Aconteceu embaixo da ponte Aracaju-Barra, nosso belo
elefante branco que atravessa o rio Sergipe ligando o nada a lugar nenhum.
Parece a ponte do Brooklin, com a “pequena” diferença que do outro lado não está
Manhattan, e sim a Barra dos Coqueiros – mas ops, esqueci que a Barra dos
Coqueiros é uma “ilha paradisíaca”, nas palavras de nosso governador do estado.
Enfim, a ponte é bonita, especialmente à noite, iluminada, e proporcionou um ótimo
pano de fundo para o esporro sonoro do
Cätärro. Já
conhecia a banda, eles tocaram aqui faz alguns anos e têm um bom disco com um título
esperto, “Dance, império, dance” na praça, mas nunca me chamaram a atenção. Achava
que faziam um som bacana, bem executado, mas curiosamente o que estragava, a
meu ver, eram justamente os vocais de Pedro, meio qualquer nota (?), nada a ver
com nada.
Mudei completamente de opinião ontem. Ou eu não tinha
prestado atenção direito (são tantas galáxias a serem exploradas) ou os caras
melhoraram. Especialmente Pedro, que continua se esgoelando, mas agora com mais
“estilo”, digamos assim. Os vocais são criativos e se encaixam perfeitamente no
som da banda, que é brutal, preciso, muito bem ensaiado. Isso pra não falar na
coisa física em si que, aí sim, é
realmente impressionante. O cara se
entrega de tal forma ao momento que é até difícil descrever. Espero que saiam
logo as fotos que a dupla dinâmica (dentre várias outras) Balde e Marcelinho
Hora estavam batendo, para ilustrar o que eu estou tentando por em palavras. Por hora
basta dizer que, num determinado momento, parecia que ele ia fazer o tal “quadradinho
de oito”. Daí ele mete a mão entre as pernas e segue vociferando ao microfone
todo enrolado, feito um tatu bola em perigo. Todo melado de farinha de trigo, que
havia sido jogada ao ar minutos antes (carnaval na inferno) e misturada em seu
corpo com a água que Ivo Delmondes derramou em sua bunda quando ela se elevava
aos céus, imponente.
Antes tivemos o “crust universitário” da Robot Wars, que foi
meio morno. Não sei, acho que a acústica não ajudou, o som ficou meio embolado,
os vocais meio dispersos e soterrados na massaroca sonora. E também Alex e seus
impressionantes e já tradicionais saltos sobre bateristas.
Missão cumprida. Mais uma ação de guerrilha cultural
underground bem sucedida. Uma ótima oportunidade para, além de ver e ouvir as
bandas, reencontrar novos e velhos amigos, como o grande Cícero Mago, eterno
militante do Lado D da música sergipana.
+ Imagens
AQUI.
A.
perdi. como sempre, bela resenha.
ResponderExcluirMurillo Viana