terça-feira, 2 de março de 2010

Urublues lança segundo CD-Demo no Capitão Cook



Fonte: CEBOLADA

Sábado, 27/02/2010. Em uma noite de lua clara e ventos cortantes, de pura musica e rock and roll, o Capitão Cook se rendeu ao gosto de uma CEBOLADA. Organizamos um show para o lançamento do segundo cd do URUBLUES, “ANDARILHO”. Ficamos responsáveis pelas vendas dos ingressos e cds da banda, entregando panfletos e divulgando o nosso movimento aqui em Itabaiana. Pessoas sempre perguntando o que é CEBOLADA? Qual a finalidades desse movimento? E muitas perguntas sugiram durante a madrugada, sobre nossa terra, nossa cultura, nossa gente. Uma ligadura de pensamentos, que uniu as pessoas em uma sintonia que se reflete na musica à procura do vicio que nos torna reféns de nossa alma.
Chegamos cedo com nosso equipamento, arrumamos o som, afinamos os instrumentos, alinhamos nossas gargantas com muita cerveja, algumas discussões e muita vontade, para que não houvesse falhas.
O show começou com os THE KLEPTONES, que já são nossos parceiros. A banda é formada por Madureira (Vocal), um cara que traz uma forte influência de Raul, com uma postura determinada no seu rock and roll. Madureira não deixa a desejar em nenhum aspecto, compartilhando o show com publico e cantado algumas canções de Raulzito. O publico vibrou bastante, com a banda sendo convidado pela Aperipê para gravar algumas musicas para a divulgação da banda. Na batera Ersinho, um cara que deixou as cordas para ser o homem tambor. Com uma pegada definida e estilo próprio, conduziu com muita responsabilidade seu instrumento. Na guitarra Luciano, conhecido como Feio, trazendo um som que nos faz lembrar o rock dos anos 70, muito bom, com alguns solos curtos mais definidos. E no contra baixo Adilson - esse dispensa comentários, tem uma definição e uma pegada totalmente rock and roll. É claro que a banda está começando, e cada um tem consciência de suas limitações e suas qualidades. Bola pra frente galera e bons ensaios, dia 13 de março de 2010 vem ai mais uma CEBOLADA e THE KLEPTONES estará presente.

“Enquanto isso eu e Ricler estávamos curtindo a festa, vendendo os ingressos e os cd ...

Em seguida Máquina Blues, de uma qualidade sonora almejada, fez uma apresentação com muito estilo e elegância. O guitarrista transparece um total envolvimento amoroso com seu instrumento, em suas notas, em seus solos. O baixista, com seu groove que faz lembra um Jaco Pastorius (um dos revolucionários do instrumento), uma pegada definida, com muito jazz e blues e algumas levadas de funk, fez algumas pessoas dançar ao estilo James Brown. Muito bom. Na batera uma levada, uma virada, aos estilos que lhe conduz alma, aos tons e sobre tons de seu surdo, pratos, caixa, também excelente batera. No vocal o grande Silvo, esse dispensa comentários, e sua marca já é registrada no rock sergipano, conhecido no cenário musical, com Karne Krua e outros projetos musicais. Sua voz faz a diferença, junto a uma postura de palco teatral verdadeira em total harmonia com a música.

Alguns já conheciam o trabalho da URUBLUES, outros passaram a conhecer neste show. A banda é composta por Fabio, Ferdinando, Igor e o recém contratado Davi (baterista da Karranca). O URUBLUES fez um show de pura emoção e sentimentos confusos ente a razão e a ficção, entre amor e ódio, “Essa é a minha visão”, apesar de alguns contratempos da banda por falta de tempo de ensaio com o novo batera, foi um show do caralho, de improviso, de criatividade, espontaneidade entre os músicos que se encontrava extremamente à vontade com publico e com os amigos presentes na casa.


Fica claro que o publico faz a diferença em qualquer show, e o Cook estava LOTADO. Foi uma apresentação (ou um ensaio) de muita qualidade, de guitarras falantes, uma Gaita que simboliza o Blues, uma marcação com escalas, arpejos e triardes detalhadas pelo contrabaixista Fabio, com uma pegada possante e vibrante de nosso amigo e parceiro Davi que brilhou juntos aos seus parceiros. (meu sobrinho com muito orgulho).
Ferdinando era movido pela dor, pela morte, com amor, sem amor, sem coragem, sem razão ou com razão. Fez um show à parte, de solos vibrantes, palavras confusas em meios aos fios debruçados ao chão, plugs que não encontram o caminho da microfonia de sua personalidade, cabelos enroscados de fúria, e nas veias um bom e velho blues, junto a Gaita, par perfeito de pura sincronia. Igor, o gaitista, não ficou de fora dessa tempestade de sentimentos e junto com seu parceiro viajaram a marte com passagem de ida e não de volta, brilhante atuação de ambos. Fabio, com uma marcação cerrada de suas cordas soltas e presas aos dentes de sua alma que respira blues, é sem duvida o responsável por essa harmonia, dando uma concepção ampla para os músicos presentes, abrindo trilha em campo minado em notas acentuadas, sejam ela agudas ou graves, com pedais que qualificam seu trabalho e sua dinâmica na execução dos trastes que compõem o braço, e nas tarraxas estão seus dedos calejados sangrando por Blues e jazz, formando certa aderência ao batera Davi que exemplifica sua postura com baquetas em mãos, executando movimentos repetitivos de sua musicalidade, (existe algo nesse moleque que admiro muito, é sua bondade, e sua precisão no que realmente gosta de fazer - tocar). Nota-se sua paixão, sua reciprocidade verdadeira, algo hoje esquecida pelos músicos. Falta alma, liberdade e amor.

“O instrumento faz de você refém de sua alma não oposto” Flavio Viana.

O show acabou e o dia raiou na beira do mar, e assim nos despedimos com algumas cervejas e algumas gargalhadas, de alma lavada dever cumprido. Até a próxima CEBOLADA.

Amplifie

A noite chega nervosa
A dor exprime na alma
Um coração sangrento implode
O olho aflige meus dedos
E não paro de solar a minha dor
Não quero abrir meus olhos
Para não sentir sua presença
Quero apenas solar meus olhos
Em minha guitarra nervosa
Só ela percebe o quanto existe amor em mim
O pior é que eu não consigo
Parar de solar
Talvez se eu chorasse
Minha dor consolasse
Talvez se eu morresse
Minha alma delirasse
Talvez eu soubesse a sua resposta
Mas o futuro nada sei
Apenas estou Solando a minha memória

Flavio viana

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