quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Discarga em Aracaju
por Adelvan kenobi
Show marcado para as 22:00, cheguei quase meia noite e nenhuma banda ainda havia tocado. Normal. Nucleador passando o som, bate-papo na porta da Casa do Rock, que fica entocada atrás de um terreno baldio na praia de Aruana. Começa o show, entro. Som péssimo, falhando o tempo inteiro – o que parece ser praxe, foi assim em todos os eventos que fui por lá. Apesar dos pesares a banda segura a onda, apresentando um novo vocalista, ainda um pouco “verde”, mas com potencial, bastam mais ensaios para que haja um melhor entrosamento.
Banquinha de material no intervalo, bate-papo com os caras da Discarga, Juninho e Nino, muito gente-finas. Já conheço-os das outras vezes em que tocaram por aqui e de nos trombarmos por aí pelos rocks da vida. Nino é alagoano, ou pelo menos morou em Alagoas, e tocou em algumas bandas célebres de lá nos anos 90, como Leprosário e Gangrena Crucial, ou seja, muita historia pra contar. Das mais novas (histórias), especial destaque para os relatos de Juninho sobre a primeira ida do Ratos (ele é baixista do Ratos de Porão) à Finlândia, este ano – dentre outras coisas, para minha surpresa, me falou que passou calor por lá, pois era verão. A surpresa vai por conta de que eu pensei que lá fazia frio o ano inteiro, já que se trata de um dos países mais gelados do mundo. Me falou também da apresentação do Discarga no Obscene Extreme Fest da Republica Tcheca no ano passado, o mesmo festival que nosso amigo e correspondente informal Juliano cobriu para o nosso blog este ano. E me confirmou que o festival é realmente extremo e obsceno, com perfomances sadomasoquistas impressionantes. Enfim, amenidades madrugada adentro, conversinhas de comadre.
Demonkratzie no palco, com o som um pouco melhor equalizado. Pesado, rápido, barulhento, bom. Cruzo com Murilo da Nucleador no gargarejo e ele me explica que demoraram a começar porque a Nucleador é uma banda de bêbados irresponsáveis que só chegam atrasados e tocam de qualquer jeito, e que ele acha que as melhores bandas de rock são assim mesmo – então ta.
The Renegades of punk. Bem legal, como sempre. Vocal feminino gritado , musicas rapidinhas, guitarra “limpa”, sem (ou com pouca) distorção, com o volume no talo e castigada com palhetadas nervosas ecoado belos riffs. Bateria espancada com gosto por Ivo, grande figura. Baixista novo (não sabia que Luiz tinha saído), cover do Dead kennedys.
Discarga, enfim. Brutal, apesar do evidente e manifesto cansaço dos integrantes, que explicam no microfone que haviam chegado de ultima hora vindos de Salvador pois o ônibus havia quebrado e eles tiveram que esperar 1 hora e meia na estrada, sendo que tinham saído cedinho do aconchego de seus lares, em São Paulo. Mas é nenhuma, tome rock. Show dividido em blocos de várias “músicas” sem intervalo, sem pausa para respirar a não ser entre um bloco e outro. São pedradas lapidadas por anos e executadas com perfeição por um trio afiadíssimo. Levantou a galera, que estava meio morgada. Nino não existe, é um monstro na bateria. Extremamente foda e maravilhoso, quem não foi (foi fraco de publico), perdeu. A noite já avançava madrugada adentro e o sono bateu, assisti boa parte da apresentação literalmente cochilando em pé encostado num coqueiro, mas deu pra ver que foi muito bom, beirando a perfeição, apesar do som, que estava melhor do que no inicio mas ainda longe do ideal. Deram seu recado em cerca de 1 hora, ou 45 minutos, e convidaram a todos para estarem presentes na noite seguinte em Salvador, onde se apresentariam no aniversário de 10 anos do selo Estopim.
Fim de festa. Voltar pra casa com o dia amanhecendo, dar a tradicional carona aos amigos, deitar e dormir o sono dos justos, depois de mais uma revigorante noite de rock.
A vida é bela, ás vezes.
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foi foda show do caralho os caras tocaram umas 4354548 musicas seguidas!!!
ResponderExcluirCaralho, parece que o show ai foi bem bom. Demonkrätzie sempre arrupeia!
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