Dizem que, no mundo da arte, existem dois tipos de artistas: aqueles que influenciam e aqueles que são influenciados. Frank Frazetta, ilustrador americano que morreu na última segunda-feira, de derrame cerebral aos 82 anos, certamente pertencia ao primeiro time.
Seu estilo selvagem e explosivo de ilustração o tornou um ícone da cultura pop. Cria direta das capas dos pulps dos anos 30 e 40, mas com uma pegada muito mais sinistra, Frazetta marcou época com seu trabalho ultrafantasioso e sempre impactante, recheado de guerreiros musculosos e garotas em trajes sumários às voltas com bárbaros, monstros, demônios, ogros, magos e outras figuras típicas da literatura de fantasia.
Nascido em Nova York em fevereiro de 1928, Frazetta começou desenhando HQs para a DC Comics (então, National Periodical) na tenra idade de 16 anos. Em 1953, tornou-se assistente do genial Al Capp na série Lil‘ Abner (no Brasil, Ferdinando).
Nos anos 60, passou a colaborar com outro monstro sagrado da arte sequencial, o polêmico Harvey Kurtzman (criador da revista Mad), na série Little Anny Fannie (Aninha, no Brasil), publicada na Playboy.
Foi mais ou menos nessa época que Frazetta descobriu que era melhor ilustrador do que narrador sequencial, passando a adornar inúmeras capas de livros, posteres de filmes (O Que é Que Há, Gatinha?, de Woody Allen, por exemplo) e as capas dos antológicos gibis da editora Warren, como Creepy, Eerie e a inesquecível Vampirella.
Suas telas foram para as capas dos os livros do bárbaro Conan, de Robert E. Howard, bem como as das séries Tarzan e John Carter de Marte, ambas de Edgar Rice Burroughs, marcando gerações de leitores. Não a toa, hoje em dia, o valor de suas pinturas já rompeu a casa dos sete dígitos.
A tela Conan The Conqueror (Conan O Conquistador), de 1967, foi arrematada no ano passado por 1 milhão de dólares para um colecionador anônimo (o qual, segundo noticiou o site Omelete, seria Kirk Hammett, guitarrista do Metallica).
Não a toa, dizem que foram suas capas para os livros de Conan que proporcionaram os primeiros reais sucessos de venda da série, criada nos anos 20.
Já a tela Escape On Venus (Fuga em Vênus), da série de Burroughs, alcançou a cifra de 250 mil dólares em um leilão realizado em 2008.
Influência incalculável - Medir a influência da arte de Frank Frazetta na cultura pop atual é tarefa quase impossível. Seu estilo se faz sentir em HQs, filmes, games, literatura e até na música, com suas capas para bandas de heavy metal e hard rock, como Nazareth, Molly Hatchet, Ingwie Malmsteen e Wolfmother, entre outras.
Para os fãs, há pelo menos dois filmes fundamentais: Fogo e Gelo (Fire and Ice, 1983), de Ralph Bakshi, animação de fantasia e aventura baseada em suas ilustrações (disponível em DVD no Brasil) e Painting With Fire (2003), documentário sobre sua vida e obra.
Nos últimos anos, viúvo e já retirado do mercado devido à saúde precária, viu seus filhos se digladiarem pelo valioso espólio sobre sua obra, com direito ao filho Frank Jr. invadindo seu museu com carro e tudo para roubar suas telas.
por Franchico
ROCK LOKO
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