A TNT, de cara, já
impressiona pela fachada, bem cuidada e com um letreiro que chama a atenção.
Por dentro, é um ambiente aconchegante, limpo e bem organizado, com um visual
sóbrio e elegante, e as mercadorias são acondicionadas em prateleiras bem
acabadas. Dá pra perceber que tudo ali foi feito no capricho, sem resquícios
da improvisação que costuma reinar neste tipo de empreendimento. Mas o que salta aos olhos e faz coçar os bolsos, realmente, é o acervo posto à venda. Além de itens mais recomendados a colecionadores fanáticos dispostos a vender a alma para tê-los em seu acervo, como a caixa com a coleção completa do Pink
Floyd em CD´s remasterizados acondicionados em digipack e a de LP´s dos Beatles
em vinil, é possível encontrar CD´s e LP´s (isso mesmo, em vinil. E novos! Alguns
ainda lacrados!) nacionais e importados a preços camaradas. Meu brother Andye
Iore, por exemplo, comprou um CD duplo, edição comemorativa, do primeiro dos
Dead Kennedys, “Fresh fruit for rotting vegettables”, no mesmo dia em que eu
adquiri uma edição gringa de “kaleidoscope”, do Siouxsie and The Banshees, que,
que eu saiba, nunca saiu no Brasil. Deixei por lá, porque dinheiro não é capim,
outra edição especial comemorativa, do primeiro do Napalm Death, “Scum”, com um
DVD de bônus. Isso pra não falar dos CD´s e DVD´s de bandas independentes do cenário local, livros, quadrinhos e memorabilia, e
do quadro com o desenho original do mascote que o Marcatti fez para a loja –
que não está a venda, evidentemente.
Um bom público compareceu ao lançamento da “Ói”, que foi um
sucesso. Estive presente e adquiri lá o meu exemplar. Trata-se de uma edição
caprichada, em formatinho, com capa colorida e miolo em papel couchê. No
recheio, uma história longa e algumas curtas. Abre com “Roboy”, de Rodrigo
Costa, uma divertida aventura ambientada em Aracaju que brinca com conceitos
tradicionais dos animes e mangás japoneses adicionados a inusitadas pitadas de
crítica social! Segue com “O cara do terno”, de Alan Clécio, e “The Noir
Samurai Tango”, de Rodrigo Seixas, que estampa também a capa da revista. Nesta
última, a narrativa é fluida e ágil, com uma boa noção de espaço e continuidade
em cenas de luta muito bem desenhadas. Segundo o próprio autor, o argumento
surgiu de uma “batida no liquidificador” de suas influencias – notadamente
Frank Miller – com alguns elementos com os quais ele estava tendo contato na
época, convalescendo de uma catapora: tango argentino, filmes “noir” e
pornochanchada nacional. O resultado, portanto, não poderia deixar de ser, no
mínimo, original …
Depois de mais uma historinha curta, “cuidado com ele”, de
Rodrigo Costa – nitidamente inspirada no horror clássico de títulos como
“Calafrio” e “Mestres do Terror” – temos, para encerrar, “Destroços”, de Neco.
É uma brincadeira com o mito do Super-Homem – não o de Nietsche, o de Jerry
Siegel e Joe Schuster, (des)apropriado pela DC. Periga ser a que tem o melhor
argumento e os melhores diálogos, de todo o material apresentado nesta
promissora primeira edição.
Numa entrevista feita lá mesmo na TNT e que você confere
abaixo, em vídeo, e em outra que foi ao ar sábado passado no programa de rock –
cujo set list, excepcionalmente, não disponibilizarei, porque foi feito de
forma improvisada, usando os arquivos do servidor da radio, já que eu,
estupidamente, esqueci o pendrive com a programação inédita – eles nos
contaram, passo a passo, os percalços pelos quais passaram para ver seu sonho
tornado realidade. Começando pela boa recepção do número zero, que teve duas
tiragens de 100 exemplares cada vendidas rapidamente, e passando pela
peregrinação às gráficas da cidade, totalmente despreparadas e desinformadas do
que seria o produto a ser contratado – numa delas foi-lhes perguntado,
acreditem, o que era uma revista em quadrinhos! Em outra, foi-lhes proposto que
o material fosse impresso em papel plastificado, o que resultaria num calhamaço
que certamente teria que ser grampeado em regime de impacto industrial!
Se disseram também bastante satisfeitos com o resultado
final, impresso na Gráfica e Editora J. Andrade (não é mechandising, é
informação), e com a recepção do público. A revistinha está vendendo bem,
apesar da distribuição naturalmente precária. Para tentar solucionar o
problema, procuraram parcerias nas livrarias da cidade. Numa delas, local,
foram solenemente ignorados. Noutra, filial de uma grande rede nacional,
tiveram boa acolhida, ficando quase certa a distribuição da segunda edição –
dependendo da tiragem, nacionalmente! A conferir …
A “Ói” pode ser encontrada, em Aracaju, na “Coxinharia”, que
fica na Avenida Pedro Paes de Azevedo, 809. Já a TNT Rock fica na Rua Professor
Hilário de Melo Rezende, nos fundos do Colégio Murilo Braga, em Itabaiana. Via internet, entre em contato através do site da editora dos caras, a Darcel comic - http://darcelcomics.blogspot.com.br/. O programa
de rock, você sabe, vai ao ar todo sábado às 19H pela freqüência 104,9 FM em
Aracaju e região. Pode ser ouvido ao vivo via internet em www.ideastek.net/aperipefm
por Adelvan
Caramba muito bom mesmo, vou comprar a minha! quando ao besouro, ja tive em minhas mãos uma verssão desenhada em folhas de caderno com caneta bic, e ja era sensacional! espero que saia com material gráfico tb.
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