quarta-feira, 12 de maio de 2010

Rosie and me



Conheça AQUI uma das atrações nacionais da edição 2010 do Rock Sertão. A banda estará se apresentando também em Aracaju, dia 23, no Capitão Cook, com abertura de Nantes e do Pantaloons and pantomines.

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Desilusões, incertezas, inseguranças. solidão. Minha nova banda brasileira predileta vem de Curitiba, tem cara de folk, resvala no pop, torna o She & Him apenas mais uma banda, podia abrir um showzinho para o XX e reúne bons vocais, letras gostosinhas e som acústico tão básico e simples que traz a pergunta de por que ninguém parte disso como ponto zero para fazer música hoje.

Li em algum lugar que o quarteto Rosie and Me, que está lançando seu primeiro EP, embora tenha quatro integrantes, parece a banda de uma garota com sua guitarra. É verdade que parece. É mentira que seja só isso. O EP que eles lançaram, “Bird and Whale”, a banda vende a 5 dólares (alô, mercado internacional) em seu site, com entrega gratuita se a encomenda for brasileira, porque a pretensão natural é que não seja apenas para o mercado interno.

Sim, o Rosie and Me, tão novo, dá a impressão de ter a confiança de já se preparar para ir longe. Da qualidade musical ao capricho de seu site (rosieandmemusic.com).

Parece que vem um disco maior, talvez o primeiro álbum ou um novo EP, agora em junho. Mas, por enquanto, dá para se deliciar com gostosuras como “Bonfire” e “Darkest Hour”, ambas de “Bird and Whale”, as duas primeiras do MySpace do grupo.

por Lucio Ribeiro

Poploaded

Voz feminina, delicada, violões, composições em inglês. O folk vem sendo redescoberto país afora, e antes que alguém pense que estas linhas falam sobre os novos anseios de Mallu Magalhães, vou logo negando. O artista, a banda em questão, é a Rosie and Me, vem de Curitiba e como muitos outros grupos país afora, ganha a cada dia novos fãs via mundo virtual. E sem um plano de divulgação definido.

O Rosie and Me começou a distância. Rosanne, em Curitiba, conheceu Alex, que morava no Rio de Janeiro. “Eu tinha umas duas músicas gravadas no computador bem sem compromisso e achei que seria legal se ele cantasse em cima delas. Tudo que era gravado era jogado no Last.fm. A surpresa foi o número de ouvintes ter subido rapidamente. Foi quando resolvemos chamar uns amigos pra complementar e começar um projeto de verdade”. A “brincadeira” ganhou força com os acessos as músicas e comentários. Surgiram matérias em blogs gringos e as músicas chegaram a ser tocadas em rádios polonesas. Da formação original apenas Alex não faz mais parte. O apoio a banda ainda vem mais de fora do país. Segundo Rosanne, dentro de Curitiba ainda são poucos conhecidos.

Em meio a essa redescoberta do folk, Rosanne não tem medo da comparação que possa surgir com Mallu, até porque os artistas que influenciam o Rosie and Me (William Fitzsimmons, Ane Brun, Band of Horses, Ditty Bops, Buck Owens) não são os mesmos da Mallu. Outra diferença é que o Rosie and Me se expressa apenas em inglês. Rosanne sente uma fluência maior em inglês: “a impressão que eu tenho é a de que é mais fácil expressar (musicalmente) em inglês situações corriqueiras que em português acabariam soando “cafona” ou sem musicalidade. Pra ilustrar, imagine “Death Cab for Cutie”, “Stars” ou “Pedro the Lion” cantados em português. Claro que tem gente que tem essa habilidade de usar o português com maestria, o Supercordas é exemplo disso. Também dá pra citar o projeto Lemos (ex-Poléxia) aqui de Curitiba, o Fotograma e uma banda chamada Crase que é voltada mais pro rock, mas também se encaixa nesse perfil”.

O EP Bird and Whale foi gravado em 2009, durante todo o ano. As músicas privilegiam a melodia, com violão e a voz de Rosanne em evidência. Mas ela ainda sente falta de um vocal masculino em outro tom. “É uma pena que durante as gravações não tenhamos encontrado ninguém que fosse familiarizado com o estilo. Hoje, com formação nova, já passamos a incorporar novos vocais e esperamos demonstrar isso nos próximos lançamentos”.

Recentemente duas bandas distintas de Curitiba passaram por Natal, Copacabana Club (MADA) e Sick Sick Sinners (Festival DoSol). Curitiba tem uma cena? Segundo Rosanne, tem e é forte: “a cena aqui é bastante integrada. Quem lançou a gente foi uma outra banda, o Je Rêve de Toi, que hoje nem existe mais. Tentamos sempre convidar integrantes de outros grupos pra fazer participações nos shows e nas gravações. Os bares daqui são bem receptivos quanto a cena independente. A maioria reserva um dia da semana só para apresentações locais. A única reclamação do pessoal daqui é a falta de grandes festivais como acontece no nordeste e em outras regiões do país”. A força da cena de Curitiba também pode ser provada com o projeto Curitiba Sônica, que vai reunir vários nomes da cidade em gravação de disco, documentário e de shows ao vivo. Das bandas Rosanne ainda lembra, além do Copacabana Club, a Charme Chulo, Mordida e Gentileza.

A banda por ser bem nova, ainda peca quando o assunto é tocar a carreira. Geralmente esperam convites e mesmo com a boa aceitação fora do Brasil, tocar no exterior ainda é um sonho. “Já é difícil imaginar show fora de Curitiba, quem dera cruzar a fronteira. Tocamos em apenas um festival nacional, o Conexão Vivo. Por aqui já rolou show em São Paulo, uma abertura de Invasão Sueca, com o Jens Lekman e alguns eventos locais. Estamos enviando material pra alguns festivais, o último foi o MADA, aí de Natal”.

O EP lançado está sendo divulgado pela própria banda com o apoio de jornalistas locais e de blogueiros independentes. Ao contrário das bandas que estão lançando discos virtuais, a Rosie and Me só disponibilizou duas músicas para download (“Come Back” e “Bonfires”). A banda espera com a venda do disco cobrir custos de estúdio e um eventual novo lançamento. O disco está sendo vendido por aproximadamente R$10,00 com frete e envelope inclusos no valor. Mesmo tendo acabado de lançar o EP, a banda pretende voltar as gravações em um mês e um álbum estará disponível em breve.

por Hugo Morais

O Inimigo

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