Atari Teenage Riot promove o caos no Cine Jóia
Um show de digital hardcore, num local compacto e com um volume ensurdecedor é garantia de insanide e caos. Mas parece que esquecerem de avisar os funcionários do Cine Jóia disso ...
Depois de 12 anos, o grupo Atari Teenage Riot voltou a São Paulo para uma apresentação única na elegante casa de shows, ali no bairro da Liberdade. E apesar do atraso de meia hora, Alec Empire e Nic Endo precisaram de menos de 15 minutos para esquentar o público com as músicas ”Revolution Action”, “Activate!” (com um excelente vocal do estreante Rowdy Superstar), “Black Flags” (a famosa música vendida para o comercial e que Alec Empire fez questão de explicar novamente porque doou todo o dinheiro para o grupo Anonymous)e “Into The Death”.
De repente, Alec Empire resolve inaugurar o festival de stage divings e se joga nos braços do público que retribui à altura. E a cada minuto, um fã sube no palco, dá um abraço em Alec Empire e pula de volta. Sem contar que os próprios integrantes da banda também ajudavam o público a subir no palco.
Os seguranças correm para a frente do palco e, com aquela delicadeza toda, torcem o braço de quem se arriscava no stage diving e arremessavam de volta na cabeça do público.
E mesmo com Alec Empire pedindo calma e avisando que tudo estava sob controle, os funcionários não escutavam a banda. O líder do Atari vai até o canto do palco, fala algo para a produção, os seguranças são retirados e o palco é invadido por uma dezena de fãs, que permaneceram ali durante “Too Dead for Me” e “Atari Teenage Riot”. Uma bagunça no limite extremo de um quebra-quebra generalizado, mas providencial para controlar um pouco os ânimos.
Passado o susto, a grupo aumenta ainda mais volume e consegue deixar “Speed”, “Start The Riot” e “Sick To Death” ainda mais intensas e insanas. Até mesmo a melódica “Shadow Identity” ganhou um peso absurdo e mostrou que a vocalista Nic Endo consegue alternar com tranquilidade entre a gritaria e a afinação.
Foram quase 2 horas de show, com um repertório abusando mais das músicas da compilação Burn, Berlim, Burn! (1997) e do recém-lançado disco Is This Hyperreal. Até “No Remorse (I Wanna Die)”, música lançada em parceria com o Slayer para trilha-sonora de Spawn: the movie, de 1997, apareceu no repertório.
Alec Empire estava tão satisfeito que ainda ficou um bom tempo no palco, esperando a adrenalina baixar, conversando com os fãs, fazendo o seu habitual “discurso contra o sistema” e prometendo voltar em breve.
Mas depois desse show, acho muito difícil o Cine Joia topar hospedar toda essa insanidade novamente.
por Cirilo Dias
Urbanaque
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