sexta-feira, 4 de março de 2011

# 179 - 04/03/2011

É sempre bom quando é possível juntar a fome com a vontade de comer. Eu sou fã do Judas priest desde os primórdios dos meus dias de “roqueiro”, na segunda metade da década de oitenta do século passado. Mais precisamente desde que comprei, das mãos de Roberto Aquino, na loja Disturbios sonoros, o LP “Screaming for vengeance” – em vinil, claro, CD já existia mas era coisa que a gente via apenas no “núcleo rico” da novela das 8. Tão fã que adotei a alcunha de “The Hellion” (o desordeiro), nome da faixa instrumental que abre este disco. Apesar disso,toquei pouco a banda nestes quase 4 anos de programa de rock. Isso muda hoje: atendendo a pedidos de ouvintes via Facebook, preparei um bloquinho especial para o Judas – banda que, a meu ver, definiu o Heavy Metal, visual e sonoramente, de uma vez por todas, seguindo os passos do Black Sabbath e demais pioneiros.

Fora isto, a diversidade de sempre: o programa abre com Asterdom, banda “stoner” de São Paulo que nos enviou 5 cópias de seu EP “It starts” para sortearmos entre nossos ouvintes, um bloco psicodélico alternativo contemporâneo brasileiro: Astronauta Pinguim com seu novo single, “Klaato Barada Nitko” (clássica e enigmática frase do igualmente clássico da ficção científica “O Dia em que a terra parou”), Plástico Lunar com mais uma pérola esquecida de seu início de carreira e Anjo Gabriel, sensacional combo vianjandão pernambucano (ver resenha do disco abaixo).

No Bloco do ouvinte, Classic rock, cortesia de um “amigo de facebook”. Fechando o pacote, um especial com 3 Blocos de “Drop Loaded” para tirar o atraso provocado pelos dias em que o programa não foi ao ar devido às transmissões ao vivo de eventos pela Aperipê FM.

Alalaô – ôôô – ôôô – Mas que calor – ôôô – ôôô

Feliz carnaval.

A.

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Janeiro de 1991. Há exatos 20 anos, acontecia o Rock in Rio 2. Eu era repórter e fui entrevistar Rob Halford, vocalista do Judas Priest, sobre o show que a banda faria no festival. Naquela época pré-Internet, pré-Youtube e pré-histórica, o jornalista muitas vezes não tinha a menor idéia de como era a cara do entrevistado. A gente só conhecia os artistas de capas de discos ou fotos em revistas. E as revistas sempre chegavam aqui com meses – ou até anos – de atraso. Bastava um corte de cabelo para você não distinguir quem era quem numa banda. Por isso era comum, em coletivas, que os integrantes iniciassem a entrevista se apresentando, para evitar confusões.

Cheguei ao hotel e fui falar com o assessor do Judas Priest. Ele disse que Halford estava na piscina e queria fazer a entrevista enquanto tomava um banho de sol. Cheguei à piscina, que estava abarrotada. Famílias inteiras de europeus tostados de sol, correndo pelo lugar. Uma barulheira infernal. Como achar Halford? Não foi difícil: Ele era o único que usava um fio dental.

Rob Halford era inconfundível: careca, branco como uma vela, cheio de tatuagens e com uma sunga preta de couro do tamanho de um tapa-olho. Estava deitado numa espreguiçadeira e tomava drinks coloridos, daqueles decorados com um guarda-chuva pequenininho.

O cara foi uma simpatia. Falou da origem da banda e da expectativa de tocar pela primeira vez no Brasil. Só se irritou quando alguns integrantes do Megadeth começaram a dar bombas na piscina e espirraram água em nós. Halford reclamou e foi repreendido com insinuações homofóbicas dignas de caminhoneiro.

A verdade é que, em 1991, poucos fãs do Priest sabiam que Rob Halford era gay. Para os fanáticos, todo aquele couro preto e tachinhas era coisa do demo, não do Village People. Halford só sairia do armário em 1998, numa corajosa entrevista para a MTV americana. O baixista Ian Hill resumiu: “era o segredo mais mal guardado da história do metal!”

Mas, de qualquer forma, o intérprete da entrevista coletiva no Rock in Rio tratou de se antecipar. E quando Halford pediu licença para que os músicos se apresentassem: “Please, let us introduce ourselves”, o sujeito traduziu por:

“O Sr. Halford pede licença para que os membros do Judas Priest possam se introduzir uns aos outros!”

por André Barcinski

Fonte: Blog

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O Ministério da Saúde adverte: se você é impaciente, mantenha distância deste disco. Caso paciência seja uma de suas virtudes, prepare-se para uma viagem sem volta ao lado mais obscuro e sombrio de Jimmy Page, do seu ocultimo e de seu flerte com a magia negra. É trilha sonora para viagens, sejam elas de carro, navio, avião ou psicodélicas. Mais de uma hora e seis minutos percorridos na sinuosa estrada de seis músicas instrumentais, com um vocalzinho ou outro aqui e acolá no meio do caminho. Chato? Depede de você. Do seu estado de espírito e de seu grau de entrega. Pode ir do fascínio ao tédio. De minha parte, a sensação é de tremendo bem estar ao ouvir cada nota de guitarra, cada teclado viajado, cada acompanhamento de baixo e bateria.

O Anjo Gabriel parece congelado nos ano 1970. Eis o seu charme. Principalmente ao vivo, pois seus integrantes parecem saídos de outro planeta. Absolutamente fora de contato com a realidade. E, careta do jeito que a realidade se impõe, é um alento que, em plenos 2010, ainda existam bandas como o Anjo Gabriel.

Se você quiser uma definição curta e grossa, ela é mais ou menos assim: pegue o Led Zeppelin e o deixe ainda mais chapado. Componha faixas com mais de dez minutos de duração. E, em cada uma delas, visite os pontos extremos de uma viagem musical: suavidade e agressividade. Leveza e densidade. Calmaria e turbulência.

O Anjo Gabriel havia lançado um álbum cujo título entregava tudo: Manual Prático de Psicodelia. Aqui, não há manual, guia, norteamento. O ouvinte que se vire e que se perca a cada segundo de O Culto Secreto do Anjo Gabriel. E, quer saber? Nunca foi tão bom se perder por aí.

cotação – ótimo

por Hugo Montarroyos

Reciferock

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Asterdom – Castration, Double castration

Astronauta Pingüim – Klaato Barada Nikto
Plástico Lunar – Lágrimas azuis (garota da árvore)
Anjo Gabriel – peace karma

George Thorogood – Bad to the bone
Rock´n´roll Racing – Higway Star (Deep Purple)
Black Sabbath – paranoid
Henry Mancini – Peter Gun
Mars Bonfire – Born to be wild
Golden Earring – Radar Love
(produzido por “torpedo”)

Judas Priest:
• The Calm Before the storm
• The Hellion
• Electric Eye
• Rapid Fire (c/Ripper Owens)
• Night Crowler (single Edit)
• Turbo Lover (Hi-Octane mix)

Especial Drop Loaded:

Souvenirs – conselhos
Graforréia Xilarmônica – A técnica do baixo acústico

Pastel de Miolos:
• Não se engane
• Desespero

Watson:
• Tupanzine
• Itumbiara

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