O grupo atualmente vive um período de glórias e não esconde a felicidade por crescer no tão concorrido cenário do heavy metal. A reportagem conversou exclusivamente com a frontwoman Angela Gossow para saber como está a expectativa dos suecos para reencontrar seus apaixonados fãs brasileiros para a gravação de um futuro DVD, a repercussão do novo álbum, a cantora também discorreu sobre a importância das mulheres na sociedade e revelou que, apesar da pausa nas atividades após esta tour pela América Latina, eles já estão pensando no próximo disco.
Os fãs brasileiros estão bastante animados por esta nova visita do Arch Enemy ao Brasil! O que o público pode esperar desta nova apresentação da banda por aqui?
Angela Gossow: Podem esperar por um show insano! Somos uma das melhores bandas de metal quando se trata de shows insanos hoje em dia – nós realmente somos! Se você quer ter a melhor experiência da sua vida, prestigie o nosso show! E lembre-se, você nunca sabe quanto tempo a sua banda favorita estará por aí, então esteja certo de que não perderá nosso show. Estamos documentando esta turnê para o nosso próximo DVD ao vivo e queremos filmar os nossos fãs brasileiros para isso. Então, se você quer fazer parte do nosso próximo DVD, esteja no show!
Após todo este convincente convite, o que vocês estão preparando para o repertório desta performance? Estão preparando alguma surpresinha?
Angela Gossow: Tocaremos as músicas favoritas do Arch Enemy, algumas novas canções do álbum “Khaos Legions” e se existe uma surpresa… huum, não posso te dizer agora, porque eu não quero estragar isso, né? (risos)
O Arch Enemy já lançou muitos álbuns matadores. Qual é a motivação e determinação da banda durante o processo de composição. Vocês pensam em se superar disco após disco?
Angela Gossow: Primeiramente, somos músicos do fundo do nosso coração. Estamos sempre famintos quando se trata de música. Nós nunca estamos satisfeitos e sempre queremos englobar novas ideias. Temos escrito muita coisa legal para o próximo álbum… Estamos ansiosos para gravar as novas músicas. Nós vivemos para o Arch Enemy, é o que nós fazemos e queremos fazer o quanto pudermos.
Muitos fãs e jornalistas estão considerando o álbum “Khaos Legions” um dos melhores da sua carreira. O que você pensa deste feedback? É uma pressão para o próximo álbum ser ainda mais poderoso?
Angela Gossow: As reações tem sido muito boas. Estamos crescendo devagar, mas estável com cada álbum e “Khaos Legions” não faz exceção a esse positivo crescimento. Mais pessoas estão comparecendo aos shows, nossos fãs tem curtindo muito “Yesterday Is Dead And Gone” ou “Bloodstained Cross” – duas músicas que viraram clássicos instantâneos no nosso setlist. Nós estamos preparados para um disco ainda mais cheio de vigor.
Você acredita que o Arch Enemy já atingiu a sua personalidade musical?
Angela Gossow: Não, ainda não atingimos esse ponto. Queremos que nosso próximo algum seja uma obra-prima, sempre lutamos por algo maior e melhor quando o assunto é música. Nós nunca estamos completos, cansados ou satisfeitos.
Penso que, neste momento, o Arch Enemy é uma das bandas mais famosas no cenário do rock/metal europeu. Você já realizou todos os seus sonhos ou ainda tem alguma coisa que ainda precisa acontecer?
Angela Gossow: Queremos apenas seguir, escrever novas músicas, fazer mais shows, tocar no maior número de países possíveis. Levar isso tão longe quanto pudermos sem ter um compromisso.
Quais são as principais diferenças entre o seu primeiro disco e “Khaos Legions”? Existe alguma música que você pode enfatizar como a sua favorita?
Angela Gossow: A banda tem passado por uma progressão natural desde os últimos 10 anos. Não mudamos nosso som drasticamente, mas o fizemos. Adicionamos novos sabores aqui e ali. Musicalmente, somos uma mistura única entre metal clássico, thrash metal, speed metal, death metal e alguns elementos progressivos também. Tenho algumas músicas favoritas em cada álbum: “Ravenous”, “We Will Rise”, “In This Shallow Grave”, “Nemesis”, “Bloodstained Cross”.
Há muito tempo, o cenário do rock/metal sofre com uma certa perca de criatividade. Não existem tantas cosias novas surgindo. Quais bandas você tem se interessado e ouvido recentemente?
Angela Gossow: Identifico-me muito com o som que eu cresci ouvindo: death e thrash metal do começo dos anos 90. Death, Carcass, Entombed, Dismember, Testament, Slayer, Metallica antigo, Morbid Angel, Coroner, mas também Queensryche, Judas Priest. Meu gosto é old school. Não me interessei em conhecer essa nova escola do heavy metal, embora esteja certa de que há algumas bandas boas e únicas lá também. Sinto que muitas bandas colocam muita ênfase na técnica extrema e esquecem na verdade de escrever bem, músicas com o coração e alma.
Hoje em dia, a Suécia praticamente é o pais mais importante do heavy metal. A “New Wave of Swedish Death Metal” tem influenciado diversas bandas pelo mundo. Como sueca, qual analise você faz sobre isso?
Angela Gossow: Acho que Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos ainda são muito mais importantes e influenciáveis. Onde estaríamos hoje sem Black Sabbath, Iron Maiden, Judas Priest, Carcass, Slayer, Metallica, Kreator, Destruction e Pantera? O “som de Gotemburgo” tem influenciado muitas das novas bandas simplesmente porquê é um som distintivo e muito melódico, basicamente falando sobre Iron Maiden para o nível mais extremo.
Você é uma artista consagrada, renomada, conquistou seu espaço com muita determinação. Na sua opinião, quais foram os pontos altos e baixo da sua carreira?
Angela Gossow: Passamos por períodos difíceis na nossa carreira. Me lembro de alguns momentos depressivos durante a turnê “Anthems Of Rebellion”. Estávamos meio cansados e a banda era muito pobre. Mas nunca desistimos e coisas realmente nos pegaram com o lançamento do “Doomsday Machine”. Desde então, temos feito muitos grandes shows pelo mundo, até em muitos lugares exóticos. Agora, nós estamos em estágio melhor, mais altos – temos uma química incrível, todo mundo está feliz por fazer parte do Arch Enemy, fazemos grandes shows, somos headline em vários festivais, tocamos em novos lugares na América do Sul. São tempos empolgantes e positivos para o Arch Enemy.
Como você vê a questão das mulheres perante a sociedade atual? Muitas mulheres hoje dominam e estão em destaque no cenário do metal vide os casos de Cristina Scabbia (Lacuna Coil), Doro Pesch, Dani Nolden (Shadowside), Anneke van Giersbergen (Agua de Annique), Tarja Turunen, Amy Lee (Evanescence) e claro, você, Angela?
Angela Gossow: Bem, igualdade sexual ainda varia muito de país para país. As mulheres tem um padrão muito forte no leste europeu, chances iguais no mundo dos negócios e na política. Na maioria dos outros lugares, elas ainda precisam lutar pelos seus direitos. Acredito que a cena metal está se corrigindo progressivamente, existem muitas mulheres hoje em dia e a tendência é que também passem a ser julgadas primeiro enquanto músicos e depois como “objetos sexuais”. O talento acima do sexo. Pelo menos é por isso que lutamos. É preciso forca e perseverança para estar numa banda de metal. Eu sou uma mulher forte e não levo desaforo para casa de ninguém, não sou uma diva, não existe chance para ser uma diva numa banda de metal – o estilo de vida é tudo, mas glorioso – e eu levo isso para todas as mulheres no metal, quem quer ficar precisa de uma boa dose de determinação também.
Quais são os seus planos para 2013?
Angela Gossow: Terminaremos a turnê de “Khaos Legions” em 2012. Então, lançaremos um épico DVD ao vivo em 2013, que será uma combinação de shows na América do Sul e um documentário da turnê na América Latina. Entraremos em estúdio no segundo semestre de 2013 para começar a gravação do novo álbum que será lançado no começo de 2014
‘Não existe chance para uma diva numa banda de metal’, vocifera a voz do Arch Enemy
Costábile Salzano Jr – The Ultimate Music – especial para o Combate RockTradução: Juliana Lorencini
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