sexta-feira, 5 de março de 2010
# 138 - 05/03/2010
Cada bloco do programa de rock é uma viagem por uma galáxia diferente nesse vasto universo do rock and roll. Começamos pelos fundadores do que se convencionou chamar "Hardcore melódico", Bad Religion e NOFX - o primeiro já tocou e o segundo tocará em Fortaleza, Ceará, no próximo sábado, dia 06 de março. No segundo bloco, presença feminina (sempre constante, eu gosto de mulher). The Gossip com mais uma faixa de seu novo álbum, "Music for men" (opa, é nóis), The Donnas, com seu "glam punk" que mistura Ramones com Runnaways, as ativistas do Bikinni kill e a outra banda de Kat Bjelland do Babes in toyland, Katastrophy Wife. Depois do Drop Loaded, com suas tradicionais duas pedradas do rock independente nacional, um bloco pra deixar sua sala com clima de velório - Doom Metal dos mais pesados e arrastados com os noruegueses do Funeral, os holandeses do Officium Triste e os suecos do Tristitia - é o "Bloco do Ouvinte", produzido por nosso camarada de longa data Fúria. A segunda parte do programa abre com o experimentalismo radical de Daminhão Experyença, seguidos pelos sergipanos dos Psicodélicos e Psicóticos (únicos daqui a terem a honra de serem mencionados no "Portão do Damião", o portal "oficial" do músico (?) carioca), mais uns caras aí não tão talentosos mas igualmente merecedores de alguma menção, Frank Zappa (faixa do disco "Whe´re only in it for the money", escolha de Cabelo, do extinto "Vanguarda"), Pink Floyd (dos primórdios) e Syd Barret. Depois, mais rock independente nacional (sempre): De São Paulo temos o Firefriend, banda de meu amigo e fanzineiro das antigas Yuri Hermuche, Cassim, de Florianópolis, Wry, de Sorocaba, interior paulista, e Loomer, excelente banda "shoegazer" do Rio Grande do Sul. Para terminar, a devastadora banda crust norte-americana Warcry, que estará se apresentando amanhã, dia 06 de março de 2010, em Aracaju.
See you later, alligators.
Adelvan.
Bad Religion – Delirium of disorder
NOFX – Don´t call me white
The Gossip – 8th Wonder
The Donnas – Do you wanna hit it
Bikini kill – Alien she
Katastrophy wife – Gone away
Drop Loaded:
Fly-X – Escape
Fly-X – Dirt on my shoes
Bloco produzido por Fúria:
Funeral – Taarene trkrlm
Officium Triste – Frozen tears
Tristitia - sorrow
Daminhão Experiença - Planeta Lamma
Psicodélicos e psicóticos – Trilha da mãe senhora
Frank Zappa – Take your clothes off when you dance
Pink Floyd – See Emily play
Syd Barret – Gicolo aunt
Firefriend – Liz
Cassim – That old spell
Wry – Nothing´s changed
Loomer –Search on your own
Varukers - protest and survive
Extreme Noise Terror - Screaming Fucking Mayhen
Disrupt - Domestic prison
Warcry – Dirty Power games
Warcry – Blackout
Warcry – Deprogram
Warcry – countdown to hell
Warcry – Sensory overload
Warcry – Burning Society meltdown
Warcry – White Flag
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(Wikipédia) Frank Vincent Zappa (21 de Dezembro de 1940, Baltimore — 4 de Dezembro de 1993, Laurel Canyon, Los Angeles) foi um dos músicos e compositores mais prolíficos do século XX. A sua obra musical estende-se desde o rock até à música clássica, passando pelo jazz e música de fusão. Foi também um exímio guitarrista. Para além da obra musical, realizou filmes e escreveu diversos livros. O seu espólio, com milhares de concertos e gravações que foi fazendo ao longo dos seus quase trinta anos de atividade (Freak Out! (1965) - 1993) permanece ainda parcialmente inédito.
Zappa ficou conhecido como grande satírico pelas suas composições iconoclastas e foi pioneiro do estilo freak rock, além de ser criador da fusão de jazz e música clássica. Como guitarrista, foi várias vezes, e sem razão, subestimado, deixando, entre variadíssimas outras coisas, um legado fantástico de solos eletrizantes. Ele próprio nunca se considerou um instrumentista virtuoso, assumindo-se acima de tudo como compositor.
Em 1964, em Los Angeles, fundou o grupo, Mothers of Invention, a partir dos Soul Giants (antiga banda de bares). O nome devia ter sido apenas Mothers, mas "por necessidade", como explica, e por a editora se recusar a editar um disco cujo nome era evidentemente uma contração de Motherfuckers. Devido ao seu rigor na execução técnica das canções e à não admissão do uso de drogas durante os ensaios e apresentações (ele próprio nunca as consumia), Zappa viria a mudar frequentemente a composição do grupo. Nos seus espetáculos, combinava música experimental improvisada, onde estavam sempre presentes as suas comédias surrealistas e sátiras anárquicas, com adereços especiais e improvisações dramáticas. Entre os músicos que ele lançou estão nomes como Jean-Luc Ponty, Steve Vai e Bob Martin.
Zappa, sempre ativista em campanhas e movimentos, chegou a candidatar-se à presidência dos EUA. O projeto foi abortado pela súbita doença que o atacou.
Se a sua personalidade complexa e a sua música, muitas vezes controversa e difícil, fazem com que seja atacado por muitos, é por outros considerado um dos maiores gênios musicais de todos os tempos.
Faleceu devido a um câncer na próstata em 4 de Dezembro de 1993.
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Roger Keith Barrett (Cambridge, 6 de Janeiro de 1946 — Cambridge, 7 de Julho de 2006), conhecido por Syd Barrett, foi um dos membros fundadores, em 1965, do grupo de rock progressivo Pink Floyd.
Da Wikipédia
Originalmente era o vocalista, guitarrista e principal compositor da banda, principalmente no seu primeiro álbum, “The piper at the gates of dawn” (1967). Foi também o autor dos singles "See Emily Play" e "Arnold Layne", e ainda de dois álbuns solo. Foi também um guitarrista inovador, um dos primeiros a explorar completamente as capacidades sonoras da distorção e especialmente da recém desenvolvida máquina de eco.
Embora a sua atividade na música pop tenha sido reduzida, a sua influência nos músicos dos anos 60 (e das gerações seguintes) especialmente no Pink Floyd, foi profunda.
À medida que a popularidade do Floyd aumentava, assim como o consumo de drogas psicotrópicas por parte de Syd (especialmente LSD), a sua apresentação nos concertos tornava-se mais e mais imprevisível e o seu comportamento geral um estorvo para o sucesso da banda. Os problemas chegaram ao limite durante a primeira tour do grupo pelos Estados Unidos no fim de 1967, pois Syd começou a ficar extremamente difícil e cada vez mais ausente.
Numa ocasião famosa, no programa de televisão de Pat Boone, recusou-se a fingir que atuava, ficando parado, braços caídos ao longo do corpo e olhando fixamente para a câmara. Noutro incidente bem conhecido, diz-se que antes de entrar em palco Syd teria esmagado uma caixa inteira de tranquilizantes Mandrax, misturando-os com uma grande quantidade creme para o cabelo Brylcreem, depois pôs a mistura sobre a cabeça e colocou-se por debaixo dos projectores de palco; a mistura viscosa derreteu e começou a escorrer pela sua cara dando a aparência dela estar se derretendo. Outra história diz que Syd apareceu no estúdio apresentando aos colegas uma música nova chamada Have You Got It Yet. Conforme ele ia ensinando a canção ao grupo tornou-se óbvio que ele mudava os acordes cada vez que a tocava, tornando impossível a sua aprendizagem.
Tem-se afirmado que os seus problemas com a droga não teriam sido apenas da sua responsabilidade, que ele era regularmente 'doseado' (drogado sem seu conhecimento) por "amigos" que lhe davam LSD todos os dias, embora antigos amigos de Syd Barrett tenham desmentido este facto num artigo publicado no The Observer em 2002. Quaisquer que fossem as causas, o que é certo é que passados apenas dois anos da formação dos Pink Floyd, Barrett abandonou o grupo. Após ter gravado algumas partes do segundo álbum dos Pink Floyd, A saucerful of secrets, em 1968 - incluindo Jugband Blues, que faz referências óbvias à sua crescente indiferença em relação à banda - Barrett foi dispensado do grupo.
A intenção original era de que Barrett continuasse a contribuir para a escrita e gravação, e como ele era o principal compositor, havia a esperança que ele desempenhasse um papel semelhante ao do líder dos Beach Boys, Brian Wilson, que apesar de ter deixado de atuar ao vivo, tinha continuado a compor para o grupo. Mas Syd cada vez contribuía menos e o seu comportamento era cada vez mais errático, de tal forma que os outros membros do grupo deixaram de convidá-lo para os concertos e sessões de gravação.
O grupo contratou um velho amigo de Cambridge o guitarrista David Gilmour, para primeiro ajudar a banda e depois substituir Syd nos concertos, mas depressa se tornou óbvio que Syd nunca mais voltaria. A transição, no entanto, foi fácil, pelo fato de Gilmour ser capaz de ocupar o lugar de Syd (foi Gilmour quem ensinou Barrett a tocar guitarra) e que mesmo que ao seu estilo faltasse o experimentalismo atrevido pelo qual o amigo era conhecido, era considerado um vocalista e compositor talentoso e um guitarrista super-dotado. Assim, Gilmour tornou-se um membro permanente da banda, com o baixista Roger Waters liderando o grupo.
O declínio de Syd teve um profundo efeito na escrita de Gilmour e Waters, e o tema da doença mental e a sombra da desintegração de Syd penetrou nos três álbuns de maior sucesso dos Pink Floyd, The dark side of the moon, Wish you were here e The wall.
Syd foi-se retirando do mundo da música aos poucos, embora tivesse feito uma breve carreira a solo editando dois álbuns idiossincráticos mas bastante considerados, “The Madcap Laughs” (1970) e “Barrett” (1971). A maior parte do material de ambos os álbuns teria sido escrito no seu período mais produtivo (fins de 1966 e princípio de 1967), acreditando-se que ele compôs muito pouco após ter deixado o Floyd.
O primeiro álbum apresenta fortes indícios do frágil estado de espiríto de Syd, com faixas como "Dark globe" a mostrarem claramente que, apesar de ele ter bom material para trabalhar, era praticamente incapaz de participar de algumas sessões. O segundo mostra um maior esforço em conseguir um acabamento mais polido. Em ambos os álbuns Syd trabalhou com o empresário do Floyd, Peter Jenner, com Waters, Gilmour e com membros dos Soft Machine. Syd contribuiu também para a gravação do LP "Joy of a toy" de Kevin Ayers, embora a faixa em que ele tocou guitarra, "Religious Experience (singing a song in the morning)" não fosse comercializada até 2003.
Houve algumas sessões para um terceiro álbum que foram abortadas e que segundo se consta terminaram após Syd ter atacado um empregado do estúdio que lhe apresentou umas letras escritas em vermelho, e que Syd presumiu que seriam contas a pagar. Syd passou muitos dos anos seguintes a pintar, e as poucas telas que ele deu ou vendeu são hoje muito valiosas. Continuou a pintar e muitas vezes a ouvir música, estando entre os seus favoritos os Rolling Stones, Booker T. & The MGs e compositores clássicos, não tendo dado nenhuma atenção a uma compilação do Pink Floyd que lhe foi oferecida.
Syd continuou a sofrer de doença mental, bem como de problemas físicos provocados por uma úlcera péptica. Posteriormente foi-lhe diagnosticado diabetes. Foi ocasionalmente hospitalizado, existindo muita especulação entre os seus fãs e a imprensa sobre as causas desses internamentos. De acordo com um artigo publicado em The Observer em 2002, Syd não tomava qualquer medicação e especula-se que poderia sofrer de uma forma severa do Síndrome de Asperger. Pese o fato de Syd não ter aparecido ou falado publicamente desde 1973, o tempo não diminuiu o interesse na sua vida e obra, nem o interesse da imprensa na sua história; jornalistas e fãs continuaram a deslocar-se a Cambridge à sua procura, invadindo a sua privacidade.
O álbum de 1975 do Pink Floyd, "Wish you were here", foi um tributo a Syd Barrett (que dizem ter aparecido de surpresa numa sessão de gravação, afirmando estar pronto para trabalhar outra vez); a faixa "Shine on you crazy diamond", que abre e fecha o álbum, fala sobre o antigo líder e mentor do grupo, conforme é reconhecido por alguns membros dos Pink Floyd. A faixa " I know where Syd Barrett lives", de Television Personalities, é outro tributo bem conhecido. Supostamente, Roger Waters usou a partida de Barrett e a sua condição como inspiração para o álbum The dark side of the moon, assim como terá baseado o comportamento e personalidade de 'Pink', o principal personagem do filme The Wall, na vida real de Barrett.
Em 1988 a EMI editou "Opel", um álbum de material não editado de Barrett gravado em 1970. Editou também "The best of Syd Barrett - Wouldn't you miss me?" no Reino Unido em 16 de Abril de 2001 e em 11 de Setembro do mesmo ano nos EUA.
Syd Barret faleceu no dia 7 de Julho de 2006, em Cambridge, aos 60 anos de idade. As causas não foram confirmadas. Especula-se que tenha morrido por complicações relacionadas com a diabetes, enfermidade da qual sofria há anos, embora o jornal inglês The Guardian diga que a causa foi câncer. Apesar de seu funeral ter sido aguardado por inúmeros fãs, somente a família esteve presente na cerimônia.
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Psicodélicos e Psicóticos – (do release): Show no FASC ( Festival de São Cristóvão ), no encontro de História, Serviço Social e Medicina na UFS, tem recebido artigos em jornais como o Jornal da Cidade, Correio de Sergipe, Terceiro grau, Cinform, participação no festival SESCANÇÃO defendendo a música “ Trilha da mãe senhora” composta por Vina Torto, segundo lugar no Festival de música do BANESE com a música “ Métrica Marrom” autoria de Vina Torto, primeiro lugar e melhor interpretação no CEFEST (Festival do Cefet) com a música “ Big Smurf” também autoria de Vina Torto e Adenilton (Rato), participação na 5 bienal no Rio de Janeiro em 2007 fazendo show no Circo Voador e na Fundição Progresso, tendo também suas músicas tocadas na Liberdade fm, na AM Aperipê e FM Aperipê e no projeto “ Sons de Sergipe” do CINFORM.
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Fonte: http://www.damiaoexperienca.net/seguidores.htm
A música dos Psicodélicos e Psicóticos estrutura-se numa sequência melódica aleatória ao mesmo tempo sedimentada numa harmonia, contendo simultaneamente temáticas nonsenses e surreais. O grupo encara um conjunto como elementos independentes os quais estão interligados formando esse todo que a junçao dos intrumentos que compõe esse mesmo conjunto. Por ser formado de acordo com a adição autônoma dos elementos, os Psicodélicos e Psicóticos ( Psi Psi ) estão sempre predispostos a transformar com novas junções estéticas sem se limitar a um modelo. A banda de Aracaju-Sergipe.
http://www.tramavirtual.com.br/psicodelicos_e_psicoticos/
Contatos: vinatosco@hotmail.com
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A MORTE DA GRAÇA
Fonte: http://nabocanao.blogspot.com
A obra:
‘Etc e tal’, da Psicodélicos e Psicóticos, gravado em 2006. Banda é Vina Torto nos vocais, Dedeu Costa nas guitarras, Edu no baixo, Adson nos teclados e CH na bateria.
Nota: 1,61
por Igor Matheus
Vanguarda artística é um saco. Por isso combina tão bem com freqüentadores afetados de vernissage. Por isso combina tão bem com bebuns declamando Rimbaud em eventos alternativos. Por isso combina tão bem com guerrilheiros de mercadinho agendando abraços em árvores e declamações de Rimbaud em eventos alternativos. E ao contrário do que sempre é ensinado por aí, o vanguardismo não se caracteriza somente pela dismorfia desbravadora do que está sendo experimentado. Essa visão só se aplica às microscópicas exceções dos gênios. Na ululância da maioria, vanguarda é tudo aquilo que é feito quando o sujeito já desistiu de tentar ser bom e, em uma insistência doentia de se expressar, escancara toda sua nulidade e incompetência. Atenção então para o grande diferencial estilístico que a Psicodélicos e Psicóticos sugere neste ‘Etc e tal’: a banda não consegue sequer ser vanguarda. Mesmo assim, é um saco. E escancara toda a sua nulidade e incompetência.
Quando se escuta uma obra como essa com bom-humor suficiente para apresentação de programas infantis, é possível se importar minimamente em vislumbrar sua ‘proposta’: o flerte com a escatologia, o deboche, o non-sense e a esquizofrenia de projetos relativamente bem-sucedidos em transgressão como Zumbi do Mato, Rogério Skylab, Walter Franco e o mendicante Daminhão Experiença. Só que o chorume viscoso do Zumbi do Mato tem sua graça; Rogério Skylab, hoje pop star, quase acabou com a MPB e segue com uma heróica mão na cordinha para mandá-la à fossa a qualquer momento; Walter Franco, apesar de não merecer muito mais que o frio dos sebos, teve suas duas ou três boas idéias. Por isso é preciso muito boa vontade para reconhecer neste ‘Etc e tal’ algum elemento ativo das referências acima. Se todos os projetos citados representam a estetização da bagunça e do fracasso, ‘Etc e tal’ é a própria bagunça e o próprio fracasso.
É claro que, para quem investe em escatologia, deboche, non-sense e esquizofrenia, ser repreendido é uma vitória. O fedor foi detectado, o nojo foi sentido, o escarro foi visto, e toda a indigestão proposta foi assimilada sob a forma de um previsível desprezo. Mas, como se pôde constatar, essa pretensa anti-arte também é previsível em sua finalidade. E ainda que estar entre os expurgos de análises reacionárias seja uma conquista para os engraçadinhos ‘contestadores das normas’, banda alguma se suporta taxada como ruim em valores absolutos: ela precisa ser relevante em algum lugar, em algum nicho. E é justamente dentro do nicho do deboche e da anti-beleza que se conclui algo definitivo acerca de ‘Etc e tal’: trata-se de uma obra nula dentro de um universo já pouco relevante. Isso sim é ser ruim em valores absolutos.
Pelo menos a decisão de situar ‘Trilha da mãe senhora’ como faixa de abertura – após um minúsculo prólogo – revela alguma sensibilidade. Isso porque é nesta canção que estão relacionados todos os elementos que põem a obra na semi-final do Torneio Internacional de Teste de Tolerância. Há a mal-sucedida tentativa de emular o cruzamento entre punk e rock cinquentista dos ‘idiots’ do Green Day; a letra vazia que gravita em torno de um pretenso e desinteressante hermetismo; a ausência de humor, nunca obtido pelas irritantes e teatralizadas distorções vocais do cantor. Além da graça, a coerência também não foi convidada a comparecer: o teclado, propositalmente infantil, implora pela comédia, corre atrás de uma piada, grita pela irreverência, mas se limita à tragédia de ser, apenas, algo isoladamente ridículo em meio à palidez dos demais instrumentos.
Rir de ‘Foguete do Rei Tritão’, então, é um verdadeiro desafio. A tentativa de jazz que embasa a canção deve ter feito Bill Evans e Miles Davis voltarem imediatamente aos barbitúricos nos ‘inferninhos’ do infernão ou do além. O flerte com o pop rock no refrão não consegue chegar sequer ao dedão do pé das piores aberturas de programa infantil já ‘pensadas’. E a linha vocal simplesmente dói no peito. Claro que não como algo emocionalmente dolente, mas como uma bronquite. Porém, nem tudo está perdido: ‘Foguete do Rei Tritão’ pode servir a todos como exemplo do que acontece quando se ignora a existência de um aparelho de ultimíssima geração denominado ‘metrônomo’. Nessa faixa, a bateria simplesmente parece ter sido gravada por um sonâmbulo.
A também porre ‘Um quarto’ até traz algum esforço harmônico, mas não tão significativo a ponto de se destacar e ultrapassar as limitações do trabalho. E, mais uma vez, a performance sem carisma e marcada pela doidice pentelha e sem graça do vocalista queima tudo a ponto de que, já aqui, seu silenciamento sumário seja clamado desesperadamente. Alguns arranjos também não ajudam: o teclado permanece com uma estranha retidão timbrística e tonal, como se alguém houvesse esquecido um livro em cima dele. Apenas o solo de guitarra feito às pressas interrompe a tempestade de más idéias e fura esse saco plástico amarrado firmemente na cabeça do ouvinte.
Já ‘Darling’ é valsa de ar circense feita em cima de clichês de dramalhões bregas. Um ponto de partida como esse originaria, nas mãos de quem realmente domina a complicadíssima arte de fazer graça, oito mil trezentas e vinte e seis troças e palhaçadas. Nas mãos da Psicodélicos e Psicóticos, porém, ‘Darling’ é somente outro dramalhão brega. Já a introdução da concretóide ‘Métrica Marrom’, mesmo insípida em sua lisergia zappiana, consegue ser mais interessante que o modorrento resto da faixa.
Risinho no canto da boca, e mesmo assim com auxílio de alguma substância estimulante, só para o tema de seriados infantis ‘O Navegador’ e para a convincente ‘Big Smurf’, ainda que a letra insista mais num dadaísmo chato do que na irreverência. A faixa-título, por sua vez, carrega o incrível mérito de ser esquecida já durante sua execução. A experiência é repetida na interminável ‘Psicodélica e Psicótica’, que possui introdução desavergonhadamente igual à da sua anterior. E o entrosamento entre teclado e bateria no meio da canção está para os comerciais de metrônomo como a apresentadora Angélica está para os de camisinha.
É por tamanha enxurrada de equívocos e absoluta falta de traquejo para espirituosidades que este trabalho está fadado a nunca sobreviver a uma primeira audição. Mas se a defesa dos avançadinhos é a relativização, a Psicodélicos e Psicóticos pode insistir um pouco mais na crença de que inventou um outro estilo: aquele em que, para ser bom, é preciso ser, na verdade, péssimo. E em valores absolutos.
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LOOMER: O ep de estréia da banda Loomer é uma viagem até o universo sonoro que deu ao mundo bandas geniais como Jesus & Mary Chain, My Bloody Valentine e Swervedriver, entre outras. Sem soar “revivalistas”, com “Mind Drops” o quarteto portoalegrense traz para a nova cena independente nacional o som das guitarras no talo e vocais sussurrados.
O lançamento do ep em parceria dos selos Senhor F Virtual & Midsummer Madness é quase um achado para os fans do gênero, praticamente esquecidos desde a segunda metade dos anos noventa. O disco traz cinco ótimas canções, mas uma delas em particular, “Enough”, é de uma qualidade excepcional, digna de estar ao lado dos grandes hits do “shoegaze” universal.
Além de uma cozinha excelente, o ep destaca o trabalho das duas guitarras, muito bem gravadas por Lucas Pocamacha, guitarrista do Superguidis, e produtor de “Mind Drops”. Formada em agosto de 2008, Loomer é Stefano Fell (guitarra e vocal), Liege Milk (baixo e vocal), Richard La Rosa (guitarra) e Guilherme F. (bateria).
As cinco canções foram gravadas no entediante feriado de carnaval em 2009, na Fazenda Santa Adalgisa (São Lourenço do Sul – RS), sendo os vocais terminados no Estúdio Dub e na “casa do Lucas”. Em fase de lançamento, o trabalho já está disponível para download gratuito nos sites dos selos Midsummer Madness e Senhor F Virtual (www.senhorf.com.br).
por Fernando Rosa (editor do portal Senhor F).
O EP foi lançado inicialmente pelo SenhorF Virtual e agora, com nova capinha, está disponível também no midsummer madness.
Do blog Barulho, muito prazer, de Gustavo Brigatti: “Mas o Loomer, então. Quem me apresentou eles foi minha chapa Janaina(@mcjanaina no Twitter), (…) nada mais posso fazer a não sei deixar que ela mesma os apresente. Dissonância é linguagem de rock e sabemos isso desde John Cale. Por trás de uma melodia delicada é avassaladora, Kevin Shields nos ensinou. Distorção, microfonia, sujeira, guitarras no talo. A força do rock. Vocais oníricos, a melodia fluida, quase uma canção para ninar rockeiros. Os irmãos Reid sabiam o que estavam fazendo. E a Loomer aprendeu muito bem.
loomer-web.jpgO quarteto porto-alegrense acabou de lançar seu primeiro EP, Mind Drops, pela Senhor F. A influência shoegazer é óbvia (Loomer é a segunda faixa de Loveless, do My Bloody Valentine), mas não anula a beleza das melodias, a riqueza da composição vocal e, muito menos, da força das guitarras.
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entrevista com a Loomer
por Arlen Andrade
Fonte: http://screamyell.com.br
Eles são de Porto Alegre, e lançaram o EP “Mind Drops” em agosto do ano passado. Formada por Stefano (vocais, guitarra), Liege (vocais, baixo), Richard (guitarra) e Guilherme (bateria), a Loomer tem recebido uma boa recepção de público e crítica. Segundo o baixista Liege, o nome da banda não tem relação com a segunda faixa do álbum “Loveless”, do My Bloody Valentine, e sim com o “difuso” da própria banda. Mesmo assim, a Loomer carrega fortes influências de Jesus and Mary Chain, Dinosaur Jr, Ride e outras bandas da cena shoegaze do fim dos anos 80.
Ao vivo, a Loomer constrói uma parede sonora com ventos carregados de dissonâncias e distorções. Os vocais ficam um pouco atrás e são divididos entre Stefano e Liege, que se alternam nos microfones. Richard tem um estilo bem peculiar nas baterias e traz outras variações para o som do quarteto. Apesar do EP conter apenas cinco músicas, o resultado surpreende para uma estréia. “Mind Drops” teve lançamento virtual via SenhorF e Midsummer Madness. Para 2010, várias promessas, que Liege e Richard contam abaixo:
Como a banda se formou e qual a idéia central?
Liege: Digamos que todos, menos eu, são “experientes”. O Guilherme, batera, é “das antigas”. Lembro-me de vê-lo tocando em 2004 com a banda Space Rave, mas sua trajetória é bem maior. O cara já tocou em bandas como a Smog Fog, um petardo dos anos 90. O Stefano já tocou em uns 90% das bandas underground dos anos 90. Já guitarreou ou batereou na Viana Moog, na Cecília, na Dead Fingers, na Girlish. Hoje em dia, além da Loomer, ele toca na Transmission, na Parkplatz e na (novíssima) Badhoneys. O Richard veio do Rio, onde já teve outras bandas nos anos 90. Aqui no Sul ele fundou a Lautmusik, da qual saiu recentemente. A idéia central dos três era apenas uma: fazer barulho, mas com melodia. Me chamaram para um ensaio, toquei e fiz os backings de “When I Wake Up”, do MBV, e “entrei pra banda”.
Muitas pessoas escutam o som da banda e vinculam diretamente ao movimento shoegaze. Vocês concordam com estas comparações?
Liege: Partindo do pressuposto que no âmago o Richard é punk, o Guilherme é oitentão pra caralho, o Stefano é grunge e eu sou metaleira, a dissonância, a microfonia e os vocais leves, sem virtuosismos, são o estilo em comum entre nós quatro. Não que necessariamente seja shoegaze. MBV é uma grande influência. Por timidez a gente toca olhando pra baixo, tal qual os caras. Mas mesmo partindo de uma coincidência óbvia, o nome da banda não é Loomer por causa da música do MBV, mas sim porque Loomer significa difuso, que é como definimos nosso som.
O que influencia vocês no processo de composição das músicas, tanto letra quanto som mesmo? Vocês têm alguns nomes de artistas fora do meio musical que influenciam a banda de alguma forma?
Liege: Hmmmm… fora do meio musical? Eu me inspiro em cerveja. E churrasco. (hehehe) Na verdade, eu não me inspiro. Só respiro. Saca? Minhas letras são carregadas de metáforas do que é meu dia-a-dia. O Stefs é um cara mais sensível, no aspecto poético da coisa. Agora, para o instrumental da banda, a única coisa em que a gente se inspira, que não é musical em si, são nos barulhos de motoserras e motores de caminhão.
Impossível não lembrar de nomes como My Bloody Valentine, Dinosaur Jr e Pixies assistindo a um show de vocês ou mesmo pelas músicas do EP. O que vocês têm achado dos “retornos” destas bandas e do que algumas delas tem gravado?
Liege: O “The Eternal” (último do Sonic Youth) me surpreendeu muito. O Mark Ibold, no baixo, contribuiu pro lado “torto” do som. Achei do caralho. O “Farm”, último do Dinosaur Jr, não sai do meu player há meses. É incrível como mesmo parecendo o Raiden, do Mortal Kombat, o J Mascis continua o mesmo gurizão de 1988! Já o Kevin Shield é um gênio incompreendido. Ele até tentou pirar na carreira solo, fazendo trilhas pra Sofia Coppola e tal, mas prefiro ele de cabeça baixa, surrando a Jaguar ao lado do My Bloody Valentine. Espero que depois dessa turnê de reunião, eles pensem em voltar a compor juntos, gravar. Seria demais!
Como vocês acham que está o mercado, a cena independente?
Liege: A cena independente está bombando. Gente com energia, vontade e idéias novas, mas vivemos uma era nova: sem grandes gravadoras, sem retornos financeiros exorbitantes, e onde a anomia musical se deve às milhares de opções e a facilidade de acesso a todas elas. As bandas hoje não têm o mesmo valor que tinham nos anos 90, quando você esperava a tarde inteira na frente do rádio, com o dedo no rec esperando dar o som pra você gravar para mostrar pro seu amigo. Hoje você recebe tantos spams, e é tão fácil ir lá e clicar e ouvir, que no fim você se enoja e exclui o spam. Acredito que o nosso público (se é que temos) é constituído de gente como a gente: saudosos de músicas boas. Saudosos dos anos 80, 90. Saudosos de barulho mesmo.
Vocês acham que aquele boom de alguns anos atrás, com bandas independentes sendo contratadas por grandes gravadoras (Fresno, CPM22, Pitty) e aparecendo nos veículos de comunicação e em programas conhecidos, ajudou as outras bandas independentes de alguma forma ou aquilo tudo não adiantou para muita coisa?
Liege: Talvez sim, apesar de ser completamente diferente. Todos um dia foram artistas independentes, seja lá quando foi que deram o primeiro passo para o mainstream. São bandas que tiraram a sorte grande. Porém, ainda acho um tanto egoísta sair do independente e se limitar à porta do seu camarim, recheado de Jack Daniels ou Toddynho. Essa galera tinha que “botar a mão na massa” como os caras do Macaco Bong, por exemplo, uma banda sensacional formada por três caras muito legais, que além de tocar o seu projeto pra frente, com o seu próprio suor, talento e originalidade, também são responsáveis pelo Festival Calango, com o coletivo do Espaço Cubo. É um trabalho que vai além de empunhar instrumentos, é um trabalho de empunhar martelos (literalmente) pra montar um palco legal pra outras bandas independentes tocarem. Isso sim, adianta alguma coisa.
Quais são os futuros projetos da banda?
Liege: A gente tem mais umas cinco músicas novas, e duas delas a gente já está tocando em show. As outras duas nós estamos ensaiando e “organizando”, e ainda têm uma na gaveta. Talvez a gente lance outro EP, quando rolar um tempinho e uma graninha. Ou talvez a gente junte tudo e lance um disco. Ou talvez a gente não faça nada. Tudo depende. Saca?
Richard: Meu sonho é poder fazer uma boa gravação, e tocar nos festivais Brasil afora.
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Damião Ferreira da Cruz, mais conhecido como Damião Experiênça (Lauro de Freitas, 1935) é um cantor , músico e compositor brasileiro.
Fonte: Wikipedia
Biografia:
Radicado no Rio de Janeiro desde 1949, tornou-se conhecido por seu inovador conceito de arte, que foge absolutamente dos padrões estabelecidos. Suas letras e sua abordagem dos instrumentos não têm paralelo na história da música brasileira. Daminhão executa vários instrumentos ao mesmo tempo em que canta. Exemplos são a gaita, o chocalho e seus violões de várias cordas (o primeiro álbum foi tocado com um violão de uma corda). As letras de suas canções não têm um sentido lógico à primeira vista.
Foi operador de radar da Marinha do Brasil, até que se aposentou por invalidez. Diz-se que bateu a cabeça ao cair. Isto, segundo alguns, provocou seu estado mental conturbado, e a obscuridade de suas canções. Outra abordagem para o fato foi que, segundo sua biografia (encartada em alguns discos no formato livro), ele teria ficado preso em uma solitária, por deserção. Diz-se também que foi morar com uma prostituta numa casa de palafita, tornando-se cafetão. Damião confirma todas as versões nas poucas entrevistas que concede, uma vez que se recusa a assinar contratos, papéis, e não gosta da mídia e jornalistas de uma forma geral.
Sua discografia é vasta, possuindo 36 discos (28 confirmados, segundo ele), muitos dos quais são no mesmo vinil. De fato, Daminhão só lançou discos em vinil, sendo na maior parte das vezes um disco do lado A, outro do lado B. Atendendo também pelos nomes Daimeão, Damião, Daminhão e consecutivamente Experyença e Experiência, sua obra abrange o período compreendido entre 1974 e 1992.Após um hiato de 15 anos sem gravações, retorna ao estúdio e grava dois discos acústicos em 2007.
A estética de sua obra, além de musical, incorpora também letras surrealistas, um dialeto próprio (o dialeto do planeta lamma), um livro autobiográfico, colagens nas capas dos discos centrados em sua figura com visual impar, a saber, elementos colecionados das ruas e afixados nas roupas como banners, embalagens, luzes, pedaços de jornal , alfinetes e papéis.
Damião ainda afirma que após sua vida como marinheiro tornou-se cafetão e que produziu todos os discos de sua carreira com dinheiro de cafetinagem. Sua influência na música pode ser sentida e entendida em diversas áreas, que abrangem desde músicos alternativos que prestam reverência ou regravam seus sucessos, passando por coleções de fotos, vídeos em sites como Youtube e até mesmo coleção de roupas e tendências da moda.
Daminhão tem admiradores no exterior e seus discos são objeto de colecionadores (hoje também no Brasil), dadas as características de suas obras e suas atitudes: gravava com dinheiro próprio, abriu o próprio selo, discografia vasta, linguagem inovadora, estética singular. Frequentemente é comparado com vários artistas internacionais devido a similaridade dos trabalhos e atitudes. É comum compararem Daminhão ao músico Jandek por causa dos discos autocentrados na própria imagem e com músicas repetitivas, pela discografia enorme e pela ojeriza à mídia em geral. Algumas vezes é comparado com Frank Zappa pelo teor sexual de algumas letras, pelo volume dos discos e pelo desprezo ao mercado fonográfico; ainda há comparações com Sun Ra pela discografia extensa e pela temática de planetas e trajes usados em palco e em fotos, e também com o músico nigeriano Fela Kuti pelo teor das letras, pelas roupas e pela discografia. Também não podemos deixar de citar Moondog que. como Daminhão, vivia nas ruas e tinha a temática extra planetária
A ideologia e os personagens que frequentam seus discos são insondáveis, existindo citações ao marinheiro João Cândido da Revolta da chibata, passando por Isabelita Peron, Bob Marley, Adolf Hitler, Fidel Castro , Getúlio Vargas misturados a comunismo, aborto, ditadura, drogas , música, semi-ótica, rastafari, e nomes dos planetas criados por ele em geral.
Damião viveu um hiato de quinze anos sem gravar nada de 1992 até 2007, apenas aparecendo em shows relâmpagos e esporádicos, como no Ronca Ronca. Tem sido constantemente questionado acerca de documentários e relançamento de suas obras, o que ele nega com afinco que fará. Disponibilizou todo seu material para acesso e uso gratuito através de um portal eletrônico criado por fãs, sem fins lucrativos, que também possui sua discografia, álbuns para download, bandas influenciadas por ele, a autobiografia onde várias das citações acima são reveladas e também uma área de contatos para as bandas, estilistas, fotógrafos, documentaristas e outros que admiram sua obra. Recentemente uma parte de seu trabalho começou ser relançado no Japão e na Europa em vinis piratas que não mantém o nome ou o formato. É comum encontrar discos que não tem relação entre si na mesma bolacha. Daminhão desconhece os potenciais fabricantes.
Anos 70
Os discos de Daminhão são divididos por períodos, sendo que os discos dos anos 70 possuem uma linguagem própria, utilizando violões de diferentes números de cordas, tampinhas, marimbas e músicas cantadas em um dialeto próprio. Também são elementos desta fase colagens de sons, sobreposições de músicas e letras cantadas como mantras repetitivamente. Por exemplo - "A mulher que faz aborto não tem pena do seu próprio corpo", ou - "Eu quero é comer feijão para não ir para debaixo do chão" . O uso expressivo do dialeto do "planeta lamma" torna alguns discos incompreensíveis, e palavras chaves gritadas como "Hamalai" indicam bem o rumo que a obra tomava. Quase todos os discos desta era recebem os nomes de planeta. Os rótulos dos discos possuem músicas de nomes gigantescos como "Mamãe Sarafina e Papai Amorzinho, seu filho Damião Ferreira da Cruz gravou treze discos com dinheiro próprio porque sou filho de cubano com russo e não de americano". Algumas vezes apresenta apenas o nome de uma única faixa e no vinil são 5 músicas distintas.
Anos 80 e 90
Os anos 80 e 90 apresentaram discos mais elaborados, contando com a presença de uma banda que segue as vertentes do rock, do rock progressivo e também da black music. Damião canta com a banda (chamada de Planeta Lamma) e abandona o dialeto do planeta lamma para cantar em um português rasgado de letras com forte conotação sexual ou política, quase sempre mesclando ideologias incompatíveis (ser pró ditadura brasileira e pró comunismo ao mesmo tempo). Reafirmas os valores em que ele supostamente acreditava, como Isabelita Peron, Fidel Castro, ou a vitória do comunismo russo, ao mesmo tempo em que cantava ser "fã dos americanos", são alguns dos aspectos mais interessantes das canções. Há os que dizem tratar-se de dialética, outros de que Daminhão não pode ser enquadrado sob aspectos racionais. Destes discos destacam-se frases notáveis, que soam a adágios, como "Quem tirou o selo que leia a carta", ou ainda "Eu gosto é de mulher lesbica".
2007
Daminhão lançou neste ano dois novos discos acústicos, para download exclusivamente, sem prensagens, apenas disponíveis no site. Os discos são Sarafina 1937 e Amorzinho 1914, respectivamente os nomes de seu pai e mãe. Também trocou seu nome para Damião Ferreira da Cruz Experiença. Os cineastas Ricardo Movits e Jimi Figueiredo fazem um documentário intitulado "Daminhão Experiênça", 35mm, 18min, lançado no 40 Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, com uma excelente repercussão. É a primeira vez que Daminhão é registrado em um filme só seu. Antes, apenas participara de trechos em documentários de terceiros, alguns sendo resgatados recentemente.
2009
Daminhão retorna aos palcos após longa ausência e num show memorável no SESC - Santo André – SP. Junto com Walter Franco e a banda Supersimetria mostra suas fórmulas antigas e novas criações.
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Fonte: http://www.damiaoexperienca.net
Biografia
Damião Daminhão Daimeâo Damião Experiença Experiência
Esta biografia é baseda no livro de Damião e também em entrevistas pessoais feitas com ele, porém sem registros existentes; Damião não se deixa gravar nem filmar, até agora. Salvo algumas entrevistas conseguidas com muito custo, só mesmo indo em sua casa, Ipanema, RJ, Brasil.Optamos neste site por acreditar em todas as versões ditas por ele - Afinal, o que é a realidade ?
Nascido na Bahia, na cidade de Lauro de Freitas, distrito de Portão, perto de Salvador. Aos 13 anos foge de sua casa para escapar da brutalidade dos pais que batiam nele com cipó de cabo, e como clandestino viaja em um navio até o Rio de Janeiro. Vai morar na zona com as putas e descobre o mundo cedo; como passa fome, decide entrar para a marinha brasileira, para poder comer. Troca de emprego n vezes, aprende a ser homem na rua. Freqüenta puteiros e bordéis, decide morar com uma mulher numa casa de palafita, desertando portanto. Arrepende-se, após 15 dias volta para o quartel, pega 1 ano de cadeia, 1 mês de solitária. Sai transformado; ali ele conheceu o Planeta Lamma. Entrou Damião Ferreira da Cruz, saiu Damião Experyença.
Começa a pintar, pinta um quadro chamado Planeta Lamma, começa a aprender música na cadeia com os amigos - estamos nos anos 60, pré-ditadura, e a era hippie está em sua plenitude. Damião está no meio disto tudo. Em outras versões, contaria ele que puxou cana por alguns anos devido a cafetinagem . A verdade ? Você terá que perguntar para ele...
Quando sai da cadeia vira operador de radar, e após alguns anos e por um acidente (ou quem sabe por conveniência) a marinha o aposenta após cair do mastro de um navio e bater a cabeça. Damião está de volta às ruas e retorna para a profissão que o acompanhou desde cedo - vira cafetão. Usa o dinheiro ganho das prostitutas para gravar os seus discos, começando com o primeiro em 74, chamado Planeta Lamma, gravado solo, um violão com apenas 1 corda, 1 espécie de chocalho pendurado no violão para fazer percussão e uma gaita presa ao pescoço. Disco soberbo, gravado todo no dialeto do Planeta Lamma, linguagem aprendida (ou criada por ele ?). Para os que perguntam, o dialeto do planeta lamma existe, é real e Daminhão conversa com você a hora que você quiser no dialeto. Ele canta as músicas de todos os discos, feitas no dialeto de forma idêntica, conversa usando às vezes este dialeto, traduz frases inteiras para o dialeto dele. Ele decora ? Quem sabe ?
Até o disco de número 34, são 30 anos de gravações, mas a história prossegue. Vem o segundo disco, com duas cordas no violão, o terceiro com três, o quarto com quatro e o quinto, óbvio, com cinco. Começam as experimentações sonoras, e os discos acústicos vão cedendo lugar para uma banda, sobreposições múltiplas de gravações, mix de músicas acústicas com uma banda ao fundo. As composições já estão mais maduras, há um equilíbrio entre o dialeto do Planeta Lamma e o português convencional (com pitadas de espanhol). Existe uma percussão sincronizada, uma gaita e uma marimba em alguns discos, em outros discos Daminhão mistura suas gravações acústicas com as músicas da banda criando o caos sistemático, às vezes tendo cinco músicas sobrepostas, todas cantadas no dialeto, com bases insondáveis, Algumas letras também são surpreendentes . As matrizes dos discos são sobrepostas e geram novas músicas. Lança nesta fase sua autobiografia, contida no site, na seção Livro. Seu primeiro e único livro, até o momento.
Logo após, Damião grava com uma banda, a banda Planeta Lamma, e lança surprendentes discos pelo seu selo, também chamado Planeta Lamma. A banda, segundo ele, é formado por músicos hoje famosos da TV e da mídia que não revelam o nome. São rocks progressivos de todos os tipos com letras (quase todas) criadas na hora, on the spot, algumas cantadas sobre uma base de rock pesado (como ele diz). Já nos anos 80 prossegue neste formato até parar em 1992, com o último disco.
Após 30 anos de carreira, cansado do deboche público, da falta de apoio e da mídia em geral ignorar sua obra, empobrecido como todos nós por sucessivos planos econômicos, ele se aposenta, esquece seus discos e perde as matrizes das gravações em inundações que ocorreram no banheiro da sua casa. Fica semi recluso, recebe poucas visitas, vende todos seus discos restantes, quando não os distribui gratuitamente. Esporadicamente escreve algo ou grava alguma coisa acústica em seu violão, pensando em um dia relançar um pedaço de sua obra no formato CD. Grava em 2007 dois discos novos com materiais antigos, mas com ótima qualidade, e solicita que façamos o upload dos discos. Há algumas fotos deste encontro na sessão Downloads do site.
Ironicamente, quando Daminhão acredita que esqueceram de sua obra, nós do Portão do Daminhão iniciamos nossas atividades, em 2001, resgatando os discos, divulgando o artista e mostrando outras formas de fazer "música ".
Quem somos ? Somo um grupo de fãs de São Paulo, agora já abrangendo o mundo todo , que mantém este site no ar por todos estes anos, bem como provedor e dominios, e somos também influenciados pelo Daminhão em nossa banda, a Supersimetria (www.supersimetria.net). Não temos nenhum lucro com o site, não vendemos produtos , lps, cds, etc. Tudo é pela obra e pelos amigos. Forte abraço a todos
Arte é Musica ?
Hamaaaalaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai .
FAQ
As presentes perguntas são sempre comuns, e verificamos junto a Damião. Os textos em itálico são citações do próprio Daminhao.. A veracidade dos fatos é questionável - às vezes você verá contradições em 4 entrevistas distintas neste site mesmo. Observe isto na seção Midia.
Por favor, divulgue, a arte agradece
Mande um link para seus amigos: http://www.damiaoexperienca.net.
Coloque um selo no seu site.
- Quem é o autor de todas as músicas ?
Todas as músicas, letras, arranjos, regência ,orquestração ,capas de autoria de Damião Ferreira da Cruz, que é o Daminhão Experyença. (Esta nota foi colocada a pedido do próprio Damião.)
- Damião está vivo ?
Sim, mora num apartamento no RJ
- Damião é mendigo ?
Não, mas frequentemente o confundem com um pelo jeito despojado de vestir.
- Como Damião gravou seus discos ?
Com dinheiro de cafetinagem, ou com aposentadoria. Faça sua escolha. :)
- Quer dizer que ele era/foi cafetão ?
Segundo ele, ainda o é até hoje.
- A marinha manda um soldo para ele ?
Sim, ele recebe um salário por ter sido aposentado na marinha como operador de radar.
- Como Damião saiu da marinha ?
Caindo do mastro de um navio. Leia " O LIVRO", ele conta isto em detalhes.
- Damião gosta de apanhar de mulher ?
Sim. Eu sou masoquista.......
- Damião gosta de mulher lésbica ?
Sim, se você se casa com mulher lésbica, chega em casa e só encontra mulher, se casa-se com mulher normal, chega em casa e encontra homem.
- A censura boicotou discos do Damião ?
Daminhão disse que as músicas cortadas em seus LPs foram para a censura aprovar, em outras ele disse que a censura não o deixou aparecer na tv, nos anos 70.
- Quantos discos Damião gravou ?
34, segundo ele. Acreditamos ser um pouco menos, algo entre 28/30.
- Ele dá entrevistas ?
Não, Damião acredita que a TV e uma parte da imprensa o tratariam como uma aberração, não como um artista e não teriam respeito nem pela pessoa, nem pela sua obra. Vários jornais, programas de TV e de entrevista renomados já tentaram e não conseguiram. Ele não que ser ridicularizado. Eventuais entrevistas que deram certo foram conseguidas graças a pessoas bem competentes e sérias, que o respeitaram, ou amigos ou até mesmo uma cascata de mentiras para o jornalista ir embora.
- Damião faz shows ?
Poucos e raros. O último foi em 2002. São acústicos, porque Daminhão está sem banda atualmente.
- Quantos anos faz que ele não grava ?
O último disco foi gravado em 92 com banda. Há dois novos lançamentos acústicos em 2007.
- É verdade que ele já participou de discos de outros artistas ?
Sim, mas não gosta de comentar o assunto, ele não fala sobre isto, e evita o assunto.. Ainda existe uma resistência por parte do Daminhão em assinar papéis de qualquer natureza - Minha obra é do mundo. A música Forró de Janeiro do Luiz Melodia tem Damião gritando no fundo, o que ele nega com veemência, também a música História da Guitarra dos Novos Baianos rende uma homenagem a Daminhão em seus versos.
- Damião ainda é comunista ?
Não mais, ele acompanhou a ascensão das ditaduras sobre o proletariado e ascensão da social democracia no mundo. As coisas que a gente fala quando é jovem.
- Ele leva sua obra a sério ?
Sim, sabe milimetricamente o que gravou em cada disco, como foi gravado, repete as letras cantando no dialeto do planeta lamma, conhece as letras, inclusive das músicas reprises (mesma base outra letra, mesma letra outra base), tudo é intencional, até o que parece ser randômico. Você deveria levar a sério também, isto é arte.
- O que é o dialeto do Planeta Lamma ?
É uma linguagem aprendida ou criada, usada em vários discos. Atualmente só Daminhão fala o "dialeto", como ele gosta de chamar. - Linguagem do povo do infinito ao universo de rose 1999
- Quantos livros Damião tem ?
Um, encartado em vários LPs diferentes, até que o estoque de livros acabou. Na seção Livro neste site você pode degustá-lo.
- Qual era a tiragem dos LPs ?
De mil a 2.500 cópias cada, metade distribuida, metade doada, uma pequena quantidade vendida, segundo Daminhão.
- Damião e a virgindade.
Se você não casar com mulher virgem, ja é corno, já comeram tua mulher.
- O que são os bichos da cara preta, citados nas músicas ?
A polícia, as autoridades.
- Em que Damião acredita hoje em dia ?
No amor, sempre eterno, sem ele você não vive.
- Damião conhece a internet ? E o site ?
Sim, mostramos ambos para ele. Ficou emocionado e nos apoiou com muita força. As fotos do encontro estão na seçao download.
- Vocês são autorizados pelo Damião a fazer o site e a deixar as músicas para download. ?
Sim, somos.
-Vocês ganham algo com o site ?
Sim, contatos, networking, amigos. $$$ nenhum até hoje. Aceitamos convites para tocar em casamento, batizados, barmitzva, etc..
- As músicas de Daminhao são livres ?
São, ele deixou aberto pro mundo conhecer sua obra, fazer download e usar como quiser.
- Ele mora na rua ?
Não, ele tem apartamento próprio. Leia a biografia.
- Onde encontro Damião ? Como faço para falar com ele ?
No Rio de Janeiro - Brasil, na praça José Bonifácio em Ipanema, e cercanias, geralmente perto do supermercado Zona Sul. Ele anda por ali o dia todo, basta perguntar dele para os comerciantes locais.
- O Brasil reconhece a obra de Damião ?
Não, ele é tido como doido e músico de segunda categoria (como tantos outros). Não existe espaço para os shows dele e nunca teve suas músicas veiculadas no rádio.
- O que é e onde fica o Planeta Lamma ?
Planeta Lamma é 27 paus debaixo da lama. Não tem fulano, não tem sicrano, todos nós somos do Planeta Lamma. Pode ser barão, pode ser ladrão. Fora isto é o nome do selo, da ex-banda , do livro, de um quadro e de um disco do Daimeão.
- O selo Planeta Lamma foi o que ?
Foi o selo que Damião teve e criou para conseguir lançar todos os seus 34 discos de forma independente e autônoma.
- É possivel uma entrevista com Daminhão ? Fazer um documentário / video ?
Por sua conta e risco. Daminhão tem ojeriza a jornalistas de qualquer espécie. Fãs têm tratamento diferente, desde que deixem a tietagem de lado e tenham a mente desenvolvida. Se você possui material ou entrevista com Daminhão e conseguir algo, e porventura desejar publicar e compartilhar, mande-nos um email: planetalamma@damiaoexperienca.net . Atualmente há uma equipe desenvolvendo um documentário com ele e ele permitiu-se filmar por algumas pessoas de diferentes lugares e de diferentes mundos.
- O que são os numeros 4c e 1308 ou 308 que aparecem em vários discos ?
É o endereço dele e o número de seu apartamento. Ele mudou para 308 depois que o numero 1 caiu da porta.
- O que os números 1969, 1999 e 69 têm em comum ?
1969 é o bom 69, posição sexual, também em certas músicas tem conotação da relação sexual em si - qual o homem qual a mulher que não gosta de fazer um 1969 ? Já o número 1999 preenche toda a obra e não tem explicação até agora.
- Damião Experyença é influenciado por Jimmy Hendrix Experience ?
No começo foi, depois mudou porque ele , Damião, ficou mais complexo, em suas palavras: Tudo é experyença, e não experiência, porque experiência todo mundo pode fazer, mas a experyença por ser diferente e não ser experiência é o que fica em cada coisa que você faz, só a experyença, porque com o tempo ela não çessa (assim mesmo com ç).
- Quem são as figuras citadas por Damião em suas músicas ?
João Cândido, marinheiro líder da Revolta da Chibata que cercou o RJ com navios e ameaçou bombardeio, exigindo reformas na marinha. Fildel Castro, ditador cubano, Getulio Vargas, ditador brasileiro, Isabelita Peron, segunda mulher do governante argentino.
- Damião entende de música ?
Sim, conhece tudo de jazz a punk, gosta muito de música pesada e se influencia no barroco. O seu apartamento é lotado de discos por todos os cantos...
- Quem são os músicos que gravaram com Damião e quem foi o técnico de mesa e o pessoal do estúdio ?
Damião não revela os nomes dos que foram os integrantes da banda Planeta Lamma, diz apenas que hoje são todos músicos de sucesso, idem para os técnicos de mesa. Se você tocou, participou, remixou ou teve algum envolvimento com o trabalho do Damião, por favor mande-nos um email para reconstituirmos uma fração da história, o Damião não dá maiores detalhes. planetalamma@damiaoexperienca.net . O que se sabe é que os primeiros discos foram gravados no lendário "Estúdio Havaí" no RJ, lugar que marcou e gravou grandes pérolas da mpb, samba, soul, funk brasileiro.
- Haverá um relançamento da obra do Damião ?
Ele não pretende, faça o download do site.
- Que som Damião ouve ?
Tudo, música eletronica, comercial, grind, funk carioca, é realmente impressionante.
- Damião é nazista ?
Sim, mas diz-se judeu ao mesmo tempo, bem como afirma que é macaco e tatu, do Planeta Terra e do Planeta Lamma, preto branco e azul, e mais uma combinação de possíveis aleatoriedades
- Damião apoiou a ditadura ?
Sim, e foi contra o movimento diretas já. Segundo ele a ditadura garantia a ordem, hoje o Brasil é um campo de extermínio, onde qualquer um com dinheiro manda matar quem quiser, e as pessoas matam, com a bíblia na mão.
- Damião acredita em Deus, tem religião ?
Damião acredita em Deus., mas não acredita nas religiões religião é fanatismo, é lenda, é um meio de vida.
- Daminhão tem filhos , ou é casado ?
Nenhum registrado no meu nome - eu nunca casei. Sou bicho solto.
- Porque algumas músicas se parecem tanto com outras ?
Porque são. Damião usa a mesma base com outra letra, a mesma letra com outra base, junta duas ou três bases e faz um som novo som composto de todas estas bases que foram unidas. Regrava a mesma música com nome diferente em outro disco, e a partir daí passa a ser outra música.
- Como faço para ouvir os discos ?
Acesse o site e vá à sessão “Downloads”
-Onde encontro vinis do Damião ?
Em sebos e lojas especializadas em vinis. Não temos discos para vender, nem comercializamos os nossos, por favor não insista.
-Onde compro cds do Daminhão, ? Vocês tem para vender ?
Leia o item acima.
-Onde compro uma camiseta do Daminhão ? Vocês vendem ?
Leia o item acima.
-Ouvi dizer que Daminhão tocava todos os intrumentos e fazia o master dos discos, é verdade ?
Ele afirma às vezes que sim, outras que a banda Planeta Lamma é quem gravava. Tem até um povo do RJ que afirma que ele dava festas na casa dele, onde gravava os caras tocando e depois lançava os discos, sem cachê ou crédito aos músicos. Como vocês podem ler nos discos: "Todas as músicas, regências, composições autoria de Damião Ferreira da Cruz".
-Foi Daminhão quem prensou seus discos ?
Ele afirma possuir a famosa prensa do padre que ficaria teoricamente em Belford Roxo, em uma chácara que clama possuir, que às vezes troca de lugar e é na Barra da Tijuca. Há duas correntes, as que dizem que tudo isto é verdade e as que dizem que é mentira. Há ainda uma tendência que afirma que parte é verdade. As discussões podem ser postadas nas comunidades do Orkut, (aquela bosta tem que servir para algo afinal, além de ser a Contigo eletrônica..)..Ainda há pessoas que afirmam que o Motta da Moto Discos, dono da Modern Sound era quem lançava Damião. Amigos cariocas, contamos com vocês para resolver estes dilemas, se é que tem como... Os discos dos anos 90 registram no rótulo uma prensa de São Paulo cuidando da prensagem dos discos..
- Quais são os discos lançados ?
Vá para discografia e leia , ler enobrece.
- Como posso saber mais sobre o Damião ?
Vá para o livro e leia, ler enaltece.
- O rastafari de Damião tem influência de Bob Marley ?
Não. Daminhão fez seu rasta antes de Marley por inspiração própria, muito antes do reggae, nos anos 60. Ele lamenta por ter feito um rasta no Brasil, ninguém levou seu cabelismo a sério.
- Damião é rastafari, tem ligação com a religião / movimento rasta ?
Não, não é, e não tem. Ele é rastafari do sertão.
- Qual de seus discos e músicas ele mais gosta ?
De todos e de todas, não tenho preferência.
- Porque os números, a quantidade de discos parece estranha ? 28, 34 ? 13 ?
Porque não existe ao certo um modelo que o Damião usa para contar um disco. Às vezes cada lado do LP é um disco, caso do Planeta Galinha e do Bocagi (mesma bolacha, isto é vinil, porém discos diferentes), às vezes é um só, caso do Planeta Lamma. A contagem é mais ou menos pelo número de lados com nomes diferentes, o que parece ser o modelo que o Damião utiliza. Quando perguntamos, nem ele sabia ao certo. Temos uma dica otima enviada pelo colaborador Paulo que parece ter matado a lógica do sistema. Fora as letras, que indicam os lados, Lado T;ladoU, lado X/Z, depois vieram os números. Observe que junto aos títulos dos disco há uma contagem, tipo 098, 097, o que indicaria o disco e sua sequencia algo como lado 0.4 ou lado 0.5. Algumas coisas também são fragmentadas. como lado UR lado SS, formando URSS, ou ainda invertido como RELTIH, que é Hitler.
- Porque a fixação de Damião com cana, caiana, cubana, plantar cana, chupar cana, etc. ?
No Brasil dos anos 60 e 70 os comunistas acreditavam que uma prova de filiação real ao socialismo/ comunismo da época era ser cortador de cana nas plantações de Cuba, para mostrar que todos eram iguais e que até médicos cortavam cana (sic !!!), fora o fato que Cuba tinha uma escola de guerrilheiros onde as pessoas da América Latina treinavam e aprendiam guerillha, claro; Damião provavelmente bebia desta crença. Em conversas ele nos disse ter morado em Cuba e em Trinidad Tobago, mostrando uma foto de alta definição com um táxi amarelo de faixa azul no fundo. Aqui é Trinidad Tobago.
- Damião tem similares ?
Não. Sua discografia / idéias são vastas. O que mais se aproxima é um americano chamado Jandek que tem uma discografia vasta como a de Damião, músicas completamente inovadoras, responsável também pelo seu selo, não concede entrevistas, semi recluso, capas minimalistas e centradas na imagem própria. Caso você procure fontes de informações similares, faça uma pesquisa em Fela Kutti, Sun Ra, Frank Zappa, todos com elementos singulares ao Daminhão, a saber, temática autocentrada, discos falando de vários planetas, roupas exóticas, alta produção musical , rejeição a imprensa, selo alternativo próprio , esquema único de músicas. Sobre Jandek confira os "parentescos" na seção Links.
- Tenho um disco igual ao de um amigo meu, porém com capa diferente ! Como isto é possivel ?
Somente o primeiro e o segundo disco tem as capas certas com o nome das músicas e o nome do disco. Os outros discos não têm capa certa, Damião fazia prensagem das capas em blocos e colocava os vinis na primeira capa disponível que estivesse à mão, inclusive nas do primeiro disco que sobraram (isto é, foram feitas mais capas que discos). Algumas vezes você verá a frase singular no vinil - Capa Velha Disco Novo -, por ai você faz uma idéia.
- Tenho uma capa igual a de um amigo meu, porém com disco diferente !!! Como isto é possivel ?
Topico anterior, por favor, mesma idéia
- Tenho um disco com o nome igual ao do disco de um amigo, mas as faixas são outras... Como isto é possível ?
Topico anterior, irmão... quase tudo é possível...
- Meu disco acusa no rótulo só uma faixa, mas no vinil são 5 . Está errado ?
Não, não está. Damião às vezes engloba quatro ou cinco músicas com um nome. Outras vezes dá o mesmo nome a músicas diferentes. Outras vezes você terá só uma faixa de um lado e 8 nomes de música impressos.
- Daminhão nunca gravou por uma grande gravadora ?
Já foi convidado várias vezes, mas junto de cada convite vinha sempre uma bula de comportamento, aparência, letras, sons, e Daminhão sempre achou de bom tom dizer não. É avesso a assinar contratos, como ele diz - sou bicho solto. Esta é uma forma de ver.
- O que significa o símbolo encontrado na capa de alguns discos ?
É minha nave que me leva ao Planeta Lamma
-O que são as fases do Damião ?
Foi uma forma que achamos por aqui de catalogar os " períodos 'do Damião. É uma idéia totalmente umbigocêntrica, se você vai ou não segui-la é risco seu. Chegamos à conclusão que as músicas obedecem à seguinte lógica : uma primeira fase acústica, violão, voz, gaita e tampinhas de garrafa fazendo um chocalho (veja isto na capa do Planeta Lamma original, o primeiro). Logo após, esta primeira fase porém com marimba e bumbo gravado em outros canais, as vezes baixo começa a segunda fase onde ele também sobrepõe duas gravações acústicas. Depois disto vem uma fase com bases de rock progressivo, blues, funk, reggae e hard rock colada quatro ou cinco vezes, superpostas, (inclusive com músicas da primeira fase); até aqui seu trabalho é quase todo cantado no dialeto do planeta lamma. Após estes discos, vem uma fase de rock progressivo/rock errou com vocais e eventuais pirações, e acaba numa fase final altamente Zappa com as letras cantadas no dialeto praticamente desaparecendo.
- A história do primeiro disco com uma corda, o segundo com duas, o terceiro com três, etc... é verdadeira ? Ele gravou os discos assim mesmo ?
Ouvindo os discos com atenção você terá esta resposta. Acho que a melhor idéia aqui é que algumas músicas foram gravadas assim, distribuidas ao longo dos discos da fase acústica. Damião afirma que sim, é claro. A título de curiosidade, o violão damiônico é composto de 4 cordas, sendo que uma é de baixo. A afinação é microtonal.
- Qual a coisa mais pitoresca dos discos ?
As frases nos começos e fins de música - Vai, tá gravando, a palheta quebrou, a corda estorou, vamos ver esta corda aí cumpadi, o peito não deu, Ritrá tá vivo no planeta lamma, eu amo isabelita peron, só os mendigo salva o planeta, etc...
- O que há de inovador em Damião ? O que devo procurar ?
Mergulhe nas músicas e descubra, entre tantos, a extensão da discografia que fala por si ... idéias inovadoras, criação de um dialeto, colagens, letras , músicas com 1/2 cordas, etc.., grindcore antes mesmo do punk ter nascido, rasta em 70, estética pura, capas, imagens, fotos, letras, idéias., um pedaço do Brasil atonal, self Made man, selo próprio independente antes do dito "alternativo" e por fim um banquinho e um violão (mesmo que seja de uma só corda).
- O Damião existe ?
Sim.
- Gostaria de colaborar enviando material, como faço ?
Por favor, mande um email antes para a gente em planetalamma@damiaoexperienca.net
- Vocês estão me devendo material.
Por favor, mande um email antes para a gente em planetalamma@damiaoexperienca.net. O servidor foi trocado de lugar 2 vezes, perdemos um bocado de histórico por aqui, de pedidos e de emails.
- Onde mais encontro informações ?
O Orkut tem comunidades dedicadas ao Daminhão com gente que diz gostar da obra do homem. Participe !!! O software Soulseek (www.slsknet.org) tem vários usuários com arquivos do Daminhão.
- O site mudou, vocês ficaram bundões, retiraram críticas, etc...
O tempo passou para nós. Deveria passar para você também.
- Quero ajudar, minha pergunta não esta aqui.
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Discografia “OFICIAL” conhecida de Damião Experyença
• Planeta Lamma - 1974
• 69
• 4c 1308 ou (4c 308)
• Damião Experiença no Planeta Roça
• Damião Experiença no Planeta Lavoura
• Damião Experiença Chupando cana verde no planeta lamma
• Damião Experiença Cheirando Alho no Planeta Lamma
• Damião Experiença nu Planeta Mendingo
• Planeta Quentão
• Planeta cachaça
• Planeta Cabelo
• DAIMIÃO
• Daimião Experiença Quinteto Planeta Lamma / Alta Fidelidade
• Planeta Galinha
• Bocagi
• Planeta Guerrilha
• Planeta Guerra 1914 - SSRU - 097
• ADEUSADOLFHITLER1945FIM - 098
• EZABELITAPERONSIM - 099
• A Morte é a dor, A dor é a morte, Eu amo a morte - RRUBLY 100
• Boca fechada não entra mosquito, só felicidade - 101 RRUSIAN
• Cemitério Nazismo - 102 CCCP
• Praça Vermelha - 103 RELTIH
• M19 Bomba Atômica - 104 EUQITEIVOSS
• Comando Planeta Lamma - 105 WCGT0 (Possui duas versões distintas)
• FFIM DO MUNDO - 106
• Guerrilheiro Do Planeta Lamma – DFC 107 - 1992
• Amorzinho 1914 - Ano de lançamento 2007
• Sarafina 1937 - Ano de lançamento 2007
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Discografia de Frank Zappa:
* Freak Out! (1966)
* Absolutely Free (1967)
* Lumpy Gravy (1967)
* We're Only in It for the Money (1968)
* Cruising with Ruben & the Jets (1968)
* Uncle Meat (1969)
* Mothermania: The Best of the Mothers (1969)
* Hot Rats (1969)
* Burnt Weeny Sandwich (1969)
* Weasels Ripped My Flesh (1970)
* Chunga's Revenge (1970)
* King Kong: Jean-Luc Ponty Plays the Music of Frank Zappa (Jean-Luc Ponty) (1970)
* Fillmore East - June 1971 (1971)
* 200 Motels (1971)
* Just Another Band From L.A. (1972)
* Waka/Jawaka (1972)
* The Grand Wazoo (1972)
* Over-Nite Sensation (1973)
* Apostrophe (1974)
* Roxy & Elsewhere (1974)
* One Size Fits All (1975)
* Bongo Fury (1975)
* Titties and Beer: Zoot Allures in Paris Live (1976)
* Zoot Allures (1976)
* Zappa in New York (1978)
* Studio Tan (1978)
* Sleep Dirt (1979)
* Sheik Yerbouti (1979)
* Orchestral Favorites (1979)
* Joe's Garage (1979)
* Tinsel Town Rebellion (1981)
* Shut Up 'N' Play Yer Guitar (1981)
* You Are What You Is (1981)
* Ship Arriving Too Late To Save A Drowning Witch (1982)
* The Man From Utopia (1983)
* Baby Snakes (1983)
* London Symphony Orchestra vol 1 (1983)
* Boulez Conducts Zappa: The Perfect Stranger (1984)
* Them or Us (1984)
* Thing-Fish (1984)
* Francesco Zappa (1984)
* Frank Zappa Meets The Mothers Of Prevention (1985)
* Does Humor Belong In Music? (1986)
* Jazz From Hell (1986)
* London Symphony Orchestra vol 2 (1987)
* Guitar (1988)
* You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 1 (1988)
* You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 2 (1988)
* Broadway The Hard Way (1989)
* You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 3 (1989)
* The BRT Big Band Plays Frank Zappa (BRT Big Band) (1990)
* The Best Band You Never Heard In Your Life (1991)
* You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 4 (1991)
* Make a Jazz Noise Here (1991)
* Beat The Boots I (1991):
o As An Am (1981-82)
o The Ark (álbum) (1968}
o Freaks & Motherfu*#@%! (1970)
o Unmitigated Audacity (1974)
o Anyway The Wind Blows (Duplo) (1979)
o 'Tis The Season To Be Jelly (1967)
o Saarbrucken 1978 (1978)
o Piquantique (1973)
* Beat The Boots II (1992):
o Disconnected Synapses (1970)
o Tengo Na Minchia Tanta (1970)
o Electric Aunt Jemima (1968)
o At The Circus (1978)
o Swiss Cheese/Fire! (Duplo) (1971)
o Our Man In Nirvana (1968)
o Conceptual Continuity (1976)
* You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 5 (1992)
* You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 6 (1992)
* Playground Psychotics (1992)
* Yahozna Plays Zappa (Yahonza) (1992)
* Ahead of Their Time (1993)
* Zappa's Universe - A Celebration Of 25 Years Of Frank Zappa's Music (Joel Thorne/Orchestra of Our Time)(1993)
* The Yellow Shark (Ensemble Modern) (1993)
* Civilization, Phaze III (1994)
* Harmonia Meets Zappa (Harmonia Ensemble) (1994)
* Strictly Commercial (1995)
* Music By Frank Zappa (Omnibus Wind Ensemble) (1995)
* The Lost Episodes (1996)
* Läther (1996)
* Frank Zappa Plays the Music of Frank Zappa: A Memorial Tribute (1996)
* Have I Offended Someone? (1997)
* Frankincense: The Muffin Men Play Zappa (Muffin Men) (1997)
* Mystery Disc (1998)
* Cucamonga Years: The Early Works of Frank Zappa 1962-1964 (1998)
* Cheep Thrills (1998)
* Son of Cheep Thrills (1999)
* Everything Is Healing Nicely (1999)
* Frankly A Cappella (The Persuasions) (2000)
* The Zappa álbum (Ensemble Ambrosius) (2000
* Bohuslän Big Band plays Frank Zappa (Bohuslän Big Band) (2000)
* FZ:OZ (2002)
* Halloween (2003)
* Zappa: Greggery Peccary & Other Persuasions (Ensemble Modern) (2003)
* Joe's Corsage (2004)
* Joe's Domage (2004)
* QuAUDIOPHILIAc (2004)
* Joe's XMasage (2005)
* Imaginary Diseases (2006)
* Trance-Fusion (2006)
* The Making Of Freak Out! Project/Object (2006)
* The Frank Zappa AAAFNRAA Birthday Bundle (2006)
* Buffalo (2007)
* The Dub Room Special (2007)
* Wazoo (2007)
* One Shot Deal (2008)
* Joe's Menage (2008)
* Lumpy Money (2009)
* Philly '76 (2009)
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