sábado, 21 de abril de 2012

Hoje não tem programa de rock

Pessoas, hoje não farei o programa de rock. Como sabem (ou não), faço Ao Vivo, e hoje estou em Recife - Olinda, mais precisamente - para onde vim para mais uma edição do Abril pro rock. Mas se você ligar seu radio na frequencia 104,9 FM em Aracaju e região ou acessar via net o portal www.aperipe.gov.br, provavelmente, ouvirá rock - a direção de programação da rádio ficou encarregada disso.

Até próximo sábado, às 19H.

Adelvan

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ABRIL PRO ROCK CHEGA A VIGÉSIMA EDIÇÃO


As vezes não precisa ser santo para operar milagres. Paulo André, idealizador / produtor do festival recifense Abril Pro Rock,  que o diga. Ontem, o evento chegou à sua (inacreditável) vigésima edição, com Los Hermanos fechando a primeira noite (de três), que ainda terá bandas como as norte-americanas Antibalas, Nada Surf, e Exodus.


O line up globalizado ainda conta com a revelação paranaense A Banda Mais Bonita da Cidade, os mexicanos do Brujeria, os portugueses do Buraka Som Sistema, os italianos do Cripple Bastards e, fechando um ciclo, dois artíficies do manguebeat que estiveram na primeira edição, em 1993: Mundo Livre SA e Otto.

“Tudo isso, lutando contra dois grandes gargalos que, aliás, são os mesmos de 20 anos atrás”, ressalva Paulo André. “Primeiro, as rádios. As privadas, que são bem apelativas, para pegar leve. Isso  quando não são de uma rede e já vem com a programação fechada do Sudeste”, observa.

“Já as rádios públicas estão mofadas e atrasadas. Um exemplo: em 2010, a BBC3 de Londres veio pela terceira vez cobrir o festival. Gravaram alguns shows e depois veicularam o áudio por lá”, relata PA.

“Já a rádio da UFPE age como se estivéssemos em 1982. Só toca frevo ancestral pra ninguém, dá traço no Ibope. Ou seja,  é mais fácil fazer uma parceria com a rádio pública britânica do que com a pernambucana”, dispara.

"É uma rádio inoperante e ineficente. Se Mundo Livre e Chico Science já não tocavam na primeira edição, agora com o disco novo continuam não tocando. E novos nomes, como Tibério Azul e Ska Maria Pastora, esses também não tem oportunidade de tocar em lugar nenhum em Recife. Mas se você pegar qualquer novo nome brasileiro, é um problema gerneralizado. Acho que é mais agravado aqui em Recife por que temos uma produção cultural intensa e produtiva, que encontra essa barreira na própria casa. Ai deles se não fosse o exterior. Ou seja, nada mudou", resigna-se.

O segundo gargalo é a falta de espaços em Recife para as bandas tocarem. “Isso não é ser pessimista, é ser realista, e essa realidade, essa falta de estrutura atrasa muito a ascensão de novos artistas, até por que  falta um filtro na internet. Por que a juventude alienada do axé e o caralho não está na rede para descobrir novas bandas, só para ouvir mais do mesmo”, constata.

"Os bares da moda não contam,  já que nem todo mundo vai nele atrás de uma coias nova, né? Vai atrás de banda cover e tal", observa.



"Na verdade, o poder público ainda é o grande contratante, com cinco grandes ciclos de shows gratuitos pela cidade (Carnaval, São João, Virada, Natal e mais uma que esqueci agora). No entanto, ainda não tem uma rádio para tocar essas bandas”, contemporiza.


“Mas foi mesmo uma estrada árdua”, admite Paulo Andre. “Lá atrás não existia um calendário de festivais independentes. Com essa situação das rádios e das gravadoras inexistindo, os festivais são a principal plataforma para artistas novos. Tanto para o conhecimento do publico, quanto para a critica”, vê.

“Essa evolução se deu por que houve  uma interação com cenas musicais de lugares do país que não dialogavam antes. Valeu a pena. E eu acredito muito numa nova geração”, encerra.

Enquanto isso, em Salvador... 

NOTA: E Aracaju ...

por Franchico

Rock loco






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