbps) = 119 mb = Mega
1. O último dia na terra
Entre a bruma densa da manhã que quer romper
O planeta Terra já não pode mais viver
Uma núvem de cimento e de betão
Que lhe rouba a luz e a razão
Guerras nucleares, poluição
Nunca mais verá o sol
E a bruma azul continua a avançar
A humanidade já não pode respirar
Nunca mais verá o sol
O planeta Terra já não pode mais viver
Uma núvem de cimento e de betão
Que lhe rouba a luz e a razão
Guerras nucleares, poluição
Nunca mais verá o sol
E a bruma azul continua a avançar
A humanidade já não pode respirar
Nunca mais verá o sol
2. O Caos
Toda a gente corre pela estrada comum
Todos os caminhos vão a lugar nenhum
Se tiveres que fugir, foge
Se tiveres que morrer, morre
A tua cidade é uma vala comum
Todos os caminhos vão a lugar nenhum
Se tiveres que fugir, foge
Se tiveres que morrer, morre
A tua cidade é uma vala comum
Todos os caminhos vão a lugar nenhum
Se tiveres que morrer, morre
Se tiveres que fugir, foge
Já nenhum caminho borda o horizonte
Com que os homens sonharam
Sem como nem porquê
Sem como nem porquê
A vida morre defronte
E a morte é aquilo que se vê
Vimos pouco a pouco o mundo acabar
E ficámos calados
Não se ouviu um grito
Não se fez um gesto
Nem a própria ruína
Nos conseguiu manter acordados
Toda a gente corre para a vala comum
Todos os caminhos vão a lugar nenhum
Se conseguires fugir, foge
Na tua nave no espaço
Todos os caminhos vão a lugar nenhum
Se tiveres que fugir, foge
Se tiveres que morrer, morre
A tua cidade é uma vala comum
Todos os caminhos vão a lugar nenhum
Se tiveres que fugir, foge
Se tiveres que morrer, morre
A tua cidade é uma vala comum
Todos os caminhos vão a lugar nenhum
Se tiveres que morrer, morre
Se tiveres que fugir, foge
Já nenhum caminho borda o horizonte
Com que os homens sonharam
Sem como nem porquê
Sem como nem porquê
A vida morre defronte
E a morte é aquilo que se vê
Vimos pouco a pouco o mundo acabar
E ficámos calados
Não se ouviu um grito
Não se fez um gesto
Nem a própria ruína
Nos conseguiu manter acordados
Toda a gente corre para a vala comum
Todos os caminhos vão a lugar nenhum
Se conseguires fugir, foge
Na tua nave no espaço
3. Fuga para o espaço
Vem amiga
Na nave que comando.
Esquece a noção do tempo
Não me perguntes quando.
Vem depressa
Antes que seja tarde.
Não olhes para trás
Já toda a Terra arde.
Marte é verde e Mercúrio brilha
Entre Vénus e Centauro.
Plutão é branco e ponto de paragem
Na viagem pelo Céu.
Na cabine central
Emiti um sinal.
No ecrã tudo a andar
Tudo indica normal.
Marte é verde e Mercúrio brilha
Entre Vénus e Centauro.
Plutão é branco e ponto de paragem
Na viagem pelo Céu.
Na cabine central
Emiti um sinal.
No ecrã tudo andar
Tudo indica normal.
Na nave que comando.
Esquece a noção do tempo
Não me perguntes quando.
Vem depressa
Antes que seja tarde.
Não olhes para trás
Já toda a Terra arde.
Marte é verde e Mercúrio brilha
Entre Vénus e Centauro.
Plutão é branco e ponto de paragem
Na viagem pelo Céu.
Na cabine central
Emiti um sinal.
No ecrã tudo a andar
Tudo indica normal.
Marte é verde e Mercúrio brilha
Entre Vénus e Centauro.
Plutão é branco e ponto de paragem
Na viagem pelo Céu.
Na cabine central
Emiti um sinal.
No ecrã tudo andar
Tudo indica normal.
4. Mellotron, o planeta fantástico
Para onde vou
Que caminhos seguir
A quem me dirigi
Que palavras usei
Eu não sou daqui
Da multidão fugi
De que sonho acordei
Só eu sei
E quando parti
Da Terra que deixei
Só tu me acompanhaste
Mais ninguém
Eu não sou daqui
Da multidão fugi
De que sonho acordei
Só eu sei
Que caminhos seguir
A quem me dirigi
Que palavras usei
Eu não sou daqui
Da multidão fugi
De que sonho acordei
Só eu sei
E quando parti
Da Terra que deixei
Só tu me acompanhaste
Mais ninguém
Eu não sou daqui
Da multidão fugi
De que sonho acordei
Só eu sei
5. 10.000 Anos depois entre Vênus e Marte
Podes ver
10.000 anos depois
No ecrã do radar
Entre Vénus e Marte
Um planeta vazio
À espera que o descubram
Onde recomeçar
Outra civilização
10.000 anos depois
No ecrã do radar
Entre Vénus e Marte
Um planeta vazio
À espera que o descubram
Onde recomeçar
Outra civilização
6. A partir do zero
Vamos voltar do infinito do além
A um planeta que deixamos para trás.
A partir do zero, renascer, reencontrar
O ar, o mar, a terra, o sol, o amor, a paz.
A um planeta que deixamos para trás.
A partir do zero, renascer, reencontrar
O ar, o mar, a terra, o sol, o amor, a paz.
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Obrigado!
ResponderExcluir5 estrelas
ResponderExcluirmuito obrigado!
ResponderExcluircontinue com o bom trabalho
Gratidão por compartilhar!!
ResponderExcluirGrato, irmão! Esse álbum do Zé Cid é marcante!
ResponderExcluirAbraços!
Obrigado. Grande malha!!!
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