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Mopho |
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Sabe aquele momento em que não dá pra segurar e você se pega
com os olhos marejados e tomado pela emoção em público, no meio de um show, por
causa de uma música? Aconteceu comigo sexta-feira passada, no CHE. O Mopho
estava no palco e, com requintes de crueldade, dilacerou nossos corações ao
emendar duas de suas mais emocionantes composições: “A Carta”, do primeiro
disco, e “Quanto vale um pensamento seu”, do último. Foi foda. As letras me
remeteram diretamente à distancia de uma pessoa muito querida e eu não consegui
me conter. Espero que ninguém tenha notado, porque eu “tenho que manter a minha
fama de mau” ...
Aquele foi apenas um dos pontos altos de uma apresentação
perfeita. Durante cerca de duas horas, os alagoanos mataram a saudade do público
sergipano com um desfile de grandes canções, algumas delas já verdadeiros clássicos
do rock nacional, como “O Amor é Feito de Plástico”, “A Música Que Fiz Pra Você”,
“Uma leitura mineral incrível” e “Não mande flores” – esta última com um belo
riff de guitarra que remete diretamente ao Led Zeppelin.
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Plástico Lunar |
A Mopho, no palco, é uma banda concentrada e avessa a
grandes firulas ou arroubos perfomáticos. Impõem-se apenas pela qualidade de
sua música e pelo nível técnico de seus componentes. Só que na sexta passada a
entrega foi tanta que eles se agigantaram de forma impressionante em relação às
outras apresentações que eu já havia visto – em Recife, no Abril pro rock, no Rock
Sertão, em Nossa Senhora
da Glória, e aqui mesmo, em
Aracaju. Foi, de longe, o melhor show que vi deles e um dos
melhores que já presenciei em toda a minha vida. Em formação “quase original”,
estão afiadíssimos. O novo baixista é um monstro! Toca muito. Hélio Pisca (bateria)
é perfeito no acompanhamento, assim como Marco Túlio (violões de 6 e 12 cordas
e guitarra) e Leonardo Luiz (teclado) – este, de tão concentrado em suas funções,
parecia um membro do Kraftwerk! Total “
Die Mensch-Maschine“ ...
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Necronomicon |
Quem
mais impressiona, no entanto, é realmente João Paulo, o front-man. Contido,
econômico, mas como toca! E como canta! Levando-se em conta que ele é, também,
um dos principais compositores, o cara é tão talentoso que beira a genialidade.
E tem uma pegada personalíssima, firme porém classuda, na guitarra, qualidade
que fica ainda mais evidente quando a banda resolve entregar de bônus para a
platéia uma sequencia de covers matadora para encerrar a noite. Começaram
resgatando uma pérola setentista, da época em que cantores brasileiros se
dedicavam a compor baladas em inglês - "We say goodbye", de Dave McLean - e
emendaram com clássicos do rock do naipe de Jimi Hendrix, Led Zeppelin, The
Doors e Black Sabbath. Nem precisava: o público já estava pra lá de ganho e
tinha acompanhado com devoção todo o repertório autoral. Foi apenas uma pequena
catarse para lavar a alma e completar aquela noite perfeita.
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pessoas |
Perfeita
porque, além da mopho, se apresentaram a Plástico Lunar e os também alagoanos
da Necronomicon. A Plástico veio acompanhada de seu antigo guitarrista, Rafael
Costelo, e de Julico, da Baggios, também ex-integrante. Fez a festa do
gargarejo com outra sequencia de composições que já podem constar
tranquilamente entre os anais do cancioneiro roqueiro tupiniquim. E Julico faz
a diferença: vai ser difícil pros caras substituí-lo à altura! Mas boto fé que
conseguem. São talentosos o bastante para isso. Destaque para Odara,
aniversariando ...
Já
a Necronomicon chegou de mansinho, como quem não quer nada, e sapecou uma surra
de riffs de guitarra poderosos e levadas de bateria e baixo desconcertantes no
ouvido dos que chegaram cedo para prestigiá-los. Não se arrependeram, a julgar
pelo assédio que sofreram depois de sua apresentação: a toda hora vinha alguém
parabenizálos, merecidamente, pela perfomance arrasadora. Seu som, calcado no
que de melhor foi feito em termos de rock "pesado" nos anos 1970, é ao mesmo
tempo simples e elaborado, cheio de variações de andamento e arroubos vocais
improvisados. Com direito, inclusive, a um sensacional solo de bateria,
aclamado por todos. E uma música nova, executada pela primeira vez naquela
noite. Já é uma grande banda, com um grande potencial a ser ainda explorado,
tendo em vista que, se comparada à mopho e à plástico, têm um longo caminho
a trilhar ...
A
vinda da Necronomicon foi uma iniciativa do programa de rock. Agradecemos a
todos que acreditaram e prestigiaram o show de abertura. Eles estarão de volta
em agosto, quando têm uma apresentação marcada para o dia 17, em Itabaiana.
NÃO
PERCA !!!!
a.
Que texto bacana! Já estou há quase um ano no baixo do Mopho e a nossa apresentação em Aracaju pra mim foi a mais legal. Ver o público cantando praticamente todas as músicas me surpreendeu demais! Muito obrigado sergipanos pela recepção e pelo elogio. De antemão deixo meu agradecimento também em nome de todos da banda. Saudações alagoanas e até logo!
ResponderExcluirValeu! Espero que não demorem tanto a voltar ...
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