sábado, 1 de junho de 2013

Cätärro é do caralho ...

Aconteceu embaixo da ponte Aracaju-Barra, nosso belo elefante branco que atravessa o rio Sergipe ligando o nada a lugar nenhum. Parece a ponte do Brooklin, com a “pequena” diferença que do outro lado não está Manhattan, e sim a Barra dos Coqueiros – mas ops, esqueci que a Barra dos Coqueiros é uma “ilha paradisíaca”, nas palavras de nosso governador do estado. Enfim, a ponte é bonita, especialmente à noite, iluminada, e proporcionou um ótimo pano de fundo para o esporro sonoro do Cätärro. Já conhecia a banda, eles tocaram aqui faz alguns anos e têm um bom disco com um título esperto, “Dance, império, dance” na praça, mas nunca me chamaram a atenção. Achava que faziam um som bacana, bem executado, mas curiosamente o que estragava, a meu ver, eram justamente os vocais de Pedro, meio qualquer nota (?), nada a ver com nada.

Mudei completamente de opinião ontem. Ou eu não tinha prestado atenção direito (são tantas galáxias a serem exploradas) ou os caras melhoraram. Especialmente Pedro, que continua se esgoelando, mas agora com mais “estilo”, digamos assim. Os vocais são criativos e se encaixam perfeitamente no som da banda, que é brutal, preciso, muito bem ensaiado. Isso pra não falar na coisa física em si que, aí sim, é realmente impressionante. O cara se entrega de tal forma ao momento que é até difícil descrever. Espero que saiam logo as fotos que a dupla dinâmica (dentre várias outras) Balde e Marcelinho Hora estavam batendo, para ilustrar o que eu estou tentando por em palavras. Por hora basta dizer que, num determinado momento, parecia que ele ia fazer o tal “quadradinho de oito”. Daí ele mete a mão entre as pernas e segue vociferando ao microfone todo enrolado, feito um tatu bola em perigo. Todo melado de farinha de trigo, que havia sido jogada ao ar minutos antes (carnaval na inferno) e misturada em seu corpo com a água que Ivo Delmondes derramou em sua bunda quando ela se elevava aos céus, imponente.

Antes tivemos o “crust universitário” da Robot Wars, que foi meio morno. Não sei, acho que a acústica não ajudou, o som ficou meio embolado, os vocais meio dispersos e soterrados na massaroca sonora. E também Alex e seus impressionantes e já tradicionais saltos sobre bateristas.

Missão cumprida. Mais uma ação de guerrilha cultural underground bem sucedida. Uma ótima oportunidade para, além de ver e ouvir as bandas, reencontrar novos e velhos amigos, como o grande Cícero Mago, eterno militante do Lado D da música sergipana.

+ Imagens AQUI.

A.

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