sábado, 30 de março de 2013
terça-feira, 26 de março de 2013
# 266 - 23/03/2013
Reza a lenda que todos os poucos sortudos que compraram um disco do Velvet Underground na época de seu lançamento montaram uma banda. E a lenda se mantém com os Pixies. É enorme a lista de fãs do grupo, começando por Kurt Cobain, que disse certa vez que sonhava em escrever canções no "estilo Pixies". Coisa que jamais conseguiu, diga-se de passagem.
"Surfer Rosa", o primeiro álbum da banda, serviu para selar o "estilo Pixies", com seus vocais urrados, sussurados e cantados, suas letras em inglês e espanhol e o casamento de violões acústicos com guitarras ácidas e os vocais doce da baixista Kim Deal.
Entusiasmada com a banda, a gravadora 4AD pediu que Steve Albini os produzisse. Albini era uma espécie de guru do underground norte-americano e havia sido contratado por Ivo Watts-Russell, dono do selo, por intermédio de um amigo. Ele levou o grupo ao Q Division, em Boston, em dezembro de 1987. O estúdio havia sido recomendado por Paul Kolderie, assistente de Gary Smith quando esse produziu o EP "Come on Pilgrim". O orçamento era apenas de US$10 mil e Steve ganharia US$ 1.500 pela empreitada. Ele se recusou a receber royalties, pois considerava isso um "insulto ao grupo".
Os Pixies mantinham os mesmos temas do primeiro trabalho anterior: mutilações, voyeurismo, tudo com uma produção bem lo-fi, bem discreta, mas dando muita ênfase à bateria. Albini deixou os músicos desconcertados com suas idéias: para gravar os vocais de Kim em "Where Is My Mind?" e "Gigantic", levou todo o equipamento para o banheiro com a intenção de conseguir um som mais cru, real. Em "Something Against You", filtrou a voz de Francis por um amplificador de guitarra.
O disco foi gravado rapidamente e quando lançado causou comoção entre os críticos, especialmente os ingleses da New Musical Express e da Record Mirror, que o consideraram o disco do ano.
Surfer Rosa foi lançado há 25 anos, no dia 21 de março de 1988 , primeiro na Inglaterra, e apenas em agosto na América, quando começou a ser distribuído pela Rough Trade, antigo selo dos Smiths. Apesar de tanta badalação, o disco escorregou nas paradas e um único compacto foi extraído, "Gigantic", parceria de Francis com Kim Deal (no disco ela se auto-intitulou Mrs. John Murphy). Apesar disso, Watts-Russell afirma que vendeu cinco vezes mais que "Come on Pilgrim".
O álbum trazia faixa desconcertantes, casos de "Oh My Golly!", "berrada em espanhol, e "Tony's Theme", sobre um suposto super-herói. Em "Cactus", um prisioneiro pede que sua namorada manche um vestido dela com sangue e que o envie a ele na cadeia.
O álbum é também lembrado pelas lindas fotografias da capa e da contra-capa, que mostravam uma prostituta italiana nua, posando como dançarina flamenca e mostrando belos seios. Ao fundo, um crucifixo e um braço de guitarra saindo da parede. As duas imagens foram feitas pelo inglês Simon Larbalestier, que já havia trabalhado na capa de Come on Piligrim. A nudez foi sugestão do Francis, embora não fosse a idéia original para a embalagem, e o nome do disco veio da letra de "Oh My Golly", "Besando chichando con surfer rosa".
Os Pixies deixaram uma multidão de fãs, entre eles David Bowie, que gravou "Cactus" em Heathen, de 2002. Além disso, convidou Frank Black para tocar com ele em sua festa de 50 anos, em 1997, no Madison Square Garden.
Fonte: Mofo
############################
Pixies - Break my body
The Beatles - I saw her standing there
Mudhoney - slipping away
The Strokes - Slow Animals
Jimi Hendrix - somewhere
The Doors - The end
Pink Floyd - Time
Emily Browning - Sweet Dreams (are made of this)
Marilyn Manson - I put a spell on you
Manic Street preachers - Been a son
Colin Meloy - Pregnant for the last time
Iggy Pop - Everybody´s talkin´
The Cure - Pictures of you
Karne Krua - Mensões do futuro (Ao Vivo no pdrock)
Rephugos - Brasil (Desordem e regresso)
Ratos de Porão - Agressão/repressão
Lixomania - O punk rock não morreu
Fogo Cruzado - Desemprego
Restos de Nada - Restos de nada
Condutores de Cadáver - Bem vindos ao novo mundo
AI-5 - John Travolta
Hino Mortal - Câncer
#
"Surfer Rosa", o primeiro álbum da banda, serviu para selar o "estilo Pixies", com seus vocais urrados, sussurados e cantados, suas letras em inglês e espanhol e o casamento de violões acústicos com guitarras ácidas e os vocais doce da baixista Kim Deal.
Entusiasmada com a banda, a gravadora 4AD pediu que Steve Albini os produzisse. Albini era uma espécie de guru do underground norte-americano e havia sido contratado por Ivo Watts-Russell, dono do selo, por intermédio de um amigo. Ele levou o grupo ao Q Division, em Boston, em dezembro de 1987. O estúdio havia sido recomendado por Paul Kolderie, assistente de Gary Smith quando esse produziu o EP "Come on Pilgrim". O orçamento era apenas de US$10 mil e Steve ganharia US$ 1.500 pela empreitada. Ele se recusou a receber royalties, pois considerava isso um "insulto ao grupo".
Os Pixies mantinham os mesmos temas do primeiro trabalho anterior: mutilações, voyeurismo, tudo com uma produção bem lo-fi, bem discreta, mas dando muita ênfase à bateria. Albini deixou os músicos desconcertados com suas idéias: para gravar os vocais de Kim em "Where Is My Mind?" e "Gigantic", levou todo o equipamento para o banheiro com a intenção de conseguir um som mais cru, real. Em "Something Against You", filtrou a voz de Francis por um amplificador de guitarra.
O disco foi gravado rapidamente e quando lançado causou comoção entre os críticos, especialmente os ingleses da New Musical Express e da Record Mirror, que o consideraram o disco do ano.
Surfer Rosa foi lançado há 25 anos, no dia 21 de março de 1988 , primeiro na Inglaterra, e apenas em agosto na América, quando começou a ser distribuído pela Rough Trade, antigo selo dos Smiths. Apesar de tanta badalação, o disco escorregou nas paradas e um único compacto foi extraído, "Gigantic", parceria de Francis com Kim Deal (no disco ela se auto-intitulou Mrs. John Murphy). Apesar disso, Watts-Russell afirma que vendeu cinco vezes mais que "Come on Pilgrim".
O álbum trazia faixa desconcertantes, casos de "Oh My Golly!", "berrada em espanhol, e "Tony's Theme", sobre um suposto super-herói. Em "Cactus", um prisioneiro pede que sua namorada manche um vestido dela com sangue e que o envie a ele na cadeia.
O álbum é também lembrado pelas lindas fotografias da capa e da contra-capa, que mostravam uma prostituta italiana nua, posando como dançarina flamenca e mostrando belos seios. Ao fundo, um crucifixo e um braço de guitarra saindo da parede. As duas imagens foram feitas pelo inglês Simon Larbalestier, que já havia trabalhado na capa de Come on Piligrim. A nudez foi sugestão do Francis, embora não fosse a idéia original para a embalagem, e o nome do disco veio da letra de "Oh My Golly", "Besando chichando con surfer rosa".
Os Pixies deixaram uma multidão de fãs, entre eles David Bowie, que gravou "Cactus" em Heathen, de 2002. Além disso, convidou Frank Black para tocar com ele em sua festa de 50 anos, em 1997, no Madison Square Garden.
Fonte: Mofo
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Pixies - Break my body
The Beatles - I saw her standing there
Mudhoney - slipping away
The Strokes - Slow Animals
Jimi Hendrix - somewhere
The Doors - The end
Pink Floyd - Time
Emily Browning - Sweet Dreams (are made of this)
Marilyn Manson - I put a spell on you
Manic Street preachers - Been a son
Colin Meloy - Pregnant for the last time
Iggy Pop - Everybody´s talkin´
The Cure - Pictures of you
Karne Krua - Mensões do futuro (Ao Vivo no pdrock)
Rephugos - Brasil (Desordem e regresso)
Ratos de Porão - Agressão/repressão
Lixomania - O punk rock não morreu
Fogo Cruzado - Desemprego
Restos de Nada - Restos de nada
Condutores de Cadáver - Bem vindos ao novo mundo
AI-5 - John Travolta
Hino Mortal - Câncer
#
sexta-feira, 22 de março de 2013
40 Anos de " Dark Side of the moon "
Ainda
que 1973 também tenha registrado a irrupção de obras-primas do porte de
'Lark’s tongues in a spic' (King Crimson), 'Berlin', (Lou Reed),
'Tubular bells', (Mike Oldfield) 'Selling england by the pound'
(Genesis) e 'Raw power' (Iggy & The Stooges), nenhum outro disco
lançado ao longo daquele ano foi capaz de conquistar seu lugar nos anais
do rock – e lá permanecer, incólume, como o intrigante e resoluto
monólito sônico que ainda é – com a mesma força impactante de 'The dark
side of the moon'. Autêntico divisor de águas na trajetória do Pink
Floyd, o disco se apropriaria da ideia do “álbum conceitual”
embrionariamente aventada pelos Beatles em seu 'Sergeant Pepper’s Lonely
Hearts Band' para forjar uma fantástica criatura jamais vista ou ouvida
até então.
Para
além do icônico prisma e do feixe de luz branca a se refratar nas
múltiplas cores que os designers visionários da Hipgnosis cravariam em
sua capa, 'The dark side of the moon' permaneceu no imaginário de
seguidas gerações graças ao seu poder de síntese; a combinação idílica
da experimentação avant-garde, arrojada instrumentação de ins(piração)
lisérgica, pretensão sinfônica, inovação eletrônica e acessibilidade pop
perseguida por Roger Waters, David Gilmour, Richard Wright, Nick Mason e
o espectro louco de Syd Barrett desde quando irromperam pelo
underground londrino, no início de 1966.
Ex-estudantes
de artes plásticas e de arquitetura um dia tocados pelo desejo de criar
“música em cores”, em 'Dark side... 'seus criadores finalmente
conseguiriam dar plena vazão ao seu intento. Integrado a ponto de ser
praticamente impossível imaginar qualquer uma de suas 10 faixas fora da
sequência ou do contexto originais, o álbum literalmente incandesce
enquanto justapõe temas de isolamento, estresse, medos cotidianos,
ambição, envelhecimento, loucura e morte. Tudo
imantado por inauditas técnicas de gravação e mixagem quadrafônicas,
hipnóticos loops, rajadas de sintetizadores VCS3, reverberações
espaciais, iridescentes solos de guitarra, arroubos de virtuosismo
vocal, suntuosas passagens instrumentais ao gosto progressivo, efeitos
delay e toda sorte de ruídos supostamente aleatórios.
No próximo domingo, 24/03/2013, "Dark Side of the moon" completa 40 anos de lançamento.
Arthur G. Couto Duarte
#
segunda-feira, 18 de março de 2013
# 265 - 16/03/2013
The Yardbirds - "Happenings Ten Years Time Ago" [UK] outubro/1966 - Não há muito o que falar sobre os caras, pois já fazem parte do ABC do rock
há muito tempo. Esta banda londrina foi uma influencia decisiva na
propagação do british blues e tambem no surgimento do psych rock inglês, além
de sedimentar as bases do que seria o hard rock/heavy metal logo depois. Contaram em suas fileiras com alguns dos mais badalados guitarristas da história do rock (Anthony
Topham, Eric Clapton, Jeff Beck e Jimmy Page) e, de suas cinzas, em meados de
1968, surgiram grupos como Renaissance, Illusion e, principalmente, o Led
Zeppelin. Bandas seminais como Cream e The Jimi Hendrix Experience foram
inspiradas em muitas de suas idéias. Quase tudo o que se entende por guitarra
pesada na virada dos 60/70 foi utilizado antes por Beck (tipos de distorção,
efeitos e técnicas de estúdio) em sua curta passagem pelo grupo, do começo de 1965
até o final de 1966. Este é o primeiro single lançado pela dobradinha de
guitarras Beck/Page e conta com a participação de John Paul Jones, então
músico de estudio e futuro Led Zepellin, no baixo. Os dois guitarristas gravaram mais duas músicas como membros da banda e participaram do lendário filme "Blow Up", do diretor Michelangelo Antonioni, também de 1966. Este período final do Yardbirds foi eternizado nos álbuns "Roger, The Engineer"(1966) e "Little Games" (1967). Discos irregulares,
em muito por causa de problemas com a gravadora, mas que contém algumas faixas
geniais que causaram um impacto nefasto em bandas como Black Sabbath, Blue
Oyster Cult e Aerosmith, só pra citar uma pequena mostra do que foram capazes de produzir em tão
pouco tempo.
The Move "Walk Upon The Water" [UK] fevereiro/1968 - Quinteto formado em Birmingham/UK (importante cidade inglesa que também deu ao mundo o Black Sabbath e o Judas Priest) no final de 1965. Era liderado pelo genial guitarrista Roy Wood e foi bastante influenciado pela cena mod, especialmente o The Who. Fizeram a ponte entre o mod (Small Faces, Kinks, Creation, Easybeats, Merseys) e o psychedelic rock britânico. Lançaram vários singles de sucesso por lá entre 1967 e 1968. Dividiram o palco com ninguém menos que Jimi Hendrix Experience, Pink Floyd, Soft Machine, The Nice e Cream, dentre muitos outros, e foram influência assumida das bandas Cheap Trick, Sex Pistols e The Fall. Costumavam usar bastante as "power chords" e criar riffs em cima de alguns temas eruditos famosos. O Jeff Lynne entrou depois e, juntamente com o Roy, fundaram a mais famosa Electric Light Orchestra (ELO), da qual todo mundo já deve ter ouvido falar. Esta faixa dividia o single com a também maravilhosa "Fire Brigade", notoria influência no estilo de cantar de Bryan Ferry (futuro Roxy Music e carreira solo).
Country Joe & The Fish - "Not So Sweet Martha Lorraine" [US] abril/1967 - Embora eles tenham ficado mais famosos pelas letras satíricas contra a Guerra do Vietnã e por ter uma forte influência folk e blues, se tornaram uma das instituições mais aclamadas do acid rock californiano. Criado em fins de 1965, em Berkeley/CA, foi um dos primeiros grupos a serem boicotados por rádios e lojas de discos por causa do teor de suas letras (críticas ao governo da época, citações a drogas alucinógenas e insinuações bem sacadas de caráter sexual). Lançaram alguns EPs entre 65/66, mas foi com este seminal álbum de estréia, "Electric Music For The Mind And Body" pela Vanguard Records em abr/67 (selo que tbm tinha a colega Joan Baez) que se estabeleceram como uma banda - no sentido literal do termo - e serviram de trilha para o chamado "Verão do Amor", naquele mesmo ano. Repleto de canções inspiradadíssimas, o disco apresentou vários temas longos e chapados (com solos de guitarras enfezados, vocais contemplativos e o maravilhoso orgão Farfisa) e faixas mais curtas variando entre o blues e folk. Politica, amor livre, experiências místicas e homenagens a Grace Slick e Janis Joplin (ex-girlfriend do líder Country Joe McDonald) fazem parte da temática nas letras deste clássico do rock - que inclusive já foi citado em inumeras publicações como o álbum que melhor reflete o espírito daquele marcante ano para a música. Tanto respaldo fez com que tocassem em quase todos os grandes festivais daquele época - Monterey, Atlanta Pop, Woodstock e alguns outros.
por Jailson Marinho de Assis
##################################
Iron Maiden - Hallowed be thy name
Motorhead - Brotherhood of man
Judas Priest - Riding on the wind
AC/DC - Rock´n´roll Damnation
Ozzy Osbourne - Mama, I´m coming home
Soundgarden - Worse Dreams (demo)
The Yardbirds - Happenings ten years time ago
The Move - Walk upon the water
Country Joe & The Fish - Not so sweet Martha Lorraine
- por Jailson Marinho de Assis
Urublues - Andarilho
::::PANE:::::
Fora do ar.
#
The Move "Walk Upon The Water" [UK] fevereiro/1968 - Quinteto formado em Birmingham/UK (importante cidade inglesa que também deu ao mundo o Black Sabbath e o Judas Priest) no final de 1965. Era liderado pelo genial guitarrista Roy Wood e foi bastante influenciado pela cena mod, especialmente o The Who. Fizeram a ponte entre o mod (Small Faces, Kinks, Creation, Easybeats, Merseys) e o psychedelic rock britânico. Lançaram vários singles de sucesso por lá entre 1967 e 1968. Dividiram o palco com ninguém menos que Jimi Hendrix Experience, Pink Floyd, Soft Machine, The Nice e Cream, dentre muitos outros, e foram influência assumida das bandas Cheap Trick, Sex Pistols e The Fall. Costumavam usar bastante as "power chords" e criar riffs em cima de alguns temas eruditos famosos. O Jeff Lynne entrou depois e, juntamente com o Roy, fundaram a mais famosa Electric Light Orchestra (ELO), da qual todo mundo já deve ter ouvido falar. Esta faixa dividia o single com a também maravilhosa "Fire Brigade", notoria influência no estilo de cantar de Bryan Ferry (futuro Roxy Music e carreira solo).
Country Joe & The Fish - "Not So Sweet Martha Lorraine" [US] abril/1967 - Embora eles tenham ficado mais famosos pelas letras satíricas contra a Guerra do Vietnã e por ter uma forte influência folk e blues, se tornaram uma das instituições mais aclamadas do acid rock californiano. Criado em fins de 1965, em Berkeley/CA, foi um dos primeiros grupos a serem boicotados por rádios e lojas de discos por causa do teor de suas letras (críticas ao governo da época, citações a drogas alucinógenas e insinuações bem sacadas de caráter sexual). Lançaram alguns EPs entre 65/66, mas foi com este seminal álbum de estréia, "Electric Music For The Mind And Body" pela Vanguard Records em abr/67 (selo que tbm tinha a colega Joan Baez) que se estabeleceram como uma banda - no sentido literal do termo - e serviram de trilha para o chamado "Verão do Amor", naquele mesmo ano. Repleto de canções inspiradadíssimas, o disco apresentou vários temas longos e chapados (com solos de guitarras enfezados, vocais contemplativos e o maravilhoso orgão Farfisa) e faixas mais curtas variando entre o blues e folk. Politica, amor livre, experiências místicas e homenagens a Grace Slick e Janis Joplin (ex-girlfriend do líder Country Joe McDonald) fazem parte da temática nas letras deste clássico do rock - que inclusive já foi citado em inumeras publicações como o álbum que melhor reflete o espírito daquele marcante ano para a música. Tanto respaldo fez com que tocassem em quase todos os grandes festivais daquele época - Monterey, Atlanta Pop, Woodstock e alguns outros.
por Jailson Marinho de Assis
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Iron Maiden - Hallowed be thy name
Motorhead - Brotherhood of man
Judas Priest - Riding on the wind
AC/DC - Rock´n´roll Damnation
Ozzy Osbourne - Mama, I´m coming home
Soundgarden - Worse Dreams (demo)
The Yardbirds - Happenings ten years time ago
The Move - Walk upon the water
Country Joe & The Fish - Not so sweet Martha Lorraine
- por Jailson Marinho de Assis
Urublues - Andarilho
::::PANE:::::
Fora do ar.
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domingo, 10 de março de 2013
me testa ...
É possível que chegue o dia em que as pessoas nem se lembrarão
mais da sensação de pegar um disco nas mãos e poder apreciar a arte, sentir a textura
do material em que a capa e o encarte foi impresso. Acabo de passar, mais uma
vez, por esta experiência, antes tão corriqueira, e só posso lamentar pelas
gerações futuras que não a conhecerão.
Tenho aqui ao meu lado um disquinho charmoso, com uma capa
primorosa muito bem impressa num papel de boa qualidade. Não é vinil, o que
seria o ideal, mas o desenho parece ter sido feito para o formato CD, pois está
perfeitamente encaixado nas proporções reduzidas do digipack que embala a
bolachinha. Abrindo-o, temos uma bela foto da banda de um lado e todas as
informações técnicas – que tanto fazem falta nos downloads da internet – do outro.
Atrás, o nome das músicas, grafados em letras estilosas que reproduzem a linguagem
visual das ruas, e as marcas do coletivo de selos responsável pelo lançamento.
Ao meter a mão dentro do pacote, no lado esquerdo,
encontraremos um belo encarte desdobrável que ostenta, de um lado, um lindo
pôster da banda, e do outro as letras. Porque você não vai, a princípio,
colocar o disco para tocar enquanto faz milhares de outras coisas. Pelo menos
uma vez, ou duas, ou três, ou sabe-se lá quantas, você vai pegar o encarte e
acompanhar as letras junto com as músicas. Experimente, é uma experiência
reveladora.
Parece papo de “tiozão” saudosista. Não descarto a
possibilidade de que seja. Concordo que o que importa, no final das contas, é a
musica, muito mais do que a plataforma na qual ela é acondicionada. Mas acho
também que você deveria, pelo menos uma vez, sentar-se confortavelmente em
frente a um aparelho de som decente e apreciar este disquinho com calma, sem
pressa. Não precisa pular as faixas, elas são curtinhas! E não demora – 21 minutos
depois de apertar o play você estará livre para voltar ao computador e conferir
as atualizações dos amigos no facebook. Sem problema, acontece comigo também.
Adoro facebook.
Então supomos que você tem um aparelho de som decente
e não ouve musica apenas nas diminutas caixinhas acústicas do seu computador. Você
será pego de surpresa por um esporro matador já na faixa de abertura, a que dá
título ao disco. Nervosa, urgente, como o punk rock deve ser – esqueci de
dizer, é um disco de punk rock. A segunda vem colada à primeira, sem
intervalos, e é igualmente nervosa e urgente (todas são), mas já um pouco mais
trabalhada. E assim elas vão se sucedendo, sem pausa para respirar, num misto
de simplicidade e intensidade, com letras confessionais - escritas em português,
inglês e francês - que discorrem sobre o dia-a-dia de pessoas batalhadoras. Tudo
emoldurado em arranjos criativos executados com precisão por uma banda afiada e,
acima de tudo, empolgada.
A mixagem é “na cara”, com os vocais ligeiramente “soterrados”
pela massaroca sonora. Mas ouvem-se perfeitamente todos os instrumentos,
inclusive o contrabaixo, este eterno injustiçado. E todos estão em pé de
igualdade no que se refere à habilidade dos músicos – nenhum deles é virtuoso,
mas são extremamente competentes no que se propõem a fazer. O disco desce
redondo da primeira à ultima faixa, e acaba de forma diametralmente oposta ao início,
aos poucos, como se eles não quisessem nos deixar, ir embora. Hora de apertar
de novo o play e começar tudo de novo. A internet pode esperar.
Esta experiência é ainda mais intensa porque se trata, no
meu caso, de uma banda próxima, de amigos. Pessoas que eu conheço de perto e
cujo trabalho já admiro há bastante tempo. Vou aos shows que eles produzem,
almoço no restaurante que eles administram. Converso com eles sempre que posso
e é sempre um papo muito agradável e cheio de conteúdo. O que mais me deixa
feliz, no entanto, é que o disco está sendo muito bem recebido, com resenhas
sempre favoráveis. Freqüentou boa parte das listas de melhores do ano em que
foi lançado e foi recomendado publicamente por alguns ícones do punk rock e do Hard
Core nacional. Se você ainda não o conhece, corra atrás. Vale muito a pena.
È o “Coração metrônomo” da Renegades of punk.
Ouça AQUI.
a.
#
sábado, 9 de março de 2013
# 264 - 09/03/2013
Muita gente achava que David Bowie estava nas últimas. Desde que sentiu os
sintomas de um infarto no palco de um festival de música, em 2004, o cantor
tornou-se cada vez mais recluso. Ninguém sabia ao certo onde Bowie morava –
Nova York? Londres? – ou o motivo do sumiço – estaria ele com algum tipo de
câncer terminal ou tinha se aposentado de vez? Que nada. No dia 8 de janeiro,
seu aniversário de 66 anos, Bowie ressurgiu com o lançamento de Where Are
We Now?, sua primeira música em dez anos, e o anúncio de que lançaria um
disco de inéditas em março, o incrível The Next Day.
O anúncio pegou todo mundo de surpresa. Bowie conseguiu manter a gravação do álbum em segredo por mais de dois anos. Para isso, montou um esquema com poucas pessoas envolvidas e todas elas sob acordo de confidencialidade. Primeiro, o músico trabalhou sozinho nas faixas. Quando começou a gravar, em um estúdio em Nova York (provavelmente, sua atual cidade), convocou alguns colaboradores de longa data: o baterista Sterling Campbell, o guitarrista Gerry Leonard e o produtor Tony Visconti -- o último trabalha com ele desde Space Oddity, de 1969. Aos poucos, mais músicos se juntaram a eles. “Bowie disse para não contarmos nem mesmo a nossos melhores amigos”, disse Visconti à revista Rolling Stone. Ele afirma que só compartilhou a história com a namorada sob a condição de que não falasse para mais ninguém. Deve ter sido duro para ela.
Mesmo que tenha construído uma das carreiras mais prolíficas da história da
música, influenciando nomes de várias gerações, desde Joy Division até Lady
Gaga, passando pelo punk rock e o britpop, e mesmo que tenha experimentado e
reinventado a sua sonoridade ao longo de quatro décadas em que foi do folk ao
glam rock, provando ainda de gêneros como o krautrock, o rock industrial e a
música eletrônica, nem sempre o chamado "camaleão" do
rock foi sinônimo de unanimidade. Ainda assim não havia, entre os
críticos, dúvidas de que, em seu novo álbum, Bowie seguiria tão surpreendente e
enigmático quanto sempre foi.
Apesar do legado impressionante que carrega, com algumas das canções mais lembradas de todos os tempos, caso de Heroes, The Man Who Sold the World, Ziggy Stardust, Let’s Dance, Rebel Rebel, China Girl e Under Pressure (com o Queen), Bowie atravessou praticamente toda a década de 1990 levando pancada atrás de pancada da crítica. Daí o disco liberado para streaming -- também de forma inesperada, uma semana antes do lançamento oficial -- na última sexta-feira, no iTunes, ter sido uma grata, muito grata, surpresa. The Next Day é não apenas o 24º disco de estúdio que o inglês gravou na carreira ou o primeiro a romper um hiato de dez anos. Ele é, também, uma das melhores coisas que Bowie já fez na vida.
No disco, ele faz uma merecida e memorável retrospectiva da carreira, especialmente
da década de 1970 e dos anos que passou em Berlim, durante uma temporada que
rendeu três discos, entre 1976 e 1979, inclusive Heroes. Mas não só
isso. Nele, Bowie consegue recuperar toda a sua trajetória por meio de melodias
que passeiam pela carreira e de letras profundas que recontam fragmentos da sua
história. Mas sem o menor saudosismo: o disco é mais uma celebração da
versatilidade de Bowie. E também uma demonstração de que a música, assim como
ele, não está morrendo. A música precisa de boas músicas. E, disso, The
Next Day está cheio.
The Next Day: "Aqui estou eu, não exatamente moribundo ainda", canta Bowie, com total controle e segurança em sua voz poderosa sobre uma guitarra pulsante que muito lembra sua fase como o alienígena Ziggy Stardust. É a perfeita autoafirmação do cantor sobre os boatos a respeito de sua suposta saúde frágil.
Dirty Boys: Com climão de cabaré e saxofone tocado por Steve Elson, lembra Tom Waits, mas a referência é o compositor alemão Kurt Weill (Alabama Song), de quem Bowie é fã. É uma das melhores faixas do disco.
The Stars (Are Out Tonight): A letra dessa também soa como provocação aos anos de sumiço. "As estrelas nunca dormem, mortas ou vivas", canta Bowie.
Love Is Lost: Com órgão e batidas em tons de suspense, Bowie fala sobre o envelhecimento. "Diga adeus às alegrias da vida, acene para a vida sem sentir dor", canta, talvez, para ele mesmo, que um dia já aproveitou ao máximo de sua juventude, mas hoje sofre com as limitações da idade.
Where Are We Now?: Foi a primeira música de The Next Day a ser lançada como single, e não tem nada a ver com o resto do disco. Com melodia mais calma, Bowie fala com nostalgia sobre os anos em Berlim, mas em tom otimista.
Valentine's Day: Tem guitarra acústica distorcida, um coro de vozes femininas e é bastante melódica. Também é uma das melhores do disco, embora a letra não seja tão profunda quanto as outras que compõem o álbum.
If You Can See Me: A faixa é uma das que mais lembram a fase de Bowie em Berlim, quando trabalhava com o produtor Brian Eno. Também ecoa sua época experimental com o rock industrial.
I'd Rather Be High: Bastante psicodélica, mas bastante similar com a música anterior melodicamente.
Boss of Me: Bowie retoma o som cool de Dirty Boys, com um baixo bem jazz e sax dando o tom da melodia.
Dancing Out in Space: Espacial em forma e tema, é uma das músicas mais "felizes" do disco.
How Does the Grass Grow?: Seria um remake de Boys Keep Swinging? É a menos inspirada do disco.
(You Will) Set the World On Fire: Com pegada hard rock, é a música mais dissonante do disco, e incrível justamente por isso.
You Feel So Lonely You Could Die: É a baladinha do disco, com piano e coro feminino. Bowie canta sobre a morte, um dos temas recorrentes do álbum.
Heat: A faixa que fecha o disco não poderia ter sido melhor escolhida. Em clima soturno de violinos fúnebres, Bowie canta "Eu não sei quem eu sou". E convence.
Veja
#########################
John Lennon & Plastic Ono Band - Woman is the nigger of the world
The Beatles - I´ve got a feeling (naked version)
Alisson Mosshart and Carla Azar - Tomorrow never knows
New Order - Blue Monday
Ten Years After - Love untill I die (live at the BBC)
David Bowie - Love is lost
Snooze - Nickdrakiana
Wry - Cancer
Grenade - Free
Stellar - Stellaroid
The Flaming lips + Tame Impala - Children od the moon
Pixies - Bone Machine
The Jesus & Mary Chain - April skies
The Birthday party - release the bats
The Lords of the New Church - Li´l boys play with dolls
Ramonetures - The KKK took my baby away
Ramones - "It´s Alive" - Grandes álbuns Ao Vivo
# Rockaway Beach
# Teenage Lobotomy
# Blitzkrieg bop
# I wanna be well
# Glad to see you go
# Gimme Gimme shock treatment
# You´re gonna kill that girl
# I don´t care
# Sheena is a punk rocker
# Havana Affair
# Commando
# Here today, gone tomorrow
#
O anúncio pegou todo mundo de surpresa. Bowie conseguiu manter a gravação do álbum em segredo por mais de dois anos. Para isso, montou um esquema com poucas pessoas envolvidas e todas elas sob acordo de confidencialidade. Primeiro, o músico trabalhou sozinho nas faixas. Quando começou a gravar, em um estúdio em Nova York (provavelmente, sua atual cidade), convocou alguns colaboradores de longa data: o baterista Sterling Campbell, o guitarrista Gerry Leonard e o produtor Tony Visconti -- o último trabalha com ele desde Space Oddity, de 1969. Aos poucos, mais músicos se juntaram a eles. “Bowie disse para não contarmos nem mesmo a nossos melhores amigos”, disse Visconti à revista Rolling Stone. Ele afirma que só compartilhou a história com a namorada sob a condição de que não falasse para mais ninguém. Deve ter sido duro para ela.
Apesar do legado impressionante que carrega, com algumas das canções mais lembradas de todos os tempos, caso de Heroes, The Man Who Sold the World, Ziggy Stardust, Let’s Dance, Rebel Rebel, China Girl e Under Pressure (com o Queen), Bowie atravessou praticamente toda a década de 1990 levando pancada atrás de pancada da crítica. Daí o disco liberado para streaming -- também de forma inesperada, uma semana antes do lançamento oficial -- na última sexta-feira, no iTunes, ter sido uma grata, muito grata, surpresa. The Next Day é não apenas o 24º disco de estúdio que o inglês gravou na carreira ou o primeiro a romper um hiato de dez anos. Ele é, também, uma das melhores coisas que Bowie já fez na vida.
The Next Day: "Aqui estou eu, não exatamente moribundo ainda", canta Bowie, com total controle e segurança em sua voz poderosa sobre uma guitarra pulsante que muito lembra sua fase como o alienígena Ziggy Stardust. É a perfeita autoafirmação do cantor sobre os boatos a respeito de sua suposta saúde frágil.
Dirty Boys: Com climão de cabaré e saxofone tocado por Steve Elson, lembra Tom Waits, mas a referência é o compositor alemão Kurt Weill (Alabama Song), de quem Bowie é fã. É uma das melhores faixas do disco.
The Stars (Are Out Tonight): A letra dessa também soa como provocação aos anos de sumiço. "As estrelas nunca dormem, mortas ou vivas", canta Bowie.
Love Is Lost: Com órgão e batidas em tons de suspense, Bowie fala sobre o envelhecimento. "Diga adeus às alegrias da vida, acene para a vida sem sentir dor", canta, talvez, para ele mesmo, que um dia já aproveitou ao máximo de sua juventude, mas hoje sofre com as limitações da idade.
Where Are We Now?: Foi a primeira música de The Next Day a ser lançada como single, e não tem nada a ver com o resto do disco. Com melodia mais calma, Bowie fala com nostalgia sobre os anos em Berlim, mas em tom otimista.
Valentine's Day: Tem guitarra acústica distorcida, um coro de vozes femininas e é bastante melódica. Também é uma das melhores do disco, embora a letra não seja tão profunda quanto as outras que compõem o álbum.
If You Can See Me: A faixa é uma das que mais lembram a fase de Bowie em Berlim, quando trabalhava com o produtor Brian Eno. Também ecoa sua época experimental com o rock industrial.
I'd Rather Be High: Bastante psicodélica, mas bastante similar com a música anterior melodicamente.
Boss of Me: Bowie retoma o som cool de Dirty Boys, com um baixo bem jazz e sax dando o tom da melodia.
Dancing Out in Space: Espacial em forma e tema, é uma das músicas mais "felizes" do disco.
How Does the Grass Grow?: Seria um remake de Boys Keep Swinging? É a menos inspirada do disco.
(You Will) Set the World On Fire: Com pegada hard rock, é a música mais dissonante do disco, e incrível justamente por isso.
You Feel So Lonely You Could Die: É a baladinha do disco, com piano e coro feminino. Bowie canta sobre a morte, um dos temas recorrentes do álbum.
Heat: A faixa que fecha o disco não poderia ter sido melhor escolhida. Em clima soturno de violinos fúnebres, Bowie canta "Eu não sei quem eu sou". E convence.
Carol Nogueira
#########################
John Lennon & Plastic Ono Band - Woman is the nigger of the world
The Beatles - I´ve got a feeling (naked version)
Alisson Mosshart and Carla Azar - Tomorrow never knows
New Order - Blue Monday
Ten Years After - Love untill I die (live at the BBC)
David Bowie - Love is lost
Snooze - Nickdrakiana
Wry - Cancer
Grenade - Free
Stellar - Stellaroid
The Flaming lips + Tame Impala - Children od the moon
Pixies - Bone Machine
The Jesus & Mary Chain - April skies
The Birthday party - release the bats
The Lords of the New Church - Li´l boys play with dolls
Ramonetures - The KKK took my baby away
Ramones - "It´s Alive" - Grandes álbuns Ao Vivo
# Rockaway Beach
# Teenage Lobotomy
# Blitzkrieg bop
# I wanna be well
# Glad to see you go
# Gimme Gimme shock treatment
# You´re gonna kill that girl
# I don´t care
# Sheena is a punk rocker
# Havana Affair
# Commando
# Here today, gone tomorrow
#
A "Monalisa do pop”
O personagem Aladdin Sane pode não ser o mais famoso de David Bowie. O
disco, lançado em 1973 (e que, comemorando 40 anos, será relançado em
abril), também não é considerado o melhor da extensa discografia do
músico britânico. Mas o ensaio para a imagem de capa do álbum, realizado
em um domingo de abril, em Londres, resultou no que é provavelmente a
mais icônica imagem dele. Fotógrafo e filho do famoso Brian Duffy,
responsável pelas fotos, Chris Duffy vai ainda mais longe. “É a Monalisa
do pop”, define.
Brian Duffy (1933 - 2010) tinha 39 anos quando foi chamado para produzir o material fotográfico do calendário Pirelli pela segunda vez. A parceria com o artista britânico Allen Jones, utilizando uma trabalhosa técnica chamada dye-transfer, que consistia em colorir artificialmente os negativos das fotos, uma cor de cada vez, chamou a atenção do empresário de Bowie na época, Tony Defries.
Como conta Chris, Defries queria que a gravadora, a RCA, investisse o máximo possível na divulgação do próximo álbum de Bowie, o sucessor do estrondoso The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars (1972). Para isso, ele seguiu a seguinte lógica: quando mais se gastasse na arte da capa de Aladdin Sane, mais a companhia se sentiria pressionada a divulgar o álbum. Com essa missão, ele viu em Brian Duffy e no processo de dye-transfer uma chance perfeita.
Era um domingo de primavera, em abril, em Londres, quando o estúdio de Duffy foi visitado por Bowie e sua banda, a Spiders From Mars. Eles chegaram na hora do almoço e lá vararam a noite. “Bowie queria que fosse possível incluir um raio na capa do disco”, relembra Chris. O músico inglês estava inspirado pelo símbolo da banda de Elvis Presley, TCB Band. Foi quando o fotógrafo começou a desenhar no próprio rosto de Bowie, com uma versão do raio cortando a sua face, passando sobre o olho direito dele.
“Quando se está criando algo, você não sabe qual será a grandeza disso”, afirma Chris. “Ele não sabia que seria a imagem mais icônica do pop de todos os tempos. Para ele, era só mais uma sessão de fotos.”
Chris, que toma conta do legado e do arquivo do pai com Bowie, colaborou com o acervo reunido para a exposição David Bowie Is, cuja inauguração no museu londrino Victoria & Albert está marcada para o dia 23 de março – a mostra virá ao Brasil em 2014. "A exposição vai para o Brasil? Isso eu não sabia. É incrível", completa, ao ser informado da vinda de David Bowie Is ao país, para o MIS (Museu da Imagem e do Som). “Emprestamos algumas imagens, três ou quatro. Mas o mais importante é o frame original da arte de Aladdin Sane”, explica ele sobre a colaboração com a mostra.
Além da imagem com Bowie cabisbaixo, de olhos fechados, ele também irá cedeu o quadro que deu origem à capa da edição 77 da Rolling Stone Brasil, na qual Bowie encara o fotógrafo com intensidade – e evidencia um problema na pupila esquerda, que ficou paralisada após uma briga. “Acho que todos ficaram tão acostumados com a versão de olhos fechados que, quando veem Bowie de olhos abertos, ficam fissurados”, opina ele.
Também fotógrafo, Chris fez uma sessão de fotos com Bowie em 1979. “Ele já estava na fase do Scary Monsters (and Super Creeps)”, relembra, citando o disco lançado no ano seguinte. “Ele era sempre o mesmo cara. Até que entrava no personagem. Essa sempre foi a mágica da música dele. Ele é o que é, sempre criando uma coisa nova. Pense no Kiss. Eles inventaram um visual e vão com ele até o fim. Assim como a sonoridade. Bowie, não. Ele é criativo ao extremo. Como outros bons artistas, ele tem muita coisa genial, mas também muita coisa ruim. A gente nunca vai saber como uma cabeça criativa funciona.”
por Pedro Antunes
rs Brasil
#
Brian Duffy (1933 - 2010) tinha 39 anos quando foi chamado para produzir o material fotográfico do calendário Pirelli pela segunda vez. A parceria com o artista britânico Allen Jones, utilizando uma trabalhosa técnica chamada dye-transfer, que consistia em colorir artificialmente os negativos das fotos, uma cor de cada vez, chamou a atenção do empresário de Bowie na época, Tony Defries.
Como conta Chris, Defries queria que a gravadora, a RCA, investisse o máximo possível na divulgação do próximo álbum de Bowie, o sucessor do estrondoso The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars (1972). Para isso, ele seguiu a seguinte lógica: quando mais se gastasse na arte da capa de Aladdin Sane, mais a companhia se sentiria pressionada a divulgar o álbum. Com essa missão, ele viu em Brian Duffy e no processo de dye-transfer uma chance perfeita.
Era um domingo de primavera, em abril, em Londres, quando o estúdio de Duffy foi visitado por Bowie e sua banda, a Spiders From Mars. Eles chegaram na hora do almoço e lá vararam a noite. “Bowie queria que fosse possível incluir um raio na capa do disco”, relembra Chris. O músico inglês estava inspirado pelo símbolo da banda de Elvis Presley, TCB Band. Foi quando o fotógrafo começou a desenhar no próprio rosto de Bowie, com uma versão do raio cortando a sua face, passando sobre o olho direito dele.
“Quando se está criando algo, você não sabe qual será a grandeza disso”, afirma Chris. “Ele não sabia que seria a imagem mais icônica do pop de todos os tempos. Para ele, era só mais uma sessão de fotos.”
Chris, que toma conta do legado e do arquivo do pai com Bowie, colaborou com o acervo reunido para a exposição David Bowie Is, cuja inauguração no museu londrino Victoria & Albert está marcada para o dia 23 de março – a mostra virá ao Brasil em 2014. "A exposição vai para o Brasil? Isso eu não sabia. É incrível", completa, ao ser informado da vinda de David Bowie Is ao país, para o MIS (Museu da Imagem e do Som). “Emprestamos algumas imagens, três ou quatro. Mas o mais importante é o frame original da arte de Aladdin Sane”, explica ele sobre a colaboração com a mostra.
Além da imagem com Bowie cabisbaixo, de olhos fechados, ele também irá cedeu o quadro que deu origem à capa da edição 77 da Rolling Stone Brasil, na qual Bowie encara o fotógrafo com intensidade – e evidencia um problema na pupila esquerda, que ficou paralisada após uma briga. “Acho que todos ficaram tão acostumados com a versão de olhos fechados que, quando veem Bowie de olhos abertos, ficam fissurados”, opina ele.
Também fotógrafo, Chris fez uma sessão de fotos com Bowie em 1979. “Ele já estava na fase do Scary Monsters (and Super Creeps)”, relembra, citando o disco lançado no ano seguinte. “Ele era sempre o mesmo cara. Até que entrava no personagem. Essa sempre foi a mágica da música dele. Ele é o que é, sempre criando uma coisa nova. Pense no Kiss. Eles inventaram um visual e vão com ele até o fim. Assim como a sonoridade. Bowie, não. Ele é criativo ao extremo. Como outros bons artistas, ele tem muita coisa genial, mas também muita coisa ruim. A gente nunca vai saber como uma cabeça criativa funciona.”
por Pedro Antunes
rs Brasil
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sexta-feira, 8 de março de 2013
# 263 - 02/03/2013
OS CAFONAS - Lenda
viva do rock Desterrense, Os Cafonas surgiram em 1992 com Sad Calvin nos Vocais
e Bateria, [neo]Sid na guitarra e Fabian Rock no baixo, substituído em 1995 por
Léo[O Polvo]. A banda
iniciou tocando uma mistura de blues, rockabilly e punk rock com letras falando
de terror, bebedeira e mulheres. O som foi tomando forma até virar um
psychobilly deformado, batizado como TRUNKABILLY. Da
formação original só restou Sad Calvin, acompanhado por Léo[O Polvo] no baixo e
Fidêncio Bronson na guitarra.
* Essa foi a primeira banda nacional do gênero que eu escutei, nunca encontrei nenhum álbum deles, só musicas no tramavirtual e no myspace, juntei as musicas e podem ser baixadas no link http://arquivorockabilly.blogspot.com.br/2012/12/os-cafonas-garimpo-nao-oficial.html
Fonte: http://tramavirtual.uol.com.br/oscafonas
OVOS PRESLEY - O Ovos Presley foi formado em Curitiba (PR) em 1993 e seu punkbilly é respeitado no cenário brasileiro, sendo que na capital paranaense a banda é como uma lenda que tem em sua história a responsabilidade de manter viva a maldição psychobilly em uma em época que as principais bandas da cidade haviam encerrado suas atividades. A banda foi o elo e o alimento de um novo cenário psycho em Curitiba, que acabou levando o nome da cidade para o exterior anos depois. As letras irônicas misturam temas tradicionais do psychobilly com cenas do cotidiano, festas e bebedeiras e um som porrada que leva ao pogo instantaneamente, os shows são animados e garantia de diversão.
http://zombilly.blogspot.com.br/2008/01/quem-so-os-ovos-presley.html
OS CATALÉPTICOS - Catalepsia=
rigidez muscular decorrente de diversas formas possíveis de doença(tais como
hipnose profunda ou demência precoce) indicando aparência similar àquela
decorrente da morte. Consequëncia: Sepultamento prematuro. Normalmente os
catalépticos acabam ainda com vida embaixo da terra.
Fred também ficou pouco tempo na banda, e Vander foi chamado a voltar, o que aceitou prontamente. Com a volta de Big tongue, em 93 os Baratas gravaram sua primeira demo-tape, "Nervos à Flor da Pele !" (com produção de Magoo), um video-clipe, "A Terrível Vingança" (de sávio Leite), tocaram no Bhrif, várias vezes no Squat (com recorde de público), na Broaday, no Superdemo de BH e no BIG de Curitiba, entre outros shows.
* Essa foi a primeira banda nacional do gênero que eu escutei, nunca encontrei nenhum álbum deles, só musicas no tramavirtual e no myspace, juntei as musicas e podem ser baixadas no link http://arquivorockabilly.blogspot.com.br/2012/12/os-cafonas-garimpo-nao-oficial.html
Fonte: http://tramavirtual.uol.com.br/oscafonas
OVOS PRESLEY - O Ovos Presley foi formado em Curitiba (PR) em 1993 e seu punkbilly é respeitado no cenário brasileiro, sendo que na capital paranaense a banda é como uma lenda que tem em sua história a responsabilidade de manter viva a maldição psychobilly em uma em época que as principais bandas da cidade haviam encerrado suas atividades. A banda foi o elo e o alimento de um novo cenário psycho em Curitiba, que acabou levando o nome da cidade para o exterior anos depois. As letras irônicas misturam temas tradicionais do psychobilly com cenas do cotidiano, festas e bebedeiras e um som porrada que leva ao pogo instantaneamente, os shows são animados e garantia de diversão.
http://zombilly.blogspot.com.br/2008/01/quem-so-os-ovos-presley.html
Ovos Presley
está na ativa desde 1993, sempre fazendo shows agitados por sua elétrica
presença de palco (principalmente por parte do vocal Ademir, que costuma pirar
legal nas apresentações da banda), ótimas letras regadas a histórias engraçadas
contadas sobre elementos essenciais ao mundo rockeiro, como mulheres e carros,
e outros mais psycho. O andamento acelerado das músicas faz o som da banda
abrir roda de pogo até em cemitério. Basicamente o som é Psychobilly, mas cheio
de influências punk 77, Rockabilly e cultura de garagem. O "Ovos"Já
gravou quatro demos e fez participações em inúmeras coletâneas e festivais por
todo o Brasil, estando sempre presentes também nos festivais locais, prontos pra qualquer bronca.
Início: Julho de 1996.
Formação:
Vlad -
Guitarra e voz: Longa experiência dentro da cena psycho curitibana, tocando
desde 1990 em bandas como Os Escroques e os Cervejas. Pela primeira vez assume
os vocais.
Gustavo -
Slap Bass: Em 1987 ingressou em uma das maiores bandas psychobilly do Brasil, o Missionários,
permanecendo em sua formação até 1994. A partir desta época trocou o baixo elétrico pelo
acústico.
Coxinha -
Bateria e backing vocals: O mais novo da banda. Conseguiu em tempo record
participar de quase todas as bandas psychobilly de Curitiba (Los Bandidos,
Ovos Presley e Cervejas). Tem formação exclusivamente voltada ao cenário
psycho.
A banda é
a primeira brasileira a adotar uma das vertentes mais agressivas do
psycho denominada "Power Psychobilly", distanciando-se assim da
rigidez do psycho levado exclusivamente na base do rockabilly. A
diferênça básica percebe-se no fato de tocar no limite da rapidez utilizando-se
de elementos simples como a formação em power trio, o uso de bateria
simplificada (caixa, bumbo e pratos) e do contabaixo acústico. Disso resulta
uma postura extremamente violenta, assumida pela banda em suas mísicas e shows,
constrastando com a presença de efeitos únicos dados pela simplicidade
instrumental.
No cenário mundial, seu estilo encontra-se próximo ao de grupos como Nekromantix
(Dinamarca), Mad Sin (Alemanha), Klingonz (UK), Mad Mongols(Japão), Mental
Hospital(Finlândia), Banane Metalic (França), etc...
História:
Em 1996
velhos amigos decidiram tocar juntos. Gustavo vinha do Missionários, e Vlad dos
Cervejas. Uniram-se e após alguns ensaios, então com o primeiro baterista
Márcio Tadeu, viram que a coisa poderia dar certo. Levaram a sério e no início
de 1997 houve a única substituição da formação da banda saindo MT e entrando
Coxinha na bateria. Nesta mesma época após alguns contatos com representantes
de gravadoras na Inglaterra (Nervous Records e Fury Records), asseguraram sua
participaçào noo maior festival psychobilly do planeta. o Big Humble, em sua
10a(décima) edição.
De
contrato assinado, em outúbro de 97, enviaram para a Inglaterra o material
pedido pelos organizadores do evento, que precisavam de uma música para
integrar a coletânea "Rumble Party vol.6 ". Entraram em estúdio e
gravaram 3 músicas: Atomic Zombie, Gambling with a Demon e Death Train, que
foram mandadas. Para a surpresa da banda Dell Richardson, dono da gravadora
Fury Records, decidiu ficar com as três músicas, preparando o lançamento de
duas delas na coletânea já citada, que foi lançada em fevereiro de 1998, sendo
que a outra música em breve seria lançada em outra nova compilação, denominada "Fury Psychobilly. Para situar a importância dessa gravadora no
cenário mundial, basta dizer que é a responsável pelo lançamento de bandas
como Klingons e Demented are Go.
Durante a
preparação para a viagem, enfrentaram uma maratona de shows, tocando em um
pequeno espaço de tempo em todos os locais de Curitiba aberto para bandas
alternativas. Neste mesmo período fundaram a Psychobilly Corporation,
organização responsável pela editoração do zine "O
Monstro", e um programa semanal na Rádio Educativa chamado
Transsylvannian Express, além de produção de shows e eventos direcionados
exclusivamente ao psychobilly, procurando assim divulgar o psycho tanto
no Brasil, de bandas e fanzines estrangeiros, como levar para o exterior toda a
produção de bandas brasileiras.
Em 16 de
novembro de 1997, Os Catalépticos participaram do 10o (décimo) Big Rumble,
festival anual que reune em três dias, próximo a Londres(Inglaterra), 23 bandas
psycho de todos os lugares do mundo. Nesta edição participaram do festival,
dentre outras bandas, os consagrados Meteors, Guana Batz, Frenzy, Long Tall
Texans, Restless, Los Gatos Locos, Tedio Boys, entre outras de paises como
finlândia, Alemanha, França, Portugal, Estados Unidos, e pela primeira vez do
Brasil.
A
experiência de tocar fora do Brasil, serviu muito para o amadurecimento forçado
da banda, que em pouco tempo de formação teve a responsabilidade de montar
repertório, e deixa-lo pronto para levar para o núcleo da cena psychobilly
mundial o resultado de seu trabalho. A receptividade não poderia ser melhor.
Conquistando a América
Status de banda do primeiro
escalão do psychobilly mundial e tratamento vip foram as maiores conquistas da
quarta experiência internacional d'Os Catalépticos. Em junho, o trio curitibano
desembarcou nos Estados Unidos para iniciar por Los Angeles, no festival
Wreckers Ball, a conquista de um novo território. Abonico R. Smith foi ao QG da
banda, que promete alçar vôos ainda maiores no exterior. Será que estamos
diante de um novo Sepultura?
Os
Catalépticos saíram de Curitiba para se transformar em referência máxima entre
os fãs do psychobilly em todo o mundo
Top priority. Foi com este status, de prioridade
máxima, que Vlad (guitarra/voz), Gus Tomb (baixo acústico) e Coxinha (bateria)
desembarcaram no final de maio nos Estados Unidos. Depois de três anos
consecutivos tocando na Europa durante o verão do Hemisfério Norte, Os
Catalépticos desta vez não cruzaram o oceano. O destino era agora Los Angeles,
festival Wreckers Ball 2002, o pontapé inicial para a deflagração do
psychobilly como gênero em ascensão no país. A banda curitibana, pela primeira
vez, experimentava o gostinho de ser atração principal, ao lado de outros
grandes nomes do gênero, como Demented Are Go, Klingonz e Nekromantix. Depois
do festival, a banda ainda engatou outros cinco shows na região.
Em pleno fervor inicial da Copa do Mundo, a última
coisa que passava na cabeça do trio era o desempenho dos comandados de Felipão
na Coréia. O foco estava no Galaxie Theater, onde 800 pessoas (além de
americanos, holandeses, dinamarqueses, britânicos e até mesmo alguns poucos
brasileiros) pagaram 45 dólares por noite. "Tinha pogo do começo ao fim.
Nos sentimos em casa. Era como estar tocando no 92", conta Gus. "Casa
cheia, camarim (dividido com outro grupo, o Mad Sin), respeito, visto de
trabalho pago pela produção. Sabemos que ainda tem muita chão pela frente, mas
lá nos sentimos no topo de tudo", complementa.
"Também vimos nossos discos para vender em
todas as lojas, inclusive algumas grandes. E três pessoas nos mostraram tattoos
com o logo da banda", emenda Vlad. Um dos motivos da grande identificação
do público americano com Os Catalépticos está na grande concentração de latinos
e descendentes nos arredores de Los Angeles. "Era a chicanada em
peso", explica o guitarrista, ressaltando que a latinidade não é muito
comum entre as origens dos principais formações do psycho.
Sem bandeira: Tal qual o Sepultura fez no terreno do
metal, Os Catalépticos estão fazendo entre os neobillies: conquistando novos
territórios e horizontes sem precisar usar elementos "tipicamente
brasileiros" como o samba e a bossa (as aspas são apenas para ressaltar a
visão curta que o exterior tem da música deste país). "A gente nunca se
colocou como uma banda do Brasil, com bandeira. O rock'n'roll não tem
fronteira. Somos aceitos não porque somos 'brasileiros', mas porque temos boas
composições, ensaiamos três vezes por semana e temos muita dedicação",
justifica Gus.
"Nossa garra é brasileira", emenda Vlad. "Nossa
vida é muito difícil no dia a dia, temos muito mais gana. Aliás tem um monte de
banda européia que nunca faria o que nós já fizemos". Gravar de graça,
abrir mão dos direitos nos três primeiros lançamentos para que a música pudesse
chegar o mais longe possível e tocar na Europa pagando do próprio bolso foram
algumas das decisões tomadas pelos Catalépticos para que a ascensão pudesse vir
a se concretizar um dia. O que não tardou, por sinal.
"A gente investiu e teve este retorno de
público e gravadoras em vários países", conta Gus. Vale lembrar ainda que
hoje o trio pode se dar ao luxo de não precisar mais bancar suas próprias
gravações. Selos da Inglaterra, Alemanha e Japão pagam para Vlad, Gus e Coxinha
gravarem os álbuns, singles e faixas de coletâneas.
E estúdio é o que não vai faltar até o fim do ano. Até
setembro, na agenda da banda estão gravações de dois compactos, voltados para
japoneses e americanos. Antes do final do ano os três voltam ao estúdio para
conceber o terceiro álbum da carreira, ainda sem previsão de data de lançamento
tanto no exterior quanto no país.
"A cena mundial do psychobilly está favorável
para a gente", conta Vlad. "Na Europa, antes torciam o nariz para a
gente porque gostavam mais de bandas de psycho clássico. Mas o povo agora está
largando esta neura de rótulos. Principalmente porque o Big Rumble [maior
festival do mundo do gênero até então, que era realizado anualmente na
Inglaterra] acabou por escassez de público". E o trunfo d'Os Catalépticos
é justamente a pegada punk que garante shows enlouquecedores do grupo na
capital paranaense. "Esta é justamente a aposta da Hellcat [selo do
guitarrista do Rancid, Lars Frederiksen, e distribuído pela Epitaph] nos
Estados Unidos", adiciona.
Resta ficar aqui torcendo para que o grupo prossiga
em sua espiral ascendente e - quem sabe - seja um novo Sepultura lá fora, para
"voltar" ao país com número de fãs e admiradores elevados à enésima
potência.
* Encontrei
esse artigo acima publicado em uma data posterior ao fim da banda (29 de Abril de 2008, um dia depois do
meu aniversário)
FIM DOS
CATALEPTICOS
Último
show no Psycho Carnival
Saber a hora de parar talvez
seja a decisão mais difícil e importante a ser tomada por uma banda. E nós, Os
Catalépticos, achamos que a hora é essa. Depois de quase dez anos na
estrada percebemos que é hora de parar. E para fechar o ciclo da
existência da banda, nada mais oportuno do que realizar um grande show em um
bom lugar, com muita cerveja boa, para a maior parte possível do público que
tanto nos deu suporte durante estes anos. Por isso, neste próximo
Psycho Carnival (2006) além de todas as atrações será realizado o último show
d’ Os Catalépticos. Será o momento de agradecer a
todos, porque sabemos que a banda não viveria por tanto tempo sem esse suporte.
Hoje, encerrando nossas atividades, podemos ver com clareza todo o apoio que
tivemos e amizades reais que fizemos por todo o mundo.
Estamos parando sabendo que a
nossa parte foi feita. E que nosso som ainda vai tocar muito por aí. Trabalhamos
demais nesses anos todos e hoje nos orgulha ver que deixamos um bom material
para quem, no futuro, ainda venha a se interessar pelo psychobilly honesto,
pesado e sincero que sempre procuramos fazer.
Se existe uma razão real para
esta decisão ela está no respeito. Nosso último ano foi bastante desgastante.
Já cansados deixamos de lado o que é mais importante para uma banda autoral,
que é compor. Passamos por um momento em que não houve nenhuma condição de
trabalhar em material novo e não nos parece honesto manter uma banda repetindo
repertório antigo somente para nossa satisfação.
Neste show estaremos nos
despedindo e ao mesmo tempo agradecendo. E ainda é oportuno esclarecer
que esta é uma banda que acaba tranqüilamente, pois sabemos que fizemos o
melhor ao nosso alcance e conquistamos tudo que sonhamos sempre com muito
respeito e honestidade com todos aqueles que trabalharam com a gente e com
todos que gostam de nosso som.
Valeu, pessoal.
OS
CATALÉPTICOS
SICK SICK SINNERS - O Sick Sick Sinners foi criado no fim de 2005 em
Curitiba, Brasil, com Vlad (Guitarra e Vocal), Cox (Baixo Acústico e Vocal), e
Duma (Bateria). Vlad e Cox estavam terminando sua antiga banda, Os
Catalépticos, um Psychobilly muito rápido e pesado, com fortes influências do
Punk, Hardcore e Metal. Eles queriam de alguma forma continuar
tocando o mesmo estilo, porém explorando um pouco mais o som, mesclando ritmos.
Gravaram a primeira demo, chamada "We are the Sick Sick Sinners", e
lançaram logo antes do primeiro show da banda no Psycho Carnival de 2006 em
Curitiba.
Depois de quase um ano com Duma, houve uma mudança
no line-up. Magrão (Bateria e Backing Vocals) entra para a banda para ir aos EUA
tocar em dois shows, onde também foram convidados a vender seu merchandise na loja
americana www.atlantacrashandburn.com.
Na volta gravaram mais uma demo e saíram em uma
pequena turnê no Uruguai e Argentina, e tocaram em um dos mais importantes
festivais da cena Rock 'n' Roll da América Latina, o BA Stomp, em Buenos
Aires. Com a ajuda do myspace e da Internet, divulgaram a banda pelo mundo inteiro,
sendo convidados a gravar um álbum pelo selo Alemão Crazy Love Records. O CD
foi lançado em maio na Alemanha, com distribuição mundial, e em outubro de 2007
no Brasil pela Monstro Discos.
O álbum "Road of Sin" em um ano vendeu
mais de 1.000 cópias no exterior. Ainda em 2007 gravaram o vídeo clipe
"Beer and Flesh Meat", que está incluso na versão brasileira do
primeiro CD. O vídeo alcançou mais de 10.000 exibições em 4 meses.
Em junho de 2008 a banda fez uma turnê pelos EUA e
México e teve uma ótima resposta do público. No começo de 2009 voltam aos
palcos internacionais e chegam a bater recorde de shows fora do país, tocando no
Chile em Março, fazendo uma turnê de 20 datas pela Europa em Abril e em Maio, logo em
seguida, um tour como headliner na Califórnia.
Na volta da turnê dos Estados Unidos da América,
Magrão deixa a banda sendo substituído por Emiliano Ramirez na bateria, para já
tocar em Minas Gerais e no 14º Psychobilly Fest em Curitiba, e mais uma pequena
turnê de 4 shows pelo Nordeste, algo que era ainda inédito para os músicos que
há tantos anos já percorrem o mundo tocando seu Psychobilly Maldito!
OS
BARATAS TONTAS - Os Baratas Tontas surgiram em
meados de 92, em Belo Horizonte, com a proposta de tocar Psychobilly, uma
mistura de Rockabilly dos anos 50, Surf Music, Punk Rock, Hardcore, Filmes B,
Terror, Quadrinhos, entre outras coisas.
Luiz
Fireball, que já andava há algum tempo com a idéia da banda na cabeça, um dia se
encontrou com Igor Rockford em um show do De Falla em BH e lhe fez a proposta
indecente de montar os Baratas. Logo os dois marcaram um ensaio na casa de Igor
com um amplificador Mikassim velho de guerra, e com baixo e guitarra ligados no
mesmo e a presença de um amigo de Igor, Vander Big Tongue, tocando uma bateria
"imaginária" em cima de livros, nascia a banda Os Baratas Tontas.
O nome, que
antes seria apenas Os Baratas, foi mudado com a sugestão do amigo Julinho da
Avalon Discos, mostrando assim, além do lado trash, também a irreverência da
banda. Ensaios feitos, músicas prontas, a primeira formação era a seguinte:
Luiz Fireball (Baixo e vocal), Igor Rockford (Guitarra e corinho) e Vander Big
tongue (Bateria). Logo deram seu primeiro show, em uma festa denominada
"Rock Poeira", sendo que logo depois disso Vander deixaria a banda
para se dedicar ao Square Balls, em que tocava paralelamente.
Para o lugar de Big Tongue
foi recrutado Fred Blaster, e com Fred a banda deu vários shows e teve as
primeiras reportagens publicadas. Os Baratas foram pioneiros no estilo
Psychobilly em Minas Gerais, e começaram a chamar a atenção da mídia.
Fred também ficou pouco tempo na banda, e Vander foi chamado a voltar, o que aceitou prontamente. Com a volta de Big tongue, em 93 os Baratas gravaram sua primeira demo-tape, "Nervos à Flor da Pele !" (com produção de Magoo), um video-clipe, "A Terrível Vingança" (de sávio Leite), tocaram no Bhrif, várias vezes no Squat (com recorde de público), na Broaday, no Superdemo de BH e no BIG de Curitiba, entre outros shows.
Big Tongue depois
deixaria os Baratas, e o convite que Luiz e Igor fizeram desta vez foi para
Betão, ex-baterista dos Insolentes. Com a entrada de Betão, que viraria depois
Beto Beer, a banda adicionou mais peso e velocidade às músicas, e o estilo que
antes bebia mais na fonte do rockabilly, agora voltava-se para o Hardcore e o
Punk Rock.
Em 95, depois de quase
dois anos sem registro e já com a consagração da imprensa especializada como
uma das melhores bandas de Psychobilly do país, lançam sua segunda
demo-tape, "Engula sua Motosserra!" (também com a produção de Magoo).
Com essa demo os Baratas tocaram em Salvador com os baianos The Dead Billies,
deram vários shows em BH e conseguiram um contrato de gravação de um CD com a
gravadora Cogumelo Records.
Em 96 gravaram seu primeiro
(e único) CD, que levava o mesmo nome de sua primeira demo-tape, "Nervos à
Flor da Pele !" (também produzido por Maggo). Deste CD saiu o video-clipe
"Três Baratas e um destino" (dirigido por Rodrigo Minelli), convites
para tocar em diversos lugares, entre eles Goiânia, Curitiba (pela segunda
vez), e para participar da coletânea "Urbanoise", da gravadora Rotten
records, ao lado de Kães Vadius, Garotos Podres, Billy Brothers, entre outros.
Os Baratas foram até São Paulo para o show de lançamento da coletânea, para
tocar com Kães Vadius e Billy Brothers.
Em 97 a banda foi convidada
para participar do festival Abril Pro Rock, em Recife, um dos mais importantes
festivais de música alternativa do país. Ainda em 97 deram diversos shows,
sendo que o último foi no bar A Obra, e logo depois, por divergências internas,
a banda acabou.
Em 98 nada aconteceu, os
caras pouco se falaram, mas em 99 a banda foi convidada para participar do show
"A volta dos Mortos Vivos", no Butecário, apenas com bandas que já
tinham acabado, do festival "Psycho Attack Over BH", na Obra, com
bandas psycho de várias partes do país, e para abrir o show da banda americana
"Man or Astro Man?", no Lapa Multshow. A partir daí, os integrantes da
banda tiveram a idéia de fazer um show por ano, e foi o que aconteceu a partir
do ano seguinte. Em junho de 2000 deram um show no Matriz, em novembro de 2001
um show na Obra e novamente em novembro, mas de 2002, outro show na Obra. A
partir de 2002 e até 2007 fizeram uma pausa de 5 anos (!), para então tocar no
Psycho Carnival 2007, em Curitiba, mas desta vez com Fred Blaster, baterista da
segunda formação.
E assim Os Baratas Tontas vão
seguindo, com shows que podem acontecer a cada 1, 2, 3, 4, ou 5 anos, vai
saber, mas com os mesmos ideais de quando formaram a banda: Música, topetes,
tatuagens, cadillacs, cerveja gelada e mulher pelada...
http://www.bytech.com.br/baratas/historia.htm#top
* Comentários por Wagner "Billy"
############################
Drakula - O inferno com I maiúsculo
Camarones Orquestra guitarrística - A trama
Pata de elefante - Cidade invisível
Vendo 147 - Mar revolto
Darkthrone - Leave no cross unturned
Japandroids - Evil´s sway
My Bloody Valentine - Cupid come
Os Catalépticos - Like a gasoline tank
Sick Sick Sinners - Pot Belly Bill
Ovos Presley - Garota anfetaminada
Os Cafonas - Psycho funeral (alegria de coveiro)
Os Baratas tontas - três baratas e um destino
- por Wagner "Billy"
Austrian Death Machine - I Am a cybernetic organism living tissue over
Fear Factory - Replica
Asesino - Y Tu Mamá también
John 5 - Blues Balls
Rage Against the Machine - Killing in the name
PIL - I must be dreaming
Iggy Pop - Spanish Coast
Mike Patton - Deep down
The Modern Lovers - Hospital
Magic Slim - Goin´ to Mississipi
#
* Comentários por Wagner "Billy"
############################
Drakula - O inferno com I maiúsculo
Camarones Orquestra guitarrística - A trama
Pata de elefante - Cidade invisível
Vendo 147 - Mar revolto
Darkthrone - Leave no cross unturned
Japandroids - Evil´s sway
My Bloody Valentine - Cupid come
Os Catalépticos - Like a gasoline tank
Sick Sick Sinners - Pot Belly Bill
Ovos Presley - Garota anfetaminada
Os Cafonas - Psycho funeral (alegria de coveiro)
Os Baratas tontas - três baratas e um destino
- por Wagner "Billy"
Austrian Death Machine - I Am a cybernetic organism living tissue over
Fear Factory - Replica
Asesino - Y Tu Mamá también
John 5 - Blues Balls
Rage Against the Machine - Killing in the name
PIL - I must be dreaming
Iggy Pop - Spanish Coast
Mike Patton - Deep down
The Modern Lovers - Hospital
Magic Slim - Goin´ to Mississipi
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terça-feira, 5 de março de 2013
Napalm, O Som da Cidade Industrial
"As pessoas iam ao Napalm para conhecer coisas novas, não
simplesmente para referendar o que já conheciam. Essa era a grande
diferença. A pessoa que ia ao Napalm ia aberta para uma experiência numa
noite. A noite era uma aventura." Ricardo Lobo em Napalm, O Som da Cidade Industrial.
O rock brasileiro dos anos 80 nasceu no Napalm. O rock que importa - o rock com DNA punk, fosse o som qual fosse. O Napalm tinha vídeos, discotecagem, cerveja e principalmente shows, mas era antes de tudo um posto avançado - um pé na porta do futuro.
O Napalm era ideológico e idealista. Foi inspirado nos inferninhos onde nasceu a melhor música nova-iorquina da época, o CBGB e o Max´s Kansas City, que seu criador Ricardo Lobo frequentava. E o rock que cristalizou no Napalm era outra coisa também. Não tinha nada que ver com a Blitz, que tinha acabado de estourar. Nem com vários outros grupos engraçadinhos que começavam a pintar no Chacrinha. O Napalm era eclético em seus gostos (tocava Clash e Blondie e Grandmaster Flash), mas ortodoxo em sua postura radicalmente underground.
Era embaixo do Minhocão, tão longe conceitualmente dos Jardins quanto fisicamente da periferia. Convidativo para punks, e a grande São Paulo era o único lugar onde existiam punks de verdade. E também para universitários entediados e excitados - a maioria da USP e da ECA. Boa parte eram trotskistas, garotos que rejeitavam igualmente a chatice da ditadura militar vigente, e a oposição oficial, stalinista. Meus amigos. Mas isso veio depois.
O Napalm era aglutinador. Foi criado para juntar pavio com dinamite. Nenhum dos lugares que o sucederam teve o mesmo espírito. E é claro que nada parecido com o Napalm seria possível hoje. Não só porque a informação corre muito mais solta no século 21. É que o espírito do Napalm amalgamava nova política, nova música, novo comportamento. Era espírito de aventura. De escárnio à caretice, da percepção de inimigos claros, e de possibilidades muito além do Brasil e do mundo.
Era punk. De espírito, não de jaqueta preta, moicano e alfinete. Espírito que vive pra muita gente, e pelo jeito também para Ricardo Lobo e para Ricardo Alexandre, que dirige seu primeiro documentário. Gostaria de rever o primeiro Ricardo, cara muito inteligente, bem-informado e intencionado, que não vejo há muitos anos. Seguiu carreira como homem de vídeo, sua vocação desde os tempos do Napalm, trabalhando pra ONU e se metendo em boas.
Sou amigo há duas décadas do segundo Ricardo, cujo currículo como jornalista e escritor dispensa meu confete. Basta dizer que o documentário entrevista todos os principais personagens da história, e revela preciosas imagens em vídeo do Napalm. O doc não explica a época, nem se propõe a isso. Mas é informativo, engraçado e... terno.
É muita forçação chamar qualquer um dos dois de punk. Mas Ricardo Alexandre sempre entendeu que jornalismo e paixão são indissociáveis, e criou e cria seu caminho. O Napalm não era um plano de negócios para Ricardo Lobo, era um projeto de vida. Seu sonho não era ficar rico - embaixo do Minhocão? Programando uma banda desconhecida por noite? Com um staff de punks? Claro que não queria ter fechado em seis meses. Mas seu objetivo era bem maior que grana.
Ser punk é querer ser livre, querer ser diferente, querer importar - contra todos os obstáculos e probabilidades. Ricardo Lobo resume na entrevista para o documentário: "O Napalm era uma casa onde as pessoas eram livres. Era uma Zona Franca. E você precisa de coragem para ir a uma Zona Franca. Porque não é um lugar em que as regras estão estabelecidas."
É preciso mais coragem ainda para fazer você mesmo uma Zona Franca. Ou mesmo para revisitá-la... assista e inspire fundo. É o cheiro da cidade grande, safra 1983. É perfume da aventura.
NOTA DO EDITOR (Adelvan): Meu primeiro fanzine, xerocado e publicado em Itabaiana, interior de Sergipe, no final da década de 80, se chamava Napalm em homenagem à casa noturna, que eu conhecia de ler sobre na saudosa e extinta revista Bizz. Copiei inclusive a marca, com o A circulado de anarquia, que eu conhecia de uma foto de um show da Legião Urbana, publicada na mesma revista.
por André Forastieri
do Blog
SERVIÇO:
Napalm: O som da cidade industrial
Direção: Ricardo Alexandre
Produção: David Barkan e Ricardo Alexandre
Direção de fotografia: David Barkan
Montagem: Fabiana Freitas
Estreia: segunda-feira 04 de março, às 19h30, no Canal BIS
Reprises:
quarta, 06/03 às 16h30
quinta 07/03 às 09h00
sexta 09/03 às 19h30
sábado 10/03 às 03h30
domingo 11/03 às 15h30.
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O rock brasileiro dos anos 80 nasceu no Napalm. O rock que importa - o rock com DNA punk, fosse o som qual fosse. O Napalm tinha vídeos, discotecagem, cerveja e principalmente shows, mas era antes de tudo um posto avançado - um pé na porta do futuro.
O Napalm era ideológico e idealista. Foi inspirado nos inferninhos onde nasceu a melhor música nova-iorquina da época, o CBGB e o Max´s Kansas City, que seu criador Ricardo Lobo frequentava. E o rock que cristalizou no Napalm era outra coisa também. Não tinha nada que ver com a Blitz, que tinha acabado de estourar. Nem com vários outros grupos engraçadinhos que começavam a pintar no Chacrinha. O Napalm era eclético em seus gostos (tocava Clash e Blondie e Grandmaster Flash), mas ortodoxo em sua postura radicalmente underground.
Era embaixo do Minhocão, tão longe conceitualmente dos Jardins quanto fisicamente da periferia. Convidativo para punks, e a grande São Paulo era o único lugar onde existiam punks de verdade. E também para universitários entediados e excitados - a maioria da USP e da ECA. Boa parte eram trotskistas, garotos que rejeitavam igualmente a chatice da ditadura militar vigente, e a oposição oficial, stalinista. Meus amigos. Mas isso veio depois.
O Napalm era aglutinador. Foi criado para juntar pavio com dinamite. Nenhum dos lugares que o sucederam teve o mesmo espírito. E é claro que nada parecido com o Napalm seria possível hoje. Não só porque a informação corre muito mais solta no século 21. É que o espírito do Napalm amalgamava nova política, nova música, novo comportamento. Era espírito de aventura. De escárnio à caretice, da percepção de inimigos claros, e de possibilidades muito além do Brasil e do mundo.
Era punk. De espírito, não de jaqueta preta, moicano e alfinete. Espírito que vive pra muita gente, e pelo jeito também para Ricardo Lobo e para Ricardo Alexandre, que dirige seu primeiro documentário. Gostaria de rever o primeiro Ricardo, cara muito inteligente, bem-informado e intencionado, que não vejo há muitos anos. Seguiu carreira como homem de vídeo, sua vocação desde os tempos do Napalm, trabalhando pra ONU e se metendo em boas.
Sou amigo há duas décadas do segundo Ricardo, cujo currículo como jornalista e escritor dispensa meu confete. Basta dizer que o documentário entrevista todos os principais personagens da história, e revela preciosas imagens em vídeo do Napalm. O doc não explica a época, nem se propõe a isso. Mas é informativo, engraçado e... terno.
É muita forçação chamar qualquer um dos dois de punk. Mas Ricardo Alexandre sempre entendeu que jornalismo e paixão são indissociáveis, e criou e cria seu caminho. O Napalm não era um plano de negócios para Ricardo Lobo, era um projeto de vida. Seu sonho não era ficar rico - embaixo do Minhocão? Programando uma banda desconhecida por noite? Com um staff de punks? Claro que não queria ter fechado em seis meses. Mas seu objetivo era bem maior que grana.
Ser punk é querer ser livre, querer ser diferente, querer importar - contra todos os obstáculos e probabilidades. Ricardo Lobo resume na entrevista para o documentário: "O Napalm era uma casa onde as pessoas eram livres. Era uma Zona Franca. E você precisa de coragem para ir a uma Zona Franca. Porque não é um lugar em que as regras estão estabelecidas."
É preciso mais coragem ainda para fazer você mesmo uma Zona Franca. Ou mesmo para revisitá-la... assista e inspire fundo. É o cheiro da cidade grande, safra 1983. É perfume da aventura.
NOTA DO EDITOR (Adelvan): Meu primeiro fanzine, xerocado e publicado em Itabaiana, interior de Sergipe, no final da década de 80, se chamava Napalm em homenagem à casa noturna, que eu conhecia de ler sobre na saudosa e extinta revista Bizz. Copiei inclusive a marca, com o A circulado de anarquia, que eu conhecia de uma foto de um show da Legião Urbana, publicada na mesma revista.
por André Forastieri
do Blog
SERVIÇO:
Napalm: O som da cidade industrial
Direção: Ricardo Alexandre
Produção: David Barkan e Ricardo Alexandre
Direção de fotografia: David Barkan
Montagem: Fabiana Freitas
Estreia: segunda-feira 04 de março, às 19h30, no Canal BIS
Reprises:
quarta, 06/03 às 16h30
quinta 07/03 às 09h00
sexta 09/03 às 19h30
sábado 10/03 às 03h30
domingo 11/03 às 15h30.
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domingo, 3 de março de 2013
COMMANDO
Apesar do idolatrado som pesado de sua guitarra, Johnny Ramone, líder
da banda punk Ramones, mais do que a música, gostava de beisebol. O rock
ocupa o segundo lugar na lista de preferências do instrumentista. O
roqueiro também se afirmava um patriota conservador, com orientação
política assumidamente à direita.
Esses e outros detalhes sobre o influente guitarrista norte-americano estão em "Commando – A autobiografia de Johnny Ramone", que acaba de chegar às livrarias brasileiras (editora Leya), quase uma década após a morte do músico, em 2004. Com 176 páginas, recorte de almanaque e acabamento de luxo, é uma obra para fãs.
O livro foi produzido a partir de entrevistas concedidas durante o período em que o músico descobriu que tinha um câncer na próstata, que o levou à morte poucos anos depois. A edição é de John Cafiero, empresário da banda Black Flag, auxiliado pelo vocalista do grupo, Henri Rollins, com colaboração do escritor Steve Miller.
Em "Commando", bem ao seu estilo – direto e rude – John Cummings, o Johnny Ramone, passa em revista sua vida, e disseca sem piedade a própria história e a da banda que ajudou a moldar e que transformou os rumos da música.
O primeiro disco, gravado em apenas dois dias no ano de 1976 e que levou o nome do grupo ("Ramones"), já mostrava que os baderneiros de Forest Hills não estavam para brincadeira. "É o manifesto definitivo do punk", escreveu o crítico musical Theunis Bates em "100 Discos Para Ouvir Antes de Morrer" (editora Sextante). Com um orçamento pífio de US$ 6.000, "Ramones" despiu o rock, então cheio de penduricalhos, até sobrarem apenas seus elementos básicos, acrescentou o jornalista. "Não há solos de guitarra e enormes fantasias épicas".
Johnny Ramone concorda com a análise do crítico. "O que fizemos foi tirar tudo o que não gostávamos e usar o resto", afirmou em "Commando". O que sobrou foram os quatro acordes da guitarra de Johnny e a bateria do parceiro Tommy, junto das performances de Joey (vocal) e Dee Dee (baixo), que davam conta do recado.
Vale citar que Johnny Ramone, com sua guitarra Mosrite barata, comprada por 50 dólares, lançou um estilo novo de tocar, que ficou conhecido depois como "serra circular". O músico entrou para a lista da revista "Rolling Stone", dos 100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos, onde ocupa a 28° posição.
Em seu "diário punk", o guitarrista esmiúça a história de uma das mais
importantes bandas de rock do planeta, da origem entrelaçada à sua
própria infância proletária em Nova York, época em que se revezava entre
jogos de beisebol e as muitas brigas de rua, até os primeiros shows no
CBGB, templo do punk rock.
Completam o livro anotações sobre as músicas preferidas, fotos de arquivo pessoal, além de prefácio do companheiro de banda, Tommy, o epílogo escrito por Lisa Marie Presley, e um posfácio amoroso de Linda Ramone, última esposa de Johnny e ex-namorada do vocalista Joey – pivô de uma das crises do grupo.
De bônus, o leitor ainda leva algumas listinhas excêntricas que o músico adorava fazer acerca de suas preferências. Elvis Presley, Frank Sinatra, Disney e filmes de terror aparecem no topo de algumas delas.
Calça jeans surrada, jaqueta de couro, camisetas com a Minnie estampada e até as caretas com boca torta, rosnando para as fotos. Johnny admite que, tudo nos Ramones foi minimamente pensado por ele. De forma um tanto tosca, é bom dizer. Mas ele tinha um projeto.
De certa forma, os detalhes desse plano comercial, de lucro, por trás dos Ramones desmistificam a ideologia que impregnou o imaginário e a cultura punk, que começava a ganhar contornos naquela época, sobretudo pelos subúrbios londrinos, e com inclinação, supostamente, anticapitalista e anárquica.
Distante a quilômetros dessas ideias, Johnny sabia bem o que queria. E quanto queria. Sua meta era ganhar um milhão de dólares para, enfim, se aposentar e se mandar de uma vez por todas para a Califórnia. Apesar da dureza dos primeiros anos de carreira, ele conseguiu mais do que queria e deu de ombros pra todo o resto.
Em sua autobiografia, ele fala do dia em que passeava dirigindo um
Cadillac, cinco anos após o final da banda, e foi surpreendido por um
fã, indignado com aquela suposta ostentação. "Como é que pode um punk
dirigir um carro luxuoso desse?", questionou o jovem. "Eu escrevi o
livro sobre ser punk", respondeu rapidamente. "Eu decido o que é punk.
Se estou dirigindo um Cadillac, isso é punk", disparou o guitarrista
aposentado.
Apesar de ressaltar que, no começo, era tudo "pura diversão e rock and roll", Johnny afirma em sua autobiografia que "era o cara do dinheiro". Líder assumido, ele conta em detalhes como conduziu a banda até seu último e derradeiro show, em 6 de agosto de 1996, no Hollywood Palace. Um final planejado, embora nostálgico, após 2.263 apresentações, de acordo com as contas do organizado e metódico músico.
Foi ele também quem optou pela padronização dos nomes. Todos então adotaram o Ramone que, aliás, foi inspirado em um dos ídolos de Johnny, o beatle Paul McCartney. A ideia veio, segundo ele, quando descobriu que o cantor inglês se registrava em hotéis como Paul Ramon.
A relação, nem sempre fácil, com outras celebridades, bandas concorrentes e com os fãs, é tema de trechos saborosos da autobiografia de Johnny Ramone. Não faltam socos, chutes, spray de pimenta e até golpes de guitarras na cabeça de um admirador. Segundo a versão de Johnny, sobrou até para Malcom Maclaren, empresário do Sex Pistols, que apanhou por conversar com a namorada do guitarrista punk. "Resolvi que não queria que ela falasse mais com ele", argumenta .
Desde o começo da carreira meteórica, não faltavam famosos nos shows. Músicos como Elton John e Bruce Springsteen foram conferir o som dos Ramones. Outro nome conhecido que costumava aparecer, segundo Johnny, era Andy Warhol. "Ele (Warhol) e todo aquele pessoal era para mim apenas um bando de doidões".
A banda Talking Heads não chegou a apanhar. Mas ficou bem perto disso, levando em consideração o relato sobre o período de sete semanas que passaram juntos durante uma turnê na Europa. "Eram gente de educação universitária e nós, garotos de rua". Para quem também detestava sair do país, a viagem piorou em alguns graus, segundo ele, pela combinação infernal: Talking Heads e Europa. "Queria me matar, foi uma desgraça", desabafa.
Houve exceções, claro. É o caso da amiga, Lisa Marie Presley, filha de
Elvis Presley, outro ídolo de Johnny. Mas ele admite que nem tudo foi um
mar de rosas com a moça. No casamento dela com o ator Nicholas Cage,
ele foi convidado por ela a acompanhá-la até o altar, o que não ocorreu
porque Cage o chamou para ser padrinho. "Fiquei bastante decepcionado,
preferia fazer o papel do Elvis", arremata.
Quanto aos fãs, na maioria homens, diz que costumava atender bem, dava autógrafos. Mas tinham alguns que, segundo Johnny, topavam qualquer coisa para interagir com a banda. Foi o que aconteceu no dia em que um garoto mais abusado mandou uma cusparada na banda.
"Quem de vocês, seus viados, está cuspindo?", perguntou o músico. Um rapaz levantou o braço gritando: "Eu, Johnny, fui eu, me pegue!". O guitarrista não perdeu tempo. Tacou a guitarra na cabeça do cara. Para o músico, pouco importava se tinha sido ele de fato. "Era um voluntário, queria participar, e deve ter uma boa história pra contar sobre isso até hoje".
O músico punk destaca ainda a histeria dos fãs durante as turnês pela América do Sul. Mas, provavelmente por não considerar relevante, nenhum país é citado. Em seu lugar, o artista optou por usar "lá" e "naquele lugar". "Chegamos a tocar em estádios para 50 mil pessoas lá, em maio de 1994". O "lá" se refere à Argentina. No mesmo ano, e em outras várias ocasiões, o grupo esteve também no Brasil.
Johnny era contra as drogas, nem álcool usava. Diferentemente dos
outros integrantes da banda, que se acabavam na bebida e nas drogas.
Porém, de acordo com as regras da cartilha punk de Johnny Ramone, antes
dos shows, as "biritas" eram absolutamente proibidas.
Em seu relato, Johnny defende também, de maneira contundente, a pena de morte. "Sou totalmente a favor", afirmou. Para ele, deveria ser em transmitida pela TV, em estilo reality show, ao vivo, em pay-per-view, com o dinheiro revertido para a família da vítima.
A revolta do músico tem explicação. Ele foi vítima de uma agressão na rua, que resultou numa hemorragia cerebral. "O cara que me atacou foi acusado de agressão em primeiro grau e só pegou uns poucos meses de cadeia", conta.
Mas, por ironia, a via crucis de Johnny Ramone é que ganhou ares de reality show. Vitimado por um câncer fulminante, teve seus piores momentos transmitidos, à sua revelia, pela MTV.
por Carlos Minuano
UOL
Esses e outros detalhes sobre o influente guitarrista norte-americano estão em "Commando – A autobiografia de Johnny Ramone", que acaba de chegar às livrarias brasileiras (editora Leya), quase uma década após a morte do músico, em 2004. Com 176 páginas, recorte de almanaque e acabamento de luxo, é uma obra para fãs.
O livro foi produzido a partir de entrevistas concedidas durante o período em que o músico descobriu que tinha um câncer na próstata, que o levou à morte poucos anos depois. A edição é de John Cafiero, empresário da banda Black Flag, auxiliado pelo vocalista do grupo, Henri Rollins, com colaboração do escritor Steve Miller.
Em "Commando", bem ao seu estilo – direto e rude – John Cummings, o Johnny Ramone, passa em revista sua vida, e disseca sem piedade a própria história e a da banda que ajudou a moldar e que transformou os rumos da música.
O primeiro disco, gravado em apenas dois dias no ano de 1976 e que levou o nome do grupo ("Ramones"), já mostrava que os baderneiros de Forest Hills não estavam para brincadeira. "É o manifesto definitivo do punk", escreveu o crítico musical Theunis Bates em "100 Discos Para Ouvir Antes de Morrer" (editora Sextante). Com um orçamento pífio de US$ 6.000, "Ramones" despiu o rock, então cheio de penduricalhos, até sobrarem apenas seus elementos básicos, acrescentou o jornalista. "Não há solos de guitarra e enormes fantasias épicas".
Johnny Ramone concorda com a análise do crítico. "O que fizemos foi tirar tudo o que não gostávamos e usar o resto", afirmou em "Commando". O que sobrou foram os quatro acordes da guitarra de Johnny e a bateria do parceiro Tommy, junto das performances de Joey (vocal) e Dee Dee (baixo), que davam conta do recado.
Vale citar que Johnny Ramone, com sua guitarra Mosrite barata, comprada por 50 dólares, lançou um estilo novo de tocar, que ficou conhecido depois como "serra circular". O músico entrou para a lista da revista "Rolling Stone", dos 100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos, onde ocupa a 28° posição.
Diário punk
Escultura no túmulo de Johnny |
Completam o livro anotações sobre as músicas preferidas, fotos de arquivo pessoal, além de prefácio do companheiro de banda, Tommy, o epílogo escrito por Lisa Marie Presley, e um posfácio amoroso de Linda Ramone, última esposa de Johnny e ex-namorada do vocalista Joey – pivô de uma das crises do grupo.
De bônus, o leitor ainda leva algumas listinhas excêntricas que o músico adorava fazer acerca de suas preferências. Elvis Presley, Frank Sinatra, Disney e filmes de terror aparecem no topo de algumas delas.
Punk de Cadillac
Calça jeans surrada, jaqueta de couro, camisetas com a Minnie estampada e até as caretas com boca torta, rosnando para as fotos. Johnny admite que, tudo nos Ramones foi minimamente pensado por ele. De forma um tanto tosca, é bom dizer. Mas ele tinha um projeto.
De certa forma, os detalhes desse plano comercial, de lucro, por trás dos Ramones desmistificam a ideologia que impregnou o imaginário e a cultura punk, que começava a ganhar contornos naquela época, sobretudo pelos subúrbios londrinos, e com inclinação, supostamente, anticapitalista e anárquica.
Distante a quilômetros dessas ideias, Johnny sabia bem o que queria. E quanto queria. Sua meta era ganhar um milhão de dólares para, enfim, se aposentar e se mandar de uma vez por todas para a Califórnia. Apesar da dureza dos primeiros anos de carreira, ele conseguiu mais do que queria e deu de ombros pra todo o resto.
Tommy e Linda no lançamento do livro |
Apesar de ressaltar que, no começo, era tudo "pura diversão e rock and roll", Johnny afirma em sua autobiografia que "era o cara do dinheiro". Líder assumido, ele conta em detalhes como conduziu a banda até seu último e derradeiro show, em 6 de agosto de 1996, no Hollywood Palace. Um final planejado, embora nostálgico, após 2.263 apresentações, de acordo com as contas do organizado e metódico músico.
Foi ele também quem optou pela padronização dos nomes. Todos então adotaram o Ramone que, aliás, foi inspirado em um dos ídolos de Johnny, o beatle Paul McCartney. A ideia veio, segundo ele, quando descobriu que o cantor inglês se registrava em hotéis como Paul Ramon.
A difícil relação com celebridades, concorrência e fãs
A relação, nem sempre fácil, com outras celebridades, bandas concorrentes e com os fãs, é tema de trechos saborosos da autobiografia de Johnny Ramone. Não faltam socos, chutes, spray de pimenta e até golpes de guitarras na cabeça de um admirador. Segundo a versão de Johnny, sobrou até para Malcom Maclaren, empresário do Sex Pistols, que apanhou por conversar com a namorada do guitarrista punk. "Resolvi que não queria que ela falasse mais com ele", argumenta .
Desde o começo da carreira meteórica, não faltavam famosos nos shows. Músicos como Elton John e Bruce Springsteen foram conferir o som dos Ramones. Outro nome conhecido que costumava aparecer, segundo Johnny, era Andy Warhol. "Ele (Warhol) e todo aquele pessoal era para mim apenas um bando de doidões".
A banda Talking Heads não chegou a apanhar. Mas ficou bem perto disso, levando em consideração o relato sobre o período de sete semanas que passaram juntos durante uma turnê na Europa. "Eram gente de educação universitária e nós, garotos de rua". Para quem também detestava sair do país, a viagem piorou em alguns graus, segundo ele, pela combinação infernal: Talking Heads e Europa. "Queria me matar, foi uma desgraça", desabafa.
Quanto aos fãs, na maioria homens, diz que costumava atender bem, dava autógrafos. Mas tinham alguns que, segundo Johnny, topavam qualquer coisa para interagir com a banda. Foi o que aconteceu no dia em que um garoto mais abusado mandou uma cusparada na banda.
"Quem de vocês, seus viados, está cuspindo?", perguntou o músico. Um rapaz levantou o braço gritando: "Eu, Johnny, fui eu, me pegue!". O guitarrista não perdeu tempo. Tacou a guitarra na cabeça do cara. Para o músico, pouco importava se tinha sido ele de fato. "Era um voluntário, queria participar, e deve ter uma boa história pra contar sobre isso até hoje".
O músico punk destaca ainda a histeria dos fãs durante as turnês pela América do Sul. Mas, provavelmente por não considerar relevante, nenhum país é citado. Em seu lugar, o artista optou por usar "lá" e "naquele lugar". "Chegamos a tocar em estádios para 50 mil pessoas lá, em maio de 1994". O "lá" se refere à Argentina. No mesmo ano, e em outras várias ocasiões, o grupo esteve também no Brasil.
A cartilha punk de Johnny Ramone
Em seu relato, Johnny defende também, de maneira contundente, a pena de morte. "Sou totalmente a favor", afirmou. Para ele, deveria ser em transmitida pela TV, em estilo reality show, ao vivo, em pay-per-view, com o dinheiro revertido para a família da vítima.
A revolta do músico tem explicação. Ele foi vítima de uma agressão na rua, que resultou numa hemorragia cerebral. "O cara que me atacou foi acusado de agressão em primeiro grau e só pegou uns poucos meses de cadeia", conta.
Mas, por ironia, a via crucis de Johnny Ramone é que ganhou ares de reality show. Vitimado por um câncer fulminante, teve seus piores momentos transmitidos, à sua revelia, pela MTV.
por Carlos Minuano
UOL
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