Um dos maiores nomes do Rockabilly americano, o legendário baterista Slim Jim Phanton veio ao Brasil para participar da sétima edição da Virada Cultural, em São Paulo. Em rápida entrevista concedida após o ensaio no dia do show, o músico discorreu sobre a participação no evento, a atual situação da indústria fonográfica mundial, os projetos musicais e profissionais, e a estreita amizade com Supla.
Considerado um dos grandes nomes da cena Rockabilly de todos os tempos, Slim Jim foi escalado de última hora para fazer parte da Virada Cultural 2011, evento já tradicional da cidade de São Paulo. Slim, mesmo cansado após uma exaustiva viagem, estava muito empolgado com a participação no evento. "Estou muito feliz por fazer parte desse evento, já vim algumas vezes ao Brasil, e cada vez que volto sinto que o público cresce mais, sinto uma conexão com a cidade. Acho muito importante a participação de artistas e bandas americanas na Virada Cultural, sinto que nosso país está muito bem representado nessa edição", afirmou o baterista.
Slim, apesar de um veterano do Rock n Roll com mais de 30 anos de carreira, revela ser muito antenado com a situação vigente da indústria fonográfica mundial, e faz uma análise comparativa bastante moderna entre a época que os Stray Cats estavam batalhando um lugar ao sol no começo dos anos 80 e o cenário musical atual do novo século: "Você sabe que apesar de hoje em dia as bandas não poderem se apoiar nas vendas de disco para ganhar dinheiro, eu acho interessante o poder da internet, como exemplo o Myspace. As bandas têm novas maneiras de distribuir as músicas e mais possibilidades que nós tínhamos anos atrás, e isso é fabuloso".
"Provavelmente, a única coisa que as bandas novas têm em comum com a gente é a vontade de acontecer. Quando mudamos da América para Londres no final dos anos 70 tínhamos uma garra impressionante, uma vontade incrível de tocar e mostrar nossa música e talento ao mundo. E não importa o quanto a tecnologia possa ajudar a impulsionar uma banda, mas se os caras não têm essa força motiva e persistência, a coisa não engata", arremata Slim.
Envolvido em uma série de projetos musicais, Slim, também proprietário do famoso Cat Club, em Los Angeles, conta as últimas novidades profissionais e o trabalho de garimpar novas bandas na cidade dos anjos: "Pois é, tenho o legendário The Cat Club há 13 anos agora, em L.A., temos uma programação bastante dinâmica, três bandas diferentes se apresentam por semana, e algumas delas até já gravaram profissionalmente. Acho bacana a idéia de ajudar a alavancar uma banda nova. Existe muito talento acontecendo em Hollywood”.
"Além da correria do club, atualmente tenho uma nova banda junto com o Lemmy, baixista e vocalista do Motörhead. A banda se chama Head Cat e deve encerrar as gravações do mais novo álbum em julho. É um projeto difícil de tocar devido a nossas agendas, pois o Lemmy é muito ocupado com o Motörhead, e eu também excursiono o tempo todo. A propósito, estarei novamente com o Brian Setzer´s Rockabilly Riot, a partir do final de junho percorrendo a Europa. Temos mais de 15 datas fechadas, ou seja, muito trabalho este ano", vangloria-se o baterista mundialmente famoso por se apresentar em pé usando somente um bumbo, uma caixa e um prato de ataque, ao invés de uma bateria completa.
Quando questionado sobre música brasileira, Slim é enfático: "Brothers of Brasil é a minha banda predileta! Conheço o Supla há anos, ele sempre que vai até Los Angeles, se apresenta no meu clube. Além de ser um músico talentoso, é muito carismático e considero um grande amigo. A sonoridade que eles tiram da mistura entre Samba, Bossa Nova e Rock n Roll é incrível. Gostaria que ele viesse hoje ao show, mas sei que está em Londres tocando. Espero revê-lo em breve".
Fonte: Rock Online
Foto: Liana Nakao
Set List do show:
Rumble in Brighton
Runaway Boys
Baby Blue Eyes
Sexy and 17
Baby Let’s Play House
Matchbox
Twenty Flight Rock
Mistery Train
Folsom Prision Blues
Honey Hush
Rockabilly Rebel
Rock This Town
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